Na Igreja, como na natureza em tempo de Outono, assistimos a um cair das folhas e a um consequente desnudamento das árvores.
É uma espécie de certificado de dever cumprido e de trabalho concluído.
O caminho não passará apenas pela introdução do novo, mas, acima de tudo, pela renovação — e pelo rejuvenescimento — do que já cumpriu uma extensa trajectória e que, não obstante, pode encerrar surpresas e virtualidades.
À semelhança da natureza, a Igreja é chamada, pelo seu Senhor, a renovar-se instante a instante.
É a reforma perene de que falava o Concílio Vaticano II e cujas implicações jamais poderão ser subestimadas.
O tronco mantém-se, mas a folhagem tem de ser nova.
O conteúdo do anúncio será sempre o mesmo, os modos é que hão-de ser diferentes, já que as linguagens e os métodos terão de se submeter a um contínuo processo de revisão.
Precisamos, por conseguinte, de edificar uma Igreja autenticamente outonal, que se vá desapossando de tudo o que, tendo cumprido a sua função, já não é capaz de se adequar ao que, hoje em dia, se exige. E que muitos esperam.
Urge, de facto, deixar o que é relativo, datado, desajustado e acessório. Para que possa sobressair o… essencial.