- A superação da situação que o país atravessa reclama o contributo de todos.
- Assim sendo, é preciso ir mais além da mera legitimidade.
Creio ser indispensável apostar em novas possibilidades.
O povo elegeu 230 deputados (faltam apurar quatro) não apenas para alternar, mas também para cooperar.- Ser alternativa não impede a cooperação.
Procurar a cooperação não impede a alternativa.
Não podemos estacionar eternamente (e porventura esterilmente) na dialéctica.
- Porque é que não se pode dar lugar à coexistência?
Porque é que, em vez de se insistir em muros, não se constroem pontes?
Porque é que, em vez da lógica de uma maioria, não se aposta numa lógica de totalidade?- Porque é que o governo não há-de ter representantes de todos os partidos?
Ou porque é que, pelo menos, não há-de resultar da negociação entre todos os partidos?
Impossível?
Recordo que, na Grécia, na Alemanha e noutros países, existe uma coligação entre um partido de esquerda e um partido de direita. E faço notar que na Suécia há uma coligação entre seis partidos.
- No caso da Suécia, o acordo até foi firmado por duas legislaturas.
Isto significa que quem está na oposição sabe que, se for escolhido para chefiar o governo, pode contar com a cooperação de quem agora governa.
O que se faz de melhor lá fora não poderá ser reproduzido cá dentro?
Não será hora de pensar mais no país do que nos partidos?
Afinal, os partidos existem por causa do país.
E todos não são demais para fazer o que deve ser feito!