O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 31 de Outubro de 2013

As televisões, as rádios, as redes sociais e os jornais estão cheios de palavras ditas, de palavras gritadas, de palavras repetidas, de palavras comentadas.

Por isso é que se tornaram tão desinteressantes, tão enfadonhos, tão entediantes, tão sufocantes.

Era bom que estivessem cheios de palavras (ainda) não ditas, de sentimentos (ainda) guardados, de sonhos (ainda) acalentados e, tantas vezes, oprimidos.

Eu sei que isso não é fácil. Para muitos, é mesmo impossível.

Vivemos sob o império do que é dito, do que é mostrado.

Será normal. Mas é tão pouco sadio!

publicado por Theosfera às 15:10

As figuras públicas também têm vida privada?

É óbvio que têm. Ou deveriam ter. É um direito sagrado.

E se eles não a querem ter? E se eles quiserem tornar pública a sua vida privada?

É um facto que se lamenta, mas será uma responsabilidade que lhes incumbe e um direito que lhes assiste.

Quem, porém, defende o direito à privacidade mesmo das figuras públicas deverá manter a coerência.

Não é pelo facto de alguém tornar pública a sua vida privada que a natureza dessa vida privada se altera. E não é por haver notícias em público que o privado se torna público.

Há quem pense que a onda deve encher. Não haverá quem tenha a ousadia de dizer «basta»?

Já temos problemas comuns que cheguem. Deixemos os problemas pessoais para as pessoas.

Se algumas não querem guardar a privacidade para elas, que ao menos não contribuamos para que elas se exponham diante de todos!

publicado por Theosfera às 13:29

É certo e sabido (por um saber ditado sobretudo pela experiência) que crescemos cada vez mais depressa, mas amadurecemos cada mais tarde.

Temos acesso a muitos conhecimentos muito cedo. Mas propendemos a tomar atitudes decisivas muito mais tarde. Ou, então (o que é outro indicador a ter em conta), as atitudes que julgávamos definitivas num momento passam a transitórias no momento seguinte.

Daí que se diga que estamos numa «sociedade adolescêntrica». Os comportamentos da adolescência tendem a prolongar-se ao longo da vida.

Surgiu, entretanto, um estudo que garante que os homens só atingem a maturidade aos 54 anos.

Confesso que esta precisão deixa-me atónito. Aos 54 anos? Porque não aos 53 ou aos 55?

Poderá haver uma tendência geral, mas é temerário uniformizar as pessoas no mesmo padrão etário.

Aliás, eu até acho que, num certo sentido, adolescentes seremos sempre.

Adolescente significa o que está a crescer.

Alguma vez podemos garantir que já crescemos totalmente?

publicado por Theosfera às 11:50

Há uma grande perversão e uma enorme hipocrisia nesta questão da espionagem.

É claro que espiar conversas, ainda por cima entre países aliados, é algo inqualificável.

Mas isto só mostra o quanto a desconfiança impera no mundo.

Se nem entre amigos há confiança, em quem se pode confiar afinal? 

Só que a única diferença, aqui, é de escala. Porque espiar é, infelizmente, o que muitos fazem e cada vez mais.

Há quem se dedique a espiar a vida dos outros, controlando os seus passos, as suas palavras, os seus actos.

Como as ideias se vão esbatendo, avulta a vida alheia como tema de conversa.

Não é sadio. Mas é cada vez mais frequente. Para nosso pesar!

publicado por Theosfera às 10:47

Muito se exalta o colectivo. Mas dá para entender que, frequentemente, a exaltação do colectivo visa esvaziar a pessoa.

Ilusão perigosa e erro fatal.

É fundamental apostar nesta interacção entre pessoa e comunidade.

Não há pessoa sem comunidade, nem comunidade sem pessoa.

Como pretender, pois, a renovação do colectivo sem priorizar a renovação da pessoa?

Já dizia Agostinho da Silva que «é ilusória toda a reforma do colectivo que se não apoie numa renovação pessoal»!

publicado por Theosfera às 10:17

Para muitos, parece que há cada vez menos alternativas em democracia e cada vez mais alternativas à democracia.

Estas têm, quase todas, um rosto agressivo e uma prática violenta.

Isto assusta!

publicado por Theosfera às 10:10

Chorar dói, mas alivia.

É possível que as maiores dores sejam aquelas que nem choradas são.

Pietro Aretino percebeu: «Pouco dura a dor que termina em lágrimas, e muito longo é o período em que o sofrimento permanece no coração».

É possível que seja verdade!

publicado por Theosfera às 10:08

O encanto da poesia consiste em manifestar o que toda a gente sente através de palavras que ainda ninguém tinha encontrado.

Ortega y Gasset assim o notou: «O que distingue um grande poeta é o facto de ele nos dizer algo que ninguém ainda disse, mas que não é novo para nós»!

publicado por Theosfera às 10:05

Eis uma máxima secularmente repetida e quase indiscutida: a caridade começa em casa.

Mas não é para terminar em casa.

Charles Dickens proclamou que «a caridade começa em casa e a justiça na porta ao lado»!

publicado por Theosfera às 10:03

O conhecimento não vem só pelos livros.

O conhecimento vem sobretudo pela experiência.

Mao Tse-Tung notou que «todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência directa».

Sabe mais quem melhor vive!

publicado por Theosfera às 09:58

Hoje, 31 de Outubro, é dia de Sto. Afonso Rodrigues, Sto. Ângelo de Acri, S. Quintino (invocado contra a tosse), S. Wolfang e Sta. Joana Delanoue.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 30 de Outubro de 2013

1. Um dia, tudo isto acaba. Acaba o pequeno, mas também acabará o que se considera grande. Acaba o frágil, mas também acabará o que se julga forte.

Acabarão as estrelas, os planetas e as galáxias. Acabarão as grandezas, as pompas e as ambições. Acabarão as guerras, as raivas e os ódios. Acabarão as pisadelas, as rasteiras e as agressões.

 

2. O que ficará depois de tudo terminar? Os vencedores não sobrevivem muito aos vencidos.

Também eles caem. Também eles morrem.

 

3. É, porém, tarde — muito tarde — que percebemos isto. É tarde — muito tarde — que notamos que as nossas vitórias são tão vazias como as derrotas dos outros. Para quê matar se os que matam também morrem?

No fundo, é bem efémero o «sabor» de certos triunfos. A longo prazo, nada  nos garantem. Não nos tornam donos do tempo, nem fazem parar os anos. Afinal, os poderosos também são débeis.  

 

4. Ao contrário do que sucede com a natureza, no homem a Primavera não se repete.

O Inverno, para o ser humano, é a última estação. Talvez seja a melhor. Porque nos conduz à eternidade, ao fim sem fim.

 

5. Quando os anos passam e o tempo avança, notamos que já escapamos à morte muitas vezes. Que já vencemos a morte muitas vezes. Que, no fundo, já morremos muitas vezes.

Estamos a caminho da derradeira estação. Já só falta morrer a última vez?

 

6. Na morte, não acabamos apenas de viver. Acabamos também de morrer.

A experiência diz que, habitualmente, morre-se conforme se vive. Daí que Marguerite Yourcenar descreva a morte como corolário, não como destruição: «A morte surge como uma consagração de que só os mais puros são dignos: muitos homens desfazem-se, poucos morrem».

 

7. Num certo sentido, viver é — ou devia ser — aprender a morrer.

Acontece que Deus é «morticida». Ele mata a morte. Quem vive em Deus vive para sempre.

 

8. É por isso que, mesmo quando tivermos de nos separar, não deixaremos de continuar unidos.

É claro que a separação custa sempre. Mas nem a morte consegue separar aqueles que Deus uniu.

 

9. É neste sentido que, parafraseando S. João Crisóstomo, diria que onde estivermos, estarão também os nossos amigos.

Ainda que estejamos em lugares distantes, continuaremos sempre unidos.

 

10. Nada, nem a morte, poderá separar-nos. Em toda a parte nos reencontraremos.

A luz que a fé acende nunca se apagará!

publicado por Theosfera às 16:05

Foi quase ao mesmo tempo, mas as reacções não podiam ser mais diferentes.

Esteve em Portugal um grupo musical com um nome quase impronunciável e foi uma excitação enorme, no limite do descontrolo e da histeria.

Passou, entretanto, pelo nosso país um dos maiores pensadores contemporâneos e, que eu saiba, nada ou quase nada se disse.

E, no entanto, o que Jurgen Habermas disse em Lisboa devia fazer soar alguns alarmes. Primeiro, pela indiferença gerada. E, depois, pelo que deixou.

A democracia parece estar doente e nós não nos apercebemos. Estará mesmo à beira da implosão.

Tem dificuldade em gerar alternativas dentro de si. E, sem querer, está a desencadear tumultuosas alternativas fora de si.

Os cidadãos já não se limitam a flutuar entre partidos nem a abster-se dos partidos. Muitos sentem-se de costas para os partidos porque sentem que os partidos vivem de costas para eles.

Daí as ondas de contestação. Daí os populismos. Daí os extremismos. Há quem se instale fora do sistema. Isso é perigoso.

Esta onda ainda não chegou aqui. Mas, atenção, já não anda muito longe daqui!

publicado por Theosfera às 10:06

Não é por haver muitas promessas que muito se cumpre.

Vittorio Alfieri dizia que «os mentirosos estão sempre prontos a jurar».

Juram sempre. E mentem continuamente.

Quem verdadeia não precisa de o anunciar. Basta verdadear. Basta viver na verdade!

publicado por Theosfera às 09:52

Uma dor vem. Uma dor vai. Uma dor volta.

E lá vamos nós sobrevivendo, de dor em dor.

Christian Hebbel sustentou: «O facto de as dores se revezarem torna a vida suportável»!

publicado por Theosfera às 09:48

Num certo sentido, não é a morte que mata.

O que verdadeiramente mata é a desistência, é a falta de sonho.

Heinrich Kleist confidenciou: «Morro pois não me resta mais nada na terra para aprender e conquistar»!

publicado por Theosfera às 09:45

Hoje, 30 de Outubro, é dia de S. Marcelo, S. Cláudio, Sta Doroteia Swartz e S. Domingos Collins.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 29 de Outubro de 2013

A fama é uma coisa muito fugidia. Acaba tão depressa como começa.

Nem sempre é alimentada com as melhores atitudes. Afinal, a fama também pode ser servida sob a forma de difamação.

E quando a fama é melhor, é sinal de que já cá não estamos. Einstein reparou: «A fama é como os cabelos: cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia».

Coisa pouca, pois, é a fama!

publicado por Theosfera às 11:00

A ordem é necessária, mas pode oprimir.

A desordem pode ser agradável, mas acaba por complicar.

Paul Valéry anotou: «Estamos ameaçados por duas calamidades: a ordem e a desordem»!

publicado por Theosfera às 10:53

Nem sempre uma gargalhada revela alegria.

Uma gargalhada pode esconder muita tristeza.

Já dizia Victor Hugo: «A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano».

Mas o inverno volta sempre!

publicado por Theosfera às 10:49

Amamos a liberdade. Mas teremos liberdade?

Albert Einstein era contundente: «Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior mas também de acordo com uma necessidade interior».

Só que a liberdade é esta gestão entre os constrangimentos exteriores e as coacções interiores.

A liberdade não é fazer o que nos apetece.

A liberdade passará sempre por fazer o que podemos. E por não deixar de fazer o que devemos!

publicado por Theosfera às 10:35

Hoje, 29 de Outubro, é dia de S. Narciso, Sta. Ermelinda e S. Miguel Rua.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:27

Segunda-feira, 28 de Outubro de 2013

A democracia corre o risco de se esvaziar.

Ela existe para o povo, mas muitas vezes esquece o povo.

José Saramago notou: «Estamos numa situação em que uma democracia que, segundo a definição antiga, é o governo do povo, para o povo e pelo povo, nessa democracia precisamente está ausente o povo».

Cuidado, pois.

Muito cuidado com o que está acontecer. E sobretudo com o que pode vir a acontecer!

publicado por Theosfera às 10:56

Hoje, 28 de Outubro, é dia de S. Simão, S. Judas e S. Malchion.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:24

Domingo, 27 de Outubro de 2013

Deixemos que o futuro seja futuro.

Hoje, há um excesso de futuro nas palavras e, ao mesmo tempo, um défice de futuro nas acções.

Tanto se fala de futuro, tanto programamos o futuro que até o comprometemos, que até o adiamos.

A melhor oferta que podemos dar ao futuro é dar o nosso melhor no presente.

O dia mais importante é hoje. Cada hoje.

Não o desfeiteemos!

publicado por Theosfera às 08:58

Afinal, estamos sempre a decidir.

Mesmo quando persistimos na indecisão, não deixamos de decidir. Nesse caso, decidimos pela não decisão.

Bergson fui muito subtil e deveras pertinente ao assinalar: «Se consciência significa memória e antecipação, é porque consciência é sinónimo de escolha».

E, de facto, assim é.

As pessoas não se revelam só no que dizem. Revelam-se sobretudo pelas escolhas que fazem.

Está tudo dito aí!

publicado por Theosfera às 08:52

É sabido que a humildade não goza de boa reputação.

Até se lhe fazem muitos encómios, mas também é usual olhar para ela com sobranceria.

Gostamos da humildade, mas gostaremos de ser autenticamente humildes?

Mariano da Fonseca advertiu: «A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos».

Se nos limitássemos a olhar para o que a realidade nos mostra, muita coisa seria diferente. E bem melhor!

publicado por Theosfera às 08:48

Que sabemos nós, afinal?

Muito.

Mas esse muito será suficiente?

Fiquemos com a (sábia) advertência de Lord Byron: «Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida».

Provavelmente e por uma elementar questão de coerência, até a dúvida estará em dúvida...

publicado por Theosfera às 08:44

Nos últimos tempos, habituámo-nos a programar. E fizemos bem.

Mas parece que, com isso, nos desabituámos de sonhar. E fizemos mal.

Por um lado, entende-se.

O sonho desprograma todos os programas. O sonho vai mais além dos programas pré-determinados.

O sonho está do lado da ousadia, da audácia, da criatividade.

Vivemos esmagados por uma elefantíase de programação. Quase nem damos espaço para o futuro ser futuro.

Até o futuro já nos surge programado. Desde o tempo que vai fazer à evolução da economia, dá a impressão de que tudo está visto.

Não nos desabituemos de sonhar. Renan avisou: «Nada de grande se faz sem sonho».

Eu diria mais. Sem sonho nada se faz. Nem de grande. Nem de pequeno.

Nada!

publicado por Theosfera às 08:38

Hoje, 27 de Outubro, XXX Domingo do Tempo Comum, é dia de Nossa Senhora das Vitórias, S. Gonçalo de Lagos, S, Vicente, Sta. Sabina e Sta. Cristeta.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:29

Sábado, 26 de Outubro de 2013

Tanta a gente a morrer nas águas do Mediterrâneo.

E a Europa que discute? As alegadas escutas dos Estados Unidos e a economia digital.

Se calhar, não são apenas os imigrantes que morrem. Não será que nós também vamos morrendo?

Dizia o poeta que morrer é não ser visto. É possível.

Mas morrer é sobretudo não ver, não querer ver. Mesmo quando a realidade, teimosa, nos entra pelos olhos!

publicado por Theosfera às 11:42

O preço de uma coisa não pode ser aferido apenas pelo valor que custa.

O preço de uma coisa depende sobretudo da necessidade.

James Joyce percebeu que «tudo é caro de mais quando não é necessário».

O problema é que nem sempre temos essa percepção.

Tanto se gasta no supérfluo. Tanto falta, depois, para o essencial.

Não discernir isto de forma clara é indicador irrefutável da maior indigência: a indigência do espírito!

publicado por Theosfera às 11:34

Importante é saber. Decisivo é agir.

Já dizia Voltaire: «O homem nasceu para a acção, tal como o fogo tende para cima e a pedra para baixo».

Mas, atenção, pensar também é agir.

A acção é omnímoda. Envolve tudo. Deve envolver-nos a todos!

publicado por Theosfera às 07:35

Hoje, 26 de Outubro, é dia de Sto. Evaristo e S. Boaventura de Potenza.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:24

A 26 de Outubro, a Teresa e o João uniram as suas vidas pelo sacramento do Matrimónio.

Foi em 1963, há 50 anos. Ocorrem, hoje, as bodas de ouro.

Obrigado, meu Pai. Obrigado, minha Mãe.

Só ela está comigo. Mas meu Pai nunca me deixou, mesmo quando a morte o (e)levou.

Quem está em Deus continua a estar com todos.

Não vai haver festa. Mas nunca deixará de haver presentes. E jamais faltará o melhor presente: o presente da presença.

No tempo, com minha Mãe, e na eternidade, com meu Pai, unidos estamos. Mais unidos estaremos!

publicado por Theosfera às 00:14

Sexta-feira, 25 de Outubro de 2013

Dois meses apenas.

Faltam apenas dois meses para o Natal.

Para a celebração, sim. Para a vivência, não.

Natal é hoje. Natal tem de ser sempre.

Hoje Cristo quer renascer no mundo. Quererá cada pessoa do mundo renascer em Cristo?

publicado por Theosfera às 10:17

Cada pessoa é única. Cada pessoa é única em cada momento.

Cada pessoa é diferente das outras pessoas. Cada pessoa é até diferente de si mesma.

Mariano da Fonseca notou: «Em diversas épocas da nossa vida somos tão diversos de nós mesmos como dos outros homens».

Não é fácil conhecer os outros. Mas será que, alguma vez, nos conheceremos a nós mesmos?

publicado por Theosfera às 10:12

Porque é que tão poucos suportam a verdade?

A sabedoria judaica acha que é por causa do peso: «a verdade é pesada; por isso poucos a suportam».

Mas, pensando bem, o peso da verdade é bem leve.

O peso da mentira é muito mais difícil de suportar!

publicado por Theosfera às 10:10

Hoje, 25 de Outubro, é dia de S. Crispim, S. Crispiniano, S. Crisanto, Sta. Daria, S. João Stone e Sta. Maria Jesus Masiá Ferragut.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:03

Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013

1. É possível ser indiferente em relação ao diferente?

Possível é. Mas tal indiferença arrisca-se a colocar-nos à margem da vida. Ou, pelo menos, a fazer-nos passar ao lado de uma importante parte da vida.

 

2. Hoje em dia, passa-se muito tempo na net. Fala-se na net. Negoceia-se na net. Estuda-se na net. Difama-se na net. Mas também se evangeliza na net. Também se reza na net.

Estaremos no limiar de uma «Neteologia»? As «Cibercomunidades» não estarão a requerer uma «Netmissão», uma «Netpastoral»?

 

3. É especialmente no «facebook» que se vão alojando inúmeras comunidades.

No «facebook» estamos, mostramos, escrevemos, propomos, criticamos, desabafamos.

 

4. Tal como sucede em tudo na vida, também o «facebook» se apodera de nós antes que nós nos apoderemos dele.

Sem darmos conta, ele controla-nos mais a nós do que nós o controlamos, a ele.

 

5. Milton Hatoum descreve o «facebook» como uma espécie de «telefone contemporâneo», que nos (ex)põe em contacto com milhares de pessoas em simultâneo.

Às vezes, é excelente. Outras vezes, achamos que é perigoso.

 

6. Bernardo Carvalho aponta um paradoxo, que se pode sintetizar assim: no «facebook» exercemos a nossa liberdade, mas nem notamos que, neste mesmo espaço, corremos o risco de abdicar da nossa liberdade.

Com efeito, o que partilhamos sobre nós deixa de ser só nosso. Passa a ser também de muita gente.

 

7. Era bom que, no «facebook», não desaprendéssemos de reflectir. Para um cristão, há um princípio elementar: onde está a pessoa, aí tem de estar a missão.

Jesus enviou os Seus discípulos para todo o mundo, para todos os povos, para todas as pessoas.

 

8. E o certo é que as pessoas estão, cada vez mais, nas redes sociais. Seria uma demissão grave ignorar esta presença e subestimar esta oportunidade.

É importante estar em rede como se está na vida: numa atitude de serviço, com sentido de missão.

 

9. Dir-se-ia que as redes sociais configuram uma nova — e imensa — «paróquia». Não se trata de uma paróquia meramente virtual, mas de uma paróquia inteiramente real.

Tem muita gente dentro. Tem muita gente à porta. Tem muita gente a entrar. Terá também muita gente a sair. Há quem esteja no centro e há quem se encontre nas periferias.

 

10. Nesta «paróquia», também há excluídos, marginalizados e até alvos a abater. Será correcto desacompanhá-los?

Não poderemos estar continuamente «on». Mas será legítimo estar sempre «off»?

publicado por Theosfera às 16:07

A culpa tem o problema de vaguear entre os extremos: ou ausência de culpa ou excesso de culpa.

O resultado é igualmente prejudicial.

Pouca culpa leva à anomia e à desordem. Excesso de culpa conduz à inibição e ao sofrimento.

Hugo von Hofmannsthal assinalou: «O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo um enorme direito».

E isso é mesmo terrível!

publicado por Theosfera às 10:27

A pobreza é um problema.

Há muitas formas de pobreza. Qual será a maior pobreza?

Madre Teresa de Calcutá não tinha dúvidas: «A falta de amor é a maior de todas as pobrezas».

Os amigos merecem-no. Os outros precisam dele!

publicado por Theosfera às 10:17

Uma opção tem de ser tomada.

John Kennedy sinalizou-a: «A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade».

Se adiarmos para tarde, pode ser tarde demais!

publicado por Theosfera às 10:13

A dor dói, mas ensina.

Ensina sobre o mundo. Ensina sobre a vida. Ensina sobre Deus.

Guerra Junqueiro assinalou: «Quem fraterniza com a dor, comunga no grémio de Deus»!

publicado por Theosfera às 10:10

Hoje, 24 de Outubro, é dia de Sto. António Maria Claret, S. Proclo, S. José Baldo e S. Luís Guanella.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:56

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

Vivemos numa sociedade livre?

Sim. Vivemos numa sociedade mais livre que outras sociedades.

Mas a liberdade, entre nós, também é vigiada e, não raramente, combatida.

Há quem pague um preço muito elevado por ousar ser livre.

Aung San Suu Kyi sabe bem do que fala: «A liberdade de pensamento começa pelo direito de fazer perguntas».

Há quem não suporte tal ousadia, sobretudo se tais perguntas puserem em causa lugares ou interesses.

A liberdade não será perfeita, «mas não existe algo de agradável e estimulante na imperfeição?»

Ainda temos um longo, muito longo, caminho a percorrer.

Ainda há medo nas nossas sociedades, na nossas intsituições.

Ainda há medo de perguntar. Medo de discordar. Medo de cumprimentar. Medo de ser visto. Medo de existir?

publicado por Theosfera às 10:08

A guerra é abominável. Mas há quem não consiga sobreviver fora dela.

Há quem só se sinta bem fazendo o mal. Há quem só viva matando.

Vergílio Ferreira deu conta deste absurdo: «O mais odioso da guerra é a paixão que por ela se tem».

Quando a guerra não existe, inventam-na. Quando ela parece longe, trazem-na para perto.

Há quem só saiba prosperar em conflito. E há quem, além das armas, use as palavras.

De facto, há palavras que agridem tanto como as armas.

É preciso restaurar a paz onde ela é mais violada: no coração das pessoas!

publicado por Theosfera às 09:53

Liderar é uma tarefa árdua.

Requer não só competência. Reclama também muita subtileza.

Não se lidera apenas na frente. Também se lidera (e bastante) na retaguarda.

Não se lidera somente com palavras. Também se lidera (e bastante) com o silêncio.

O bom líder não interrompe a invectiva. Deixa que ela seja exposta até ao fim. Não a alimenta. Deixa que ela se esvazie, se de facto vazia for.

Quem tem argumentos não agride. Quem agride é porque argumentos não tem.

Já dizia Diderot: «Só se recorre às invectivas quando faltam as provas»!

publicado por Theosfera às 09:47

A tecnologia consegue muito. Mas a imaginação consegue muito mais.

A imaginação é a alma que pode optimizar a tecnologia.

Arthur Clarke percebeu: «Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinta de magia».

Não nos maquinizemos em demasia. Deixemos algum espaço para a magia. E muito espaço para fé.

É ela o grande carburante da esperança!

publicado por Theosfera às 09:41

Hoje, 23 de Outubro, é dia de S. João de Capistrano, S. Servando, S. Germano e Sto. Arnulfo Reche.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:10

Terça-feira, 22 de Outubro de 2013

O que nos diferencia como povo? O que nos distingue como nação? O que nos identifica como comunidade?

Onde mora, afinal, a nossa identidade? Há quem diga que é na aventura.

E há quem, como Eugénio de Andrade, garanta que é na poesia: «É na nossa poesia que se encontra o que os políticos tão afanosamente buscam: a nossa identidade».

Mas eu atrever-me-ia a ser bem mais modesto, mais prosaico.

A nossa indentidade está na nossa resistência. Em tantos séculos, já resistimos a quase tudo.

Já estivemos lá em cima e caímos. Mas já fomos atirados para o fundo e fomos capazes de nos reerguer.

Não é, pois, a presente crise que nos vai degolar. A persistência é mesmo o nosso segredo.

Caímos quando menos se pensa. Mas também nos levantamos quando menos se julga.

A surpresa acompanha-nos!

publicado por Theosfera às 11:11

Henry Becque achava que «a decisão é, frequentemente, a arte de ser cruel a tempo».

De facto, temos essa ideia: as pessoas mais determinadas são as mais cruéis.

Mas não tem de ser assim. Aliás, nunca deveria ser assim.

É preciso orientar a determinação.

É urgente ser determinado na bondade, na solidariedade, na vivência da paz!

publicado por Theosfera às 10:59

Em relação aos outros animais, temos tudo para ser diferentes, melhores.

Mas, às vezes, parecemos iguais, para não dizer piores.

Jules Renard só entrevia uma diferença: «Descobri finalmente aquilo que distingue o homem dos outros animais: são os problemas de dinheiro».

Não iria tão longe. Uma coisa, porém, é certa.

Ninguém é tão humano como os homens. Mas também ninguém consegue ser tão desumano como os homens.

Aproveitemos cada instante para corrigir a trajectória.

Não nos desumanizemos mais. Procuremos humanizar-nos cada vez mais!

publicado por Theosfera às 10:53

Hoje, 22 de Outubro, é dia de Sta. Josefina Léroux e suas Companheiras mártires, Sto. Abércio, Sta. Salomé, Sta. Nunilona e Sta. Alódia, S. Tiago Giaccardi e Bem-Aventurado João Paulo II.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:09

Segunda-feira, 21 de Outubro de 2013

Foi agridoce a vitória de Merkel nas eleições. Esteve à beira de executar em maioria o seu programa.

Acontece que, ficando muito perto da maioria, não a alcançou. E vai ter de fazer parceria com uma força que tem pontos de vista muito diferentes.

É que, antes, a CDU tinha um parceiro com quem convergia em quase tudo. Agora vai ter um interlocutor com quem diverge em muita coisa.

Mas isto só torna a grande coligação um exercício ainda mais vibrante.

Afinal, Raymond Aron já tinha percebido que a democracia é obra comum de partidos rivais. A rivalidade não há-de impedir a cooperação.

É sinal de maturidade o que está a acontecer. É uma lição que deveríamos aprender.

Só uma nota (não) marginal: Merkel defende um salário mínimo inferior ao que propõem os social-democratas. Sucede que Merkel é democrata-cristã...

publicado por Theosfera às 11:02

Coisa estranha.

Já vimos fazer a quem está na oposição sensivelmente o mesmo que faz quem está no poder.

E já ouvimos a quem está no poder sensivelmente o mesmo que escutamos a quem está na oposição.

A expulsão de uma adolescente da França é uma medida que julgaríamos própria de Le Pen. Afinal, foi tomada pelo Governo de Hollande.

A distinção entre forças já não se faz tanto pelas ideologias; faz-se sobretudo pelo poder.

O que diferencia já não é a ideologia; é o poder.

A ideologia distingue. O poder acaba sempre por assemelhar.

Num mundo globalizado, o poder, pesem algumas «nuances», tende a ser monotonamente igual. Independentemente de quem o exerce.

Mudam os políticos. Mudam as políticas?

publicado por Theosfera às 10:46

Não é propriamente agradável errar. Mas já repararam no quanto o mundo deve aos erros?

Se não fossem os erros, é possível que muitas verdades não fossem encontradas.

Daí que Vergílio Ferreira tenha dito: «Que importa o que erraste? Não haveria verdade nos outros sem o teu erro próprio. E assim colaboraste na harmonia da vida. Se no mundo houvesse só uma cor, não haveria sequer essa cor»!

publicado por Theosfera às 10:32

A inveja dói. Mas, como já dizia Heródoto, «mais vale ser invejado que lastimado».

A inveja é uma coisa má por causa de uma coisa boa.

A inveja é uma espécie de tributo que a incompetência e a raiva prestam ao mérito!

publicado por Theosfera às 10:28

A arte é um vendaval da natureza sobre a própria natureza.

Voltaire proclamou enfaticamente: «Sabei que o segredo das artes é corrigir a natureza».

No fundo, a arte mostra (e demonstra) que viver é superar-se, é olhar mais além, é chegar mais longe!

publicado por Theosfera às 10:21

Andamos à volta de quase tudo e no centro de quase nada.

Conhecemos quase tudo por fora e ignoramos quase tudo por dentro.

Somos íntimos de muitos e quase estranhos em relação a nós.

Daí a abundância de ruído e a ausência de silêncio.

É pelo silêncio que entramos em nós. É pelo silêncio que acolhemos os outros em nós.

Certeiro foi Sócrates, o preclaro filósofo, quando sinalizou: «O verdadeiro conhecimento vem de dentro».

O verdadeiro conhecimento vem de dentro dos outros para dentro de nós.

E vai de dentro de nós para dentro dos outros!

publicado por Theosfera às 10:11

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