O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 30 de Agosto de 2015

A. Há muito bem no mundo

  1. Tenho uma notícia muito boa para vós, neste Domingo. É que, afinal e ao contrário do que se diz, existe muito bem neste mundo. Existe muito bem no mundo e em cada pessoa que há no mundo. Eu sei que não parece. O bem é continuamente silenciado, mas isso não significa que esteja inactivo. O bem vai fazendo o seu caminho no interior das pessoas. O importante é que não o bloqueemos nem torpedeemos.

Faço-me, pois, portador desta bela notícia, em contracorrente com a publicidade que muitos teimam em fazer ao mal e à maldade. O mal existe e a maldade alastra. Mas nada podem contra o bem. É que — esta é a segunda parte da notícia que hoje vos trago — o bem vem de Deus.

 

  1. É S. Tiago quem no-lo garante na Segunda Leitura da Eucaristia deste 22º Domingo do Tempo Comum: «Tudo o que de bom nos é dado […] desce do Pai»(Tgo 1, 17). Assim sendo, salta à vista que o nosso problema é, na prática, andarmos longe de Deus. Quem está em Deus está com o bem que é Deus.

O Apóstolo aponta-nos, por isso, o caminho a seguir. Trata-se de acolher docilmente a Palavra de Deus (cf. Tgo 1, 21). É esta Palavra que fecunda a nossa vida como fecundou a vida fiel de Maria Santíssima. Só acolhendo a Palavra de Deus, conseguiremos ir mais além de nós mesmos. É preciso, pois, cumprir a Palavra. Não basta escutá-la (cf. Tgo 1, 22). A Palavra não se dirige apenas aos nossos ouvidos. A Palavra dirige-se a toda a nossa vida.

 

B. O que mais agrada a Deus

 

3. A Palavra não pode entrar por um ouvido para sair pelo outro. A Palavra que entra pelos ouvidos almeja transformar a nossa existência. É a isto que se chama conversão, mudança. Esta conversão e esta mudança traduzem-se em gestos concretos nos quais S. Tiago tipifica a «religião pura e sem mancha»(Tgo 1, 17). De facto, o que mais agrada a Deus é «visitar os órfãos e as viúvas» e «conservar-se limpo de toda a corrupção do mundo»(Tgo 1, 27).

A vontade de Deus consiste, portanto, em fazer o bem ao nosso semelhante e em não cedermos ao assédio da maldade que nos ameaça. É preciso perceber que nenhum bem vem do mal. Só o bem faz bem.

 

  1. No fundo, é esta a lei maior, a lei suprema, a que todas as leis devem estar sujeitas. Jesus debate-Se com alguns dos Seus contemporâneos que eram muito ciosos das leis até nas suas minudências mais pormenorizadas. Jesus não é obviamente contra as leis. O que Jesus quer é que o cuidado com estas leis não impeça a atenção que é devida à lei maior e à lei suprema: a prática do bem.

De facto, há leis que asfixiam a liberdade das pessoas e há leis que promovem a liberdade das pessoas. Há leis que sufocam e há leis que libertam. A fé não é uma asfixia da liberdade, mas um transbordamento de liberdade. «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou»(Gál 5, 1).

 

C. Quando o exterior distorce o interior

 

5. As leis são necessárias, mas a fé tem ir mais além da lei. Na linha de Jesus, temos de ter em conta, sobretudo, os três m's em que Ele insistiu: no m da mensagem (Reino de Deus), no m do mandamento (amor a Deus e ao próximo) e no m da missão (levar o Evangelho a todo o mundo).

Os judeus estavam muito apegados às leis, mas pouco atentos à mudança de vida. O principal, para eles, eram as acções exteriores. A aparência contava mais que a essência. Jesus não Se revê nesta conduta e lamenta: «Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim»(Mc 7, 6).

 

  1. Estamos numa época em que o aparato exterior quase não deixa ver o que se passa no interior. É claro que a vida é feita de interior e exterior. Mas o importante é que o exterior seja o espelho do interior. Infelizmente, nem sempre isso acontece. Muitas vezes, o exterior é uma negação, — uma distorção, um disfarce ou uma dissimulação — em relação ao que ocorre no interior.

Cuidamos muito do exterior e parece que descuidamos completamente o interior. No tempo de Jesus, a preocupação parecia ser «a lavagem dos copos, dos jarros e das vasilhas de cobre»(Mc 7, 4). No nosso tempo, a prioridade parecem ser os foguetes, as músicas, as marchas e as diversões. Nada disto, em si mesmo, é mal. Mas tudo isto é pouco. Acresce que tudo isto é supostamente realizado em honra da Virgem Maria e dos Santos. Mas que preocupação existe em aprender efectivamente com o exemplo deixado pela Virgem Maria e pelos Santos?

 

D. Que lugar para Cristo nas festas cristãs?

 

7. Os nossos lábios não parecem andar muito longe de Deus. Mas será que o nosso coração está possuído por Deus? Que lugar há para Cristo em tantas festas que se dizem cristãs? Que lugar há para Maria e para os Santos nas romarias que, em princípio, lhes são dedicadas?

Às vezes, dá a impressão de que a Virgem Maria e os Santos são meros pretexto para a festa, quando deviam ser o motivo da festa. Se eles fossem o verdadeiro motivo da festa, o centro da festa seria a Eucaristia. Foi, na verdade, a Eucaristia que fermentou no seio de Maria e transformou a vida dos Santos. Uma festa genuinamente cristã pensaria mais nos pobres e nos que sofrem. Uma festa genuinamente cristã seria, por isso, menos gastadora e mais solidária. Ainda temos muito a aprender, muito a crescer.

 

  1. Os antigos procuraram cristianizar algumas festas pagãs. Não deixemos que, hoje, se repaganizem as festas cristãs. Grande deve ser a festa de alguns dias. Maior há-de ser a festa de todos os dias. É certo que, por natureza, a festa pertence ao excepcional, ao que foge à cadência do quotidiano. Mas não seria apaixonante excepcionalizar o quotidiano? Ou seja, não nos deveríamos empenhar todos em levar para cada dia o desafio de transformação da nossa vida?

Não façamos da festa um pretexto para degradar a natureza humana, obra de Deus. Não afoguemos o nosso corpo em álcool. Não nos embriaguemos com vinho; embriaguemo-nos de fé, de esperança e de amor.

 

E. Abandonamos o interior do país e, ainda mais, o interior das pessoas

 

9. A festa não é para esquecer a vida, mas para nos reabastecer para a vida. A essência da festa está no encontro, no sorriso, no abraço. A festa será tanto mais bela, quanto mais nela nos abrirmos ao Deus da festa, ao Deus que faz festa quanto nos abraça. Bela é a festa da conversão. Bela é a festa quando é total, quando não deixa o interior de fora. Habitualmente, queixamo-nos ao ver o interior abandonado. Mas só lamentamos o abandono do interior do país. E que achamos do abandono do interior da pessoa? Não será que abandonamos, tantas vezes, o nosso interior e o interior dos outros?

Maria é, toda Ela, um acontecimento de interioridade. O Seu exterior fiel é um espelho do Seu interior atento. Foi no Seu interior que encarnou o Filho de Deus. O interior de Maria é o primeiro sacrário da história. É por isso que importa olhar para Maria e sobretudo olhar com Maria. O olhar de Maria não prende. É no olhar de Maria que se aprende a seguir Jesus.

 

  1. Jesus quer que nos transformemos a partir do fundo, a partir de dentro, a partir do nosso interior. É por isso que, estritamente, um cristão não é de direita, não é de esquerda nem é do centro. Genuinamente, um cristão é do fundo. Jesus é Deus que vem até ao fundo de nós. É por isso que Ele nos ensina a não nos preocuparmos prioritariamente com o nosso exterior: «Não há nada fora do homem que, ao entrar nele, o possa tornar impuro»(Mc 7, 18). Do interior do homem é que «saem os pensamentos perversos, as imoralidades, os roubos, os assassínios, os adultérios, a cobiça, as más acções, a má fé, a devassidão, o orgulho e a loucura»(Mc 7, 21-22). Por conseguinte, é pelo interior que temos de começar a conversão. Que adianta um exterior bem apresentado se o interior permanece descuidado?

Jesus não quer só um culto externo, feito de coisas repetidas apenas por hábito e, muitas vezes, sem sentido (cf. Mc 7, 7). Jesus quer que a oração dos nossos lábios seja a expressão da oração da nossa vida. Rezemos com os lábios, sim. Mas nunca nos esqueçamos de rezar, acima de tudo, com a nossa vida: com a nossa vida inteira, com a nossa vida lisa, com a nossa vida (sempre) limpa!

 

publicado por Theosfera às 13:11

Obrigado, Senhor,

muito obrigado

não só por nos ensinares a sermos humildes,

mas por Tu mesmo nos dares lições tão vivas de humildade.

 

Quanta competição pelos lugares da frente.

Quantos atropelos pelas posições mais importantes.

Quanta sofreguidão por ser primeiro,

por olhar os outros de cima, com sobranceria, arrogância.

 

Ainda bem que Tu, Senhor, és diferente.

Ainda bem que és único.

 

Que nós aprendamos a ser humildes

e que nunca humilhemos ninguém.

 

Que não subjuguemos os humildes

nem bajulemos os grandes.

 

Que percebamos que todas as pessoas

são iguais em dignidade, em humanidade.

 

Que compreendamos que ninguém é mais que ninguém.

Que nos sintamos igualmente filhos de Deus,

igualmente irmãos uns dos outros.

 

Que valorizemos a grandeza de ser pequeno.

Que dêmos sempre o devido valor às coisas simples.

Que nunca eliminemos a criança que há em nós.

Que olhemos com pureza para os outros.

E que sejamos sempre autênticos e sinceros junto de todos.

 

Que não tenhamos receio de procurar o último lugar.

Que não disputemos protagonismos.

Que não haja guerras nem guerrinhas por causa de sermos vistos e aplaudidos.

 

Que compreendamos que basta que Deus veja.

Deus, de facto, tudo vê.

E vê ainda mais o que mais ninguém consegue ver.

 

Que ajudemos os outros a pegar na Cruz

e que não sejamos cruz para ninguém.

Que suavizemos as dores desta vida

e os sofrimentos múltiplos deste mundo.

 

Nem sempre há humildade na grandeza,

mas existe sempre grandeza na humildade.

 

Que nunca percamos de vista

que os mais humildes, os mais pequenos e os mais simples

também são filhos de Deus.

Também eles mereceram o Teu sangue.

Também são amados por Ti,

muito amados por Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:55

 

Estes dias começam mais cedo.

O cansaço é grande, mas a fé consegue ser maior.

São muitos os que se erguem antes de o sol nascer para acorrer à Casa da Mãe.

O Santuário, por estes dias, é a nossa casa, a casa dos lamecenses, a casa dos peregrinos.

Tudo começa ainda de noite. E tudo termina ao nascer do dia.

É na Casa da Mãe que vemos raiar o sol. É na Casa da Mãe que brilha sempre o sol: so ol que é Jesus e que a todos nos enche de luz.

A novena é o mais belo da festa, é o mais puro da festa. Porque ali não há ostentação. Ali só há união, entreajuda, simplicidade, fé e muito amor. T

odos nos sentimos envolvidos pelo amor da Mãe.

Todos nos sentimos arrastados pelo amor da Mãe por todos nós, Seus filhos!

 

publicado por Theosfera às 10:03

A vontade pode muito, mas há barreiras que impedem bastante. E, às vezes, os melhores são derrubados.

Porque não fogem ao devem e respeitam as regras, expõem-se a todo o tipo de intempérie.

Há, pura e simplesmente, quem não suporte o bem nem aceite quem é bom.

Aliás, já Confúcio dizia que «ser honrado numa sociedade injusta é uma desgraça».

De facto, há quem não ache graça à honra. E não falta até quem tente desonrar quem, humildemente, se mostra honrado.

Mas não são os obstáculos que bloquearão o caminho. A seu tempo, todo o bem reencontrará o bem!

publicado por Theosfera às 08:59

Nossa Senhora dos Remédios,

Nossa Senhora de Lamego,

Nossa Senhora de Portugal,

Nossa Senhora do mundo inteiro,

de todo o lado aqui vimos,

de toda a parte aqui chegamos.

Vimos aqui não como meros turistas.

Chegamos aqui como verdadeiros peregrinos.

Queremos estar aqui como filhos.

Desejamos daqui partir como discípulos.

Os nossos pés nos trouxeram

para a Teus pés Te escutarmos.

Cada um de nós

traz um pedido.

Cada um de nós

transporta uma prece.

Cada um de nós solta um louvor.

Tu és a Senhora dos Remédios.

E nós andamos à procura dos Remédios de Ti, Senhora.

Embora longe,

nunca Te esquecemos.

Embora à distância,

jamais Te abandonamos.

Tu és Nossa Senhora,

Senhora da nossa cidade,

Senhora da nossa Diocese,

Senhora da nossa vida,

Senhora da Humanidade inteira.

No início deste novenário,

queremos pedir-Te docilidade

para ouvirmos a Palavra de Teu Filho,

a Palavra que é Teu Filho.

Também Te pedimos

pelos nossos doentes,

pelos nossos idosos,

pelas nossas crianças

e pelos nossos jovens.

Protege, Mãe,

as famílias,

mormente as que se encontram em crise.

Ampara os desempregados,

para que não cedam ao desespero.

Acompanha os pobres,

para que a ninguém falte o pão, a educação, a habitação.

Dulcifica o nosso coração

para que a paz triunfe, a concórdia reine e a justiça impere.

 

 

Que estes dias sejam de autêntica festa,

na Tua presença

e na companhia de Teu filho.

Que, quando descermos, não Te esqueçamos.

Que, quando voltarmos, não Te ignoremos.

Que, quando regressarmos, não Te ofendamos.

Nossa Senhora dos Remédios,

vem também a esta romaria,

une-nos à volta de Teu Filho.

Traz-nos no Teu regaço.

Guarda um lugar para nós no Teu andor.

E infunde nos nossos corações

a Tua infinita Paz.

publicado por Theosfera às 07:35

 

Nós Te adoramos, Senhor Jesus,

Na manhã deste novo dia.

Agradecemos-Te a vida e todos os dons.

Bendizemos-Te, particularmente,

Pelo dom de Tua Mãe,

Que nós aqui invocamos como Nossa Senhora dos Remédios.

É Ela que nos traz ao Teu encontro.

É Ela que nos embala como Te embalou a Ti,

Em Belém e em Nazaré.

Obrigado, Jesus, pela Tua Mãe.

Obrigado, Mãe, pelo Teu Filho.

Cada um de nós transporta tantos pedidos,

Tantas angústias e tantas canseiras.

Cada um de nós é um peregrino do Teu amor e mendigo da Tua paz.

Nossa Senhora,

Dá-nos o remédio para a nossa doença,

Para a doença do nosso corpo

E para a doença da nossa alma.

Dá-nos o remédio para a nossa pior doença, que é a superficialidade e o pecado.

Nossa Senhora,

Sê Tu mesma o remédio para a nossa desesperança.

Acompanha-nos ao longo destes dias

E ao longo dos dias da nossa vida.

Queremos continuar a vir sempre aqui

Até porque sabemos que vais sempre connosco.

Leva-nos ao encontro de Teu Filho.

Nossa Senhora dos Remédios,

Concede-nos as graças que Te pedimos,

Atende o nosso pranto,

Enxuga as nossas lágrimas,

Aquece o nosso coração.

Que a nossa vida se transforme.

Que não queiramos fazer a nossa vontade,

Mas apenas (e sempre) a vontade de Teu Filho.

 

publicado por Theosfera às 06:00

Hoje, 30 de Agosto (22º Domingo do Tempo Comum), é dia de Sta. Joana Jugan e S. João Juvenal Ancina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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