O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 19 de Maio de 2015

D. Óscar Romero recusou todo o tipo de violência excepto uma: a «violência do amor».

Explicando: «Nós nunca pregamos a violência a não ser a violência do amor que deixou Cristo pregado numa cruz. Nós nunca pregamos a violência a não ser a violência que cada um de nós deve fazer a si mesmo para ultrapassar o egoísmo. A violência que nós pregamos não é a violência da espada, do ódio. É a violência do amor, da fraternidade, a violência que escolhe transformar as armas em foices para o trabalho»!

publicado por Theosfera às 16:12

Do apoio à causa dos pobres D. Óscar Romero exclui sempre todo e qualquer ressentimento.

Ele pedia aos poderosos que não o vissem como inimigo. «Sou apenas o pastor, o irmão, o amigo do seu povo, aquele que conhece o seu sofrimento, a sua fome e a sua aflição. Em nome das suas vozes, levanto a minha para dizer: não façais ídolos das vossas riquezas; não as reserveis para vós de uma forma que deixe os outros morrer de fome».

Às vítimas da opressão recomendava: «Sejamos firmes na defesa dos nossos direitos, mas façamo-lo com amor no coração. O amor é a vingança dos cristãos»!

publicado por Theosfera às 12:14

Antes de D. Óscar Romero ter sido morto, vários dos seus padres foram assassinados.

Foi triste. Mas, para ele, «mais triste seria se, num país onde estão a ser cometidos crimes tão horrendos, não encontrássemos sacerdotes entre as vítimas. Eles são o testemunho de uma Igreja encarnada nos problemas do seu povo».

Ele tinha muito presente que «o mundo dos pobres é que nos ensina onde é que a Igreja deve encarnar».

A perseguição contra os padres acontecia «devido à defesa dos pobres por parte da Igreja, por esta assumir o destino dos pobres».

Para dar a vida aos pobres, «tem de se dar da própria vida, tem de se dar até a própria vida».

Assim foi em El Salvador, na década de 1970. Assim tem sido em tantos locais e em tantas épocas!

publicado por Theosfera às 12:05

Para D. Óscar Romero, não havia dúvidas. Um sacerdote existe, antes de mais, para apontar caminhos.

Pode haver quem não goste. Pode haver quem agrida o sacerdote por causa dos caminhos que aponta. Mas, mesmo assim, não pode deixar de os apontar.

E, a propósito, costumava contar uma história.

Um beduíno guiava uma caravana pelo deserto.

As pessoas começaram a desesperar com a sede e a suspirar pela água. De cada vez que procuravam água, o beduíno dizia: «Aí não, ali». E assim se foi passando o tempo. Às tantas, os membros da caravana irritaram-se e mataram o beduíno. Quando este estava a morrer, estendeu a mão e disse pela última vez: «Aí não, ali».

Ou seja, morrer apontando o caminho!

publicado por Theosfera às 11:46

Mais que uma sucedânea de Jesus, a Igreja, para D. Óscar Romero, é a contínua presença do único Jesus: «A Igreja de Cristo tem de ser uma Igreja pascal, uma Igreja que existe para ser sinal e instrumento da Páscoa no mundo».

E fazia questão de precisar: «A Igreja não existe para si própria. A sua razão de ser é a mesma de Jesus: serviço a Deus para salvar o mundo»!

publicado por Theosfera às 11:35

Grande mérito de figuras como D. Óscar Romero foi o de olhar para os pobres não como indigentes, mas como cidadãos em plenitude.

Eles têm direito não somente a uma esmola, mas também a uma vida digna.

«O mundo dos pobres ensina-nos que a libertação só chegará quando os pobres não estiverem apenas no terminal de recepção de esmolas, mas quando eles próprios forem senhores e protagonistas da sua própria luta pela libertação».

Uma luta que, para o bispo-mártir, era obviamente pacífica. Como ele salvaguardava sempre, «o amor é a vingança dos cristãos»!

publicado por Theosfera às 11:23

«A tua Palavra é perdão e doçura,
a tua Palavra é instrução sagrada, ensinamento eterno;
é luz para iluminar, conselho para encorajar;
é voz de esperança, fogo que queima,
caminho, verdade, esplendor sublime,
vida...eternidade.
Mas o teu campo de batalha não é só o templo,
Tu percorres o mundo com a tua espada,
a cruz redentora, em riste.
E o troar dos canhões não te amedronta;
nem o entrechocar do aço, quando ouves a voz da Igreja a chamar-te seriamente com voz queixosa,
pois homens cruéis, com armas cruéis,
infligiram-lhe feridas de morte».
(assim era visto o sacerdote por D. Óscar Romero)

publicado por Theosfera às 11:12

 

  1. Existe violência em casa e na rua. Existe violência na escola e no estádio. Existe violência na comunicação social e nas redes sociais.

Existe violência política, violência social, violência racial, violência laboral. E, para nosso pesar, existe também violência religiosa.

 

  1. À partida, nada parece ser mais estranho à religião do que a violência.

Só que a vida ensina que, infelizmente, poucas coisas estarão tão entranhadas na religião como a violência.

 

  1. Nem toda a violência é religiosa. E nem toda a experiência religiosa é violenta.

Há muita violência fora da religião. E há muita experiência religiosa longe de qualquer violência.

 

  1. Tão-pouco podemos esquecer que há muita violência contra a religião.

Mas a verdade manda reconhecer que ainda subsiste muita violência na religião: entre as religiões e dentro de cada religião.

 

  1. Olhando para a história, notamos que nenhuma religião tem o monopólio das crueldades nem o exclusivo das suas vítimas.

Em todas as religiões, há causadores de violência e mártires da violência.

 

  1. Os próprios textos sagrados parecem abrir portas às posições mais contrastantes.

Tanto veiculam o «não matarás»(Ex 20, 13) como apresentam Deus como «valente guerreiro»(Ex 15, 3), «Senhor da guerra»(1Sam 17, 47), «Senhor dos exércitos»(Sal 46, 7) ou «herói da batalha»(Sal 24, 8).

 

  1. Estudos como os de René Girard apontam para a existência de uma estreita ligação entre violência e religião.

Segundo ele, a primitiva religião teria surgido da necessidade de transferir para uma transcendência a violência do mundo.

 

  1. A figura dos «irmãos inimigos» remonta aos começos.

Caim não suporta que Deus acolha a oferta de seu irmão Abel e não a sua. Por isso, inveja-o e mata-o (cf. Gén 4, 1-16).

 

  1. A violência não é um fenómeno especificamente religioso; é um elemento universalmente humano. Pelo que não seria a extinção da religião a garantir a extinção da violência.

A violência não acabou com a religião. Conseguirá a religião acabar com a violência?

 

  1. O importante será desligar definitivamente a transcendência da violência, encarando-a sempre como alternativa à violência. O caminho só pode ser a paz entre as religiões. E a pacificação dentro de cada religião.

Se nem toda a violência é religiosa, que nenhuma religião seja violenta. Que todas as religiões sejam — totalmente! — não-violentas.

 

 

publicado por Theosfera às 10:41

Aprendi a procurar respostas para as perguntas que a vida me foi colocando.

Habituei-me, entretanto, a deparar com perguntas para as respostas que a vida me ia dando.

A partir de certa altura do século passado, quem não exaltava a «dessacralização» de tudo? Afinal, tudo podia ser posto em causa.

Será, porém, que estamos melhor?

É sabido que existe uma associação, entranhada ao longo da história, entre a violência e o sagrado. Será, contudo, que a dessacralização da violência contribuiu para o fim da violência?

À violência sagrada ainda se podia escrutinar o motivo e perceber que nenhum motivo fazia sentido.

Só que as pessoas sempre podiam tomar algumas cautelas. Sempre sabiam donde podia advir a violência.

A dessacralização da violência (em linha com a «banalização do mal», de que falava Hannah Arendt) parece retirar a necessidade de qualquer motivo.

A violência pode disparar em qualquer momento. Não é preciso invocar motivos. Basta o mais leve pretexto.

Uma simples conversa pode desencadear uma espiral de violência. E depois da violência começar, nunca sabemos como vai acabar.

Só sabemos que nunca acaba bem!

publicado por Theosfera às 10:34

A opinião dos outros é obviamente para respeitar. Mas não pode servir para condicionar.

Como bem sinalizou Jack Kerouac, «não farão grandes coisas os que se deixarem levar por tendências, novidades e pela opinião geral».

Para mudar, é preciso não seguir a corrente!

publicado por Theosfera às 07:56

Amar a Deus é o segredo de tudo.

Dizia S. Crispim de Viterbo: «Quem ama a Deus com pureza de coração vive feliz e morre contente».

Até porque esse amor a Deus transborda (sempre) em mais amor pelo próximo!

publicado por Theosfera às 07:08

Hoje, 19 de Maio, as agendas litúrgicas assinalam a memória de S. Celestino V.

 

Trata-se de alguém que, muito a contragosto, aceitou ser Papa, mas que, pouco tempo depois, abdicou.

 

O que sempre me impressionou mais neste homem foi a humildade com que aceitou a missão e a humildade com que se retirou dela.

 

Pedro Celestino, eremita, nasceu em 1221 em Isenia, na província de Apulia.

 

Tendo apenas seis anos de idade, disse à mãe: «Mãe, quero ser um bom servo de Deus».

 

Depois de ter terminado os estudos, retirou-se para um ermo, onde viveu dez anos.

 

Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina.

 

Com licença do Abade, abandonou o convento, para continuar a vida de eremita. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, nome tirado do morro de Morone, no sopé do qual erigira a cela em que morava.

 

O tempo que passou naquele ermo foi uma época de grandes lutas e provações.

 

A paz e tranquilidade voltaram depois de Pedro ter confessado o estado de sua consciência a um sábio sacerdote.

 

Em 1251, fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majela. A virtude dos monges animou outros a seguir-lhes o exemplo.

 

O número dos religiosos, sob a direcção de Pedro, cresceu tanto que o superior, por uma inspiração divina, deu uma regra à nova ordem, chamada dos Celestinos.

 

Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leão IX, estendeu-se admiravelmente, e, ainda em vida do fundador, contava 36 conventos.

 

Com a morte de Nicolau V, em 1292, ficou a Igreja sem Papa.

 

Dois anos durou o conclave, sem que os cardeais chegassem a acordo.

 

Finalmente, a 5 de Julho de 1294, contra todas as expectativas, saiu eleito Pedro Morone.

 

Só que ao eremita faltavam por completo as qualidades indispensáveis para governar a Igreja, ainda mais num período tão crítico e difícil.

 

Os cardeais depressa viram que o eleito, em vez de ouvir os seus conselhos, preferia seguir os do rei e de alguns monges, ficando com isto seriamente afectados os interesses da Igreja.

 

O Pontífice, por sua vez, reconheceu que estava deslocado e depressa abdicou (13-12-1294).

 

Bonifácio VIII, seu sucessor, foi interpelado por muitos, que chegaram a declarar não justificada, e sem efeito a abdicação de Celestino, e ilegal a eleição de Bonifácio.

 

Para afastar o perigo de um cisma, mandou fechar Celestino, até à morte, no castelo Fumone.

 

Pedro sujeitou-se a esta medida coerciva e passou dez meses, por assim dizer, na prisão.

 

Por uma graça divina foi conhecedor do dia da sua morte, que predisse com toda a exactidão.

 

Tendo recebido os Santos Sacramentos, esperou a morte, deitado no chão. As últimas palavras que disse foram as do Salmo 150: «Todos os espíritos louvem ao Senhor».

 

Já em 1313 foi honrado com o título de Santo, pela canonização feita por Clemente V.

 

A Ordem dos Celestinos estendeu-se rapidamente pela Itália, França, Alemanha e Holanda.

 

Estimada pelos príncipes, teve em todos os países uma bela florescência, até à grande catástrofe religiosa na Alemanha e a Revolução Francesa.

 

Na Itália existem ainda poucos conventos da fundação de Pedro Celestino.

publicado por Theosfera às 00:03

Hoje, 19 de Maio, é dia de S. Celestino V, S. Clemente Ósimo, Sto. Agostinho de Tarano e S. Crsipim de Viterbo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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