Tanto se fala em mudança. E, de facto, a mudança está sempre a acontecer. Só que nem sempre para melhor.
Não haverá o risco de certos discursos de mudança se tornarem, contraditoriamente, os maiores entraves à mudança?
Já Tomas de Lampedusa insinuava, com algum cinismo e evidente ironia, que é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma.
Daí que o povo, com a sua sabedoria simples e a sua simplicidade sábia, goste de sentenciar: «Para melhor, está bem, está bem; para pior, já basta assim».
É claro que, para melhor, não está bem. E, para pior, pode não bastar assim.
O problema é que, a avaliar pelo que se vê, determinadas mudanças só pioram.
Mas ainda acredito que, um dia, «mudar» possa (finalmente) rimar com «melhorar»!