- A juventude entusiasma, mas também preocupa. Sentimos que há toda uma geração motivada pelo sonho, mas igualmente tolhida por muitos bloqueios.
Não podemos dar muito aos jovens. Mas, pelo menos, não deixemos de lhes dar esperança.
- Retenhamos estas palavras — imaginem! — de Elvis Presley: «Tudo o que os jovens precisam é de esperança e do sentimento de que pertencem a algo. Se eu pudesse fazer ou dizer alguma coisa que desse a eles este sentimento, eu acredito ter contribuído em algo para o mundo».
Como dizia Teilhard de Chardin, «o futuro pertencerá àqueles que derem ao mundo um pouco de esperança». Um pouco pelo menos. Um pouco de esperança já é muito.
- William Shakespeare vincou que «os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são».
O problema é que nem este mínimo está garantido. Há quem seja mestre na «arte» de enganar. E nem os mais inteligentes advertem o engodo.
- É possível enganar alguém durante algum tempo. Não é impossível enganar muita gente durante muito tempo.
Mas é completamente impossível enganar toda a gente durante todo o tempo.
- Não somos apenas aquilo que temos, aquilo que conseguimos, aquilo que realizamos. Somos também — e bastante — aquilo que não possuímos, aquilo que não alcançamos, aquilo que não obtivemos.
Se repararmos bem, estamos quase sempre a pensar naquilo que nos falta. O que nos falta é, assim, aquilo que mais nos acompanha. O que nos falta torna-se, portanto, paradoxal. Por um lado, esvazia-nos. Por outro lado, preenche-nos. Sufoca-nos?
- O mal está a tornar-se banal. Já ninguém se espanta com ele. Muitos até lhe asseguram cidadania. Não poucos até o publicitam, sobrevivendo à custa da sua divulgação.
Eis o maior cancro destes tempos sombrios: a banalidade do mal. Haverá pessoas luminosas que lhe ponham fim?
- A escola prepara para o teste e deve preparar sobretudo para a vida. É por isso que a educação é mais que o ensino. O conhecimento é fundamental, mas o comportamento é decisivo.
Alain anotou: «Os trabalhos de estudante são provas para o carácter e não para a inteligência. Seja ortografia, versão ou cálculo, trata-se de aprender a querer». Sem carácter, nem a inteligência consegue ser inteligente.
- A palavra depende da frase. A frase depende do texto. O texto depende do contexto. Tudo o que é dito revela sempre quem o diz.
Karl Kraus achava até que «as boas opiniões não têm valor. Depende de quem as tem». A mesma coisa afirmada por pessoas diferentes tem uma valoração distinta. Não basta invocar autoridade. É preciso revelar credibilidade. E a credibilidade não vem dos lábios. Vem da vida.
- Manhã, tarde, noite. Noite, manhã, tarde. Tarde, noite, manhã. Tão depressa se termina. Tão rapidamente se recomeça.
Montaigne tinha razão: «O mundo não passa de um balanço perene». Que, neste «balanceamento», nunca deixemos a verdade e que a paz nos possa visitar sempre.
- A vontade não consegue tudo, mas é fundamental para conseguir tudo. Já Alexandre Herculano dizia: «Querer é quase sempre poder: o que é excessivamente raro é o querer».
Queira querer. Hoje. Agora. Já!