Afinal, uma vida tem preço? Qual é o preço de uma vida?
O absurdo das perguntas só é superado pelo contra-senso de algumas respostas.
Há dois mil anos, houve uma vida avaliada em 30 moedas (Mt 26, 15). Foi o preço acordado para que uma vida fosse eliminada.
Nos últimos dias, há várias vidas avaliadas em 42 mil euros. É o preço fixado para que tais vidas sejam salvas.
Havendo uma percepção clara da hierarquia de valores, não há lugar para qualquer hesitação.
Aprendemos, desde sempre, que uma única vida vale mais que todo o dinheiro do mundo.
Assim sendo, quando os dois valores estivessem em confronto, a opção deveria ser sempre pela vida.
Mais vale sacrificar o dinheiro pela vida do que a vida pelo dinheiro.
Só que nem sempre as palavras dos lábios estão em sintonia com as atitudes que se tomam.
É claro que é na vida que se ganha dinheiro. Mas é preocupante notar que se pretenda ganhar tanto dinheiro com a vida.
Dizem (embora, como é óbvio, não possa confirmar) que a produção do medicamento de que tanto se fala varia entre os 60 e os 120 euros.
Como entender que ele seja posto à venda por 42 mil euros?
Haverá muitas explicações plausíveis. Mas será que existe alguma justificação aceitável?
Uma coisa é pagar os custos. Outra coisa é alimentar o lucro.
Procuremos meditar e pôr as coisas no seu devido lugar.
Uma vida é uma vida. O seu valor está infinitamente acima de todos os valores!