O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

Em rodapé às comemorações do dia de ontem, ficam imagens de alegria mas também de alguma ansiedade.

O futuro que se acendeu dá sinais de enfraquecer.

Foi belo aquele amanhecer. Mas há sombras que irrompem.

A liberdade não foi degolada, mas está sob ameaça.

Muitos dos que fizeram cair o muro já envelheceram. Mas os que semeiam escuridão também vão envelhecendo.

Creio no sopro luminoso de novas manhãs!

publicado por Theosfera às 09:47

O que ainda nos motiva, nestes dias cinzentos, é que a revolução pacífica não é impossível.

Até quando a ditadura é violenta, a paz consegue triunfar.

Os muros acabam por cair.

A força da persistência acaba por vencer a persistência da força!

publicado por Theosfera às 09:40

Não há dias iguais. Até os que parecem mais rotineiros e monótonos são diferentes.

Marcel Proust apercebeu-se: «Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem».

Nós somos sempre diferentes. De dia para dia, de instante para instante, vamo-nos transformando.

Pelo menos, temos mais tempo atrás de nós.

Que possamos ter muito tempo à nossa frente!

publicado por Theosfera às 09:33

Como em tudo na vida, o êxito na literatura nem sempre depende da qualidade.

Saramago, que sabia do que falava, anotou: «Às vezes, a literatura parece-se com uma operação da Bolsa. As cotizações sobem e descem e muitas vezes só dependem da promoção».

É a lei do mercado que desponta em todo o lado!

publicado por Theosfera às 09:30

Não começamos a nascer quando chegamos ao mundo.

Começamos a nascer quando encontramos um sentido para a nossa vida no mundo.

Também não morremos quando deixamos o mundo.

Começamos a morrer quando desistimos de encontrar um sentido para a nossa vida no mundo.

A este respeito, Goethe foi taxativo: «Uma vida inútil é apenas uma morte prematura».

Não queiramos morrer antes da morte!

publicado por Theosfera às 09:23

Nesta transição de Domingo para segunda-feira sobra talvez o eco da perplexidade que todos sentimos diante da atitude de Jesus.

Ele, que proclamou felizes os pacíficos (cf, Mt 5, 9), aparece-nos de chicote na mão (cf. Jo 2, 15).

Ele, que veio para reunir (cf. Jo 11, 52), surge-nos aqui a expulsar (cf. Jo 2, 15).

Não há contradição, porém. Jesus é coerente e coloca Deus acima de tudo (cf. Jo 2, 17).

Quando a verdade sobre Deus não é respeitada, Ele actua.

Como sabemos, Jesus promoveu a comunhão, mas nem sempre estimulou o consenso. E nunca fugiu do confronto.

A paz de Jesus não é o mesmo que tranquilidade. A paz de Jesus é obra da justiça.

É importante que tomemos a mensagem na totalidade. E que, como faziam os discípulos, acreditemos na Escritura e nas palavras de Jesus (cf. Jo 2, 22). Em todas!

publicado por Theosfera às 00:34

Quem vai à Casa de Deus deve levar Deus para sua casa.

Ou seja, para a sua vida!

publicado por Theosfera às 00:12

Faz hoje sete anos que Bento XVI deixou um apelo à Igreja que peregrina em Portugal. Fê-lo em tons de urgência: «É preciso mudar!». E não se esqueceu de concretizar o âmbito da mudança: a mentalidade e o estilo de organização.

 

Não podemos, pois, continuar na mesma. Há muito a fazer, muito a crescer, muito a rever, muito a alterar. Isto é bom, estimulante. Ninguém pode ficar de fora nem sentir-se à margem já que — adverte o Santo Padre — «todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja».

 

Impõe-se, neste sentido, envolver a totalidade dos membros, fortalecendo os que já estão integrados e indo ao encontro dos que ainda se sentem afastados.

 

A Igreja não pode temer a mudança. Esta encontra-se constitutivamente articulada com o princípio da identidade. A Igreja é divina e é humana. Por paradoxal que possa parecer, é necessário que ela mude para que, nela, resplandeça o que não muda.

 

Na Igreja, não muda a mensagem, mas tem de mudar a linguagem. Não muda o conteúdo, mas tem de mudar a forma. Não muda a prioridade, mas tem de mudar o método. Não muda a disponibilidade, mas tem de mudar a atitude. Neste caso, tem de aumentar a procura, a inquietação.

 

Com efeito, não há fé que não envolva uma procura (saudavelmente) inquietante. Lourdes Pintasilgo percebeu o essencial ao escrever: «A fé é a paz da permanente inquietação».

 

A incessante busca de Deus tem de provocar um incremento da busca do ser humano. Temos de acolher os que estão dentro e temos de ir ao encontro dos que estão fora. Também para eles Cristo veio. Também para eles Cristo não cessa de vir.

 

A Igreja tem de estar onde está Cristo. Cristo está todo em Deus e todo no Homem. É por isso que Cristo seduz, que Cristo atrai. E é por isso também que, como nos dá conta Martín Velasco, alguns ligam a novidade a Cristo e o envelhecimento à Igreja. Ou seja, enquanto Cristo Se renova na vida, a Igreja parece que envelhece no mundo.

 

Algo está mal quando a Igreja se distancia de Cristo. Acima de tudo, porque a identidade da Igreja é Cristo. Para S. Paulo e como nos lembrou Heinrich Schlier, a Igreja é Cristo no Seu (novo) corpo. Se as pessoas têm necessidade de procurar Cristo fora da Igreja é porque alguma coisa não está bem.

 

Urge, portanto, que a Igreja esteja sempre onde esteve/está Cristo: em Deus e no Homem. A espiritualidade e a caridade têm de despontar como a prioridade decisiva, inadiável.

 

Para isso, a Igreja deste novo tempo tem de ser, como alvitrava Ruiz de la Peña, mais orante, mais missionária e mais fraterna. Ou seja, tem de ser mais atenta, mais serva e mais pobre.

 

Jesus Cristo, além de falar de Deus, empenhou-Se em presencializar Deus. Sucede que, como advertia Karl Rahner, ainda somos uma Igreja terrivelmente deficitária em espiritualidade.

 

E tudo se ressente a partir deste défice inicial. Porque nos abrimos pouco à profundidade de Deus, abrimo-nos pouco também à profundidade do mundo. É preciso que a Igreja erga mais a voz para defender os explorados e para assumir a causa dos esquecidos. Precisamos de uma Igreja ao lado dos pobres, dos injustiçados.

 

Deus emerge dos escombros desta sociedade que clama por justiça. É aí que, como observou Fernando Urbina, podemos acolher «a grande voz silenciosa de Deus, esse rumor imenso de que fala S. João da Cruz».

 

Muitas vezes, é preciso sujar as mãos para manter limpo o coração.

publicado por Theosfera às 00:05

Hoje, 10 de Novembro, é dia de S. Leão Magno, Sto. André Avelino e Sta. Natalena.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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