- Um contacto que não passa da porta é, no mínimo, decepcionante.
É sintoma de que uns não estarão muito motivados para abrir. E é sinal de que outros não se sentem suficientemente acolhidos para poder entrar.
- Muitas vezes, a missão parece ficar-se pela porta.
É importante bater à porta. Mas é necessário ir mais além da porta, procurando convencer a que deixem abrir mais que a porta.
- Não é a porta que impede a aproximação.
Mas, só por si, é incapaz de gerar uma verdadeira proximidade.
- Por conseguinte, não basta ir até à porta. Nem tão-pouco basta sair de porta em porta.
Não basta sair de reunião para reunião, de proposta para proposta, sem qualquer concretização.
- Frequentemente, arriscamo-nos a ficar «à porta» das pessoas, não conseguindo «entrar» nos seus problemas e anseios.
É o que acontece quando a missão é imprecisa na linguagem e hesitante nas prioridades de acção.
- A missão não passa da «porta» quando o contacto com os homens não conduz ao encontro com Deus.
A missão não passa da «porta» quando há medo de falar directamente do Evangelho de Jesus. E quando prevalece o receio de agir em nome do Jesus do Evangelho.
- Precisamos, pois, de uma pastoral que entre a fundo na vida dos homens. E que ajude a entrar a fundo na vida com Deus.
É urgente uma pastoral que nos leve a aquecer a espiritualidade e a despertar para a caridade.
- Em suma, uma «pastoral da porta» tem de incluir uma «pastoral da mão» e não pode excluir uma «pastoral da mesa».
É imperioso que apareçam «mãos» para abrir «portas» que se mantêm fechadas. E para pôr pão nas mesas que permanecem vazias: o pão da Palavra, o pão da Eucaristia, o pão para as refeições.
- É pelas nossas mãos que, hoje em dia, Cristo quer continuar a entrar em muitas vidas (cf. Lc 10, 5).
É pelas nossas mãos que Ele quer que o Seu Pão alimente (cf. 1Cor 11, 26). E que muitos pães saciem (cf. Lc 9, 13).
- Cristo quer precisar das nossas «mãos» para abrir todas as «portas» e para servir a todas as «mesas».
Enfim, Ele conta connosco para «incendiar» todos os corações (cf. Lc 24, 32)!