O «Público» faz , hoje, 25 anos e, desde há 25 anos, passei a ser seu leitor diário.
Na altura, 5 de Março de 1990, estava em Lisboa e o jornal que costumava comprar («O Comércio do Porto»), chegava um pouco tarde à capital.
Como também comprava o «Expresso» e uma vez que foi deste jornal que partiram os principais artífices do «Público», passou a ser este o «meu» jornal.
Confesso que a fase em que o apreciei mais foi mesmo a primeira: no conteúdo e na forma.
Era um jornal muito bonito, atraente, convidativo.
Penso que, nos últimos tempos, a qualidade foi decaindo. Compreendo (e admiro) a necessidade de não estagnar e o imperativo de sobreviver. Mas o que tenho visto não me consegue cativar tanto.
Já pensei várias vezes em mudar de jornal, embora também procure ler outros, mas, invariavelmente, mantenho-me fiel ao «Público».
Nem sempre me revejo nos ângulos de análise e nos posicionamentos.Mas também é verdade que não temos de concordar para consumir.
Às vezes, é díficil aceitar algumas coisas. Mas lá vou continuando a conviver com o «Público».
Mesmo quando não há tempo para o ler ou mesmo quando o consulto na net, gosto de olhar para o lado e ver a edição de papel.
Um jornal acaba por ser uma companhia, mais que um informador.
Leio o «Público» da última para a primeira página. Leio-o cada vez mais depressa. Não tanto porque tenha mais que fazer. Mas sobretudo porque noto que ele tem cada vez menos para oferecer.
Esta edição de aniversário revela muito trabalho, mas é desmedidamente centrada num tema e bastante recentrada no próprio jornal.
Percebo a intenção, mas não era preciso.
Parabéns pelo aniversário. O jornal não estará bom. Mas os outros ainda não me convenceram de que estão melhor!