O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 30 de Abril de 2014

Houve uma altura em que pensava que Mourinho não era um treinador, mas um vencedor.

Desse por onde desse, jogasse bem ou jogasse mal, equipa de Mourinho era equipa que ganhava jogos e coleccionava títulos.

O Chelsea não era campeão há décadas: foi bicampeão com Mourinho. O Inter não era campeão europeu há quase meio século: voltou a sê-lo com Mourinho...apesar do Barcelona e do Bayern.

Foi, curiosamente, ao chegar ao topo que o ciclo começou a dar sinais de se inverter.

Três épocas no Real Madrid, um título de campeão constitui um bom saldo, mas fica aquém das expectativas.

O regresso ao Chelsea tem tido coisas boas, mas está muito longe da aura criada. A Liga dos Campeões é uma miragem. E o título inglês está muito incerto. Enfim, pouco para quem nos habituou a tanto.

Mas, atenção, Mourinho continua a ser muito bom. Sucede que, afinal, também é humano.

Isto se dúvidas houvesse...

publicado por Theosfera às 23:14

Na segunda, Dia Mundial do Sorriso.

Na terça, Dia Mundial da Dança.

Na quarta, Dia Mundial do Jazz.

Na quinta, Dia Mundial do Trabalhador.

Na sexta, sabe-se lá o que será.

Com tantos dias mundiais, é quase impossível lembrar, é quase obrigatório esquecer.

Tudo acaba às 24 horas?

publicado por Theosfera às 11:40

A grande doença da humanidade é o egoísmo.

A pior psicopatia é, seguramente, a egopatia.

Há quem tenha medo dos outros. Mas devíamos ter também algum receio de nós mesmos.

Mîllor Fernandes confessava padecer de «mimfobia».

Não é preciso tanto. Mas algum cuidado com o eu que se aloja em nós não faz mal!

publicado por Theosfera às 10:40

Uma oportunidade que se perdeu pode voltar?

Pode. Mas não é seguro.

Saber esperar é, consabidamente, uma virtude. Mas desaproveitar pode ser uma temeridade.

Napoleão recomendava: «O desastre pode resultar de uma simples oportunidade perdida».

E o que se perdeu pode não ser mais (re)encontrado!

publicado por Theosfera às 10:33

1. Todos aclamam João Paulo II como um (muito) bom Papa.

E são muitos os que se recordam de João XXIII como o Papa Bom.

 

2. O Papa Francisco nunca escondeu a sua admiração por João Paulo II e a inspiração que recebeu de João XXIII.

Aliás, há quem diga que ele ainda ponderou escolher o nome de João XXIV.

 

3. A canonização de João Paulo II tornou-se inevitável logo após a sua morte.

A canonização de João XXIII era expectável já em vida.

 

4. Com personalidades muito distintas, ambos foram uma verdadeira surpresa na altura da eleição.

Quase ninguém contava com um papa polaco em 1978. E poucos arriscariam a opção por um papa tão idoso em 1958.

 

5. João Paulo II destacou-se pela sua acção, pela sua missão, pelas suas incontáveis viagens e pelas multidões que arrastava em todas elas.

Enfim, pode dizer-se que foi um incansável sucessor de Paulo, além de Pedro.

 

6. João XXIII salientou-se sobretudo pela sua maneira de ser. Pela amabilidade, pela paciência, por uma incorrigível bondade, por tantos e tantos gestos. E, claro, pelo Concílio Vaticano II.

Um chegou praticamente a todos os lugares. O outro tocou praticamente todos os corações.

 

7. Não admira que a humanidade tenha chorado na despedida dos dois.

Eu também chorei a morte de João Paulo II. E teria certamente chorado a partida de João XXIII. Mas não tive sequer oportunidade. Ainda não tinha nascido.

 

8. Nem isso, porém, me impediu de ficar marcado por ele. Cresci a ouvir falar do Papa Bom como exemplo de pessoa e modelo de conduta.

Aquela figura de pai, que meus pais me desvelaram, povoou a minha infância e nunca se ausentou da minha vida. 

 

9. Não é, pois, a canonização que nos dá o conhecimento da santidade. No fundo, a canonização constitui o reconhecimento dessa mesma santidade.

Isto pode ser dito a respeito de João Paulo II e João XXIII. Cada um tinha palavras e atitudes que sabiam a Deus. Cada um emitia esperança para a vida e depositava alento no mundo.

 

10. Jacques Maritain disse que «os maiores educadores são os santos». A Igreja propõe-nos, agora, mais dois.

A santidade é um caminho em que cabem sempre mais caminhantes. Ninguém está excluído. A santidade é uma proposta que aguarda sempre uma resposta. A nossa também!

 

publicado por Theosfera às 09:54

Hoje, 30 de Abril, é dia de S. Pio V, S. José Bento Cottolengo, S. Bento de Urbina, Sto. Amador, S. Donato e Sta. Maria da Encarnação.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 29 de Abril de 2014

Um livro é uma nascente. Uma biblioteca é um caudal.

Poucas coisas nos saciam tanto como um caudal de livros.

Vasco Graça Moura, ora desaparecido, tipificou a biblioteca ideal: «A biblioteca ideal é constituída por todos os livros que já tenho e pelos que ainda me faltam mais os que nunca chegarei a ter».

É bem verdade!

publicado por Theosfera às 09:59

As nossas escolhas estão presentes em tudo: nos actos conscientes e até nos actos inconscientes.

Há coisas que repetidamente lembramos. Há coisas que teimosamente esquecemos.

Afinal, já dizia Henri Bergson: «Se consciência significa memória e antecipação, é porque consciência é sinónimo de escolha»!

publicado por Theosfera às 09:51

S. João XXIII, o Papa Bom, auspiciava há 50 anos: «Em breve, não existirão povos dominadores e povos dominados».

Uma promessa incumprida? Um sonho adiado?

Prefiro pensar que se trata de uma prioridade urgente, de um caminho persistente, de uma esperança indomável!

publicado por Theosfera às 00:49

Hoje, 29 de Abril, é dia de Sta. Catarina de Sena (Co-padroeira da Europa) e S. Wilfrido, o Jovem.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 28 de Abril de 2014

Estará a nossa democracia consolidada?

Apesar da sensação de falência de soluções, não creio que haja alternativas à democracia.

A situação não está boa. Mas fora da democracia estaria sempre pior.

Já levamos 40 anos de experiência, embora Ralf Dahrendorf pense que a consolidação da democracia precisa de 60 anos.

Já não falta muito. Mas não podemos facilitar.

Só com justiça a democracia se substanciará. Sem justiça, a democracia, mesmo que não faleça, agoniza.

E, agonizando, não terá energia bastante para fazer o que tem de ser feito!

publicado por Theosfera às 11:13

É certamente errado (e, portanto, injusto) dizer que os partidos são todos iguais.

O problema é que, para muitos, é cada vez mais difícil advertir as diferenças entre eles.

Elas existem, mas não se notarão muito.

Nas campanhas, todos se igualam nas promessas de crescimento. Na governação, todos parecem assemelhar-se na austeridade.

As duas grandes famílias políticas repartem o poder na Europa. E a crise está disseminada por toda ela.

Essas mesmas duas grandes famílias políticas estão até coligadas num país, tido como responsável pelas condições duríssimas em que vivem os outros países.

É claro que tudo isto é muito simplista. Mas sempre dá que pensar.

É por issso que o consenso, sendo importante, pode não ser tudo.

A democracia também é alternativa. A sociedade civil não será capaz de fazer emergir o fermento da mudança?

publicado por Theosfera às 10:38

Para conseguir, é preciso começar por desejar.

As coisas começam a existir dentro de nós.

Já dizia Einstein: «Se podes imaginar, também podes conseguir».

Não basta, porém. Entre o desejo e a realidade há um longo caminho.

Nem sempre os mais capazes o trilham até ao limite. Só os mais pacientes o levam até ao fim.

Pertinente é o aviso de Santideva: «Se bastasse desejar para conseguir ninguém sofreria: ninguém deseja o sofrimento».

Mas sem sofrer, alguma coisa importante se alcança?

Na vida, o que vale custa, o que custa vale. E, como precisa, Aquilino, «alcança quem não cansa», quem não desiste de alcançar!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 06:01

Hoje, 28 de Abril, é dia de Sta. Teodora, S. Dídimo, S. Pedro Maria Chanel, S. Luís Maria Grignion de Monfort, S. Pusquésio e Sta. Maria Luísa Trichet.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:03

Domingo, 27 de Abril de 2014


Páscoa é todos os dias, Páscoa é todo o tempo.



Páscoa não foi. Páscoa é. A Páscoa não passa. A Páscoa é passagem, mas nunca é passado.



A Páscoa não foi apenas há oito dias. A Páscoa também é hoje.



Também hoje, Senhor, vens ter connosco. Também hoje nos dás a Tua paz, o Teu perdão, o Teu amor.



O Teu mandamento não é pesado, o Teu jugo é suave, a Tua carga é leve.



Quando Te amamos, amamos também as pessoas. Quando amamos as pessoas, amamos-Te também a Ti.



Também hoje, queremos ter um só coração e uma só alma.



Também hoje, queremos pôr tudo em comum.



Também hoje, queremos que ninguém passe necessidade, que ninguém tenha fome.



Também hoje, queremos conjugar, com os lábios e com a vida, o verbo «dar», o verbo «repartir», o verbo «amar».



O que é de cada um queremos que seja de todos.



Ajuda-nos, Jesus, a vencer a pior doença: o egoísmo.



Ensina-nos, Jesus, a vencer a falsidade e a mentira.



Envolve-nos, Jesus, com a Tua misericórdia e habita-nos com a Tua bondade.



Obrigado, Jesus, por morreres por nós.



Obrigado, Jesus, por ressuscitares para nós.



Obrigado por vires sempre ao nosso encontro.



Como S. Tomé, também hoje Te adoramos, também hoje Te dizemos:



«Meu Senhor e meu Deus!»

publicado por Theosfera às 11:20

A igualdade é reconhecida por todos. Mas será que é praticada por alguém?

Balzac pôs o dedo na ferida: «A igualdade pode ser um direito, mas não há poder sobre a Terra capaz de a tornar um facto».

Assim tem sido. Assim continuará a ser?

publicado por Theosfera às 08:19

A ilusão é uma doença que nunca aparece sozinha.

Habitualmente só nos apercebemos dela em conjunto com outra, não menos devastadora.

De facto, só damos conta da ilusão quando surge a desilusão.

É a desilusão que nos faz cair na realidade. É ela que nos faz sentir que estávamos mergulhados na ilusão.

Só se desilude quem se iludiu. Ao menos, a desilusão tem uma vantagem: serve de despertador.

Às vezes, é um despertador bruto, cruel. Mas cumpre a sua missão: desperta, acorda!

publicado por Theosfera às 08:15

Dante Alighieri: «Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la».

É a sede que nos permite ir à fonte. As dificuldades na subida tornam mais reconfortante a chegada.

Decididamente, não é a facilidade que oferece felicidade.

O que é difícil desgasta, mas também conforta.

Superar uma adversidade confere uma sensação indescritível, uma paz imensa!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 05:59

Hoje, 27 de Abril (II Domingo da Páscoa e da Divina Misericórdia), é dia de Nossa Senhora de Monserrate, Sta. Zita (padroeira das empregadas domésticas e das despenseiras) e Sto. Ântimo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:16

Sábado, 26 de Abril de 2014

As palavras não são tudo, mas estão presentes em quase tudo.

Neste sentido, mau (muito mau) é a palavra guerra andar na boca de alguns.

Na Ucrânia já se fala da III Guerra Mundial.

Os factos estão a mudar as pessoas. Irão as pessoas a tempo de alterar os factos?

publicado por Theosfera às 12:14

Dos 266 papas que já houve, 81 estão canonizados.

Destes 81 papas santos, 76 viveram no primeiro milénio.

Desde o ano 1001 só cinco papas foram canonizados: dois no século XI, um no século XIII, um no século XVI e um no século XX.

A partir de amanhã, haverá mais dois: um que foi papa no século XX e outro que deixou de ser papa já no século XXI.

publicado por Theosfera às 12:06

Uma coisa é o serviço, Outra coisa, bem diferente, é a servidão.

Bom é o espírito de serviço. Muito má é a servidão.

Nascemos para a liberdade.

Simone Weil percebeu: «Nada no mundo pode impedir o homem de se sentir nascido para a liberdade. Jamais, aconteça o que acontecer, ele pode aceitar a servidão: pois ele pensa».

E o pensamento tem lugar para tudo. Excepto para as servidões!

publicado por Theosfera às 11:57

Para tudo se quer equilíbrio. Para tudo se requer moderação.

O dinheiro não fugirá à regra.

Montesquieu reconhecia: «É preciso saber o valor do dinheiro: os pródigos não o sabem e os avaros ainda menos».

Todavia, antes pródigo que avaro. A obsessão da posse redunda, quase sempre, em servidão.

Quem tudo ambiciona possuir acaba por ser possuído por quase tudo.

Há senhores que se tornam escravos!

publicado por Theosfera às 11:52

Somos assim.

O mal parece que é sempre actual, sempre desperto. O bem parece quase sempre passado, quase sempre adormecido.

O Padre António Vieira anotou: «Entre o conhecimento do bem e do mal há uma grande diferença: o mal conhece-se quando se tem e o bem quando se teve; o mal, quando se padece, o bem, quando se perde».

Enfim...

publicado por Theosfera às 11:43

O valor da partilha não está só na materialidade do que se dá.

Está também (e sobretudo) na atitude que se revela.

É por isso que o despojamento não se mede pela oferta do que sobeja, mas pela dádiva do que pode vir a faltar.

Foi esta a percepção de Manuel Bernardes: «A mão bem despegada dos bens terrenos não é a que dá esmolas do supérfluo, senão a que desvia faltas do necessário».

Não é fácil. É por isso que é heróico!

publicado por Theosfera às 11:27

Quem recorre a baixezas é porque não é capaz de grandezas.

Quem reage a baixezas é porque não está verdadeiramente seguro do que é grande.

A infâmia dói. Mas reagir a ela acaba por levar a alastrá-la.

Há legitimidade para a reacção. Mas existe maior grandeza na superação.

Os antigos diziam que «de minibus non curat praetor». Em tradução um pouco livre: «As pessoas importantes não cuidam de coisas insignificantes».

É que, como rezava a sabedoria latina, «aquila non capit muscas». Ou seja, «a águia não apanha moscas».

A consciência limpa é o melhor travesseiro e o mais estimulante despertador!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 07:28

Hoje, 26 de Abril (Sábado da Oitava da Páscoa), é dia de Nossa Senhora, Mãe do Bom Conselho, Sto. Anacleto, S. Marcelino, S. Pedro de Rates, S. Pascásio, S. Basílio de Amaseia, S. Gregório e S. Domingos (Pregadores).

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:08

Sexta-feira, 25 de Abril de 2014

Indispensável é a liberdade.

Sem ela, não conseguimos viver. Sem ela, somos escravizados.

Sofremos muito com a ausência de liberdade. Mas não deixamos de penar pelos excessos da liberdade.

Porque os excessos acabam por se assemelhar às ausências: ambos fazem vítimas.

A liberdade não pode ficar «solteira». Ela tem de se «casar» com a responsabilidade.

O «filho» deste «casamento» é essencial para a convivência: o respeito!

publicado por Theosfera às 10:21

Fizemos o 25 de Abril por causa da liberdade.

Quarenta anos depois, parece ter fenecido a causa da liberdade. Mais: parece que é, de novo, a liberdade que está em causa.

Somos controlados no que dizemos, no que fazemos, no que decidimos.

Caminho: voltar atrás? Diria, antes, para fazermos um novo 25 de Abril, um 25 de Abril que recupere a liberdade, a reponha no terreno dos valores e a deposite no colo da esperança.

publicado por Theosfera às 03:46

Digam o que disserem, mas o 25 de Abril foi dos dias mais belos que tivemos na nossa história.

 

Poder ser contemporâneo de um acontecimento destes é um privilégio enorme e uma comoção sublime.

 

Sentia-se ali um amanhecer viçoso, o brotar de uma esperança.

 

E até uma certa ingenuidade dos começos lhe dava um encanto arrebatador.

 

Não desistamos das primaveras que se abriram naquela manhã sem fim!
publicado por Theosfera às 02:35

1. No dia 25 de Abril, devia estar na escola. Mas estava em casa. Não por causa da Revolução. Mas por motivos de doença.

Estava a recuperar de uma queda que dei na tarde de 7 de Abril, Domingo de Ramos. Tendo fracturado o braço direito, estava impedido de escrever.

 

2. A primeira coisa que sei é que, até meio da tarde, não sabia de nada. Nem eu, nem a minha família, nem provavelmente os meus vizinhos.

A vida era diferente, muito diferente, há quarenta anos atrás. Os mais crescidos saíam cedo para o campo. Raramente se ligava o rádio a horas matinais.

 

3. Aquela quinta-feira estava, pois, a correr normalmente. Diria muito pacatamente. O país mudava, mas ainda nada se pressentia.

Outros tempos. Outra cadência. Outro ritmo, muito mais pausado, imensamente menos apressado.

 

4. Foi a minha Madrinha que, corria já a tarde para o fim, nos informou. Os meus nove anos advertiram o esgar de espanto dos mais crescidos, adivinhando alguma inquietação.

Que se passara? Que iria passar-se? As pessoas não viviam muito bem. Mas muitas delas nem ideia faziam do que seria viver melhor.

 

5. Sei que, naquela noite, ninguém tinha sono.

Apesar de cansados, ficámos à espera da proclamação da Junta de Salvação Nacional, repetidamente anunciada mas constantemente adiada.

 

6. Já passava da meia-noite quando surgiu o General António de Spínola. Do que ele disse não retive muito. Afinal, nove anos não davam para mais.

Mas nunca esqueci uma expressão que ele usou. Foi quando assegurou que iria manter «as normas da moral e da justiça». Acto contínuo, meu saudoso Pai levantou-se e disse: «Pronto, já nos podemos deitar. Vai tudo correr bem»!

 

7. Nem tudo correu bem como é óbvio. Mas a democracia também é isto mesmo: a possibilidade de reconhecer que nem tudo está bem e a oportunidade de o dizer abertamente.

De facto, a nossa democracia não têm sido só rosas. Aliás, até têm sido mais cravos com alguns espinhos pelo meio. Estamos num tempo novo, que não tem sido um tempo fácil.

 

8. Não creio que haja alternativa à democracia.

Continuo, porém, a crer que existirão sempre alternativas em democracia.

 

9. Na democracia, não pode haver exclusões: nem de pessoas, nem de ideias, nem de ideais.

Em democracia tem de haver lugar para todos e para tudo. Sobretudo para a educação, a saúde, a justiça, o respeito.

 

10. Ainda há muito por fazer. Ainda há bastante para aprender: com o tempo e com o povo. A democracia não está esgotada, embora às vezes pareça saturada.

Não comecemos a desistir nem desistamos de (re)começar. É urgente reabrir Abril. Que nunca se perca a pureza que brilhou naquela manhã!

 

(*) Esta é uma conhecida pergunta, popularizada, há anos, pelo jornalista Armando Baptista-Bastos.

publicado por Theosfera às 00:19

Hoje, 25 de Abril (Sexta-Feira da Oitava da Páscoa e feriado comemorativo da Instauração da Democracia), é dia de S. Marcos, Evangelista, Sto. Estêvão de Antioquia e S. Pedro de S. José Betancourt.

Refira-se que S. Marcos é considerado padroeiro dos vidraceiros e notários, e invocado contra a sarna.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 24 de Abril de 2014

Na véspera da comemoração de mais um Dia da Liberdade, nunca percamos de vista que ela nunca está totalmente adquirida; tem de ser permanentemente alimentada.

A liberdade está sempre em risco. E, atenção, a ditadura não vem só pela via das armas nem das leis coercivas.

Como recorda sabiamente Mia Couto, «a pior das ditaduras é a da realidade».

Não cedamos a ela.

Olhemos para a realidade como ela se apresenta. Mas não desistamos de a mudar, de a melhorar.

Melhoremos a realidade. E tornemo-nos melhores nela!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 05:57

Faz hoje nove anos que Bento XVI iniciou o seu pontificado.

Foi sempre fiel - fidelíssimo - ao programa então anunciado: «não fazer a minha vontade».

Deus resplandeceu admiravelmente nas suas palavras e nos seus gestos.

Obrigado por tanto. Obrigado por tudo.

publicado por Theosfera às 00:33

Hoje, 24 de Abril (Quinta-Feira da Oitava da Páscoa), é dia de S. Fiel de Sigmaringa, S. Gregório de Elvira, Sta. Maria de Santa Eufrásia Pelletier, S. Bento Menni e Conversão de Sto. Agostinho.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 23 de Abril de 2014

É certo que ninguém está acima da crítica. Mas é igualmente verdade que ninguém devia estar abaixo do respeito.

Criticar é um direito. Respeitar é um dever.

A crítica deveria ser feita sempre com respeito. Mas a experiência mostra que são poucos, muito poucos, os que o conseguem.

Aceitar a crítica requer humildade. Criticar implica autoridade. Quem se acha com autoridade para criticar?

A presunção não é o mesmo que autoridade. E a arrogância despeja muitas feridas.

Importante é unirmo-nos uns aos outros na procura do bem.

Falhas quem as não tem?

Eis a lição de Jesus: curar, nunca condenar!

publicado por Theosfera às 10:33

Mons. Eduardo António Russo foi um homem de dedicação extrema e generosidade ilimitada.

 

Quanto aos problemas, a sua grande preocupação era: evitá-los, enfrentá-los e resolvê-los.

 

Procurou sempre amortecer ânimos mais exaltados.

 

Apesar da idade, nunca regateou esforços, trabalhando até ao último dia e entregando-se até ao derradeiro instante.

 

No trato com os sacerdotes era afável, recto e verdadeiro. Teve como objectivo prioritário ajudá-los na sua acção pastoral e auxiliá-los nas mais diversas questões que lhes surgiam.

 

Devoto de Nossa Senhora dos Remédios, foi d’Ela um fiel servidor. O serviço como Juiz da Irmandade entusiasmava-o e mobilizava-o por dentro e por fora.

 

Morreu há sete anos.

 

Mantinha um bom relacionamento com toda a gente. Era de Soutelo por nascimento, tornou-se lamecense por adopção.

 

Sentiremos muito a sua falta. Sentiremos sempre a sua intercessão.

publicado por Theosfera às 00:21

Hoje, 23 de Abril (Quarta-Feira da Oitava da Páscoa), é dia de Sto. Adalberto, Sto. Egídio de Assis, Sta. Helena de Údine, S. Jorge, Sta. Teresa Maria da Cruz e Sta. Maria Gabriela Sagheddu.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:11

Terça-feira, 22 de Abril de 2014

1. Para muitos, a Páscoa é mais o ruído do que a calma. É mais a palavra do que a escuta.

É mais a acção do que a meditação. É mais o movimento do que o recolhimento.

 

2. O ruído, as palavras, a acção e o movimento dão um grande colorido às nossas terras.

Mas a falta de calma, de escuta, de meditação e de recolhimento deixa um profundo vazio nas nossas almas.

 

3. A Páscoa não se reduz às procissões de Sexta-feira e às celebrações de Domingo.

Entre o grito da Cruz e a alegria da Ressurreição, há o silêncio da sepultura.

 

4. É também por esse silêncio que nos devíamos envolver.

Porque é nesse silêncio, que parece nada trazer, que germina a novidade plena, a surpresa maior, o reencontro total.

 

5. É um silêncio, ao mesmo tempo, afónico e atónito. É um silêncio que tanto nos deixa sem palavras como nos preenche com uma paz inquieta.

Afinal, as palavras costumam morrer nos lábios e os pensamentos acabam por se ofuscar na mente.

 

6. É, por isso, o silêncio que nos permite acolher o grande murmúrio que Deus faz ecoar no mundo.

E há-de ser a fraternidade a levar-nos a estender a mão àqueles que vão caindo nas estradas do mundo.

 

7. Às vezes, queremos cobrir de palavras o que escapa a toda a palavra. Se as palavras já são débeis para dizer a vida, como não são frágeis para (des)dizer a morte!

E, não obstante, multiplicamos explicações. No tempo, atrevemo-nos a cartografar a eternidade e a mapear com minúcia cada um dos seus momentos.

 

8. Jesus foi tão eloquente quando falou como quando calou. E disse-nos tanto no grito da Cruz como no silêncio do sepulcro. O silêncio é o nada donde vem tudo. Não é esse, aliás, o transe da criação?

Deixemos, pois, falar a Páscoa no tempo! E façamos ressoar a Páscoa na vida!

 

9. Tudo está em aberto. O que conta não são apenas os conceitos já pensados e as soluções já tentadas.

O que conta é o novo, aquilo que ninguém (ainda) conhece, aquilo que (ainda) está para acontecer.

 

10. Adormecida, no nosso interior, está a esperança. Dorme o prolongado sono da resignação, do desalento.

É tempo de despertar a esperança. É hora de despertarmos para a esperança!

publicado por Theosfera às 11:33

Por razões de natureza religiosa (Nigéria) ou por motivos de cariz étnico (Sudão do Sul), há neste mundo quem seja assasinado pela prática de um único «crime». Pelo «crime» de existir!

Este mundo continua muito longe de ser uma humanidade!

publicado por Theosfera às 10:12

André Malraux terá dito: «O século XXI será religioso ou não será».

Já o Abbé Pierre proclamou: «O século XXI será fraterno ou fracassará».

No fundo, trata-se de uma circunlocução. A verdade contida nas duas afirmações é a mesma.

A alma da religião terá de ser a fraternidade. Se Deus de todos é Pai, que outra coisa serão os homens senão irmãos?

Sem fraternidade, falha a religião e colapsará a humanidade!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 05:59

Hoje, 22 de Abril (Terça-Feira da Oitava da Páscoa), é dia de Sta. Senhorinha, S. Sotero, S. Caio, S. Leónidas, Sto. Hugo de Grenoble e Nossa Senhora, Mãe da Companhia de Jesus.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 21 de Abril de 2014

1. Há coisas em que parecemos incorrigíveis.

Muitas vezes, quando olhamos para cima, não olhamos para o céu, nem para Deus. Olhamos para a frente, para os lugares da frente. E, no fundo, sentimos algum pesar por lá não estarmos.

 

2. Acontece que nem sempre há grandeza no que é grande. Pelo contrário, há sempre muita grandeza no pequeno.

Para Deus, sobe-se descendo. As pessoas mais parecidas com Deus são as mais simples, as mais humildes.

 

3. As melhores pessoas são as mais simples. Infelizmente, são as mais esquecidas. Mas são elas que trabalham para outros possam brilhar. Até nisso são grandes. Dão tudo pelos outros e até são capazes de dar o palco aos outros.

As pessoas humildes são sãs, são chãs. Sabem à terra. E sabem a Deus na Terra!

 

4. Diz a parábola que havia três irmãos (a água, o nevoeiro e a vergonha) que, um dia, resolveram apartar-se. Para facilitarem o reencontro, combinaram o lugar onde cada um estaria.

A água andaria pelo fundo das terras e o nevoeiro pelos vales. O problema era a vergonha. Quem a perdesse, nunca mais a encontraria.

 

5. O progresso, que há anos parecia irreversível, parece estar a recuar. O descontentamento é crescente. A revolta é preocupante. Que se passa, afinal?

Francis Fukuyama entende que estamos a assistir a uma «revolução global da classe média». É esta classe que não quer voltar para onde já esteve. Mas que, ao mesmo tempo, sente que não está a conseguir estar onde se habituou a estar.

 

6. Sabemos falar as línguas que se usam lá fora e temos dificuldade em entender a linguagem que se usa cá dentro.

Por vezes, temos a sensação de que é mais fácil falar inglês, francês e até alemão do que perceber o português que alguns usam em Portugal.

 

7. Parece uma novilíngua de sabor cabalístico. Quando ouvimos falar de «swaps», «contratos tóxicos», «mercados», etc., ficamos com a impressão de que nos estão a esconder algo em vez de nos estarem a dizer alguma coisa.

Dizem que é a falar que a gente se entende. Mas, às vezes, parece que é a falar que alguns nos querem impedir de entender.

 

8. Que se pode obter na educação? Ciência, sem dúvida. Mas também consciência. E também conduta.

Nietzsche achava que a educação até nos devia ajudar a lidar com a solidão: «Paulatinamente esclareceu-se, para mim, a mais comum deficiência de nosso tipo de formação e educação: ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina a suportar a solidão».

 

9. É importante estarmos abertos ao convívio. Mas é indispensável não estarmos totalmente impreparados para a solidão.

Tudo é preciso na vida.

 

10. Da aurora dos tempos vem-nos, via Pitágoras, um precioso (e imprescritível) conselho: «Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio».

Diria que é o começo e, não poucas vezes, o meio e o fim. Da sabedoria e de (quase) tudo!

 

 

 

 

 

publicado por Theosfera às 23:24

O dinheiro pode ser fonte de muitas alegrias. Mas acaba por ser também a nascente de muitas frustrações.

Quando ele falta, parece que falta tudo.

É por isso que precisamos de fé.

Só com a fé somos capazes de lidar serenamente com o que não conseguimos (ob)ter!

publicado por Theosfera às 10:30

Não vence quem se preocupa com as derrotas. Vence quem se preocupa com as vitórias.

Como alertou Fernando Pessoa, «vence quem pensa só no que precisa para vencer». E consegue encontrar o que precisa!

publicado por Theosfera às 10:27

A crítica é necessária. Mas, às vezes, surte o efeito contrário ao pretendido.

A mágoa que provoca apaga, quase sempre, a melhoria que se pretende.

Não raramente, fica a dúvida. Será que se deseja melhorar ou vincar as limitações dos outros?

Foi por isso que Schopenhauer aconselhou: «Devemos abster-nos, na conversação, de observações críticas, mesmo que sejam as mais bem intencionadas, pois magoar as pessoas é fácil; difícil, se não impossível, é melhorá-las»!

publicado por Theosfera às 10:09

Hoje, 21 de Abril (Segunda-Feira da Oitava da Páscoa), é dia de Sto. Anselmo de Aosta, S. Conrado de Parzham e S. Maximiano de Constantinopla.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 20 de Abril de 2014

Pela manhã, foram as pessoas ao encontro de Jesus. Pela tarde, é Jesus que vem ao encontro das pessoas.

 

Pela manhã, prevalece a ansiedade. Pela tarde, é oferecida a paz.

 

Em ambos os momentos, os obstáculos são removidos.

 

Havia, pela manhã, uma pedra que não se sabia como afastar. Afinal, já estava afastada.

 

Pela tarde, as portas estavam fechadas. Mesmo assim, Jesus (re)surgiu.

 

Nada (nem a morte) consegue deter Jesus.

 

Nem sempre há paz na força. Mas existe sempre força na paz. A única força está na paz.

 

Santo Agostinho, embora num contexto diferente, distingue entre a cognitio matutina (conhecimento da manhã) e a cognitio vespertina (conhecimento da tarde).

 

A manhã é o vislumbre da eternidade. A tarde é o retrato do tempo, do percurso da vida.

 

Na tarde do primeiro dia, Jesus vem ter com os discípulos. Está vivo, mas mantém as marcas da dor.

 

Deixa-Se tocar. S. João, que nos oferece este relato, anota, na sua primeira carta, que anuncia aquele que viu, aquele ouviu, aquele que pôde tocar.

 

Tomé representa o senso comum. Quem diria outra coisa se estivesse no seu lugar?

 

A evidência que ele conhecia era a morte. Haverá evidência mais eloquente?

 

Como João, também Tomé viu e acreditou.

 

Jesus declarou felizes os que haveriam de acreditar mesmo sem ver.

 

O essencial é mesmo invisível aos olhos. O essencial deixa-se ver pelo coração. Apenas e sempre.

publicado por Theosfera às 17:10

A Páscoa é acontecimento.

A Páscoa é itinerário.

A Páscoa é hoje.

A Páscoa prossegue amanhã.

É sempre Páscoa!

publicado por Theosfera às 11:12

Já é Páscoa no tempo,

há alegria e esplendor,

vivacidade e contentamento.

Os foguetes vão estourar,

as flores vão brilhar,

as pessoas vão vibrar,

as casas vão encher

para Te acolher, Senhor.

Há dois mil anos,

removeste a pesada pedra do Teu sepulcro.

Pedimos-Te, Senhor,

que, hoje mesmo,

removas alguma pedra que ainda endureça os nossos corações:

a pedra do pecado,

a pedra do egoísmo,

a pedra da falsidade,

a pedra da injustiça, do ódio e da violência.

Aqui nos tens, Senhor,

não queremos ser sepultura mas berço.

Queremos que nasças sempre em nós

e queremos renascer sempre para Ti.

É tempo de Páscoa.

Exulta a natureza.

Vibram as crianças.

Cantem as multidões.

Que a Páscoa traga Paz,

Amor, Partilha e Felicidade.

Que os rostos sorriam,

que as mãos se juntem,

que os passos se aproximem,

que os corações se abram.

Obrigado, Senhor,

por morreres por nós.

Obrigado, Senhor,

por ressuscitares para nós.

Voltaste para o Pai e permaneces connosco.

Na Eucarista, és sempre o Emanuel.

Que Te saibamos receber

e que Te queiramos anunciar.

Hoje vais entrar em nossas casas.

Que nós nunca Te afastemos da nossa vida.

É Páscoa no tempo.

Que seja Páscoa na vida,

na nossa vida,

na vida da humanidade inteira.

publicado por Theosfera às 10:59

Eis um dado que os acompanha: a realidade está na comunicação.

Se pensarmos bem, na maior parte das situações, não temos acesso à realidade. Temos acesso ao que a comunicação nos mostra da realidade.

Ao mostrar, a comunicação também constrói, também fabrica. A comunicação apresenta o seu ângulo, o seu ponto de vista.

É inevitável. O factor humano leva a que a comunicação nunca seja inteiramente objectiva.

Há sempre um capital de subjectividade que na comunicação.

É por isso que a informação pode ser uma distorção.

Nalguns casos, há pessoas e acontecimentos que saem favorecidos. Noutros casos, há pessoas e acontecimentos que acabam desfavorecidos.

Estamos informados quando nos informamos? Nem sempre.

Mark Twain percebeu tudo isto ao escrever: «Se um indíviduo não lê o jornal, fica ignorante; se o lê, pode ficar mal informado».

Antes mal informado que ignorante? No fundo, a má informação não deixa de ser uma forma de ignorância.

O importante é não estacionar na informação, é não fazer da informação um dogma.

Que, a partir da informação, cada um possa fazer o seu caminho de aproximação à realidade.

Muitas surpresas teremos!

publicado por Theosfera às 08:39

Dois ingredientes fundamentais para a vida: crer e querer.

Existe não só uma quase homofonia, mas também (e sobretudo) uma clara homologia entre estes dois verbos.

Crendo, vê-se. Querendo, consegue-se.

Às vezes, demora. Por vezes, pode nem conseguir-se.

Mas quando não se quer é que não se consegue.

Romain Rolland já alertava: «Ao querermos, enganamo-nos muitas vezes. Mas quando nunca queremos, enganamo-nos sempre».

Há que querer. Há que nunca desistir de querer!

publicado por Theosfera às 08:17

A pessoa mais importante da História não tinha cursos de marketing, não usava técnicas sofisticadas para atrair multidões e até acabou condenado e morto.

Qual o segredo, então, para, passados dois mil anos, continuar a ser a pessoa mais influente do mundo?

A Sua autenticidade!

Autenticamente Jesus morreu. Autenticamente Jesus ressuscitou. Autenticamente Jesus está vivo. Na sua vida também!

Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

publicado por Theosfera às 06:08

Hoje, 20 de Abril (Domingo da Páscoa da Ressurreição), é dia de Sta. Inês de Montepulciano, S. Marcelino de Embrun e Sta. Oda.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:27

Sábado, 19 de Abril de 2014

Onde esteve Jesus desde a Sua morte até à Sua ressurreição?

 

Eis um dos mais estimulantes convites à procura do saber e, ao mesmo tempo, um dos mais poderosos certificados do não-saber. Não é ilícito procurar aquele, mas é importante aceitar este: não é o não-saber uma das expressões mais vivas do saber?

 

Escutemos o que diz Hans Urs von Balthasar: «Eloquentes quando descrevem a paixão de Jesus vivo até à morte e sepultura, os Evangelhos tornam-se naturalmente silenciosos quando se trata do tempo

que medeia entre o sepultamento e a ressurreição.

 

Devemos estar-lhes gratos por isso. O silêncio pertence à morte, não apenas no que se refere à tristeza dos que sobrevivem, mas, principalmente, em relação ao paradeiro e à situação do morto».

 

Mas, sinceramente, quem lê este magnífico texto fica com a impressão de que von Balthasar até presenciou o que aconteceu.

 

O saber que resulta deste não-saber primordial permite-nos chegar ao essencial: este acontecimento (descida de Jesus à terra) «é sobretudo salvífico, significa a introdução dos frutos da Cruz no abismo da perdição e da morte».

 

Há uma passagem no Evangelho de Nicodemos que ilustra esta afirmação: «À meia-noite, um clarão de sol penetrou naquelas trevas e todos os recantos do Hades tornaram-se luminosos»!

 

Mas, amigo leitor, leia mesmo este texto de von Balthasar. Ficará como eu: extasiado!

publicado por Theosfera às 17:48

Bento XVI foi eleito Papa há nove anos.

Ele foi o timoneiro visível de uma barca que, como diziam os antigos, vacila mas não cai.

Porquê? Porque, repetiam os mesmos escritores de antanho, o seu piloto é Cristo e o seu mastro é a Cruz.

Bento XVI continua connosco. Obrigado pelo seu testemunho, Santo Padre!

publicado por Theosfera às 11:40

Hoje, 19 de Abril (nono aniversário da eleição do Papa Bento XVI), é dia de S. Leão IX, S. Vicente Colibre, Sta. Ema, Sto. Hermógenes, S. Caio e Sto. Expedito.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 11:36

De um autor antigo, provavelmente do século IV:

 


«Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos.

Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: "O meu Senhor está no meio de nós". E Cristo respondeu a Adão: "E com o teu espírito". E, tomando-o pela mão, disse: "Acorda, tu que dormes, levante-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará"».

No silêncio, somos convidados a fazer uma viagem até ao nosso interior e meditar sobre o sentido da nossa vida e avaliar a qualidade da nossa relação com o Senhor. Silêncio que nos leva perceber o mistério que envolve a nossa vida e nos fala da necessidade de estarmos com Deus.

Sábado Santo é dia de recolhimento, de encontro com o Ressuscitado, na oração e na contemplação. É preparação para liturgia da Vigília Pascal, a grande festa, a mãe de todas as vigílias e a fonte de todas as liturgias.

publicado por Theosfera às 10:10

Hoje não é sábado de aleluia: o aleluia é só a partir de Domingo.

 

A Vigília Pascal, cronologicamente, começa no sábado. Mas, kairologicamente, decorre já no Domingo.

 

Isto porque o povo a que Jesus pertenceu considera que o dia começa quando o sol se põe.

 

Portanto, o sábado é um dia de reflexão, meditação e expectativa.

 

O Senhor ressuscitará.

publicado por Theosfera às 06:03

O Sábado Santo é uma espécie de entretanto entre a comemoração da morte e a celebração da vida. Entre a Cruz e a Ressurreição, há a sepultura.

 

O trânsito ocorre aqui. A Páscoa está, literalmente, em marcha. A passagem da morte para a vida faz-se no silêncio da espera.

 

Nada há mais distante. Nada existe tão próximo. A morte é a negação da vida. A vida é a superação da morte. Entre uma e outra um dia de espera, de expectativa.

 

Há, aqui, uma realidade e um sentido, um significante e um significado.

 

Desde logo, não é para o alto que devemos olhar. É para as profundidades que temos de nos dirigir.

 

Estamos no fundo? Mas é do fundo que tudo parte.

 

A grande lição do Sábado Santo é que não há motivos para o derrotismo (próprio de Sexta-Feira Santa), mas também não há ainda razões para a euforia (aceitável em Domingo de Páscoa).

 

O Sábado Santo é a grande metáfora da vida humana. É preciso nunca deixar de acreditar, nunca desistir de trabalhar. Não há obstáculos intransponíveis.

 

Deixo, a este propósito, um texto magnífico de Carlo Maria Martini: «Estamos no sábado do tempo, caminhando em direcção ao oitavo dia: entre o "já" e o "ainda não", devemos evitar absolutizar o hoje com atitudes de triunfalismo, ou, pelo contrário, de derrotismo.

 

Não podemos deter-nos na escuridão de Sexta-Feira Santa, numa espécie de "cristianismo sem redenção"; mas também não devemos apressar a plena revelação da vitória da Páscoa em nós, que se realizará na segunda vinda do Filho do Homem.

 

Somos convidados a viver como peregrinos na noite iluminada pela esperança da fé e acalentada pela autenticidade do amor».

publicado por Theosfera às 06:02

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