O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 11 de Março de 2014

1. Desfaçamos já um preconceito. Ou, se possível, dois.

A Quaresma não é, necessariamente, um tempo triste. E a tristeza não tem de ser sempre uma coisa negativa.

 

2. A alegria é certamente saudável. Mas nem toda a tristeza será doentia.

Uma certa tristeza tornará ainda mais valiosa a própria alegria. Era talvez por isso que Kahil Gibran achava que «aquele que nunca viu a tristeza nunca reconhecerá a alegria».

 

3. A vida é composta de tudo. A sabedoria budista preceitua: «Assim como a terra recebe com serenidade tudo o que se atira sobre ela, assim também aceitarás com serenidade tanto a alegria como a tristeza, se pretendes atingir a sabedoria».

Porventura para nosso espanto, Jaime Milheiro considera que «só poderá saborear as verdadeiras alegrias quem tiver a capacidade de se entristecer e de se percorrer em tal sentimento, sem a obrigatoriedade de lhe fugir».

 

4. Aliás, uma alegria meramente folgazã pode ser o alarme de uma existência vazia, sem vontade de mudança.

Por outro lado, uma pessoa triste não é, necessariamente, uma pessoa desalentada nem derrotada. Pode ser uma pessoa consciente, insatisfeita com o presente e à procura de mudanças para o futuro.

 

5. S. Paulo, munido de grandes doses de psicologia teologal, exaltava a «tristeza segundo Deus» (2 Cor 7, 10).

Ser visitado pela tristeza pode não ser o mesmo que ser tentado pelo desânimo. Pode significar, antes, determinação em seguir por caminhos novos.

 

6. Bento XVI entendia que «há duas espécies de tristeza: uma que perdeu a esperança, que deixou de confiar no amor e na verdade e, consequentemente, destrói o homem por dentro; mas há também a tristeza que deriva da comoção provocada pela verdade e leva o homem à conversão, à resistência contra o mal. Esta tristeza cura, porque ensina o homem a esperar e a amar de novo».

Será por isso que a Bíblia diz que a tristeza é melhor que o riso (cf. Ecle 7, 3)?

 

7. Eric Wilson defendia que «a tristeza ensina a ver a realidade».

 E foi assim que Zita Seabra notou que «se aprende muito com a tristeza».

 

8. Definitivamente, a existência não é unicolor. Respeitemos os tons polifónicos da vida.

Não recusemos, obviamente, a alegria. Mas também não fujamos da tristeza.

 

9. Afinal, muita coisa pode surgir mesmo que tudo pareça estar a cair!

 

publicado por Theosfera às 11:49

Francisco é um nome que respira paz. Mas há cem anos (precisamente em 1914) tornou-se um nome que aspirou violência e inspirou guerra.

Não faltaram previsões, nem escassearam avisos. As previsões mostraram-se erradas. Os avisos revelaram-se certeiros.

No início do século XX, Alfred von Schlieffen assegurava que uma futura guerra seria rápida. Já o embaixador sérvio em Viena avisou o governo austríaco para o sério risco de um atentado contra o arquiduque Francisco Fernando, que queria visitar a Bósnia.

Mas o aviso não foi atentido. O atentado foi cometido. E a guerra começou. Não uma grande guerra, como ficou conhecida. Mas uma guerra grande, comprida e muito penosa.

Oficialmente, terminou em 1918. Mas na realidade só viria a acabar em 1945.

As duas guerras mundiais formaram um contínuo (e um crescendo) de violência, ódio e ressentimento a que ninguém pôs fim.

O termo da primeira tornou-se o fermento da segunda.

Há muito que o ambiente estava propício para o deflagrar de um conflito. O atentado foi o rastilho que descontrolou os ânimos.

Parece que estamos a falar da actualidade.

Como advertia Mark Twain, «a história não se repete, mas rima». 2014 rima perigosamente com 1914.

O clima é igualmente beligerante. Parece que as partes estão preparadas à espera de que um qualquer rastilho se acenda.

Esperemos que não haja algo inesperado a despoletar o que muitos esperam.

O leste está convulso. Mas o ocidente não está tranquilo.

Hoje em dia, nenhum lugar fica longe. Todos estamos expostos. O potencial destruidor é muito maior.

Que ninguém dê o passo que falta. Que nenhum Francisco seja imolado. Porque se tal acontecer, só saberemos como começa. Alguém saberá como acabará?

Cuidado com as previsões. Muita atenção aos avisos. Para que, desta vez, a história não rime!

publicado por Theosfera às 11:47

Às vezes, procuramos longe o que está perto. Porquê?

Porque, como assinalava Clarice Lispector, «o óbvio é a verdade mais difícil de enxergar»!

publicado por Theosfera às 09:50

Hoje, 11 de Março, é dia de Sto. Eulógio, S. Vicente Abade, S. Ramiro, S. Trófimo e S. Tales.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:55

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