O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 23 de Outubro de 2014

1. É possível ser indiferente em relação ao diferente?

Possível é. Mas tal indiferença arrisca-se a colocar-nos à margem da vida. Ou, pelo menos, a fazer-nos passar ao lado de uma importante parte da vida.

 

2. Hoje em dia, passa-se muito tempo na net. Fala-se na net. Negoceia-se na net. Estuda-se na net. Difama-se na net. Mas também se evangeliza na net. Também se reza na net.

Estaremos no limiar de uma «Neteologia»? As «Cibercomunidades» não estarão a requerer uma «Netmissão», uma «Netpastoral»?

 

3. É especialmente no «facebook» que se vão alojando inúmeras comunidades.

No «facebook» estamos, mostramos, escrevemos, propomos, criticamos, desabafamos.

 

4. Tal como sucede em tudo na vida, também o «facebook» se apodera de nós antes que nós nos apoderemos dele.

Sem darmos conta, ele controla-nos mais a nós do que nós o controlamos, a ele.

 

5. Milton Hatoum descreve o «facebook» como uma espécie de «telefone contemporâneo», que nos (ex)põe em contacto com milhares de pessoas em simultâneo.

Às vezes, é excelente. Outras vezes, achamos que é perigoso.

 

6. Bernardo Carvalho aponta um paradoxo, que se pode sintetizar assim: no «facebook» exercemos a nossa liberdade, mas nem notamos que, neste mesmo espaço, corremos o risco de abdicar da nossa liberdade.

Com efeito, o que partilhamos sobre nós deixa de ser só nosso. Passa a ser também de muita gente.

 

7. Era bom que, no «facebook», não desaprendéssemos de reflectir. Para um cristão, há um princípio elementar: onde está a pessoa, aí tem de estar a missão.

Jesus enviou os Seus discípulos para todo o mundo, para todos os povos, para todas as pessoas.

 

8. E o certo é que as pessoas estão, cada vez mais, nas redes sociais. Seria uma demissão grave ignorar esta presença e subestimar esta oportunidade.

É importante estar em rede como se está na vida: numa atitude de serviço, com sentido de missão.

 

9. Dir-se-ia que as redes sociais configuram uma nova — e imensa — «paróquia». Não se trata de uma paróquia meramente virtual, mas de uma paróquia inteiramente real.

Tem muita gente dentro. Tem muita gente à porta. Tem muita gente a entrar. Terá também muita gente a sair. Há quem esteja no centro e há quem se encontre nas periferias.

 

10. Nesta «paróquia», também há excluídos, marginalizados e até alvos a abater. Será correcto desacompanhá-los?

Não poderemos estar continuamente «on». Mas será legítimo estar sempre «off»?

publicado por Theosfera às 23:47

Eis um dos argumentos mais recorrentes, que arruma discussões depositando-as no armazém do «politicamente correcto».

É um dos lugares-comuns que mais tributo presta ao pensamento fútil.

Dizer que «os tempos são outros» constitui uma afirmação redundante em relação ao passado, estéril em relação ao presente e perigosa em relação ao futuro.

De facto, não adianta dizer que «os tempos são outros». É uma evidência. Cada dia é outro relativamente ao anterior. O mesmo se passa com os meses, com os anos, com os séculos, com as épocas.

Acontece que, no fundo, esta afirmação torna-se estéril em relação ao presente. Afinal, dizer que «os tempos são outros» leva a que não se questione nem se pretenda mudar o presente. Dizemos que «os tempos são outros» e não pensamos, limitamo-nos a deixar andar.

E é assim que comprometemos o futuro. Somos meros espectadores da história? Estaremo-nos a demitir de participar na (re)construção da história?

publicado por Theosfera às 23:05

Pensávamos nós que governar (uma autarquia ou um país) seria sobretudo escutar, pensar, decidir e agir.

Vamos notando, pelo que nos chega, que governar é também (e cada vez mais) viajar, aparecer e falar.

Com tantas deslocações, com tantas entrevistas e com tantos discursos, que tempo sobrará para o resto?

«Os tempos são outros». Governar será diferente?

publicado por Theosfera às 23:03

 

Não culpemos a morte. Que, aliás, nada parece querer connosco.

Quando ela vem, nós já cá não estamos.

Não é, pois, a morte que acaba com a vida. A vida é que vai acabando com as pessoas. E, como que por vingança, há pessoas que vão acabando com a vida. Com a sua vida e com a vida dos outros.

Há quem deixe de encontrar um sentido, há quem desista de descobrir um horizonte.

Vai daí, a tendência é para antecipar o desfecho.

Como a vida parece uma entidade abstracta, quem paga é a vida dos outros e a vida dos próprios.

A violência doméstica está a atingir proporções alarmantes.

Como é que as pessoas que mais se amam são assim agredidas?

Como é possível matar uma esposa, um filho, uma filha? Quando tudo deixa de fazer sentido, nada é impossível.

Só resta um caminho: experimentemos Jesus!

 

publicado por Theosfera às 19:26

O problema do valor é que, muitas vezes, a avaliação é feita por quem tem pouco valor.

Assim sendo, associa-se o valor ao que dá nas vistas e, já agora, nos ouvidos.

Propende-se a achar que o valor é o que é vistoso e ruidoso.

Puro engano. Como verbalizou o sábio Giacomo Leopardi, «quase todos os homens que valem muito têm maneira simples e quase sempre as maneiras simples são vistas como indício de pouco valor».

Esse é o nosso problema: valorizar o que não tem valor e desvalorizar o que (muito) valor tem!

publicado por Theosfera às 13:13

A vida não estaciona no passado, mas os seus começos vieram de lá.

Ignorar ou subestimar o passado é como não cuidar das raízes de uma árvore.

Em ambos os casos, os frutos ficam ameaçados.

Daí o aviso prudente do padre António Vieira: «Os exemplos dos tempos passados costumam ser as regras e os documentos para os presentes e futuros»!

publicado por Theosfera às 13:12

Cada um de nós terá as suas prioridades. Quais serão as nossas?

Diz João Paulo II: «O que realmente interessa na vida é que somos amados por Cristo e que O amemos de volta. Em comparação com o amor de Cristo, tudo o mais é secundário. E, sem o amor de Cristo, tudo é inútil».

Sem Cristo, tudo é movediço, nada é sólido.

publicado por Theosfera às 13:10

Hoje, 23 de Outubro, é dia de S. João de Capistrano, S. Servando, S. Germano e Sto. Arnulfo Reche.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:07

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