1. O mais preocupante nem sequer foi a derrota; foi o facto de ter estado sempre muito longe da vitória.
2. O mais penoso não foi tanto Portugal ter jogado mal; foi, pura e simplesmente, não ter jogado. Onze jogadores subiram ao estádio. Mas será que esteve uma equipa em campo?
3. Acontece a todos. E nem os melhores escapam: ter um dia mau, em que nada sai bem.
4. A capacidade está intacta. Os jogadores já mostraram que são capazes de conseguir o máximo. Importa é que sejam também capazes de dar o máximo.
5. É preciso contar com os outros. A Alemanha também tem grandes jogadores e forma sempre grandes equipas: velozes, objectivas e e eficientes. Mas, em capacidade técnica, Portugal não é inferior. Só que, hoje, a Alemanha foi melhor.
6. A arbitragem pode não ter estado num patamar aceitável, mas creio que não foi por aí que Portugal claudicou. E se as questões técnicas nem sempre são controláveis, as questões de comportamento devem ser acauteladas. É possível que nem tenha havido agressão, mas o encosto na cabeça do adversário é um acto que pode ser interpretado como tal. E é nos momentos de aperto que o autodomínio e a educação são mais importantes.
7. Esta mesma selecção foi, há dois anos, às meias-finais do Europeu.
8. Nem tudo está perdido. Só está um pouco mais comprometido e dificultado. Afinal, nos últimos tempos, Portugal só costuma ganhar quando é grande o risco de perder. Nas fases de apuramento, vacilamos com equipas acessíveis. Mas, quando estamos em risco de sermos afastados, a vitória surge. Seja com quem for. Continuará a ser assim?
9. Não é fácil ser treinador nem jogador. Todos nos sentimenos peritos e em condições de sermos comentadores. Quando se ganha, facilmente aceitamos as opções dos outros. Quando se perde, instintivamente achamos que nós é que estamos certos.
10. Tenhamos pois esperança, mas não alimentemos demasiadas expectativas. Há uma desmesura e uma elefantíase em torno do futebol Há coisas mais decisivas. E, depois, para nós, portugueses, há sempre uma alternativa. Se Portugal falhar, sempre podemos vibrar com as vitórias do povo-irmão do Brasil!