O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 29 de Outubro de 2014

 

A bem dizer, só há um santo que é Deus.

Os santos são aqueles que deixam Deus tomar posse da sua vida.

Os santos são aqueles que fazem transparecer Deus na sua existência.

Os santos não são competidores de Deus.

Os santos são ícones, não são ídolos.

Os ídolos apontam para si mesmos. Os ícones apontam para Deus.

Nos santos, encontramos imagens vivas do próprio Deus.

Tinha razão, por isso, Jacques Maritain quando disse que «os melhores educadores são os santos».

É que os santos não se limitam a dar lições com os lábios; os santos constituem uma permanente lição com a sua vida.

Os santos não vivem enquanto falam, falam enquanto vivem, falam na medida em que vivem.

 

publicado por Theosfera às 23:18

 

Na vida, nem tudo o que ouvimos é voz. Tudo o que ouvimos são, antes de mais, ecos.

São ecos de muitas vozes, são ecos de muitos silêncios. São até ecos de muitas vozes que estão em silêncio, de muitas vozes silenciosas, de muitas vozes silenciadas.

Há quem pense que o ser humano é o eco permanente do permanente silêncio de Deus.

Foi o insuspeito José Saramago quem se apercebeu de tudo isto: «Deus é o silêncio do universo e o ser humano o grito que dá sentido a esse silêncio».

 

Para muitos, é o grito do homem que dá sentido ao silêncio de Deus. Mas para muitos outros, é o silêncio de Deus que dá sentido ao grito do homem.

É claro que não falta quem se limite a ouvir o grito. Mas também não escasseia quem capte o sentido do grito.

São tantos os que escutam e saboreiam a escuta do silêncio de Deus. E é nessa altura que não poucos concluem que não é Deus que está em silêncio em relação a nós; nós é que, quase sempre, estamos surdos em relação à voz de Deus.

 

publicado por Theosfera às 22:06

Habitualmente, teoriza-se sobre os fundamentos da liberdade, os conteúdos da liberdade e o exercício da liberdade.

Esquecemo-nos, porém, de reflectir sobre os limites da liberdade.

Partimos do princípio de que os limites são um atentado contra a liberdade.

Mas é um equívoco. Os limites da liberdade entroncam no expoente da liberdade.

Os limites da liberdade entroncam a liberdade de cada um no encontro com a liberdade dos outros.

Os limites da liberdade fazem-nos perceber que os outros também são livres.

Pelo contrário, a ausência de limites da liberdade tem o mesmo efeito da ausência de liberdade: arbitrariedade, opressão do fraco pelo mais forte, violência, etc.

Enfim, os limites da liberdade não nos apoucam.

Os limites da liberdade alargam a nossa liberdade e levam-nos a acolher a liberdade dos outros!

publicado por Theosfera às 10:57

Basta o que sofremos na realidade, porquê sofrer por antecipação?

Porquê sofrer com aquilo que ainda não aconteceu?

Porquê sofrer com aquilo que pode nem sequer acontecer?

Mark Twain, com alguma dose de sarcasmo, confessou: «Eu sofri por muitas catástrofes na minha vida, mas a maioria nunca aconteceu».

Procuremos travar o fluxo da ansiedade!

publicado por Theosfera às 10:48

O cronista que também é historiador usa um episódio da história como metáfora do presente.

O episódio é a conversão de S. Paulo. Todos os elementos da história são referidos, inclusive o cavalo.

Na mente de todos está a célebre pintura de Caravaggio em que Paulo surge a cair do cavalo.

Não é impossível que ele fosse a cavalo para Damasco. Só que a fonte nada diz sobre isso.

O capítulo 9 dos Actos dos Apóstolos refere que Paulo (na altura ainda Saulo) foi cercado por uma luz (v.3) e caiu por terra (v.4).

Nada se diz sobre o cavalo!

publicado por Theosfera às 10:44

  1. O primeiro passo do evangelizador não é evangelizar.

Evangelizar há-de ser o segundo passo. O primeiro passo do evangelizador é deixar-se evangelizar.

 

  1. Como pode evangelizar quem não está evangelizado? Como pode evangelizar quem não se deixa evangelizar?

Mas como poderá deixar-se evangelizar quem pensa que já está evangelizado? Só está em condições de evangelizar quem se deixa evangelizar.

 

  1. Como muito bem explica D. António Couto, o problema da evangelização «não reside nos destinatários».

O problema maior «reside no sujeito evangelizador que, para o ser, terá também de ser fruto de evangelização».

 

  1. É aqui que radicará, basicamente, a novidade de uma Nova Evangelização, passe a redundância.

Será que toda a evangelização sabe a Evangelho? Sem oração, haverá evangelização? Sem formação, haverá evangelização? Sem profecia, haverá evangelização?

 

  1. Não basta ir a todos os lugares. Não é suficiente chegar a todas as pessoas.

É preciso ir a toda a parte com o Evangelho. É urgente chegar a toda a gente com o Evangelho. A chegada do evangelizador tem de ser a chegada do Evangelho. Para isso, o evangelizador também tem de ser evangelizado.

 

  1. É por este motivo que — lembra de novo D. António Couto — «o sacramento da Penitência ou da Reconciliação é o sacramento-chave da Nova Evangelização».

Só pode ajudar a converter a Cristo quem se deixa converter por Cristo. Daí que o sacramento da Confissão, que nos vem do passado, esteja longe de estar ultrapassado.

 

  1. Em linha com as origens, somos convidados a constituir, segundo a sugestiva linguagem do senhor Bispo, uma «Igreja da anunciação» e uma «Igreja da fidelidade».

No fundo, do que se trata é de renovar a fidelidade no anúncio do Senhor Jesus.

 

  1. A missão tem de ser alentada — e alimentada — pela oração.

Só assim o evangelizador será um seguidor de Cristo e um servidor em Cristo.

 

  1. Voltando às iluminadoras expressões de D. António Couto, diria que é urgente implementar uma «evangelização non-stop»: sem pausas, sem recuos e «sem andaimes».

A evangelização existe para assegurar a todo o ser humano que Deus o ama.

 

  1. O mundo tem de saber que Deus é o maior investidor na felicidade do homem. Ele apostou o melhor que tinha — o próprio Filho (cf. Jo 3, 16) — na felicidade de todos os homens.

Evangelizar é felicitar. É semear felicidade.

 

publicado por Theosfera às 09:32

Hoje, 29 de Outubro, é dia de S. Narciso, Sta. Ermelinda e S. Miguel Rua.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:03

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