O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 27 de Novembro de 2014

«Toda a decadência se caracteriza por se saber demasiadas coisas e nenhuma a fundo».

Assim escreveu (magnificamente) Xavier Zubiri. Há mais de 70 anos!

publicado por Theosfera às 10:36

Precisamos de padres para manter o que já existe, mas precisamos sobretudo de padres para antecipar o que há-de existir.

Precisamos, pois, de padres que façam e que ajudem a fazer quem faz.

Precisamos de padres conferentes, mas também (e cada vez mais) de padres confidentes.

Precisamos de padres para alimentar a chama e de padres para atear o fogo.

Precisamos de padres que inquietem consciências e que pacifiquem corações.

Precisamos de padres que limpem lágrimas e aliviem dores.

Precisamos de padres que caminhem à frente e de padres que aceitem apoiar na retaguarda.

Precisamos de padres que falem bem e de padres que escutem melhor.

Precisamos do padre do templo e do padre no tempo.

Precisamos do padre desassombrado e do padre humilde.

Precisamos, no fundo, do padre que está aí e do padre que está para vir.

publicado por Theosfera às 10:34

Tem o cristianismo uma estrutural orientação escatológica. Ele é conduzido pelo último (éschaton) e marcado pelas coisas últimas (éschata).

A Eucaristia actualiza o passado (mistério pascal) e presencializa o futuro (parusia). Tem, por isso, não só uma dimensão anamnética como ostenta também uma dimensão proléptica.

O último já está inscrito no tempo. Falta apenas a consumação. Mas o Senhor Jesus quer envolver-nos na sua preparação e antecipação.

Daí que o tempo não deva ser apenas o que antecede o eterno. Há-de ser, acima de tudo, o que constrói o eterno.

Ora, se a eternidade é a felicidade plena, o tempo não pode ser a infelicidade total. Também não será a felicidade perene. Mas terá de ser sempre um vislumbre, uma construção, um crescimento.

Deus não quer que sejamos felizes apenas depois. Ele quer a nossa felicidade já, agora.

publicado por Theosfera às 10:28

Sacramento é um acto de Cristo oferecido num acto da Igreja. É assim que se posiciona Edward Schillebeeckx. Para ele, sacramento «é um acto de salvação pessoal do próprio Cristo celeste na forma de manifestação visível de um acto funcional da Igreja».

Por isso, o sacramento por excelência (o ursakrament-sacramento raiz, expressão de Otto Semelroth) é Jesus Cristo. É claro que Jesus é muito mais que um sinal. Como vinca Yves Congar, Ele é «a epifania, a manifestação, a presença reveladora de Deus». A Igreja «é sacramento da salvação, mas em virtude da sua união com Cristo, inteiramente a partir d'Ele e por Ele».

Ou seja, «Cristo e a Igreja são portadores da salvação em condições diferentes: Cristo é mediador como chefe e fonte; a Igreja não é senão um mistério desta mediação de Cristo».

É curioso notar como, uns vinte anos antes do Concílio, Pio XII, que não usa ainda a palavra sacramento aplicada à Igreja, aponta praticamente a mesma ideia que o Vaticano II vai veicular: «A Igreja é o instrumento do Verbo encarnado na distribuição dos frutos da Redenção, um instrumento que nunca faltará».

publicado por Theosfera às 10:22

Deus não é evidente, costumamos dizer. Mas será mesmo que não o é?

Onde estará a dificuldade? Será que Deus que não é evidente em relação a nós? Ou não seremos nós que, muitas vezes, não somos videntes em relação a Deus?

Será Deus que não Se deixa ver? Ou seremos nós que não conseguimos (ou não queremos) vê-Lo?

Porque é que muitos dizem que O vêem e outros não? A Sagrada Escritura mostra-nos que um dos verbos estruturantes da fé é precisamente o verbo ver.

A questão estriba na forma como aplicamos o ver. Não se vê Deus como se vê o sol, embora Deus possa ser visto a partir do sol (analogia entis).

Deus não está ao lado, mas no fundo das coisas. Mesmo em relação a estas, nem sempre vemos de igual maneira. Napoleão terá dito, um dia, aos seus Homens: «Todos olham para onde eu olho e ninguém vê o que eu vejo».

Se Deus não fosse evidente como é que a Bíblia falaria de tantos encontros com Deus? Do que se trata é de uma evidência própria, especial, única.

Ele deixou-nos uns óculos para O podermos ver: os óculos da fé (ocula fidei). Quem quiser pode usá-los.

 

publicado por Theosfera às 10:18

O conhecido teólogo Juan Martín Velasco partilha da opinião de que «o cristão de hoje ou é místico ou, muito provavelmente, não poderá ser cristão».

Isto significa, segundo ele, que o cristianismo carece de uma reconfiguração: «Há um cristianismo que se vai derrubando à nossa vista»: o cristianismo de massas vai dando lugar a um cristianismo da pessoa.

Nesta nova forma de ser crente, a mística impõe-se não como um exclusivo de uns poucos eleitos, mas como a raiz da religião para todos. Neste sentido, a mística «não consiste necessariamente em levitações, visões ou estigmas, mas na experiência pessoal da fé». Isto não quer dizer que não possa haver «místicos mais elevados».

Em qualquer caso, a mística sobressai como uma necessidade, um imperativo, uma urgência: «À crise de Deus só se pode responder com a paixão por Deus». Na actualidade, o teólogo dá conta da existência «de uma notável sede de transcendência e de Deus até porque o Homem não se contenta com o que é».

publicado por Theosfera às 10:11

Hoje, 27 de Novembro, é dia de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e de S. Facundo, S. Primitivo, S. Máximo de Riez e S. Francisco Fasini.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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