O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 12 de Julho de 2015

Estamos na Europa, mas ainda não pensamos (nem nos sentimos) como europeus.

Quando tudo parece correr bem, ainda fazemos um esforço por nos assumirmos como europeus.

Mas quando os problemas surgem na Europa, dá a impressão de que deixamos de ser europeus.

Os problemas são coisa da Grécia, de Portugal ou da Irlanda. Nas horas difíceis, são poucos os que defendem a Europa. O que vê é defender a Alemanha ou a Finlândia.

Pensávamos nós que os problemas da Grécia eram problemas europeus. E achávamos nós que os interesses da Alemanha (ou da Finlândia) eram os interesses europeus.

Se a Europa não funcionar nas horas difíceis, terá sentido falar de construção europeia?

Uma construção que vacila nas dificuldades não tem grande futuro!

publicado por Theosfera às 20:24

A. Ele anda e manda

  1. Jesus veio ao mundo para trazer notícias de Deus. Mais. Jesus é a grande notícia de Deus. É por isso que a missão é a maior prioridade de Jesus. Ele não só anda em missão como manda em missão. Ele é o enviado que envia.

A missão desponta, pois, como o principal mandato de Jesus. Ele manda em missão não apenas depois d’Ele, mas também à frente d’Ele e com Ele. Ao mandar, Jesus explica a missão e previne para a rejeição. Ele próprio tinha acabado de passar pela rejeição na Sua terra. Agora, alerta os Doze para a possibilidade de rejeição na sua missão pela terra. Afinal, o discípulo não é superior ao mestre; bom será o discípulo que procurar ser como o seu mestre (cf. Lc 6, 40).

 

  1. Jesus até recomenda qual o tipo de reacção que os discípulos devem ter perante a rejeição: «Se algum lugar não vos receber, nem aí vos escutarem, ao sairdes de lá, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles»(Mc 6, 11).

Por aqui se vê como o êxito da missão não consiste necessariamente numa missão com êxito. De resto, não é o êxito que deve ser procurado. O verdadeiro êxito da missão não está no aplauso. Jesus até tem o cuidado de ressalvar: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós»(Lc 6, 26). Por muito agradável que possa ser ouvir falar bem de nós, não é isso que interessa. O evangelizador não existe para agradar, mas para servir. E servir não rima com agradar. O segredo do êxito da missão não está no resultado, mas no esforço e na atitude.

 

B. Não a popularidade, mas a fidelidade

 

3. Independentemente da aceitação ou da rejeição, o importante é que a missão se faça. Jesus até dá a entender que, quando se cumpre a missão, o mais certo é que apareçam focos de rejeição. O que nunca se pode é alterar a mensagem. Alterar a mensagem seria adulterar a missão. Por conseguinte, mais vale enfrentar a rejeição do que adulterar a missão.

Os cristãos não andam a disputar um qualquer «campeonato de popularidade». Os cristãos não devem procurar a popularidade, mas a fidelidade. O fundamental é que a proposta chegue, mesmo que a resposta não venha.

 

  1. Na missão, o protagonista não é o missionário, mas o «missionante»: Jesus Cristo. A missão não é «show» nem entretenimento ou espectáculo, em que o objectivo é, naturalmente, ser aplaudido. A missão não é feita em nosso nome, mas em nome de Jesus Cristo. Ele é que há-de ser o centro.

Daí o despojamento que a missão deve revestir. Jesus deixa, por assim dizer, uma espécie de «código ético» para o missionário. O apóstolo deve levar o mínimo para que possa transportar o máximo: deve levar o mínimo de si para transportar o máximo de Cristo. Neste aspecto, a exigência chega a ser extrema. O apóstolo não há-de levar nada para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem saco, nem moedas, nem duas túnicas (cf. Mc 6, 8-9). Ou seja, o apóstolo deve levar Cristo. Nada mais, ninguém mais. Cristo há-de ser tudo para o apóstolo. Quem olhar para o apóstolo não há-de ver o apóstolo, mas Cristo no apóstolo.

 

C. Evangelizar é (também) provocar

 

5. Esta presença de Jesus nos apóstolos é tal que, ao enviar em missão, como que delega os Seus poderes naqueles que envia (cf. Mc 6, 7). No fundo, Jesus vai com aqueles que envia. Ele mesmo o garante: «Quem vos ouve a Mim ouve; quem vos rejeita a Mim rejeita»(Lc 10, 16).

Nada é deixado ao acaso. Jesus manda em nome dos mandamentos. Como entreviu S. Gregório Magno, Jesus manda os discípulos dois a dois (cf. Mc 6, 7) porque dois são os mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos. Ou, melhor, amar o próximo com o amor com que Jesus o ama.

 

  1. Hoje, nós somos os pés, as mãos, os lábios e o coração de Deus. Deus quer chegar aonde nós chegarmos. Deus quer abraçar aqueles que nós abraçarmos. Deus quer falar àqueles a quem nos falarmos. Enfim, Deus quer amar aqueles que nós amarmos. Deus actua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia.

Os enviados devem ter, como principal desígnio, a fidelidade ao projecto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses. Neste sentido, não admira que a vocação tenha muito de provocação. A Primeira Leitura apresenta-nos o exemplo do profeta Amós. Escolhido, chamado e enviado por Deus, o profeta vive para propor aos homens os projectos e os sonhos de Deus para o mundo. Actuando com total liberdade, o profeta não se deixa manipular pelos poderosos nem condicionar pelas suas perspectivas pessoais.

 

D. Um profeta corajoso

 

7. Já agora, convém referir que Amós, embora pouco conhecido, foi um profeta importante e um profeta corajoso. Ele foi o «profeta da justiça social», exercendo o seu ministério em meados do séc. VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II. É uma época de prosperidade económica e de tranquilidade política: as conquistas do rei alargaram os limites do reino. O comércio e a indústria desenvolveram-se bastante.

Acontece que o bem-estar das classes favorecidas contrastava, de uma maneira flagrante, com a miséria das classes mais pobres. A classe dirigente, rica e poderosa, dominava os tribunais e subornava os juízes, impedindo que se fizesse justiça e se defendesse os direitos dos mais humildes. Entretanto, a religião sobressaía através de ritos e festas. Tratava-se de um culto que não tinha nada que ver com a vida. Os mesmos que participavam nos ritos e nas festas praticavam injustiças contra o pobre e cometiam toda a espécie de atentados contra a lei.

 

  1. É neste contexto que aparece o profeta Amós. Natural de Técua (uma pequena aldeia situada no deserto de Judá), não é um profeta profissional; é chamado por Deus para deixar a sua terra e partir para o reino vizinho a fim de denunciar o comportamento dos poderosos. Amós é uma pessoa íntegra, corajosa, mas com um discurso bastante rude. Em síntese, toda a sua personalidade contrasta com a indolência e o luxo da sociedade israelita da época.

O episódio que a Primeira Leitura nos propõe decorre no santuário de Betel, no centro da Palestina. Trata-se de um lugar considerado sagrado, desde tempos imemoriais (cf. Gén 35,1-8). Quando o Povo de Deus se dividiu em dois reinos, após a morte de Salomão (932 a.C.), os reis de Israel intensificaram o culto em Betel, para impedir que os seus súbditos se deslocassem a Jerusalém, situado no reino inimigo de Judá. Betel transformou-se, então, numa espécie de «santuário oficial» do regime, onde o culto era financiado, em grande parte, pelo próprio rei. O sacerdote que presidia ao culto era uma espécie de «funcionário real», encarregado de zelar para que os interesses do rei fossem defendidos.

 

E. O que nos não fizermos, Deus fará

 

9. Na época em que Amós exerce o seu ministério, o sacerdote encarregado do santuário era Amasias. A Primeira Leitura descreve um confronto entre os dois. É um texto fundamental para entendermos a missão do profeta diante dos poderes instituídos. Para Amasias, o que interessa é manter um sistema que assegura benefícios, quer ao poder, quer à religião. A tarefa da religião é deixar tudo na mesma: o sacerdote defende o rei e, em troca, o rei sustenta o sacerdote.

Amós não se conforma com esta situação e não fica calado. Não espanta, por isso, que o sacerdote convide o profeta a voltar para a sua terra. Só que o profeta não se deixa intimidar nem abater. A resposta de Amós deixa claro que o profeta é um homem livre, que não actua por interesses humanos, mas por mandato de Deus. Amós é profeta porque Deus invadiu a sua vida com uma força irresistível. Ele foi chamado para ser a voz de Deus e só lhe interessa cumprir a missão que Deus lhe confiou.

 

  1. Também no nosso tempo, a missão do apóstolo é uma missão profética. É uma missão que incomoda e desinstala. O Senhor convoca-nos para sairmos da nossa «zona de conforto».

Os cristãos não estão no mundo como ornamento dos poderes. A nossa missão é ser alternativa, não redundância. Não estamos na vida para que tudo continue na mesma, mas para que tudo possa ser diferente, para que tudo possa (finalmente) ser melhor. É muito pesada esta missão. É por isso que, como diz a Segunda Leitura, o Senhor nos enche com «toda a espécie de bênçãos espirituais»(Ef 1, 3). Não tenhamos medo. O que nós não fizermos, Deus fará em nós, connosco!

publicado por Theosfera às 13:23

 

É tempo de agradecer.

É hora de louvar.

É o momento de fazer sentir a nossa gratidão.

 

Obrigado, Senhor,

por fazeres de nós a terra onde lanças a Tua semente.

 

Obrigado por acreditares em nós.

Apesar das nossas limitações e resistências,

Tu continuas a estar ao nosso lado

e a habitar na nossa vida.

 

Nós somos pequeninos.

Mas Tu, Senhor, apostas sempre no que é pequeno,

naquilo que quase nem se nota.

 

Obrigado, Senhor, por nos ensinares

que a grandeza é sempre humilde

e que a humildade é sempre grande.

 

Semeia em nós, Senhor,

a Tua semente e o Teu grão de mostarda.

 

Que nós sejamos terra arável, terra fecunda.

Que não sejamos nós, mas que deixemos ser Tu em nós.

 

Transforma o nosso ser.

Sê Tu a vida da nossa vida,

o tempo para o nosso tempo,

o horizonte do nosso caminhar pelo tempo!

 

Ajuda-nos a crescer na escuta da Tua palavra.

Dá-nos a força da serenidade,

a simplicidade da confiança

e a energia da paz.

 

Que nós nunca deixemos de Te procurar

e de convidar outros para esta procura,

sabendo e sentido

que na procura já existe encontro

e que cada encontro é convite para nova procura.

 

Obrigado, Senhor, por tanto.

Obrigado, Senhor, por tudo.

Obrigado pelo pão.

Obrigado pelo amor.

Obrigado por seres quem és,

JESUS!

 

publicado por Theosfera às 11:28

Hoje, 12 de Julho (15º Domingo do Tempo Comum), é dia de três santos com o mesmo nome: João. Assim, assinala-se, neste dia, a memória de S. João Gualberto, S. João Jones e S. João Wall.

Refira-se que a conversão de S. João Gualberto ocorreu em Sexta-feira Santa quando, finalmente, encontrara o assassino de um parente seu. Ele, armado com uma espada, preparava-se para a vingança após uma prolongada procura. O assassino pediu clemência e ouviu como resposta: «Não por ti, mas por Aquele que, num dia como este, derramou o Seu sangue por todos nós». Foi logo para um convento beneditino e mudou de vida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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