O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

Nem toda a sementeira dá boa colheita. Às vezes, nem colheita dá.

A tarefa mais nobre na vida é educar.

Educar é o completamento de gerar.

A missão dos pais não se esgota em gerar. O corolário da sua tarefa consiste em educar.

Há muitos pais que se empenham e se esmeram.

Quando o resultado é bom, sentem-se compensados. Quando o resultado é desolador, ficam apavorados.

Jean Antoine Petit-Senn resumia tudo nesta afirmação: «Segundo a educação que recebem, os filhos tornam-se para os pais uma recompensa ou um castigo».

A tendência, por vezes, é para se autoflagelarem: «Em que falhamos?»

Às vezes, não falharam.

Fizeram tudo o que puderam. Mas nem sempre os resultados dependem (só) de nós!

publicado por Theosfera às 11:31

É cada vez mais urgente habituarmo-nos a olhar para a vida (também) com os olhos dos outros.

Há cada vez mais gente nas margens ou, como diz Thomas Halik, nas «franjas».

Há cada vez mais gente nas franjas do mundo e nas franjas da fé.

Jesus esteve sempre próximo dos distantes, como Zaqueu. E Maria já tinha entrevisto esta «revolução» ao anunciar que Deus «derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes»(Lc 1, 52).

Esta é, sem dúvida e para nosso espanto, uma linguagem completamente revolucionária. Mas Deus também enviou o Seu Filho para tudo transformar.

Não espanta, por isso, que o referido Thomas Halik ponha nos lábios de Jesus esta síntese das Bem-Aventuranças: «Bem-Aventurados sois vós, os que estais nas franjas, pois ficareis no centro, no coração»!

publicado por Theosfera às 11:13

Quando pensamos e planificamos a Nova Evangelização, a nossa determinação parece esbarrar não no «que», mas no «como».

Todos sabemos o «que» dizer e o «que» fazer. Mas todos parecemos claudicar no «como». Como fazer?

Sentimos que muitas das nossas atitudes afastam e que muitas das nossas palavras também não cativam.

Thomas Merton, que muito falou e escreveu sobre Cristo, confidenciou antes de morrer: «Aquilo que devemos fazer hoje não é tanto falar de Cristo, mas deixar que Ele viva em nós, de tal modo que as pessoas possam encontrá-Lo ao sentir como Ele vive em nós».

Que, pelo menos, não afastemos. Que não afastemos Cristo das pessoas. Que não afastemos as pessoas de Cristo.

Já não será pouco!

publicado por Theosfera às 10:58

Quando meditamos, a sério e a fundo, na paixão e na morte de Jesus, facilmente nos apercebemos do que é a solidão total.

Os amigos adormecem, o Pai parece que Se ausenta.

Pelo menos, é essa a experiência que Jesus faz e que, afinal, corresponde à experiência que tantas vezes fazemos: a abandono de Deus e a indiferença dos amigos.

François Mauriac verteu esta percepção quando escreveu: «O Filho do Homem tornou-Se um pêndulo entre o torpor do homem e a ausência d Deus; entre o Pai ausente e o amigo adormecido».

Quem não passa por situações destas? Mas, como percebeu Sto. Agostinho, «é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente (re)começa».

É a partir da profundidade que se sobe. Custa bater no fundo, experimentar a rejeição e a indiferença.

Mas é aí que notamos que Aquele que aparentemente Se ausenta está maximamente presente.

Deus é assim: quanto mais Se esconde mais Se revela!

publicado por Theosfera às 10:45

De vez em quando era bom que nos fixássemos no que não sabemos sobre Deus.

De facto, até o que d'Ele sabemos surpreende completamente o que acharíamos normal saber.

Alguém de condição divina fazer-se homem, sofrer e morrer é algo que rebenta com os pressupostos que temos sobre Deus.

Era neste sentido que o Mestre Eckhart pedia a Deus que o livrasse de «Deus», isto é, dos conceitos que abundam sobre Deus.

Afinal, Deus é muito diferente do que aquilo que presumimos saber acerca d'Ele.

Aliás, a Bíblia já nos previne quando afirma que Deus fez das trevas a Sua morada, uma morada rodeada por nuvens (cf. Sal 18, 11).

Daí que o despojamento seja a atitude mais inteligente e clarificadora.

Joseph Moingt acha que «a única maneira de Deus existir para nós, na nossa linguagem e no nosso mundo, é se O deixarmos existir como Deus».

Por vezes, é importante pousar as palavras que transportarmos e escutar a Palavra que, lá no fundo, nos habita!

publicado por Theosfera às 10:33

Ressalvo que não uso «católicos» em sentido confessional, mas em sentido metafísico, aquele que provém de Aristóteles.

A alternativa que se depara à humanidade é clara nestes tempos obscuros.

Ou vemos as coisas na sua totalidade (tal é o sentido originário de «católico»: «kat'ollón», segundo o todo), ou afogamo-nos na desordem, no caos.

Para haver ordem, harmonia e paz, não podemos ser unilaterais, olhando apenas para nós e para o nosso. Urge ir ao encontro dos outros.

Não é fácil, sem dúvida. Mas é decisivo.

Caso contrário, a história continua a ser um pasto de morte. Italo Calvino notava: «Toda a história não é mais do que uma infinita catástrofe da qual tentamos sair o melhor possível».

Só olhando para os outros, poderemos vencer a catástrofe.

Ou ganhamos todos. Ou perderemos tudo!

publicado por Theosfera às 10:16

Verdadeiramente, não nascemos quando chegamos ao mundo.

Só nascemos verdadeiramente quando descobrimos um sentido para a nossa vida no mundo.

Marguerite Yourcenar notou: «O nosso verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar de inteligência sobre nós próprios».

Como precisamos desse olhar inteligente, desse olhar lúcido, desse olhar luminoso!

publicado por Theosfera às 10:14

Ressalvo que não uso «católicos» em sentido confessional, mas em sentido metafísico, aquele que provém de Aristóteles.

A alternativa que se depara à humanidade é clara nestes tempos obscuros.

Ou vemos as coisas na sua totalidade (tal é o sentido originário de «católico»: «kat'ollón», segundo o todo), ou afogamo-nos na desordem, no caos.

Para haver ordem, harmonia e paz, não podemos ser unilaterais, olhando apenas para nós e para o nosso. Urge ir ao encontro dos outros.

Não é fácil, sem dúvida. Mas é decisivo.

Caso contrário, a história continua a ser um pasto de morte. Italo Calvino notava: «Toda a história não é mais do que uma infinita catástrofe da qual tentamos sair o melhor possível».

Só olhando para os outros, poderemos vencer a catástrofe.

Ou ganhamos todos. Ou perderemos tudo!

publicado por Theosfera às 10:09

O problema já não é só a doença. É também (e cada vez mais) o desconhecimento da doença como doença.

Júlia Kristeva, talvez pessimista mas com deveras pertinência, chama a atenção para o desacompanhamento das novas novas gerações.

Quem acompanha os adolescentes? Quem lhes oferece a possibilidade de fazer algum serviço pelos outros?

«Uma parte cai na indiferença, outros precipitam-se no mal radical, outros ainda caminham para a autodestruição através da toxicodependência, das doenças psicossomáticas e de outras enfermidades. Enfim, estes jovens não conhecem a diferença entre o bem e o mal, entre o eu e o tu, entre o que sou e o que é o outro. Não respeitam os outros nem se respeitam a eles. Por isso, tornam-se presas fáceis dos extremismos violentos».

Há muito para reflectir. Há muito para inflectir!

publicado por Theosfera às 09:54

Tudo o que é grande começou por ser pequeno.

Assim reza a sabedoria grega. E, facto, basta olhar para o mundo e para nós.

Tudo é pequeno nos seus começos. Pena é que só reparemos nos efeitos grandes dos começos pequenos.

Muslah-Al-Din-Saadi apercebeu-se, há séculos, de que, «no mundo, a tirania e a injustiça começam por uma coisa infinitamente pequena».

Muita atenção, pois. É que se não houver atenção, haverá...atentados!

publicado por Theosfera às 09:46

Era bom que a liberdade de expressão não fosse esquecida quando se mandam retirar presépios de espaços públicos.

E seria importante que o dever da manifestação não esquecesse tantos cristãos (e, no fundo, tantos cidadãos) que são barbaramente assassinados.

A coerência deve ser o padrão maior da justiça. Já o esquecimento é, afinal, uma forma de injustiça!

publicado por Theosfera às 06:51

Hoje, 15 de Janeiro, é dia de Sto. Amaro, S. Plácido, S. Luís Variara, Sto. Arnaldo Jansen, S. Paulo Ermita, S. Remígio e S. Macário o antigo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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