- Não é possível conhecer Lamego sem conhecer o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.
É este o local que os residentes mais procuram e que os forasteiros mais visitam.
- É lá que se encontra o rosto da cidade, a identidade de uma terra e a alma de todo um povo.
Nossa Senhora dos Remédios é o nosso maior «activo promocional». Ela não precisa de publicidade. Ela é que faz a melhor publicidade a Lamego.
- É por causa d’Ela que muitos vêm a Lamego todos os dias. É por causa d’Ela que muitos enchem Lamego nestes dias.
Que outra figura consegue juntar cem mil pessoas num só dia?
- Importa notar, porém, que as festas não são apenas as procissões.
Antes das procissões — e até antes do Santuário —, já havia festas.
- O Santuário começou a ser construído em 1750. E as primeiras festas datam, pelo menos, de 1745.
Nessa altura, a festa era a 5 de Agosto, dia de Santa Maria Maior. A partir de 1778, passou para 8 de Setembro, em que se comemora o nascimento de Nossa Senhora.
- Até finais do século XIX, as festas constavam de uma novena que culminava com a Missa cantada.
Apesar da hora — era às cinco da manhã que tudo principiava —, os peregrinos afluíam em elevado número.
- Percebe-se, por conseguinte, que seja impossível viver as festas sem viver a novena.
Foi pela novena que tudo começou. É, pois, na novena que encontramos a origem, a matriz e a genuína verdade das festas. É a novena que nos devolve a pureza, a união e a simplicidade que deveriam sempre existir nas festas.
- A novena não costuma ser muito referenciada. Mas continua a ser imensamente vivenciada.
A novena contém o mais extenso e o mais intenso das festas. Ela é a realização que dura mais tempo. E é o momento que provoca maiores vivências.
- Não é fácil ir à novena. É preciso vencer a madrugada, o sono, a distância e o trabalho que se avizinha.
A novena cansa bastante por fora. Mas faz-nos descansar plenamente por dentro.
- É por isso que a novena custa muito quando começa, mas custa muito mais quando termina. Há muito suor no início, mas são muitas mais as lágrimas que chovem no fim.
Nada disto se explica. Tudo isto se sente!