Não Te digo adeus, Mãe!
É o último dia do Teu mês.
Mas Tu ficas sempre connosco, na Igreja de Teu Filho
e na Humanidade que, como Ele, Tu tanto amas.
Adeus, ó Mãe? Não.
Sempre conTigo, Mãe!
Não Te digo adeus, Mãe!
É o último dia do Teu mês.
Mas Tu ficas sempre connosco, na Igreja de Teu Filho
e na Humanidade que, como Ele, Tu tanto amas.
Adeus, ó Mãe? Não.
Sempre conTigo, Mãe!
Maravilhoso és Tu, Senhor.
Porque és Deus,
porque és Pai,
porque és Filho,
porque és Espírito Santo,
porque és amor.
Maravilhoso és Tu, Senhor.
Porque és único, mas não és um.
Porque és mistério, mas não estás longe.
Porque és poderoso, mas também simples e humilde.
Maravilhoso és Tu, Senhor.
Porque és Trindade.
Porque és unidade.
Porque és comunhão.
Porque és vida.
Porque és luz.
Porque és paz.
Maravilhoso és Tu, Senhor.
Maravilhoso é o Teu ser.
Maravilhosa é a Tua doação.
Maravilhosa é a Tua presença.
Tu, Senhor, estás no Céu.
Tu, Senhor, estás na Terra.
Tu, Senhor, és o Céu na Terra.
Em cada ser humano, Tu armas a Tua tenda
e constróis uma morada, uma habitação.
Obrigado, Deus Pai.
Obrigado, Deus Filho.
Obrigado, Deus Espírito Santo.
Obrigado por tanto.
Obrigado por tudo.
Que a nossa atmosfera seja sempre uma teosfera.
Que em cada momento haja uma brisa a respirar a Tua bondade.
Que a nossa vida mostre a Tua vida,
a vida que vem de Ti.
Que nunca esqueçamos
que somos baptizados no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Que tudo em nós seja ressonância
desta presença divina pelas estradas do tempo.
Obrigado, Santíssima Trindade,
por estares em cada um de nós.
Obrigado porque Um de Vós
Se quis tornar um de nós,
de cada um de nós.
Obrigado por estares sempre connosco,
na vida e na Palavra feita carne,
na vida do Teu Filho,
JESUS!
A. Resta-nos o silêncio?
É claro que, segundo o mesmo Rahner, de todas as palavras, esta será a menos imprópria para indicar Deus: é tão pequena que mal chega à língua, logo desaparece dos lábios. É, pois, uma palavra que cumpre a sua missão: convida mais a escutar do que a conversar, apelando mais à contemplação do que à discussão. Que, pela sua natureza, seria necessariamente interminável.
É por isso que só nos calamos no fim do esforço de falarmos o mais adequadamente possível daquela realidade para a qual não há nenhuma palavra adequada. Só no fim é que o silêncio será digno e santo.
B. Jesus fala de Deus, mostrando-nos o Pai
3. Curiosamente, nem Jesus, o revelador de Deus, falou muito sobre Deus. Segundo os Evangelhos, a palavra «Deus» só por duas vezes aparece nos lábios de Jesus e, mesmo assim, para citar o Salmo 22: «Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?»(Sal 22, 1). Sobre Deus, Jesus falou mais com a vida do que com os lábios. Como observou González-Faus, Jesus revela Deus não tanto «falando sobre Ele, mas deixando-O transparecer, praticando-O, pondo-O em acto nas circunstâncias concretas da Sua vida».
Jesus é sobretudo aquele que nos mostra Deus. É Ele quem, como assinala S. João, no-Lo dá a conhecer (cf. Jo 1, 18). Quando fala de Deus, Jesus fala do Pai, fala d’Ele como Filho e fala do Espírito Santo. Dir-se-ia que o Pai é o Silêncio, o Filho é a Palavra e o Espírito Santo é o Encontro. É na escuta do Espírito que encontramos a Palavra de Jesus que nos desvenda o que, para nós, permanece em silêncio. A Trindade não é a soma das pessoas, é o sumo que as sustenta.
Sobre Deus, o Novo Testamento recorda uma verdade e oferece-nos uma enorme novidade. Deus é único, mas, sendo único, não é um. S. Paulo lembra que «há um só Deus»(Ef 4, 6). Acontece que o único Deus, que é «Pai de todos»(Ef 4, 6), é um com o Filho (cf. Jo 10, 30) e com o Espírito Santo (cf. Jo 14, 26). Não são três deuses, mas três pessoas da única divindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo têm a mesma substância, como confessa o Concílio de Niceia, e como tal são «adorados e glorificados», segundo a formulação do Primeiro Concílio de Constantinopla. Por tal motivo não damos só glória ao Pai nem damos mais glória ao Pai. Nós, cristãos, damos igual glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
C. Como dizer a Trindade?
5. Como entender tudo isto? Na Santíssima Trindade, como anotou Matias Schebeen, tocamos o mistério estrito («mysterium stricte dictum»). Seria mais fácil, como diz o Menino que apareceu a Sto. Agostinho, transportar toda a água do mar para um pequeno buraco na praia do que decifrar o mistério da Santíssima Trindade.
Apesar disso, os esforços prosseguiram. Apareceram não só os conceitos mais sofisticados, mas também as imagens mais criativas. Até à dança e ao riso se recorreu para explicar a Santíssima Trindade.
Entretanto, para vincar a eterna unidade na Trindade, o Mestre Eckhart socorre-se da analogia do riso: «O Pai ri para o Filho e o Filho ri para o Pai, e o riso gera prazer, e o prazer gera alegria, e a alegria gera amor».
D. Uma «explosão» anterior ao «big bang»
7. É, de facto, o amor que identifica Deus. É pelo amor que conseguiremos identificar Deus. Deus é amor no tempo, Deus é amor desde toda a eternidade (cf. 1Jo 4, 8.16). Deste modo, a única forma de conhecer Deus é amá-Lo. É por isso que, para falar de Deus, a razão não basta e as palavras não chegam. Acerca de Deus, só o amor é eloquente. Daí a conhecida máxima de Sto. Agostinho: «Se vês a caridade, vês a Trindade». Quem vive o amor, vive em Deus. Percebe-se, então, que o mesmo Sto. Agostinho tenha feito do amor a súmula da vida trinitária. Dizia ele que o Pai é o amante, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor. O Espírito Santo é precisamente o «vínculo do amor» («vinculum amoris») que une o Pai e o Filho.
À luz do amor, percebe-se melhor por que Deus, embora único, não é um. Diria que, se Deus fosse um, seria a solidão; se Deus fosse dois, haveria a separação (um é diferenciado do outro) e a exclusão (um não é o outro); mas Deus é três. O três evita a solidão, supera a separação e ultrapassa a exclusão. A Trindade significa a abertura, o acolhimento, a comunhão.
Em Deus, o amor é tão forte que não cabe em si e, portanto, «explode» na criação. Tal como cada obra tem as marcas do seu autor, o mundo criado por Deus contém sobejas marcas do Criador. A esta luz, o mundo está cheio de «vestígios da Trindade» («vestigia Trinitatis»), a começar pelo homem, verdadeira «imagem da Trindade» («imago Trinitatis»). Sendo o homem imagem e semelhança de Deus (cf. Gén 1, 26) e sendo Deus uma trindade, então o homem é imagem e semelhança da Trindade. É por isso que a realização por excelência da imagem e semelhança de Deus está na família. Hans Urs von Balthasar reconheceu que «a família é a mais expressiva imago Trinitatis inscrita na criatura». A família humana é a grande imagem da família divina. Cada família humana deve procurar viver à imagem da família divina.
E. Nem pessoa sem comunidade nem comunidade sem pessoa
9. Por aqui se vê como, ao contrário do que dizia Immanuel Kant, não é indiferente que Deus seja um ou que Deus seja três. No fundo, o mistério da Santíssima Trindade é, afinal, um mistério muito concreto, muito prático. Ele instaura um modelo de humanidade onde não há superiores nem inferiores.
A Santíssima Trindade constitui a alternativa mais consistente quer às pulsões individualistas, quer às derivas massificantes. Numa existência à imagem da Trindade, nem a pessoa se fecha à comunidade nem a comunidade se sobrepõe à pessoa. Numa existência à imagem da Trindade, cada pessoa está aberta à comunidade e a comunidade nunca pode deixar de estar aberta a cada pessoa.
É por isso que, seguindo a vontade expressa de Jesus, somos baptizados «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»(Mt 28, 19). É por isso que começamos — e terminamos — cada Eucaristia «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». Estamos, assim, tatuados para sempre pela unidade divina. Honremos esta unidade, crescendo na comunhão e fortalecendo a fraternidade. A melhor maneira de mostrar que somos filhos de Deus é respeitarmo-nos como irmãos!
Tudo passa neste mundo. O mundo é, ele mesmo, um veloz lugar de passagem.
Passam as vítimas, mas passam também os que vitimam. E, a longo prazo, a memória das vítimas persiste mais do que a crueldade dos que as vitimam.
D. Óscar Romero, talvez premonitório, assegurou: «Este mundo passa, somente permanece a alegria de ser vivido para nele implantar o Reino de Deus». Quanto ao resto, «passarão todos os boatos, todos os triunfos, todos os capitalismos egoístas e os falsos êxitos da vida. O que não passará é o amor, a coragem de reverter o dinheiro, os bens e a profissão ao serviço dos outros, a felicidade de compartilhar e de sentir todos os seres humanos como irmãos»!
No trabalho, a competência é fundamental. Mas a persistência é decisiva.
Henri Frédéric Amiel notou: «A inconstância deita tudo a perder na medida em que não deixa germinar nenhuma semente».
Muitas vezes, o que a competência tenta fazer a inconstância desfaz.
Uma certa calma dá alento à alma. É preciso dar tempo à semente!
Foi há 52 anos. Foi a 31 de Maio de 1963.
Nesse dia, morreu um dos lamecenses mais ilustres: o Dr. Alfredo de Sousa.
Foi deputado, ministro e presidente da câmara.
Muito do que esta cidade é hoje deve-se a ele.
O seu nome aparece numa rua. A sua figura não devia desaparecer da memória.
Além da obra, Alfredo de Sousa foi grande pela dignidade, pelo porte, pelo exemplo.
Vidas assim não prescrevem. Vidas assim são lições perenes. À espera de serem apre(e)ndidas!
Sendo três, Deus é comunhão, conjugação bela e articulação perfeita entre a unidade e a diversidade.
Deus é uma unidade diversa e uma diversidade una.
E se o Homem é imagem e semelhança de Deus, então a melhor maneira de realizar a proximidade com Deus passa pela construção da unidade e pelo respeito da diversidade.
Nada disto é um factum; tudo isto é um fieri.
Sejamos trinitários, triadocêntricos: unidos, amigos, irmãos!
Acerca de Deus, calar é uma necessidade, mas pode ser também uma tentação.
É óbvio que não temos recursos para falar de Deus. Qualquer palavra é humana. E o humano não pode dizer o divino. Mas também é verdade que só podemos chegar a Deus a partir de nós, a partir do Homem. Pelo que o impensável tem de ser pensado e o indizível tem de ser dito. Com as suas limitações, sem dúvida, mas também com as suas possibilidades.
O conhecimento de Deus estriba, pois, na vivência. O conceito vem a seguir. Conhece-se na medida em que se vive, se celebra, se adora, se testemunha e se ama. Quanto mais se vive, mais se conhece. O conhecimento vem pela vivência.
A Santíssima Trindade é, como sapientemente lembrava Matias Scheeben, o mysterium stricte dictum. Isto não quer dizer que seja inacessível. Temos acesso a Deus de muitas formas: pela Revelação, pelo Filho de Deus feito Homem, pela Vida, pela Fé, pelo Amor.
Deus está no Amor. Amar a Deus é conhecê-Lo. A melhor forma de conhecê-Lo. O resto virá por acréscimo. Inclusive o próprio conhecimento.
Foi há 52 anos. Foi a 31 de Maio de 1963.
Nesse dia, morreu um dos lamecenses mais ilustres: o Dr. Alfredo de Sousa.
Foi deputado, ministro e presidente da câmara.
Muito do que esta cidade é hoje deve-se a ele.
O seu nome aparece numa rua. A sua figura não devia desaparecer da memória.
Além da obra, Alfredo de Sousa foi grande pela dignidade, pelo porte, pelo exemplo.
Vidas assim não prescrevem. Vidas assim são lições perenes. À espera de serem apre(e)ndidas!
Hoje, 31 de Maio (Solenidade da Santíssima Trindade), é dia da Visitação de Nossa Senhora a Sta. Isabel, Nossa Senhora do Coração de Jesus, Nossa Senhora da Boa Nova e Sta. Petronila.
Um santo e abençoado dia pascal para todos!