O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2015

 

Nos últimos dias, reacendeu-se certamente em nós uma inquietação que nos acompanha desde há muito.

Que andamos a fazer? Que andamos a fazer ao homem e que andamos a fazer a Deus?

Não penso só no que aconteceu em Paris. Penso também — e bastante — no muito que aconteceu antes de Paris e no muito que está a acontecer depois de Paris.

Em Paris, foram mortas quase duas dezenas de pessoas. Antes de Paris e depois de Paris, foram mortas dezenas, centenas e até milhares de pessoas.

Nem as crianças são poupadas. Até as crianças são mortas e até as crianças são obrigadas a matar.

Quem se preocupa com o que se está a passar na Nigéria, no Iémen, no Paquistão, enfim nesta nossa aldeia que se chama mundo?

Quem se levanta em nome de tantos cristãos que são assassinados só por serem cristãos?

Quem ergue a voz em nome de tantas crianças que são chacinadas só por andarem na escola?

Como é possível que seres humanos sejam tão pouco humanos? Como é possível que seres humanos sejam tão desumanos?

E como é possível que esta desumanidade seja promovida em nome de Deus?

Temos de perceber que, além dos que vivem sem Deus, há muitos que, como notou Hans Urs von Balthasar, teimam em viver de costas voltadas para Deus.

Deus não é o que, muitas vezes, pensamos d'Ele.

Deixemos que Deus seja Deus. Façamos como Samuel e digamos: «Falai, Senhor, que o Vosso servo escuta»(1 Sam 3, 9).

Deixemos que Deus fale. E, como os primeiros discípulos, procuremos entrar na habitação de Deus, na Sua intimidade.

Notaremos que Deus é muito diferente daquilo que dizemos sobre Ele.

Não olhemos só para Deus a partir de nós. Olhemos para nós a partir de Deus, à luz de Deus.

Em suma, não distorçamos a divindade de Deus. E não desistamos de melhorar a humanidade dos homens!

 

publicado por Theosfera às 22:27

O anonimato é como uma folha em branco. Cada um pode escrever o que lhe aprouver.

O anónimo pode querer defender-se. Mas pode querer também atacar sem fundamento.

O problema é que as pessoas tendem a dar crédito e, pelo menos, admitem a possibilidade: «E se for verdade?» Mas se é verdade, porque é que não se assume tudo com clareza?

Neste aspecto, creio que o conselho de Trajano, há quase dois mil anos, continua a ser válido: «Quanto às denúncias anónimas, não têm qualquer valor em nenhuma acusação, pois constituem um exemplo detestável e não são dignas do nosso tempo».

Não são dignas de nenhum tempo!

publicado por Theosfera às 22:19

O cristianismo costuma ser criticado por ser antigo.

Mas o cristianismo também já foi censurado por ser novo. Veja-se a tomada de posição do filósofo Porfírio no século III.

Ao fim e ao cabo, o cristianismo está no mundo para desassossegar.

A missão de servir envolve sempre o risco de desagradar.

O Mestre já alertara que não é bom quando todos dizem bem (cf. Lc 6, 28).

O cristianismo deve respeitar todas as épocas, sem se diluir em nenhuma.

A sua mensagem é para todos. O seu critério é o de sempre: o Evangelho!

publicado por Theosfera às 22:00

Se a Igreja deve ser perita em alguma coisa — lembrou Paulo VI — é precisamente em humanidade.

O futuro — vislumbra Bartomeu Bennássar — «há-de levar-nos a crer no homem, na humanidade, no Deus humaníssimo do Evangelho de Jesus».

publicado por Theosfera às 10:50

 

Na hora que passa, não carecemos apenas de homens inteligentes. Carecemos sobretudo de homens bons. Os quais, em boa verdade, são os mais inteligentes e os unicamente sábios (cf. Mt 11, 25).

Por toda a parte, notamos, diz Bartomeu Benassár, «uma ausência de sensibilidade humana, profunda, criativa, trémula, veraz, comovida»; uma «ausência de experiências essenciais humanas (e divinas) de gratidão e gratuidade».

 

publicado por Theosfera às 10:49

  1. Não é de agora a tendência para a loucura descer à terra, passeando-se pelo mundo e devorando vítimas em série.

Foi, sem dúvida, grande a loucura que Hitler semeou. Só uma loucura maior seria capaz de lhe pôr fim?

 

  1. Faz hoje 50 anos que morreu o maior obstáculo que Hitler encontrou.

Winston Churchill não se limitou a desafiar Adolf Hitler. Com muito menos meios, ousou enfrentá-lo com uma determinação quase a tocar a temeridade.

 

  1. No começo, poucos acreditavam nele. Foi a sua tenacidade que atraiu apoios e inverteu o rumo dos acontecimentos.

Não adianta conjecturar sobre como seria a História sem Winston Churchill. Seria muito diferente. E, seguramente, não estaria melhor.

 

  1. É bom não esquecer que, de certa forma, Adolf Hitler intentou unificar a Europa.

Era uma unificação que não provinha da vontade dos povos, mas da tresloucada ambição de um homem.

 

  1. Hitler preparou meticulosamente o seu plano e perseguiu obstinadamente os seus objectivos.

A vida para ele não contava. Foram muitas as vidas que, por causa dele, se perderam. Até a Europa foi dada como perdida, como (irremediavelmente) dominada.

 

  1. Houve, no entanto, quem não se submetesse. Mas como resistir?

Hitler podia recorrer à palavra da força ao passo que Churchill praticamente só dispunha da força da palavra. Mesmo assim, não vacilou.

 

  1. O combate entre a violência e a eloquência adivinhava-se excitante, embora aparentasse ter um vencedor antecipado.

A concretização do projecto de Hitler parecia inevitável. Já a realização do sonho de Churchill afigurava-se impossível.

 

  1. Inicialmente, pouco mais lhe restava do que a convicção.

Mas foi com ela que mostrou que mais importante do que saber se era possível triunfar era acreditar que era vital vencer.

 

  1. Não chegou a tempo de evitar milhões de mortes. Mas ainda foi a tempo de poupar milhões de vidas.

O povo não terá sido justo com Churchill, que perdeu as eleições depois de ter vencido a guerra. Mas, no fundo, talvez tenha sido a decisão mais sábia.

 

  1. Winston Churchill foi sobretudo o homem certo para aqueles tempos incertos.

Não se lhe podia cobrar mais. Afinal, que se pode exigir a quem ajudou o impossível a vencer o inevitável?

publicado por Theosfera às 00:06

Hoje, 21 de Janeiro (4º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos), é dia de Sta. Inês e S. Pátroclo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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