O padre é um outro Cristo?
Costuma dizer-se que o cristão e, a fortiori, o sacerdote é um outro Cristo.
Percebe-se a intenção, mas é fácil divisar o perigo.
A intenção é salientar a identificação com Cristo.
Mas é aí que reside precisamente a ambiguidade da expressão. Se há uma identificação com Cristo, então não há outro Cristo: é o próprio Cristo que está no cristão, no padre.
S. Paulo percebeu isto magnificamente: «Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim». Cristo, Ele mesmo. Não outro. Não outro Cristo.
Há Cristo. Por isso, o padre não é um outro Cristo. É o próprio Cristo.
Tem de procurar ser o próprio Cristo. Na oração, na missão, na humildade.
Cristo não Se multiplica, presencializa-Se.
Torna-Se presente. O mesmo Cristo. O único Cristo!