- Por hábito, todos gostamos de levar e trazer. Mas, por norma, não gostamos de quem leva e traz.
Se calhar, ainda gostamos um bocadinho de quem traz; de quem leva é que não costumamos gostar.
- Acontece que, se pensarmos bem, a missão consiste, antes de mais, em levar e trazer.
Levar e trazer é o que faz a missão acontecer.
- O missionário é, efectivamente, o que leva e traz.
É o que leva Cristo e é o que traz para Cristo. É o que leva Cristo às pessoas e é o que traz as pessoas para Cristo.
- Foi, aliás, o próprio Jesus que lançou as bases da missão. Antes de voltar para o Pai, ofereceu-nos uma certeza e deixou-nos uma ordem.
A certeza é que Ele iria ficar (cf. Mt. 28, 20). E a ordem era que nós saíssemos (cf. Mt. 28, 19).
- Concretizando, Jesus fica quando nós saímos; Jesus fica em nós quando nós saímos de nós; Jesus fica em nós quando somos capazes de ir além de nós.
Em síntese, Jesus fica em nós quando nós O levamos aos outros.
- O Papa Francisco lembra que, «hoje, ainda há muita gente que não conhece Jesus Cristo».
De facto, há muita gente que não conhece Jesus Cristo porque nunca ouviu falar d’Ele. E há muito gente que não conhece Jesus Cristo mesmo tendo ouvido falar d’Ele.
- Nesta tarefa, temos de nos mobilizar todos e de nos mobilizar sempre.
A missão não é só para alguns nem para alguns momentos. A missão é para todos e é para sempre.
- Foi por isso que o Vaticano II recordou que «a Igreja é, por natureza, missionária».
Não se pode, portanto, ser cristão sem ser missionário. Onde está o cristão, aí tem de estar a missão.
- Os padres, os bispos e os religiosos também precisam de ser evangelizados pelo povo. Cada um tem a sua missão e cada um tem muito a crescer com a missão dos outros.
O Evangelho não é privilégio de ninguém nem exclusivo de alguns; é dom para cada um e responsabilidade para todos.
- Ninguém se pode sentir demissionário; cada um deve sentir-se autenticamente missionário.
Somos chamados a viver sempre em estado de missão. E nunca em estado de demissão.