O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 20 de Fevereiro de 2010

Eis-nos que continuamos a debater, em Igreja, o problema da comunicação.

 

Nada de traumático, diga-se. A problematicidade é conatural à condição humana. Ela está ínsita na viatoriedade própria da trajectória no tempo.

 

Mas há qualquer coisa de paradoxal. Não há, seguramente, outra instituição que tenha tanta gente a lidar com a comunicação.

 

São centenas os jornais que possuímos, as rádios que temos, as homilias que fazemos. É bom não esquecer que, todos os domingos, são cerca de dois milhões de pessoas que nos ouvem em todo o país. 

 

E, no entanto, a mensagem parece que não chega, parece que não passa. Aura Miguel pôs, recentemente, o dedo na ferida: «Falta uma certa agilidade na forma de a Igreja comunicar».

 

Julgo que o punctum saliens não está na habilidade de manobrar as palavras ou numa qualquer arte retórica, cénica ou representativa.

 

Isto terá o seu lugar, mas tudo se decide a montante: na autenticidade, na convicção.

 

É preciso não ter medo de assumir o que transportamos, o que acreditamos. É preciso dizer, sem vaidade e sem vergonha, o que nos move. E é fundamental fazê-lo de forma estruturada, directa, consistente. Sem grandes adornos. Urge mais coração, mais vibração, mais pathos.

publicado por Theosfera às 11:54

De António a 20 de Fevereiro de 2010 às 20:34
Nutro imensa simpatia por Aura Miguel.Mas aqui discordo parcialmente dela.Falta uma certa agilidade na forma de comunicar e uma forma menos formal de o fazer. Mas o problema, quanto a mim, reside na substância do discurso. A ética de Cristo é sumamente apelativa e nela nada há de errado. Mas há tanto para rever e revisitar, teológica e dogmaticamente, para que muitos descubram o Deus do Amor,em vez de O temerem.Quem temer Deus não O conhece...

De Evágrio Pôntico a 21 de Fevereiro de 2010 às 02:07
O temor a Deus é fundamental. Amar a Deus, sim, mas temê-lo, respeitá-lo, reverenciá-lo. Deus não é um qualquer igual a qualquer um de nós. É o Criador, o Senhor Absoluto do absoluto.
Deus é Amor, na extraordinária tentativa de definição que São João nos dá. Mas Deus é, simultaneamente, Justiça e Amor. Não pode ser só "amor", como o vulgar amor terreno, truncado da sua plena significação. Amor divino é simultaneamente Justiça. Senão não seria Amor. Afirmar uma e negar a outra seria uma verdadeira contradição nos seus termos.
O temor a Deus é um dom do Espírito Santo, e tão necessário que só através dele podemos evitar e rejeitar tudo o que possa ofender a Deus.

De Evágrio Pôntico a 21 de Fevereiro de 2010 às 02:19
Com todo o respeito, discordo da afirmação do António, de que "Quem temer Deus não o conhece".
O temor a Deus é fundamental. Amar a Deus, sim, mas temê-Lo, respeitá-Lo, reverenciá-Lo. Deus não é um qualquer, igual a qualquer um de nós...! É o Criador, o Senhor Absoluto do absoluto.
Deus é Amor, na extraordinária tentativa de definição que São João nos dá. Mas Deus é, simultaneamente, Amor e Justiça. Não pode ser só "amor" - como o vulgar amor terreno -, truncado da sua plena significação e riqueza conceptual. Amor divino é simultaneamente Justiça. Senão não seria Amor. Afirmar uma "qualidade", dissociada da outra, constitui uma verdadeira contradição nos seus termos.
O temor a Deus é um dom do Espírito Santo, e tão necessário que só através dele podemos evitar e rejeitar tudo o que possa ofender a Deus.

De António a 21 de Fevereiro de 2010 às 13:07
Estimado Evágrio Pôntico : discordar une-nos de forma mais fraternal. É na discordância que mais e melhor nos poderemos respeitar.Não temos a mesma concepção de Deus,mas isso em nada nos afasta da nossa condição de irmãos...


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