- No início, o tempo parece que não anda. Depois, notamos que o tempo passa. De seguida, verificamos que o tempo corre. Finalmente, vamos percebendo que o tempo voa.
A partir de certa altura, quando olhamos para trás, ficamos com sensação de que tudo decorreu a uma grande (a uma enorme) velocidade. E quando o último dia se aproximar, chegaremos à conclusão, como reza a sabedoria judaica, de que «só vivemos um único dia».
- Sim, a nossa viagem pelas estradas do tempo ocorre num único dia. Trata-se de um dia que pode incluir muitos anos. Só não sabemos quando chega o ocaso.
Mas a última hora será também o primeiro instante. Uma porta se fecha. Outra porta se abrirá. A eternidade espera por nós. Ela já nos vai visitando no tempo.
- Em cada instante, há gente a nascer e gente a morrer. Há gente que chega e gente que parte. Há gente que chora e gente que ri. Há gente que reencontra o que parecia perdido. E que vê reacender-se a luz que parecia (irreparavelmente) apagada.
Muito ânimo, pois. Quando tudo parecer perdido, não perca a esperança. Enquanto há esperança, há vida.
- Com os grandes, as pessoas tendem a ser como lhes convém.É com os pequenos que as pessoas mostram o que são.
É por isso que, se quer conhecer alguém, não pergunte aos grandes; fale com os pequenos. O maior conhecimento está em baixo. É para lá que devemos olhar.
- Os sábios deviam ter poder. Os poderosos deviam ser sábios. Porém, esta parece ser uma combinação impossível.
Albert Einstein deu conta: «A tentativa de combinar sabedoria e poder só raramente foi bem sucedida e por pouco tempo». É uma lacuna grave. Não só política. Mas também cívica.
- Muito questionamos a acção de alguns. Mas não nos devíamos preocupar mais com a inacção de tantos?
O Padre António Vieira, sempre conspícuo nas suas formulações, avisou-nos: «Pelo que fizeram, se hão-de condenar muitos; pelo que não fizeram, todos».
- «O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflecte». Aristóteles estava certo. Quem muito fala não é quem mais sabe. A sensatez é o ápice da sabedoria.
A sabedoria que não é sensata desmantela-se por ilusão, por gula. Só a prudência dá saber ao sábio.
- A força do hábito tanto pode robustecer a vontade como obscurecer a lucidez. A certa altura, fazemos as coisas por rotina não cuidando de saber se é bem ou mal o que estamos a fazer.
Há mais de 50 anos, João de Araújo Correia assinalava que, nos enterros, «só o morto é que se porta bem. O vivo conversa e gesticula pelos cotovelos. Faz parlamento do acompanhamento. E chama-lhe funeral». O que ele diria hoje? Já estaria habituado ao ruído?
- Qual é a diferença entre o homem insensato e o homem prudente? Dizia Aristóteles: «O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz».
Eis o que falta, hoje. Eis o que urge. Hoje e sempre.
- Os amigos das horas difíceis não são os melhores.
São os únicos.
- Viva este momento como se fosse o primeiro momento da sua vida, como se fosse o último momento da sua vida, como se fosse o único momento da sua vida. Daqui a um minuto, tente pensar o mesmo. Daqui a dez minutos, procure pensar o mesmo. Daqui a dez anos, não deixe de pensar o mesmo.
E procure viver cada momento como se fosse o único momento. Porque, de facto, cada momento é único!