Em contraciclo com o ambiente encomiástico que prevalece nesta altura, não falta quem faça vincar o lado menos positivo de Winston Churchill.
Aliás, o próprio nunca escondeu os seus defeitos nem ocultou as suas debilidades.
O que ele disse de muitas pessoas e de muitos povos é totalmente indefensável.
Os erros que cometeu, ao longo da sua carreira, foram mais que muitos.
Em condições normais, nunca ascenderia à chefia de governo. Dentro do seu próprio partido, suscitava inúmeras desconfianças.
Mas, quanto a mim, tudo isto só faz aumentar o seu mérito. Churchil foi o homem certo para aqueles tempos incertos.
Em 1940, poucos eram os que acreditavam poder vir a deter os avanços de Hitler.
O máximo que consideravam possível era resistir. Vencer parecia ser uma possibilidade fora do alcance.
Daí que Churchill fosse visto como um visionário, sem grande credibilidade.
Não se tratava propriamente de um pacifista, mas os seus créditos nas batalhas também não o abonavam.
E, no entanto, foi ele quem viu primeiro e agiu melhor.
Viu antes de todos o que estava em causa e foi capaz de reunir um conjunto de apoios que muitos consideravam improvável.
E é assim que não só a este homem, mas sobretudo a este homem, o mundo fica a dever a paz e a liberdade.
Como ele próprio disse, «nunca tantos deveram tanto a tão poucos».
A dívida que a humanidade tem para com Churchill é enorme. Afinal, um homem cheio de defeitos também pode ter algumas qualidades!