O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 07 de Outubro de 2014

Na Igreja, como na natureza em tempo de Outono, assistimos a um cair das folhas e a um consequente desnudamento das árvores.

É uma espécie de certificado de dever cumprido e de trabalho concluído.

O caminho não passará apenas pela introdução do novo, mas, acima de tudo, pela renovação — e pelo rejuvenescimento — do que já cumpriu uma extensa trajectória e que, não obstante, pode encerrar surpresas  e virtualidades.

À semelhança da natureza, a Igreja é chamada, pelo seu Senhor, a renovar-se instante a instante.

É a reforma perene de que falava o Concílio Vaticano II e cujas implicações jamais poderão ser subestimadas.

O tronco mantém-se, mas a folhagem tem de ser nova.

O conteúdo do anúncio será sempre o mesmo, os modos é que hão-de ser diferentes, já que as linguagens e os métodos terão de se submeter a um contínuo processo de revisão.

Precisamos, por conseguinte, de edificar uma Igreja autenticamente outonal, que se vá desapossando de tudo o que, tendo cumprido a sua função, já não é capaz de se adequar ao que, hoje em dia, se exige. E que muitos esperam.

Urge, de facto, deixar o que é relativo, datado, desajustado e acessório. Para que possa sobressair o… essencial.

publicado por Theosfera às 23:24

Muitas vezes me examino e muitas vezes me pergunto: «Será que tenho fé?»

E acabo por chegar, invariavelmente, à mesma conclusão: «Não. Não tenho fé. A fé é que me tem. A fé é que me conduz. A fé é que me guia. A fé é que me ilumina».

A fé não é «possuível», é «recebível».

A fé não vem pela posse, mas pela dádiva. Não se conquista, recebe-se.

Quando penso que «tenho» fé, estou a moldar a fé a mim próprio.

Quando sinto que é a fé que me «tem», noto que a minha vida é conduzida, guiada e iluminada por alguém.

Deixar que a fé nos «tenha» é aceitar que Deus seja a vida da nossa vida!

publicado por Theosfera às 21:45

É preocupante ver como, por palavras ditas ou por palavras escritas, irmãos se referem a irmãos.

Até parece que o adversário está dentro de casa.

É preciso ver na posição diferente um enriquecimento e na pessoa diferente uma riqueza.

Nota-se que todos têm uma grande vontade de falar. Mas sente-se que quase ninguém parece demonstrar uma especial vontade de ouvir.

Na hora que passa, poucas posições conseguem convencer os portadores de posições diferentes.

Ora, isso é um apelo ao reforço da escuta e do encontro. Há que ser mais positivo e proactivo.

Mais do que mostrar ao outro que está errado, será necessário procurarrmos o que pode ser mais certo para todos.

É por isso que, como muito bem refere D. António Couto, uma Igreja evangelizadora terá de ser uma Igreja da anunciação e uma Igreja da fidelidade. Da fidelidade ao que anuncia!

publicado por Theosfera às 19:01

Em Maio de 2011, expressava o meu humilde desejo de que, «um dia, também Paulo VI fosse beatificado já que nele avultava, em grau heróico, o sofrimento ante a decisão e o pudor que tinha em magoar alguém».

Graças a Deus, esse dia chegou, esse dia vai chegar: 19 de Outubro.

É a partir desse dia que ele vai estar nos altares.

Não esqueçamos — lusitanamente — que Paulo VI foi o primeiro Papa a vir a Fátima.

E de Fátima gritou para o mundo: «Homens, sede homens!»

O apelo do Papa (injustamente) esquecido merece ser recordado, precisa de ser recordado.

Ainda falta muito para que nós, homens, sejamos autenticamente humanos!

publicado por Theosfera às 12:02

1. Quando a palavra Igreja chega aos nossos lábios, é provável que três coisas lhe estejam associadas na nossa mente: lugares, figuras e estruturas.

São referências que povoam o imaginário e se entranham no discurso.

 

2. Para muitos, a Igreja é, antes de mais, o local de culto.

Neste sentido, Igreja serão sobretudo as igrejas.

 

3. A Igreja é igualmente compreendida como os seus membros.

Mas quem são os membros da Igreja? O conjunto dos fiéis ou algumas das suas figuras?

 

4. Ainda há quem pense que dizer Igreja é dizer hierarquia. Ainda há quem julgue que a Igreja são os padres e os bispos.

Afinal, ainda não se percebeu que na Igreja não se entra pelo sacramento da Ordem, mas pelo sacramento do Baptismo.

 

5. Não espanta, pois, que a Igreja tenda a ser vista não como ela é, mas como nós a vemos.

Assim, quando se diz Igreja, pensa-se especialmente no sistema eclesiástico. O qual, com frequência, surge mais como embaraço do que como apoio. Mais como sombra do que como facho de luz.

 

6. A estrutura tem importância na Igreja, mas não constitui o mais importante da Igreja.

Por conseguinte, melhor do que dizer o que é a Igreja para nós será perguntar à Igreja sobre o que ela diz de si mesma.

 

7. Foi o que fizeram os cardeais Montini e Suennens no Concílio Vaticano II: «Igreja, que dizes de ti mesma?»

Na sua génese, a Igreja não está polarizada no sistema eclesiástico, mas em Deus e no Povo: no Deus do Povo e no Povo de Deus.

 

8. Acontece que quando se fala de Igreja, muitos não pensam no Povo nem em Deus.

Não falta até quem alegue que a Igreja está distante do Povo e nem sequer está próxima de Deus.

 

9. Só que isso não é aquilo que a Igreja é. Quando muito, será aquilo em que a Igreja se pode tornar.

A Igreja é muito mais que o sistema eclesiástico. A Igreja é a proposta de Deus ao Povo. E há-de ser a resposta do Povo a Deus.

 

10. Não encolhamos a Igreja. Não nos encolhamos em Igreja. Abramo-nos em Igreja a Deus. E abramos a Igreja ao Povo.

Mais oração e mais missão, eis do que precisamos. Enfim, deixemos que a Igreja seja Igreja!

publicado por Theosfera às 11:00

Será que todo o passado passou?

O tempo passou, sem dúvida. Mas será que o que aconteceu no tempo passou?

Será que todo o passado está ultrapassado?

Muito passado passou. Mas nem todo o passado passa.

E a que luz devemos fazer o discernimento? Apenas à luz do nosso presente? Não. Devemos avaliar o passado à luz do perene, do eterno.

A pergunta elementar deve ser: o que valeu durante séculos deixou de valer?

Certas inovações estão longe de ser avanços. Às vezes, são perniciosos recuos.

O que vale, vale sempre. O que tem valor nunca deixa de valer.

Muitos podem não reparar. Mas quem perde é quem não repara.

O segredo da felicidade está na arte de conjugar.

As coisas novas sabem conviver com as coisas velhas. Até porque há coisas (que nós julgamos) velhas, mas que nunca deixam de ser novas. Nem renovadoras!

publicado por Theosfera às 10:38

Seria bom que o Terço se fizesse ouvir em casa, nas igrejas, em vigílias e outros momentos de oração.

Há quem lembre que o Terço não é a única oração. Mas há quem esqueça que o Terço também é oração. Ainda por cima, uma oração sábia e simples, profunda e popular.

Ela faz correr pelos nossos lábios (e escorrer pela nossa vida) os mistérios de Cristo.

Neste dia de Nossa Senhora do Rosário, importa recordar que o Terço não dificulta nada e facilita tudo. Pode ser mesmo a melhor preparação para a Eucaristia, a oração mariana por excelência.

publicado por Theosfera às 10:14

Outrora, era neste dia que (re)começavam as aulas.

Faz hoje 43 anos que entrei na escola pela primeira vez.

Num edifício muito velho, um mundo novo se abria!

publicado por Theosfera às 10:11

Grande é o assédio da ilusão. Por ela, transformamos o desejo em realidade.

Demóstenes, há muito tempo atrás, já tinha reparado: «Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro».

Daí a dificuldade que alguns têm diante dos «porta-vozes» da realidade. A

contece que nenhuma ilusão é capaz de vergar a incorrigível teimosia da realidade!

publicado por Theosfera às 10:08

Hoje, 07 de Outubro, é dia de Nossa Senhora do Rosário e S. Marcos, Papa.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:50

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