1. Mais um dia em que, pelos vistos, politicar se vai tornar sinónimo de complicar.
2. É verdade que não há nenhuma solução inteiramente óbvia. Há várias opções legítimas e diversos caminhos possíveis.
3. O que preocupa o cidadão é assistir a um debate crispado, em que as prioridades parecem invertidas.
Dá a impressão de que os interesses parciais estão a sobrepor-se ao interesse geral.
4. Os argumentos de parte a parte até são consistentes.
Mas dificilmente ocultarão a prioridade comum: chegar ao poder.
5. Será que a situação do país não merece um sacrifício adicional?
Se o povo é sacrificado, não o poderiam ser também os representantes do povo?
6. Porque é que não se entendem? Os programas são diferentes. Mas não poderão ser cruzados? ~
Afinal de contas, o programa que (mais) conta é a vontade dos nossos credores.
7. A bipolarização é, sem dúvida, clarificadora, mas a cooperação não será mais benéfica?
Dizem que o lugar da disputa política é o Parlamento. Mas não poderá ser também o Governo?
8. E, depois, uma coligação tem de ser mesmo entre partidos da mesma área política?
Não ocorrerá a ninguém que a situação do país talvez esteja a requerer uma coligação que envolva partidos de áreas políticas diferentes?
9. Tem sido invocado o que se passa noutros países.
Mas seria bom que se pensasse concretamente na Alemanha, onde existe uma coligação entre forças de áreas políticas diferentes. Creio que a actual cooperação não põe em causa a alternância que existe entre elas.
10. O ideal seria uma coligação entre todas as forças políticas. E, atenção, quando se fala em Parlamento, pensa-se em partidos. Mas o povo elegeu deputados, 230 deputados.
11. O futuro não pode ser decidido pelas direcções dos partidos.
É importante que cada deputado, no seu terreno, ausculte as populações e confira o que elas pensam acerca do que está a acontecer.
12. Os representantes devem, acima de tudo, ser a voz dos representados.
Apesar de tudo, ainda acredito no bom senso e na moderação!