O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2015

 

Na hora que passa, não carecemos apenas de homens inteligentes. Carecemos sobretudo de homens bons. Os quais, em boa verdade, são os mais inteligentes e os unicamente sábios (cf. Mt 11, 25).

Por toda a parte, notamos, diz Bartomeu Benassár, «uma ausência de sensibilidade humana, profunda, criativa, trémula, veraz, comovida»; uma «ausência de experiências essenciais humanas (e divinas) de gratidão e gratuidade».

 

publicado por Theosfera às 10:49

  1. Não é de agora a tendência para a loucura descer à terra, passeando-se pelo mundo e devorando vítimas em série.

Foi, sem dúvida, grande a loucura que Hitler semeou. Só uma loucura maior seria capaz de lhe pôr fim?

 

  1. Faz hoje 50 anos que morreu o maior obstáculo que Hitler encontrou.

Winston Churchill não se limitou a desafiar Adolf Hitler. Com muito menos meios, ousou enfrentá-lo com uma determinação quase a tocar a temeridade.

 

  1. No começo, poucos acreditavam nele. Foi a sua tenacidade que atraiu apoios e inverteu o rumo dos acontecimentos.

Não adianta conjecturar sobre como seria a História sem Winston Churchill. Seria muito diferente. E, seguramente, não estaria melhor.

 

  1. É bom não esquecer que, de certa forma, Adolf Hitler intentou unificar a Europa.

Era uma unificação que não provinha da vontade dos povos, mas da tresloucada ambição de um homem.

 

  1. Hitler preparou meticulosamente o seu plano e perseguiu obstinadamente os seus objectivos.

A vida para ele não contava. Foram muitas as vidas que, por causa dele, se perderam. Até a Europa foi dada como perdida, como (irremediavelmente) dominada.

 

  1. Houve, no entanto, quem não se submetesse. Mas como resistir?

Hitler podia recorrer à palavra da força ao passo que Churchill praticamente só dispunha da força da palavra. Mesmo assim, não vacilou.

 

  1. O combate entre a violência e a eloquência adivinhava-se excitante, embora aparentasse ter um vencedor antecipado.

A concretização do projecto de Hitler parecia inevitável. Já a realização do sonho de Churchill afigurava-se impossível.

 

  1. Inicialmente, pouco mais lhe restava do que a convicção.

Mas foi com ela que mostrou que mais importante do que saber se era possível triunfar era acreditar que era vital vencer.

 

  1. Não chegou a tempo de evitar milhões de mortes. Mas ainda foi a tempo de poupar milhões de vidas.

O povo não terá sido justo com Churchill, que perdeu as eleições depois de ter vencido a guerra. Mas, no fundo, talvez tenha sido a decisão mais sábia.

 

  1. Winston Churchill foi sobretudo o homem certo para aqueles tempos incertos.

Não se lhe podia cobrar mais. Afinal, que se pode exigir a quem ajudou o impossível a vencer o inevitável?

publicado por Theosfera às 00:06

Hoje, 21 de Janeiro (4º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de Sta. Inês e S. Pátroclo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

S. Sebastião deu a vida pela fé. Foi alvo de ódio por causa da fé e do amor a Cristo.

Hoje, ele continua a inspirar a nossa conduta.

 Há uma passagem do Concílio Vaticano II pouco conhecida (Lumen Gentium, 8), mas que muito me tem feito pensar.

 Diz que Cristo salvou o mundo pela pobreza e pela perseguição. E acrescenta que é pela pobreza e perseguição que seguimos o Senhor.

Os mártires assim o mostram. E o nosso testemunho assim o há-de demonstrar.

Enzo Bianchi alerta que a humanidade precisa mais de testemunhos do que de depoimentos.

Testemunha em grego diz-se martyr. E já Sto. Agostinho assinalava que caminhamos nesta vida entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus.

Os santos são os maiores mestres e os únicos heróis.

publicado por Theosfera às 05:44

Hoje, S. Sebastião. Amanhã, Sta. Inês. Depois de amanhã, S. Vicente.
Três dias, três mártires.
Para ser mártir, é preciso haver amor. Mas, por estranho que pareça, é preciso também haver ódio.
É incrível, mas é mesmo verdade. Sem ódio, não há martírio.
O «odium fidei» é a condição para alguém ser declarado mártir....
Estamos, pois, diante de uma mistura explosiva e, ainda por cima, dificilmente explicável.
Como é que o ódio se manifesta, regra geral, contra quem mais ama?
A fé está cheia de mistérios. E a vida não o está menos...

publicado por Theosfera às 03:41

Hoje, 20 de Janeiro (3º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de S. Fabião, S. Sebastião (padroeiro principal da Diocese de Lamego), Sto. Eustóquio Calafato e S. José Freinademetz.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

O problema do terrorismo não se limita às suas causas.

Não são apenas os seus causadores que nele intervêm. As suas muitas vítimas também são obrigadas a participar nele.

E os que pretendem pôr-lhe um fim também (ainda que involuntariamente) acabam por contribuir para a sua perpetuação.

Cada acto leva a outro acto, e não necessariamente melhor que o anterior.

Percebe-se, pois, a recomendação de Noam Chomsky: «Toda a gente está preocupada com o terrorismo. Bem, há uma maneira muito fácil: parem de participar nele».

Tão fácil de dizer. Mas, pelos vistos, tão difícil de fazer.

Quando terminará esta escalada?

publicado por Theosfera às 09:31

O medo não está nas situações. Está nas pessoas.

Stendhal observou: «O medo nunca está no perigo, mas em nós».

O mesmo se pode dizer da coragem. A coragem também está nas pessoas e não nos acontecimentos.

É isso que faz toda a diferença.

Há pessoas que recuam ao menor perigo. E há pessoas que avançam mesmo na maior tormenta.

Uns dirão que é temeridade, quiçá loucura.

Outros notarão que se trata de audácia, porventura de heroísmo!

publicado por Theosfera às 09:25

As palavras, em si, valerão pouco. O que as faz valer é a intensidade (e a intencionalidade) de quem as usa.

C. Porta notou: «As palavras de uma língua, caro senhor Gorelli, / são uma paleta de cores, / que tanto podem fazer o quadro feio, como podem fazê-lo belo, / segundo a mestria do pintor»!

publicado por Theosfera às 09:21

Lamentamos que acções que muito nos custaram sejam pouco apreciadas.

E espantamo-nos quando vemos valorizar actos que não envolveram qualquer esforço.

Já o Padre António Vieira se apercebeu: «Das obras grandes ou pequenas, das acções generosas ou vis, cada um traz na própria cabeça a verdadeira medida».

A justiça está, quase sempre, ausente destes critérios. Paciência!

publicado por Theosfera às 09:19

Hoje, 19 de Janeiro (2º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de S. Germânico, S. Canuto, S. Mário, S. Tiago Sales e seus Companheiros e S. Marcelo Spínola Maestre.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 18 de Janeiro de 2015

Neste momento de louvor
— de louvor porque estamos em Eucaristia
e de louvor porque, dentro da Eucaristia, estamos em acção de graças —
nós Te bendizemos, Senhor,
por esta tocante celebração
que, mais uma vez, presencializa a Tua presença no mundo,
que, mais uma vez, actualiza a Tua entrega na história
e que, mais uma vez, sinaliza o Teu imenso amor no coração de cada homem.

Mas não queremos, Senhor,
que a Eucaristia seja um momento com princípio e fim.
Queremos, sim, que a Eucaristia envolva toda a nossa vida:
do princípio até ao fim.
Queremos que a Missa gere Missão,
modelando todas as fibras do nosso interior
e lubrificando todas as vértebras da nossa alma.
Por conseguinte, que à Eucaristia sacramental suceda sempre a Eucaristia existencial,
para que nada no nosso ser fique à margem desta grande celebração.

Neste dia, o nosso coração entoa um canto de louvor a Ti, Pai,
que, pelo Teu Filho e pelo Teu Espírito,
nos tocas permanentemente
como se fossem as Tuas mãos delicadas a afagar-nos com carícias etéreas.


Faz de nós testemunhas do Evangelho,
com a mesma intrepidez,
com igual disponibilidade
e sobretudo com idêntica generosidade.


Que nos disponhamos a ser pão
que os outros possam comer.
Que o «ide em paz» ressoe, para nós,
não como uma despedida,
mas como um incessante envio.

Que, pelo nosso testemunho e pela nossa humildade,
todos tenham acesso ao Pão da Vida,
ao Pão do Amor,
ao Pão da Solidariedade,
ao Pão da Paz e da Esperança,
ao Pão que és Tu, Senhor,
e que, através de nós,

chegue ao mundo inteiro!

publicado por Theosfera às 10:45

Acho que era Sartre que dizia que «o dinheiro não tem ideias».

É grave. Mas pior é sentir que as ideias não têm dinheiro.

E, por este andar, o cruzamento nunca se concretiza.

O dinheiro continua sem ideias e as ideias continuam sem dinheiro!

publicado por Theosfera às 06:00

A. Deus também é peregrino do homem

  1. Deus vem. Deus fala. Deus permanece. Vem, fala e permanece desde o princípio. Deus, em Si mesmo, é um mistério de presença, de comunicação e de encontro. É certo que esta clareza nem sempre anula toda a obscuridade. Todos nós passamos longamente pelas «noites de espírito» de S. João da Cruz e de Samuel. Nem sempre estamos em nós quando Deus vem até nós. Ou talvez estejamos demasiado em nós quando Ele vem até nós.

Muito se tem falado, nos últimos tempos, no suposto silêncio de Deus. São, de facto, muitas as vezes em que Deus parece (sublinho: parece) estar em silêncio. Mas será Deus que não fala ou não seremos nós que temos dificuldade em escutar? Deus será mesmo silencioso ou não estará a ser por nós silenciado? Neste caso, talvez fosse preferível falar não tanto de silêncio de Deus, mas de silenciamento de Deus.

 

  1. O problema é que a atenção de Deus esbarra, quase sempre, com a desatenção do homem. Como reconheceu Eberhard Jungel, o nosso Deus é um «Deus falante» e, mais concretamente, um «Deus chamante». Kierkegaard notou que Deus fala até quando Se cala. E como era bom que nos habituássemos a escutar a força comunicativa de Deus na história. Deus vem sempre e nunca deixa de falar.

Deus vem quando estamos acordados e vem para nos acordar quando, como sucedeu a Samuel, estamos a dormir (cf. 1Sam 5, 3). Deus é o despertador da sonolência em que, tantas vezes, nos deixamos cair. Deus bate à nossa porta e chama (cf. Ap 3, 20). Quando procuramos Deus, verificamos que já Deus nos tinha procurado. Quando vamos ao encontro de Deus, notamos que já Deus tinha vindo ao nosso encontro. No fundo, não é apenas o homem que se torna peregrino de Deus. Deus também Se torna peregrino do homem.

 

B. Que espaço damos a Deus?

 

3. Como reconheceu Sto. Agostinho, Deus é mais íntimo a nós do que nós mesmos. E com Sto. Agostinho, cada um de nós pode rezar: «Que eu me conheça, Senhor, como por Ti sou conhecido». De facto, é em Deus que nos conhecemos, é em Deus que sabemos quem somos.

Na peregrinação que faz pela interioridade humana, Deus não desiste. Deus persiste. Deus é persistente. Como aconteceu com Samuel, também junto de nós Deus chama uma vez, chama duas vezes, chama três vezes, enfim, chama-nos sempre. Nesta procura, não devemos ter medo de pedir ajuda e não devemos hesitar em oferecer ajuda. Samuel recorreu à ajuda de Eli e Eli não sonegou a sua ajuda a Samuel. Deus serve-Se do homem para chegar ao próprio homem. Como notou Edward Schillebeeckx, «o homem é a palavra de que Deus Se serve para escrever a Sua história». De dia ou de noite, importa estar sempre atento, sempre disponível. Um crente não pode ter as portas fechadas. As portas de um crente têm de estar sempre abertas. Aliás, a Bíblia assegura que a porta da fé está sempre aberta, sempre acessível (cf. Act 14, 27).

 

  1. A história da salvação não está sobreposta à história da humanidade. A história da salvação acontece na história da humanidade. Como alertou Xavier Zubiri, nem sequer é preciso instalar Deus dentro do homem porque Deus já lá está instalado. É urgente acolher esta presença que está em nós e escutar esta voz que se faz ouvir dentro de nós. O primeiro passo é deixar Deus falar: «Falai, Senhor, que o Vosso servo escuta»(1Sam 3, 9).

Hoje, as pessoas sentem necessidade de falar, mas não têm grande vontade de escutar. Como todos estão ocupados a falar, como há-de haver tempo para ouvir e disponibilidade para escutar? Resultado: nunca se falou tanto, nunca se terá comunicado tão pouco. Que espaço damos nós a Deus? Que oportunidades estamos dispostos a dar a Deus?

 

C. O primeiro passo: escutar

 

5. A escuta é a primeira atitude do servidor. A oração é o grande alento — e o principal alimento — da missão. Como pode falar de Deus quem não está habituado a escutar Deus? Como pode fazer a vontade de Deus quem não conhece a vontade de Deus?

A missão de Samuel nasceu da oração de Samuel, da escuta de Samuel. Os nossos lábios até repetem muitas vezes «seja feita a Vossa vontade»(Mt 6, 10). Mas até que ponto nos disponibilizamos como o salmista: «Aqui estou, Senhor, para fazer a Vossa vontade»(Sal 40, 7)?

 

  1. O nosso fazer é a epifania do nosso ser. E o nosso fazer revela que o nosso ser ainda está muito cheio de nós. O nosso ser ainda permanece muito «egocentrado», muito «ego-sentado». Precisamos de converter o nosso ser para transformar o nosso fazer. É preciso que estejamos mais à escuta e mais alerta. A oração não é um desperdício, é um investimento, um poderoso — e precioso — investimento. É na oração que aprendemos a não agir em nosso nome, mas em nome de Deus.

O Deus que vem e que fala é também um Deus que mostra, um Deus que Se mostra. Jesus é a mostração de Deus. Muitos já tinham escutado Deus, mas ainda ninguém O tinha visto (cf. Jo 1, 18). Jesus é Aquele que deixa ver Deus. Por isso, ao ver passar Jesus, João Baptista faz como Eli: encaminha para Jesus, o «Cordeiro de Deus»(Jo 1, 36). Dois dos discípulos de João seguem logo Jesus e querem entrar imediatamente na Sua intimidade.

 

D. Deus não Se fecha a quem se abre

 

7. Encontramos aqui o núcleo do conceito de discípulo. Discípulo é mais que aluno. Aluno é aquele que ouve o mestre; discípulo é aquele que vive com o mestre. Daí a preocupação de Jesus em escolher doze para andarem com Ele, para viverem com Ele (cf. Mc 3, 14). Estes dois discípulos de João querem conhecer a morada de Jesus como passaporte para conhecerem a vida de Jesus. Entrar na morada de alguém é entrar na vida desse alguém.

Deus nunca Se fecha a quem se abre. Os discípulos perguntam: «Mestre, onde moras?»(Jo 1, 38). E Jesus responde de imediato: «Vinde ver»(Jo 1, 39). Abrir as portas da casa é abrir as portas da vida. Ficar com Jesus é ficar com Deus. Daí o uso de um verbo que é típico de S. João: o verbo «permanecer». Em Jesus, Deus permanece em nós e nós permanecemos em Deus. Na Última Ceia, Jesus insiste: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós»(Jo 15, 5). Jesus é o definitivo de Deus para nós, pelo que permanecer em Jesus é permanecer em Deus: quem está com Jesus está com Deus (cf. Jo 14, 9).

 

  1. O Tempo Comum é o tempo para estar com Jesus e o tempo para, em Jesus, estar com Deus. Sucede que o novo corpo de Jesus tem o nome de Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós somos membros. A Igreja é a morada de Jesus hoje. Foi Ele quem o garantiu: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»(Mt 28, 20). Pertencer à Igreja não é fazer parte de uma organização qualquer. A Igreja não tem luz própria nem vida específica. A luz da Igreja é Cristo. A vida da Igreja só pode ser Cristo. Pelo que pertencer à Igreja é pertencer a Cristo. E, neste sentido, convidar as pessoas para pertencer à Igreja é convidar as pessoas para pertencer a Cristo.

Foi, aliás, o que fez André, um dos dois discípulos de João que seguiu Jesus. Apesar do relativo adiantado da hora — eram quatro horas da tarde —, foi logo ter com seu irmão Simão e trouxe-o até Jesus (cf. Jo 1, 42). E é tal o impacto do encontro de Jesus com Simão que até o nome é mudado para Cefas, que quer dizer Pedro (cf. Jo 1, 42). Nasce assim uma pessoa nova, prenúncio da missão totalmente nova que iria ter num tempo, também ele, inteiramente novo.

 

E. Nunca em «part-time», sempre em «full-time»

 

9. A missão é, fundamentalmente, isto: quem se deixa encontrar por Jesus é chamado a levar outros até Jesus. Tal é o segredo na Nova Evangelização: sair para levar outros a entrar. Temos de ter consciência de que há muitos que nunca entraram e de que há bastantes que, entretanto, foram abandonando. Temos de ir ao encontro de todos.

Ninguém é obrigado a vir. Mas nós temos a obrigação de ir. Não vamos impor, vamos propor. A evangelização é uma proposta que anela por uma resposta. A proposta tem de chegar a todos: aos de perto, que tantas vezes se sentem longe, e aos longe que anseiam ficar mais perto.

 

  1. S. Paulo indica que a evangelização não pode ser feita de qualquer maneira. Afinal, a evangelização é para todos, mas não é para tudo. S. Paulo convida os cristãos a viverem de uma forma consentânea com o chamamento que Deus lhes fez. Um discípulo não pode sê-lo em «part-time», mas sempre em «full-time». Tal como Deus não Se dá parcialmente, mas inteiramente, também nós somos chamados a dar-nos não parcialmente, mas inteiramente.

O nosso corpo também é para Deus e não para a imoralidade (cf. 1Cor 6, 13). Pelo Baptismo, o cristão forma um único corpo com Cristo. O nosso corpo já não é nosso, pertence a Cristo, é «templo do Espírito Santo»(1Cor 6, 19). A vida de um cristão tem de respirar Cristo, tem de saber a Cristo. Se a nossa vida não souber a Cristo, as nossas palavras não atrairão para Cristo. Não tenhamos medo de nos entregar totalmente a Cristo. Quem por Cristo se perde nunca se perderá. E a todos conquistará!

 

publicado por Theosfera às 05:47

Hoje, 18 de Janeiro (2º Domingo do Tempo Comum e 1º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de Sta. Margarida da Hungria, S. Liberto ou Leobardo, Sta. Prisca ou Priscilla e S. Jaime Cosán.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 17 de Janeiro de 2015

Os outros são violentos. Mas será que nós somos totalmente pacíficos?

Às vezes, penso que a violência não se extinguiu, mas transferiu-se de campo.

A violência entre nós pode não ser tanto violência física. Mas a violência psicológica, tecida de medos, chantagens e ameaças, está em crescendo.

Oh se não está!

publicado por Theosfera às 12:23

No reino das aparências, a máxima de muitos é que não basta ser; é preciso sobretudo parecer. E aparecer.

É claro que só temos acesso ao que aparece. Mas a experiência ensina que, sem sermos desconfiados, temos de estar (permanentemente) atentos.

Como vincou Maurice Duverger, «nada é o que parece, há sempre algo por detrás das aparências».

E há um momento em que o que está por detrás se chega à frente.

O problema é que, nessa altura, a sensação não costuma ser muito boa!

publicado por Theosfera às 12:06

A violência é, quase sempre, um disfarce do medo. Agride-se o outro por receio dele.

É neste sentido que Umberto Eco recomenda: «É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós».

O problema é que, nesta transumância dos medos, há muita gente inocente que cai.

Aliás, os excessos acabam por conduzir ao mesmo resultado que os défices: afastamento.

Um défice traduz uma ausência, mas o excesso leva à repulsa.

O fundamentalismo não faz nada pela causa das religiões: provoca repulsa e conduz ao afastamento.

Tal fundamentalismo até pode invocar o santo nome de Deus. Mas mostra sempre uma profunda ausência de Deus.

O nome de Deus é paz. Sempre paz!

publicado por Theosfera às 11:55

Antão, que veneramos como santo, seria facilmente acusado, hoje em dia, de ser um excêntrico, alguém que fugia dos outros e fechado em si mesmo.

Era importante que, olhando para o exemplo deste asceta solitário, reafirmássemos o nosso amor pela liberdade de cada um.

A humanidade não é uniforme. Ela é uma sinfonia polifónica.

Deus está em todas as consciências. Não há um só caminho nem uma única visão.

A vida em comunidade é fecunda e profundamente bela. Mas não podemos estigmatizar quem opta pela solidão. Que, no fundo, acaba por ser uma solidão habitada.

Antão foi autêntico. Não seguiu a corrente. Benditos os que ousam.

publicado por Theosfera às 00:29

Hoje, 17 de Janeiro, é dia de Sto. Antão e Sta. Rosalina de Villeneuve.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015

Foram muitos os erros que Winston Churchill cometeu. Mas parece que aprendeu com eles.

Na hora em que não podia errar, acertou.

De facto e como ele próprio reconheceu, «a vida dá lições que só se dão uma vez». Mas tais lições têm de ser aprendidas para sempre.

O mundo não ficou perfeito depois de Churchill. Mas é inquestionável que ficou bastante melhor.

Pelo menos, ficou mais livre!

publicado por Theosfera às 10:45

Espanta-me o dogmatismo dos que contestam os dogmas.

Aflige-me a incoerência dos que se dizem coerentes.

Perturba-me uma certa tirania dos que excelsam a liberdade.

E confesso que me assusta a intolerância dos que se apresentam como tolerantes.

Não há nenhum direito a matar, ponto. Mas existirá algum direito a ofender?

Uma liberdade com limites é liberdade? Claro que é. Aliás, haverá algo humano que seja ilimitado?

Não deixa de ser curioso que pessoas que negam o divino se arroguem um estatuto que só está ao alcance da divindade.

Mas deixemos Deus de lado. E, deixando Deus de lado, facilmente concordaremos com Alberto Caeiro: «O que não tem limites não existe. Existir é haver outra coisa qualquer, e portanto cada coisa ser limitada».

Existir é viver dentro de limites, é ser livre dentro de limites.

Penaliza-me que não queiramos perceber o que aconteceu em Paris.

Há mais de 200 anos, aquando do terramoto, Voltaire indignava-se porque se morria em Lisboa e se dançava em Paris.

Agora, mata-se em Paris e parece que teimamos em continuar a assobiar para o lado.

Algo tem de mudar. Alguém tem de mudar. E não apenas os outros!

publicado por Theosfera às 10:35

Não é só as pessoas que se reformam.

Há palavras que parecem também reformar-se. Mas algumas fazem falta. Não por elas, mas pelo que indicam para além delas.

Hoje, quase não se fala de piedade. Se calhar, já nem imaginamos um novo papa Pio.

Acontece que, como já dizia León Tolstoi, «a piedade é uma das mais preciosas faculdades da alma humana».

É pena que a piedade esteja ausente dos lábios.

É triste que a piedade esteja ausente da vida!

publicado por Theosfera às 10:19

Hoje, 16 de Janeiro, é dia de S. Berardo e seus Companheiros, S. Marcelo e S. José Vaz.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

Nem toda a sementeira dá boa colheita. Às vezes, nem colheita dá.

A tarefa mais nobre na vida é educar.

Educar é o completamento de gerar.

A missão dos pais não se esgota em gerar. O corolário da sua tarefa consiste em educar.

Há muitos pais que se empenham e se esmeram.

Quando o resultado é bom, sentem-se compensados. Quando o resultado é desolador, ficam apavorados.

Jean Antoine Petit-Senn resumia tudo nesta afirmação: «Segundo a educação que recebem, os filhos tornam-se para os pais uma recompensa ou um castigo».

A tendência, por vezes, é para se autoflagelarem: «Em que falhamos?»

Às vezes, não falharam.

Fizeram tudo o que puderam. Mas nem sempre os resultados dependem (só) de nós!

publicado por Theosfera às 11:31

É cada vez mais urgente habituarmo-nos a olhar para a vida (também) com os olhos dos outros.

Há cada vez mais gente nas margens ou, como diz Thomas Halik, nas «franjas».

Há cada vez mais gente nas franjas do mundo e nas franjas da fé.

Jesus esteve sempre próximo dos distantes, como Zaqueu. E Maria já tinha entrevisto esta «revolução» ao anunciar que Deus «derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes»(Lc 1, 52).

Esta é, sem dúvida e para nosso espanto, uma linguagem completamente revolucionária. Mas Deus também enviou o Seu Filho para tudo transformar.

Não espanta, por isso, que o referido Thomas Halik ponha nos lábios de Jesus esta síntese das Bem-Aventuranças: «Bem-Aventurados sois vós, os que estais nas franjas, pois ficareis no centro, no coração»!

publicado por Theosfera às 11:13

Quando pensamos e planificamos a Nova Evangelização, a nossa determinação parece esbarrar não no «que», mas no «como».

Todos sabemos o «que» dizer e o «que» fazer. Mas todos parecemos claudicar no «como». Como fazer?

Sentimos que muitas das nossas atitudes afastam e que muitas das nossas palavras também não cativam.

Thomas Merton, que muito falou e escreveu sobre Cristo, confidenciou antes de morrer: «Aquilo que devemos fazer hoje não é tanto falar de Cristo, mas deixar que Ele viva em nós, de tal modo que as pessoas possam encontrá-Lo ao sentir como Ele vive em nós».

Que, pelo menos, não afastemos. Que não afastemos Cristo das pessoas. Que não afastemos as pessoas de Cristo.

Já não será pouco!

publicado por Theosfera às 10:58

Quando meditamos, a sério e a fundo, na paixão e na morte de Jesus, facilmente nos apercebemos do que é a solidão total.

Os amigos adormecem, o Pai parece que Se ausenta.

Pelo menos, é essa a experiência que Jesus faz e que, afinal, corresponde à experiência que tantas vezes fazemos: a abandono de Deus e a indiferença dos amigos.

François Mauriac verteu esta percepção quando escreveu: «O Filho do Homem tornou-Se um pêndulo entre o torpor do homem e a ausência d Deus; entre o Pai ausente e o amigo adormecido».

Quem não passa por situações destas? Mas, como percebeu Sto. Agostinho, «é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente (re)começa».

É a partir da profundidade que se sobe. Custa bater no fundo, experimentar a rejeição e a indiferença.

Mas é aí que notamos que Aquele que aparentemente Se ausenta está maximamente presente.

Deus é assim: quanto mais Se esconde mais Se revela!

publicado por Theosfera às 10:45

De vez em quando era bom que nos fixássemos no que não sabemos sobre Deus.

De facto, até o que d'Ele sabemos surpreende completamente o que acharíamos normal saber.

Alguém de condição divina fazer-se homem, sofrer e morrer é algo que rebenta com os pressupostos que temos sobre Deus.

Era neste sentido que o Mestre Eckhart pedia a Deus que o livrasse de «Deus», isto é, dos conceitos que abundam sobre Deus.

Afinal, Deus é muito diferente do que aquilo que presumimos saber acerca d'Ele.

Aliás, a Bíblia já nos previne quando afirma que Deus fez das trevas a Sua morada, uma morada rodeada por nuvens (cf. Sal 18, 11).

Daí que o despojamento seja a atitude mais inteligente e clarificadora.

Joseph Moingt acha que «a única maneira de Deus existir para nós, na nossa linguagem e no nosso mundo, é se O deixarmos existir como Deus».

Por vezes, é importante pousar as palavras que transportarmos e escutar a Palavra que, lá no fundo, nos habita!

publicado por Theosfera às 10:33

Ressalvo que não uso «católicos» em sentido confessional, mas em sentido metafísico, aquele que provém de Aristóteles.

A alternativa que se depara à humanidade é clara nestes tempos obscuros.

Ou vemos as coisas na sua totalidade (tal é o sentido originário de «católico»: «kat'ollón», segundo o todo), ou afogamo-nos na desordem, no caos.

Para haver ordem, harmonia e paz, não podemos ser unilaterais, olhando apenas para nós e para o nosso. Urge ir ao encontro dos outros.

Não é fácil, sem dúvida. Mas é decisivo.

Caso contrário, a história continua a ser um pasto de morte. Italo Calvino notava: «Toda a história não é mais do que uma infinita catástrofe da qual tentamos sair o melhor possível».

Só olhando para os outros, poderemos vencer a catástrofe.

Ou ganhamos todos. Ou perderemos tudo!

publicado por Theosfera às 10:16

Verdadeiramente, não nascemos quando chegamos ao mundo.

Só nascemos verdadeiramente quando descobrimos um sentido para a nossa vida no mundo.

Marguerite Yourcenar notou: «O nosso verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar de inteligência sobre nós próprios».

Como precisamos desse olhar inteligente, desse olhar lúcido, desse olhar luminoso!

publicado por Theosfera às 10:14

Ressalvo que não uso «católicos» em sentido confessional, mas em sentido metafísico, aquele que provém de Aristóteles.

A alternativa que se depara à humanidade é clara nestes tempos obscuros.

Ou vemos as coisas na sua totalidade (tal é o sentido originário de «católico»: «kat'ollón», segundo o todo), ou afogamo-nos na desordem, no caos.

Para haver ordem, harmonia e paz, não podemos ser unilaterais, olhando apenas para nós e para o nosso. Urge ir ao encontro dos outros.

Não é fácil, sem dúvida. Mas é decisivo.

Caso contrário, a história continua a ser um pasto de morte. Italo Calvino notava: «Toda a história não é mais do que uma infinita catástrofe da qual tentamos sair o melhor possível».

Só olhando para os outros, poderemos vencer a catástrofe.

Ou ganhamos todos. Ou perderemos tudo!

publicado por Theosfera às 10:09

O problema já não é só a doença. É também (e cada vez mais) o desconhecimento da doença como doença.

Júlia Kristeva, talvez pessimista mas com deveras pertinência, chama a atenção para o desacompanhamento das novas novas gerações.

Quem acompanha os adolescentes? Quem lhes oferece a possibilidade de fazer algum serviço pelos outros?

«Uma parte cai na indiferença, outros precipitam-se no mal radical, outros ainda caminham para a autodestruição através da toxicodependência, das doenças psicossomáticas e de outras enfermidades. Enfim, estes jovens não conhecem a diferença entre o bem e o mal, entre o eu e o tu, entre o que sou e o que é o outro. Não respeitam os outros nem se respeitam a eles. Por isso, tornam-se presas fáceis dos extremismos violentos».

Há muito para reflectir. Há muito para inflectir!

publicado por Theosfera às 09:54

Tudo o que é grande começou por ser pequeno.

Assim reza a sabedoria grega. E, facto, basta olhar para o mundo e para nós.

Tudo é pequeno nos seus começos. Pena é que só reparemos nos efeitos grandes dos começos pequenos.

Muslah-Al-Din-Saadi apercebeu-se, há séculos, de que, «no mundo, a tirania e a injustiça começam por uma coisa infinitamente pequena».

Muita atenção, pois. É que se não houver atenção, haverá...atentados!

publicado por Theosfera às 09:46

Era bom que a liberdade de expressão não fosse esquecida quando se mandam retirar presépios de espaços públicos.

E seria importante que o dever da manifestação não esquecesse tantos cristãos (e, no fundo, tantos cidadãos) que são barbaramente assassinados.

A coerência deve ser o padrão maior da justiça. Já o esquecimento é, afinal, uma forma de injustiça!

publicado por Theosfera às 06:51

Hoje, 15 de Janeiro, é dia de Sto. Amaro, S. Plácido, S. Luís Variara, Sto. Arnaldo Jansen, S. Paulo Ermita, S. Remígio e S. Macário o antigo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015

São muitas as vezes em que damos conta de que, quando encontramos Deus, foi Deus que nos encontrou primeiro.

Afinal e como notou Mestre Eckhart, «o olhar com que vemos Deus é o mesmo olhar com que Deus nos vê a Deus a nós»!

publicado por Theosfera às 12:31

O homem é, decididamente, um ser religioso.

Seja pela via da afirmação (teísmo), da negação (ateísmo) ou da impossibilidade de dizer seja o que for (agnosticismo), o ser humano está sempre a tomar posição sobre Deus.

São conhecidos os monoteísmos e os politeísmos. Também não são desconhecidos os animismos.

Mas, se repararmos bem, nos últimos tempos vai emergindo uma nova «religião».

Trata-se do «algoísmo», designação que Thomas Halik propõe para enquadrar tantos que, não acreditando em Deus, dizem acreditar em «algo».

Segundo eles, tem de haver «algo» acima de nós.

Neste «algo» que muitos referem cabe «Alguém» que muitos outros invocam.

Afinal, Deus é único. Os Seus nomes é que são múltiplos.

E até do «algoísmo» se poderá chegar à fé!

publicado por Theosfera às 12:24

Enquanto uns se submeteram a Hitler, enquanto outros cooperaram com Hitler e enquanto outros ainda se limitaram a resistir a Hitler, Winston Churchill achou que era possível vencer Hitler.

No início, talvez nem ele soubesse como. Mas a sua determinação alterou o decurso dos acontecimentos.

Não podemos estacionar no passado, mas é fundamental olhar para o passado.

Como Churchill avisou, quando o presente não olha para o passado, compromete o futuro!

publicado por Theosfera às 10:42

Há quem diga a palavra é uma invenção do diabo para o homem esconder o que pensa.

Não é, seguramente, invenção do diabo, mas pode ter um uso diabólico.

Muitas são, de facto, as vezes em que a palavra serve não para revelar, mas para esconder o pensamento. O pensamento e o sentimento.

A solução não é a desconfiança, mas a atenção.

Muita atenção ao que se diz. Muito cuidado com o que se ouve dizer!

publicado por Theosfera às 10:24

Hoje, 14 de Janeiro, é dia de S. Félix de Nola, Sta. Macrina a Antiga e S. Pedro Donders.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2015

Vida difícil a de Santo Hilário de Poitiers, cuja memória hoje ocorre.

Retenho dele uma frase que sempre me marcou: «Permaneçamos desterrados contanto que permaneçamos na verdade».

publicado por Theosfera às 10:45

  1. Conviver nunca foi fácil. Está, porém, a tornar-se cada vez mais difícil.

Não tem sido pacífica a convivência fora de casa. E está a ser vez mais violenta a convivência dentro da própria casa.

 

  1. O mundo de cada casa não parece diferir muito da nossa casa comum que é o mundo. A única diferença é de escala.

Ninguém está totalmente seguro na rua. Mas alguém estará plenamente protegido em casa?

 

  1. Temos conseguido fazer da família um pequeno mundo. Mas não estamos a conseguir fazer do mundo uma grande família.

A família tem sido um espelho dos problemas que há no mundo. Infelizmente, o mundo não tem sido um retrato do espírito que devia prevalecer na família.

 

  1. Os desconhecidos são uma ameaça.

Mas, muitas vezes, os mais conhecidos também não se transformam num perigo?

 

  1. No mundo que se transfigurou em aldeia, foram encurtadas as distâncias entre lugares, mas têm crescido as distâncias entre pessoas.

As pessoas até estão perto, mas não se sentem próximas. Estão separadas por ideias e por interesses. As ideias não parecem coexistir e os interesses parecem conflituar cada vez mais.

 

  1. Às vezes, o único ponto de encontro entre as pessoas é a agressão, a eliminação, a morte.

O outro parece estar mais exposto ao disparo de uma arma do que a uma palavra de saudação.

 

  1. Nenhuma convivência subsiste sem um apurado sentido do outro.

Quando compreenderemos que, afinal, conviver também implica respeitar, aceitar e até ceder?

 

  1. É fundamental pensar na forma como o outro recebe o que eu digo e acolhe o que eu faço.

A esta luz, não é legítimo dizer tudo quanto nos apraz nem fazer tudo quanto nos apetece.

 

  1. Uma liberdade sem limites não sobrevive. Uma liberdade sem limites degenera num combate devorador entre liberdades que não admitem limitar-se.

Não se trata, como é óbvio, de advogar qualquer tipo de censura, mas de alertar para a necessidade do autodomínio, do bom senso e do respeito.

 

  1. Na vida, temos de aprender a conjugarmo-nos uns aos outros. A convivência é uma permanente «ars conjunctionis» (arte da conjugação).

Não podemos pensar numa cultura de direitos sem deveres. Só haverá paz quando os direitos de cada um forem efectivos deveres para todos.

publicado por Theosfera às 10:14

Uma invasão que provoca uma evasão.

De repente, a crise desapareceu e até os atentados são remetidos para uma segunda linha.

Desde ontem, o país foi acometido por mais uma dose de «Cristianolatria» e de «Ronaldomonismo».

Só que esta fuga da realidade não impede que a realidade se realize.

Será bom festejar. Mas é mais importante acordar!

publicado por Theosfera às 10:03

Vários dias e muitos mortos depois, parece que teimamos em não aprender.

Parece que ninguém quer mudar. Todos se mostram determinados a fazer o que sempre fizeram.

Uns vão continuar a provocar. Outros irão continuar a matar.

Alguma garantia de que a situação vá melhorar?

Meditemos!

publicado por Theosfera às 09:57

Hoje, 13 de Janeiro, é dia de Sto. Hilário de Poitiers (eminente Triadólogo e invocado contra as serpentes), S. Gumersindo e S. Serdieu.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 12 de Janeiro de 2015

O prémio atribuído a Cristiano Ronaldo encerra alguns ensinamentos. Descontando, pois, a compreensível euforia de momentos como este, destacaria sobretudo duas importantes lições.

 

Em primeiro lugar, fica provado que Portugal é terra de excelência. Há portugueses que ombreiam com os melhores e que são capazes de ser, inclusive, os primeiros na sua profissão.

 

Num universo tão competitivo como o futebol profissional, dá que pensar ver como o melhor nasceu neste nosso país. E repare-se que foi necessário singularizar a partir de um leque vastíssimo onde a competência é muita e a competição bastante.

 

Ser o melhor e ser português é, por isso, uma conjugação que nos deve encher de alegria. Numa altura em que a nossa auto-estima está a cair, faz bem olhar para estes fenómenos. Também em Portugal é possível emergir o que há de melhor.

 

Em segundo lugar (e, talvez, este dado contraste com o anterior), fica a ideia de que o português, para singrar, tem de sair.

 

Se Cristiano Ronaldo não tivesse saído do Sporting, alguma vez obteria o mesmo reconhecimento? O talento seria o mesmo, mas a projecção seria igual?

 

Diga-se o mesmo de Luís Figo. Também ele é português. Também ele foi considerado o melhor do mundo. Mas, para isso, também ele teve de sair de Portugal.

 

Especulativamente, podemos conjecturar. Se o Sporting, além de formar óptimos jogadores, tivesse condições de os segurar, onde não estaria ele? Se ao talento formativo aliasse capacidade financeira, não estaríamos em presença de um potencial dominador do futebol europeu? Já viram o que seria uma equipa com Cristiano Ronaldo, Quaresma, Simão, Futre, Figo, etc.?

 

Se pensarmos bem, é o que se passa em vários domínios. Eduardo Lourenço é português, mas vive fora de Portugal. António Damásio é português, mas afirmou-se longe de Portugal. D. José Saraiva Martins idem.

 

Portugal é capaz de produzir o que há de melhor. Mas só quando se sai de Portugal é que o reconhecimento chega. Seremos melhores lá fora? Teremos de sair para ser?

 

Fatalidade? Não quero crer. Realidade? Sim. Realidade que importa estudar e urge superar.

 

Fica claro que Portugal é terra de excelência. Que nos falta para conseguirmos cá dentro o que obtemos lá fora?

publicado por Theosfera às 23:04

É preciso haver morte para juntar tanta gente em defesa da vida?
É preciso haver violência para juntar tanta gente em defesa da paz?

publicado por Theosfera às 09:50

A ofensa, por si, já é uma forma de violência.

E, atenção, a ofensa não pode ser vista apenas pelo lado do ofensor.

Uma pessoa pode alegar que não teve intenção de ofender. E, no entanto, pode haver quem, mesmo assim, se sinta ofendido.

Mas nenhuma ofensa legitima outra ofensa. Nenhuma ofensa legitima a violência.

Matar nunca pode ser a resposta à ofensa.

As sociedades livres têm meios de dirimir estas questões.

E as pessoas têm de se habituar a pensar mais nos outros.

publicado por Theosfera às 09:45

Cuidado, muito cuidado com o que andamos a fazer à liberdade.

Tanto a excelsamos que até corremos o risco de a destruir.

Hoje em dia, propende-se a olhar para tudo pelo (único) prisma do eu.

É mais uma sequela da «cegueira individualista» que nos contamina.

Daí que se arrogue o exercício de uma liberdade sem freio e sem filtro.

Uns dizem tudo o que lhes apraz, mesmo que ofendam os outros. Outros fazem tudo o que lhes apetece, mesmo que matem os outros.

Bom seria atender ao que nos legou Nélson Mandela: «Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros».

Pensar nos outros não mitiga a liberdade de cada um.

A liberdade de cada um é nobremente ampliada no convívio com a liberdade de todos!

publicado por Theosfera às 09:38

A arte vê-se em coisas pequenas.

Daí que, antes de mais, seja necessário possuir um olhar.

Álvaro Corrado percebeu: «A arte não é outra coisa senão a força de sugestão de um detalhe».

Fazer arte e apreciar arte depende, acima de tudo, da arte de olhar.

Olhar o detalhe é determinante!

publicado por Theosfera às 09:30

Muita falta faz, hoje em dia, a moderação.

Radicais não são apenas determinados desportos. Há quem queira ser radical na vida.

O problema é que há decisões radicais sem retorno. Daí que urja aprender a nobilitante arte da moderação.

Alfred Montapert aconselha: «Aprender a ser moderado é a essência do bom senso e da verdadeira sabedoria. No entanto o homem consegue descobrir processos e desenvolver métodos de fuga à moderação»!

publicado por Theosfera às 09:26

Aprender é para sempre. Mas quanto mais cedo se começar, melhor.

Shakespeare avisa: «Quem cedo e bem aprende, tarde ou nunca esquece. Quem negligencia as manifestações de amizade, acaba por perder esse sentimento»!

publicado por Theosfera às 09:22

Hoje, 12 de Janeiro, é dia de S. Modesto, S. João de Ravena, S. Bento Biscop, Sto. António Maria Pucci e Sta. Margarida de Bourgeoys.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 11 de Janeiro de 2015

Senhor Deus,
que nos enviaste o Filho e o Espírito,
torna-nos solícitos ao Teu envio permanente e ao Teu convite constante.

Enche-nos coma Tua força
e preenche-nos sobretudo com o Teu amor.

A Maria, nossa Mãe,
espelho e exemplo da Igreja,
pedimos a coragem da persistência
e a serenidade da determinação.
Que Ela nos ensine a escutar
e a fazer tudo o que Seu Filho nos diz.

Que Nossa Senhora dos Remédios
nos ajude a conjugar, como ela,
o verbo «dar», o verbo «servir», o verbo «amar».

Senhor Deus,
Tu que és Pai, Tu que és Pão, Tu que és Paz,
dá-nos a intensidade dos começos,
faz de nós apóstolos da Tua presença.
Que esta missão nunca termine
E que nunca deixemos de escutar a Tua voz que nos manda partir,
sabendo que estás sempre ao nosso lado
e sentindo que nunca deixas de estar dentro de nós!
Obrigado, Senhor,
por, também hoje, Te apresentares no meio de nós,
por, também hoje, nos ajudares a vencer as nossas perturbações.

Obrigado, Senhor, pela paz que nos dás,
pela paz que és Tu,
pela paz que chega ao mundo inteiro.

publicado por Theosfera às 11:13

Hoje, 11 de Janeiro (Festa do Baptismo do Senhor), é dia de Sto. Higino e S. Vital.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 10 de Janeiro de 2015

Muito se fala, por estes dias, de blasfémia: da sua proibição de outrora e da sua crescente permissão de agora.

Era bom que, serenamente, se pensasse.

«Blasfémia» significa basicamente dizer mal. Curiosamente, o contrário de «blasfémia» é «eufémia», dizer bem.

É verdade que nem sempre se pode dizer bem. Mas não será altura de parar um pouco de dizer mal?

Enfim, precisamos mais de «eufémia» do que de «blasfémia»!

publicado por Theosfera às 11:44

A vida ensina-nos é importante optar e fundamental saber conjugar.

A liberdade é decisiva. Mas sem justiça estilhaça-se.

Albert Camus percebeu o essencial: «Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo».

Na hora que passa, estaremos a acertar em alguma coisa?

publicado por Theosfera às 11:19

No mínimo, devíamos ser mais cautelosos. E, se possível, um pouco mais coerentes.

É preciso olhar a liberdade também pelo lado dos outros. Ou será que a «cegueira individualista» nos está a contaminar, impedindo-nos de ver para lá de nós?

Há quem defenda uma concepção tão ilimitada da liberdade que nem sequer equaciona a possibilidade de outros defenderem o mesmo.

Uns não põem limites ao que dizem, outros não colocam limites ao que fazem.

Nem tudo se pode prever nesta vida. Mas há muita coisa na vida que é demasiado previsível.

publicado por Theosfera às 11:13

Ele há coisas que não se explicam.

Neste dia 10 de Janeiro, há quatro anos, passei ao lado da Gráfica de Lamego, mas não precisava de comprar nada.

Resolvi, no entanto, entrar só para cumprimentar as pessoas que lá trabalhavam.

Ao fim daquele mesmo dia, vim a saber que o senhor António Mendes Guerra tinha falecido.

Mais um homem bom e um bom amigo que partiu.

Tive a certeza de que Deus logo o recebeu, pressurosamente.

Ficou, porém, uma saudade imensa.

publicado por Theosfera às 11:02

mais sobre mim
pesquisar
 
Janeiro 2015
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3

4
5
6
7
8
9





Últ. comentários
Sublimes palavras Dr. João Teixeira. Maravilhosa h...
E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
hora
Relogio com Javascript

blogs SAPO


Universidade de Aveiro