Por estes dias, a Europa parece assistir a uma troca de bravatas e gravatas.
Dá a impressão de que há mais bravatas que gravatas.
Ontem mesmo, o primeiro-ministro de Itália ofereceu uma gravata ao primeiro-ministro da Grécia.
No plano simbólico, tratar-se-á de um subtil convite para que Atenas abandone a sua reiterada atitude de desalinho.
A Europa gostaria de uma Grécia mais alinhada, mais aprumada.
Como é sabido, os novos governantes gregos apresentam-se ostensivamente sem gravata.
Há imagens que incidem mais sobre o que (não) está no pescoço do que sobre o que vem dos lábios.
Temo que, no fundo, tudo isto se reduza a uma questão de pose, embora em sentido contrário.
Acontece que os problemas não se resolvem com gravatas a menos e bravatas a mais.
Tsipras terá prometido a Renzi que iria usar a gravata oferecida quando fosse encontrada uma solução para a Grécia.
Oxalá que ela não fique (des)arrumada eternamente num qualquer armário!