Hoje, 12 de Setembro, é dia do Santíssimo Nome de Maria, Sto. Apolinário Franco, S. Tomás de Zumárraga e seus Companheiros mártires, Sta. Maria Vitória Forláni e Sta. Maria de Jesus.
Um santo e abençoado dia para todos!
Hoje, 12 de Setembro, é dia do Santíssimo Nome de Maria, Sto. Apolinário Franco, S. Tomás de Zumárraga e seus Companheiros mártires, Sta. Maria Vitória Forláni e Sta. Maria de Jesus.
Um santo e abençoado dia para todos!
Só há uma maneira de pôr fim ao desencontro: promovendo o necessário reencontro.
Daí que a negociação seja um meio de aproximar os desavindos e de descomprimir o ambiente entre os litigantes.
Para isso, é necessário convicção e respeito. Ou seja, é fundamental que cada um acredite em si e não desacredite nos outros.
Só o medo não deve aparecer. John Kennedy recomendava: «Nunca devemos negociar por medo e nunca devemos ter medo de negociar».
Haverá sempre uma janela a abrir-se depois de batermos a tantas portas fechadas. Basta que haja um coração limpo e uma alma transparente. Sem isso, nenhuma luz se acenderá!
No mundo, haverá alguém descartável?
Infelizmente, há muitos que são atirados para as margens.
Há muitos que são postos à margem do trabalho, à margem do sucesso e, no limite, à margem da vida.
Pertinente, pois, o aviso de Rousseau: «Todos os homens são úteis à humanidade pelo simples facto de existirem».
Todos!
A dificuldade não tolhe a simplicidade.
A verdade não é fácil, mas é simples.
Cesare Candú observou: «As maiores verdades geralmente são as mais simples».
Não precisamos sequer de chegar à verdade; é a verdade que chega até nós.
Só precisamos de estar atentos e de manter a (indispensável) humildade.
Porque não somos nós que possuímos a verdade. É a verdade que nos possui, a nós!
Com os grandes, as pessoas tendem a ser como lhes convém.
É com os pequenos que as pessoas mostram o que são.
É por isso que, se quer conhecer alguém, não pergunte aos grandes; fale com os pequenos.
O maior conhecimento está em baixo.
É para lá que devemos olhar!
Há quem insista em antagonizar a liberdade e a igualdade.
Não falta quem, para defender a igualdade, degole a liberdade.
Berdiaev achava que «a liberdade é, antes de tudo, o direito à desigualdade».
Como a vida é uma construção, não creio numa incompatibilidade radical entre liberdade e igualdade.
É claro que somos, e ainda bem, diferentes. Mas essa diferença não pode caucionar a injustiça.
Não podemos fazer todos o mesmo. Não poderemos ter todos o mesmo.
Mas, dentro das diferenças, todos deveremos ter acesso a tudo.
Nada deverá ser vedado a ninguém. Sobretudo o essencial: a alimentação, a habitação, a saúde e a educação!
1. Para que sejam resolvidos, não basta que os problemas sejam apontados. Antes de mais, é fundamental que sejam assumidos.
Nos começos do Cristianismo, este reconhecimento dos erros era habitual. Na actualidade, vai-se tornando de novo frequente.
2. No século VI, houve um Papa chamado Gregório — conhecido como Grande — que assumia com espantosa franqueza: «É verdade que recebemos o ministério sacerdotal, mas não cumprimos as obrigações do cargo».
Incisivo era também o seu apelo: «Não sejamos sentinelas silenciosas, mas pastores solícitos que velam pelo rebanho de Cristo, pregando a doutrina de Deus ao grande e ao pequeno, ao rico e ao pobre».
3. Sintomaticamente, o Papa Francisco vai na mesma direcção.
Ainda recentemente, disse aos pastores das comunidades para terem sempre «as portas abertas». Que não se deixem seduzir «pela arrogância, pela ambição de carreira, de dinheiro e por compromissos com o espírito do mundo».
4. A ser assim, correriam o risco de «se transformarem em funcionários, em empregados, mais preocupados consigo mesmos, pela organização e pela estrutura do que pelo bem do povo de Deus».
Aliás, ser pastor, para o Papa, não é ir necessariamente à frente. É também «estar disposto a caminhar no meio ou até atrás do rebanho». O pastor está à frente para conduzir, no meio para acompanhar e atrás para proteger. Não foi assim Jesus?
5. A humildade não desclassifica o pastor. Pelo contrário, requalifica-o soberanamente.
Faz-lhe inalar o odor das ovelhas, que também sabem trilhar o caminho d’Aquele que é o Caminho (cf. Jo 14, 6).
6. As ovelhas, na hora que passa, precisam não de quem dê ordens, mas de quem dê a vida.
Daí que o Santo Padre, que muito tem homiliado sobre o tema, convide os pastores a «divulgarem a esperança», tendo «os corações, as mãos e as portas abertas em todas as circunstâncias».
7. É mister perceber que a proposta de Jesus é um crescimento no amor e não uma subida no poder.
O pastor deve saber baixar-se no encontro com as pessoas. Ele deve ser mergulhador, não alpinista. A sua preocupação deve ser mergulhar nas profundezas da existência e não «subir na vida, para ter mais poder».
8. Infelizmente, há quem pense «que seguir Jesus é fazer carreira». Mas não é. «O cristão segue Jesus por amor». Só por amor. Sempre por amor.
É por isso que o cristão está no mundo. Mas sem se deixar contaminar pelo espírito mundano.
A existência de rumores não torna ninguém culpado.
A ausência de provas não torma ninguém inocente.
Só que há inocentes sobre quem pendem toda a espécie de rumores. E há culpados que se estribam na falta de provas.
Mas os factos lá estão. Podem não ser conhecidos.
Só que, um dia, a verdade tudo escrutinará!
Ronald Wright acorda-nos para o essencial e ajuda-nos a excitar não o medo, mas a lucidez e a solidariedade.
No dia 11 de Setembro de 2001 morreram 3 mil pessoas. Todos chorámos por elas.
Mas, diariamente, morrem 25 mil pessoas por causa da água contaminada. Todos os anos, 20 milhões de crianças ficam deficientes por causa da subnutrição. Que fazemos por elas?
Por outro lado, se queremos mesmo superar (e não agravar) o terrorismo, é preciso ir não apenas aos seus sintomas, mas sobretudo às suas causas.
«A violência é criada pela injustiça, pela pobreza, pela desigualdade. É claro que a barriga cheia e uma atenção imparcial não são suficientes para deter um fanático, mas reduzem grandemente o número daqueles que se tornam fanáticos».
Faz hoje doze anos que as torres caíram e muita gente morreu.
Todos nós lamentámos o que aconteceu.
Mas, depois do 11 de Setembro, muita morte foi semeada e muito sangue continuou a ser derramado.
Quem chora os mortos no Iraque, no Afeganistão, na Espanha e na Inglaterra?
A descivilização (feliz expressão cunhada por Jack London) parece ter vindo para ficar.
Quando compreenderemos que o ódio não resolve, a vingança não surte e o rancor não soluciona?
Só no perdão está a salvação.
É o que o Senhor Jesus nos recorda no Evangelho.
E é também o testemunho que nos vem de um antigo presidente norte-americano (Abrhaam Lincolm), que defendia o seguinte: «A melhor maneira de eliminar um inimigo é transformá-lo em amigo».
Quando deixaremos de seguir a Lei de Talião? Quando nos converteremos à Lei de Cristo?
Dois mil anos não são suficientes?
Hoje, 11 de Setembro, é dia de S. Jacinto, S. Proto e S. João Gabriel Perboyre.
Um santo e abençoado dia para todos!
Por muito que a razão explique uma acção, ela tornar-se-á necessariamente racional, menos louca?
Tenho dúvidas, muitas.
O mundo volta a rebuscar argumentos gastos, e desgastados, para defender a guerra.
Não falta sequer o recurso a eufemismos. A intervenção pode ser qualificada como humanitária, mas a realidade é bem diferente.
São mortes que se somam a mortes.
Fausto Bordalo Dias é que viu bem e disse tudo: «Por mais que seja santa, a guerra é a guerra»!
Muito questionamos a acção de alguns. Mas não nos devíamos preocupar mais com a inacção de tantos?
O Padre António Vieira, sempre conspícuo nas suas formulações, avisou-nos: «Pelo que fizeram, se hão-de condenar muitos; pelo que não fizeram, todos»!
A razão explica muito, mas não realiza tudo. Muitas vezes, as coisas que a razão explica nasceram de situações que a mesma razão propenderia a considerar loucas.
André Gide sinalizou: «As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão». Nem sempre. Mas, frequentemente, é assim.
O melhor e o pior da vida estão, pois, empatados quanto à proveniência. Quase sempre, nascem de assomos de loucura!
Gracejo vem de graça.
Mas nem todo o gracejo tem graça. Às vezes, o próprio gracejo é um passo muito rápido para a ofensa.
Era o que reconhecia Charles Saint-Evremond: «Do gracejo mais leve à ofensa não dista vulgarmente mais que um passo».
Nunca demos tal passo!
Qualquer juízo infunde receio. Qualquer acaba por incutir algum medo.
Quanto ao Juízo Final, não temos motivos para este género preocupações. Como dizia Sofocleto, «o bom do Juízo Final é que será sem advogados».
Estaremos, inteiros, diante do Juiz. E, como este Juiz é imensamente bondoso, só temos de confiar, aderir e esperar.
O Seu amor vencerá tudo. Até a nossa possível miséria!
Quem não gosta de ser compreendido?
Mas quanto mais a pessoa de bem se afasta da normalidade, tanto menos compreendida será por quem labora nas imediações da «normalidade» instituída.
Longanesi tinha reparado: «O pior que pode acontecer a um génio é ser compreendido».
Pode ser agradável, mas é sinal que, no fundo, está dentro da corrente.
Nem todo o incompreendido será génio. Mas todo o génio acaba por ser incompreendido.
É preciso ser génio para compreender o génio. E é preciso perceber que a raiz da genialidade repousa no regaço da simplicidade.
As pessoas simples acabam por ser as mais brilhantes.
Não aprisionam a luz. Não se apropriam da luz. São as que mais deixam brilhar a luz!
Hoje, 10 de Setembro, é dia de S. Nicolau de Tolentino, S. Francisco Gárate e Sta. Pulquéria.
Um santo e abençoado dia para todos!
A força do hábito tanto pode robustecer a vontade como obscurecer a lucidez.
A certa altura, fazemos as coisas por rotina não cuidando de saber se é bem ou mal o que estamos a fazer.
Há mais de 50 anos, João de Araújo Correia assinalava que, nos enterros, «só o morto é que se porta bem. O vivo conversa e gesticula pelos cotovelos. Faz parlamento do acompanhamento. E chama-lhe funeral».
O que ele diria hoje? Talvez nada.
Já estaria habituado ao ruído?
Faz hoje 35 anos que foi proferida uma das frases mais espantosas de sempre.
Foi, de facto, a 10 de Setembro de 1978 que o Papa João Paulo I (que viria a morrer a 29 desse mesmo mês) disse que «Deus é Pai e, ainda mais, Mãe»!
Para o «Papa do Sorriso», Deus não faz mal, não castiga. «Só quer fazer-nos bem a todos».
É por isso que «Deus tem os Seus olhos abertos, mesmo quando nos parece que é de noite» Acrescentaria: «Sobretudo quando nos parece que é de noite»!
Estamos na mesma terra, mas não temos os mesmos sentimentos.
Formamos uma única humanidade, mas não conseguimos sentir-nos irmãos.
E, como alertava Konrad Adenauer, «vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte».
Por um lado, é normal. A diversidade é sadia. Mas a conflitualidade é, quase sempre, venenosa, letal.
Será que ainda sobrará um resto de fraternidade debaixo do sol?
Para tudo, é experiência. Somos nós que a fazemos?
Albert Camus dizia que «não se pode criar experiência. É preciso passar por ela».
Nós fazemos a experiência. Mas a experiência também nos vai fazendo, a nós!
Ninguém contesta que cada pessoa é única. Mas serão muitos os que respeitam que cada pessoa é singular?
Não falta quem apregoe a diversidade. Mas também não escasseia quem sufoque a diferença.
Nietzsche, com a sua proverbial contundência, lamentava: «Como? Procuras algo? Gostarias de te decuplicar, centuplicar? Procuras adeptos? - Procura então "zeros"».
De facto, ser discípulo não é repetir o mestre; é aprender a caminhar com o mestre. É por isso que o discípulo pode chegar mais longe que o próprio mestre.
Eis a maior alegria do mestre: ver o discípulo chegar mais longe.
O verdadeiro mestre não é o que mostra o que sabe; é o que ajuda a procurar o saber.
O verdadeiro mestre não é o que quer que sejam iguais a ele; é o que ajuda a ir mais além dele.
O verdadeiro mestre não é o que dá um chão para pisar; é o que oferece asas para voar!
Quem confia aposta. Quem confia arrisca. Quem confia expõe-se.
Confiar implica sempre mais do que uma pessoa. Quem confia pode não ser correspondido com igual confiança.
Por vezes, é tarde quando se repara no engodo. E, à força de tanto confiar, podemos não tomar as necessárias cautelas.
Baltasar Gracián y Morales foi ao ponto de dizer: «A confiança é a mãe do descuido».
Por isso é que alguns enveredam pelo ínvio caminho da desconfiança. Por isso é que não poucos se tornam azedos.
Mas, atenção, é preciso não tomar a parte pelo todo nem a nuvem por juno.
Ainda há quem mereça a nossa confiança. Ainda há quem seja incorruptível.
Ainda há quem saiba o significado da palavra «fidelidade».
No fundo, ainda há quem saiba conjugar, eloquentemente, o verbo «confiar»!
Hoje, 09 de Setembro, é dia de S. Pedro Claver, S. Tiago Laval e Sta. Serafina.
Um santo e abençoado dia para todos!
Nós Te adoramos, Senhor Jesus,
na manhã deste dia,
dia dos anos da Tua Mãe.
É Ela que nos traz ao Teu encontro.
É Ela que nos embala como Te embalou a Ti,
em Belém e em Nazaré.
Obrigado, Jesus, pela Tua Mãe.
Obrigado, Mãe, pelo Teu Filho.
Cada um de nós transporta tantos pedidos.
Cada um de nós é um peregrino do Teu amor e mendigo da Tua paz.
Neste dia de alegria,
sabemos, Mãe, que o teu olhar é ainda mais belo,
embora também um pouco mais triste.
Estás triste, Mãe,
por causa da injustiça.
Estás triste, Mãe,
porque muitos dos Teus filhos vivem na pobreza,
porque não têm pão, nem casa, nem trabalho, nem esperança.
Estás triste, Mãe,
porque a mensagem de Teu Filho não é acolhida.
Estás triste, Mãe,
porque há quem seja delicado com os grandes e incorrecto com os pequenos, os simples e os pobres.
Estás triste, Mãe,
porque ainda há muitas perseguições no mundo
e bastantes incompreensões dentro da própria Igreja.
Nossa Senhora,
dá-nos o remédio para a nossa doença,
especialmente para a nossa pior doença, que é a superficialidade e o egoísmo.
Nossa Senhora dos Remédios,
concede-nos as graças que Te pedimos.
Enxuga as nossas lágrimas,
aquece o nosso coração.
Que a nossa vida se transforme.
Que não queiramos fazer a nossa vontade,
mas apenas (e sempre) a vontade de Teu Filho.
Que na nossa língua só haja amor,
que no nosso olhar só haja paz.
Neste dia dos Teus anos,
afinal, nós é que recebemos o presente,
o melhor presente que é Teu Filho Jesus.
Recebe, Mãe, os nossos parabéns,
os nossos humildes parabéns,
entoados não com os lábios, mas com o nosso coração agradecido.
Parabéns, Maria!
Parabéns, Senhora!
Parabéns, Mãe!
Este é o monte onde Deus desce até nós. Este é o monte onde nós subimos até Deus.
Este é o lugar onde o grande se sente pequeno e onde o pequeno se torna grande.
Este é o lugar onde o distante se torna próximo.
Este é o lugar onde as palavras se calam e o silêncio fala.
Este é o lugar onde os olhos brilham, a voz soluça e o coração sorri.
Este é o lugar onde a Mãe nos embala, nos acaricia, nos abraça e acalenta.
Este é o lugar onde nos sentimos sempre filhos. Este é o lugar onde recebemos o beijo da Mãe.
Este é o lugar donde nunca saímos, mesmo quando temos de o deixar.
Este é o lugar onde a turbulência se acalma e uma suave luz se acende.
Esta é uma nascente de esperança que paira sobre as ondas alteradas do desespero.
Esta é a foz de um grande rio. De um rio que desagua num imenso mar de paz.
Este é, verdadeiramente, um lugar sem nome.
Este é o lugar onde se gravam todos os nomes.
Mas este é também o lugar com o mais belo nome.
Este é o lugar chamado Mãe.
Mãe é o lugar que não cabe em nenhum lugar.
Mãe é maior que todos os lugares.
Porém, sendo tão grande, basta-lhe o lugar mais pequeno do mundo para a fazer feliz: o coração dos seus filhos!
Hoje, 08 de Setembro, XXIII Domingo do Tempo Comum, é dia da Natividade de Nossa Senhora (em Lamego, Nossa Senhora dos Remédios) e S. Frederico Ozanam.
Um santo e abençoado dia para todos!
E eis que chegámos ao dia de Natal.
Sim. Eis-nos chegados ao Natal de Maria, ao Natal da Mãe.
O caminho de 8 de Setembro a 25 de Dezembro mimetiza o caminho de Maria até Jesus.
O Natal começa hoje.
Feliz Natal desde já. Feliz Natal para sempre.
A Mãe nasceu. Para fazer nascer o Filho.
Ela faz anos. E somos nós que recebemos o presente, o melhor presente: Jesus!
Será que, alguma vez, viveremos numa humanidade verdadeiramente humana? Numa humanidade sem armas e sem tiros?
Cícero desejava: «Que as armas cedam à toga, o triunfo militar à glória cívica».
Que a guerra ceda à paz. Que a morte não estilhace a vida.
Ainda não desisti de acreditar.
Uma denúncia, atropelada com muita acidez, de Miguel de Unamuno: «A maior parte daqueles que pensam em mudar de ideia nunca teve nenhuma».
Será?
Quem nunca se enganou? Quem nunca foi enganado?
Quem presume que nunca se enganou é quem mais está a ser enganado.
Há enganos óbvios, facilmente detectáveis. Mas, como notou Charles Coltou, «há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não ser enganado por eles».
Só que nenhum engano é eterno. Há sempre um momento, cedo ou tarde, em que ele se denuncia.
Perfeito só Deus. Nenhum engano é perfeito!
Senhor Jesus,
Nós Te louvamos no começo deste dia
e no início de um tempo que, conTigo, queremos que seja novo.
Agradecemos o dom da vida
e pedimos-Te pela saúde, pela paz e pela justiça entre todos.
Agradecemos especialmente
o dom de Tua Mãe,
que nos deste como nossa Mãe também.
Ela é, para nós, a Senhora dos Remédios,
a senhora da Luz em tempos de escuridão,
a senhora da Esperança em tempos de desespero,
a senhora da Alegria em tempos de tristeza,
a senhora da Fé em tempos de descrença.
Adoramos, Senhor, a Tua presença eucarística
e louvamos-Te no Teu primeiro Sacrário que foi o ventre de Tua Mãe.
Acompanha-nos, Senhor, nesta oração da manhã
e ajuda-nos a viver na Tua presença ao longo do resto do dia.
Que cada passo que dermos
possa ser uma irradiação do Teu amor e da Tua (infinita) paz!
Hoje, 07 de Setembro, é dia de S. Vicente de Santo António e S. Clodoaldo.
Um santo e abençoado dia para todos.
É, hoje em dia, uma arte pouco (ou mesmo nada) valorizada: a arte de ser delicado.
Pelo contrário, parece que a indelicadeza faz fortuna e obtém faustos proveitos.
Falta uma certa aristocracia no porte, uma subtileza no falar, uma afabilidade no trato.
Às vezes, dá a impressão de que ser rude e soez é um trunfo.
A vida é feita de pequenas coisas e lamento que algumas dessas (pequenas) coisas se estejam a perder.
João de Araújo Correia, há mais de 50 anos, assinalou a morte de «um homem que, durante mais de 80 anos, exerceu a delicada arte de ser delicado».
Naquele tempo, pessoas assim eram uma preciosidade.
Hoje tornaram-se, além de uma preciosidade, uma raridade. À beira da extinção?
Muitas vezes, a justiça deixa-nos descompensados.
Parece que nem a justiça consegue apagar a injustiça. Parece que a justiça nega a própria justiça. Ou, então, minimiza-a.
Quantas injustiças cometidas a pretexto da justiça!
Não raramente, lá sobrevêm os «serviços mínimos».
Desta vez, foi no Chile. Quarenta anos após o golpe militar, eis o arrependimento dos operacionais da justiça: por terem pactuado com as atrocidades, por não terem actuado a tempo.
É claro que é tarde e é pouco. As vítimas já não têm retorno. As decisões são irreversíveis.
Mas, ao menos, releve-se o gesto. Há quem seja mais contumaz e relapso. Há quem enquiste no mal praticado, alçando-o à categoria de bem.
Não é só Deus que é mistério. O ser humano também é muito misterioso. Talvez enigmático.
Alguma vez decifraremos cabalmente o enigma que nós somos?
Há quem faça a guerra alegando que quer a paz.
Mas quem faz a guerra quer mesmo a paz? Se quer a paz, porque é que faz a guerra?
Alain não tinha dúvidas: «Quem quer a guerra está em guerra consigo».
De facto, é difícil (para não dizer impossível) escapar à natureza. Quem faz a guerra está em guerra. Não consegue viver de outra maneira.
Nenhuma paz vem pela guerra. Só pela paz se consegue a paz!
Hoje, 06 de Setembro, é dia de Sto. Eleutério e S. Magno.
Um santo e abençoado dia para todos!
Nada será tão importante na vida como decidir. Mas também poucas coisas encerrarão tão elevado grau de perigosidade como as decisões.
Percebe-se a indecisão. Mas acaba-se por entender que não faz sentido.
Bertrand Russell sentenciou que «nada é tão fatigante como a indecisão e nada tão fútil».
Quando decidimos, podemos perder. Mas se não decidirmos, estaremos perdidos.
Zubiri disse o elementar, mas o elementar tantas vezes esquecido: «Viver é optar». E escolher é aceitar e, nessa medida, também rejeitar.
Custa decidir. Mas é imperioso decidir: na hora própria e tomando a opção certa.
Difícil? Sem dúvida. Mas o Mestre interior oferece-nos sempre a Sua luz!
Dar é o verbo que somos chamados a conjugar: com os lábios e sobretudo com a vida.
Deus ama quem dá com alegria (cf. 2Cor 9, 7).
E procuremos dar sem nada esperar em troca. Até porque quando muito se espera, amarga pode ser a desilusão.
Daí o avisado conselho de Miguel de Unamuno: «Não dês a ninguém aquilo que te peça, mas aquilo que achas que necessita; e suporta logo a ingratidão».
Não digo que seja sempre assim. Mas, muitas vezes, é assim.
Porém e apesar de ser assim, não deixemos de fazer o bem. Mesmo sem recompensa. Sobretudo quando não houver recompensa.
O bem realizado compensa por si mesmo!
A chuva voltou. Com ela, a natureza apaziguou-se e as chamas extinguiram-se.
A chuva é realidade e sinal, coisa-realidade e coisa-sentido, significante e significado.
Nestes dias, creio ser oportuno evocar Unamuno que, à boleia da chuva, exarou: «Quando Deus quiser "chover" na tua vida, deixa "chover"».
Não desperdice esta chuva.
Que ela seja copiosa. Ela é sempre copiosa, mansamente copiosa!
A ingenuidade não é um caminho a seguir. Mas também não será uma atitude a desprezar.
Arturo Graf reconheceu que «a ingenuidade é uma força que os astutos fazem mal em desprezar».
É que a astúcia mais viperina é, talvez, aquela que se disfarça de ingenuidade.
Os outros olham para a aparência, fixam-se na espuma, não detectam a intenção escondida.
Há astutos tão astutos que até são capazes de simular ingenuidade. E assim vão engodando os outros!
Hoje, 05 de Setembro, é dia da Bem-Aventurada Madre Teresa de Calcutá, S. Bertino e S. Vitorino.
Um santo e abençoado dia para todos.
Adorar significa «encostar os lábios». Amar implica aproximar os ouvidos.
E eis que se nos depara, assim tão rapidamente, o programa da missão: mergulhar totalmente em Deus e envolver-se completamente no mundo.
Já Dietrich Bonhoeffer percebera que «o nosso ser cristão consiste apenas em duas coisas: em orar e em actuar naquilo que pode ser considerado justo pelos homens».
Não é a oração que impede a militância cívica e o indeclinável empenho nas causas da justiça.
Quem a Deus adora deixa-se (necessariamente) tocar pela urgência de uma humanidade que seja a imagem de Deus no mundo. E realize a semelhança com Deus na Terra!
Fascinantes são estes tempos. Fascinantes, mas também perigosos.
Estamos marcados pelo pensamento único. Há quem proponha, como alternativa, o pensamento duplo.
Bastará? Penso no velho ditado judaico: «Se apenas tens duas alternativas, então escolhe a terceira».
O três é, de facto, «a conta que Deus fez».
O três é o número de Deus porque o três integra, ao mesmo tempo, a identidade, a diferença e a pluralidade.
O pensamento único é perigoso. O pensamento que confronta pode não bastar.
É preciso mais. É necessário muito melhor!
Viva este momento como se fosse o primeiro momento da sua vida, como se fosse o último momento da sua vida, como se fosse o único momento da sua vida.
Daqui a um minuto, tente pensar o mesmo. Daqui a dez minutos, procure pensar o mesmo. Daqui a dez anos, não deixe de pensar o mesmo.
E procure viver cada momento como se fosse o único momento.
Porque, de facto, cada momento é único!
A vida é uma grande escola. Com tudo se pode aprender.
A diplomacia, por exemplo, tem a sua subtileza.
A diplomacia é, muitas vezes, a arte de falar sem dizer, de denunciar sem ferir.
Millôr Fernandes sintetizou dizendo que «ser diplomata é discordar sem ser discordante».
Não é fácil operar esta síntese num tempo em que se confunde frontalidade com brutalidade.
É preciso saber elevar mais o espírito do que a voz!
A vaidade é uma tentação muito forte.
Habitualmente, só quando se cede a ele é que se dá conta de que ela não traz nada de bom. Ou, melhor, não traz simplesmente nada.
Johan Huizinga afirmou: «Se alguém quisesse escrever uma história da vaidade, dominaria metade da natureza das civilizações».
Só metade?
O nosso problema não é tanto perder os bens. O nosso maior problema é quando perdemos a alma.
É que, nessa altura, nem sequer nos capacitamos do que perdemos.
Aristóteles assinalou: «A alma é a causa eficiente e o princípio organizador do corpo vivente».
Sem alma, apenas se vegeta. Sem alma, apenas nos arrastamos.
Vegetar e arrastar-se será viver?
Hoje, 04 de Setembro, é dia de Nossa Senhora da Consolação, S. Moisés, Sta. Rosa de Viterbo, Sta. Rosália e Sta. Maria de Santa Cecília Romana.
Um santo e abençoado dia para todos!
1. O tamanho não é decisivo e a simplicidade não constitui um entrave.
Afinal, um livro não precisa de ser grande para ser um grande livro. E uma história (aparentemente) infantil pode encerrar uma enorme profundidade.
2. Antoine de Saint-Exupéry dedica «O Principezinho» ao seu melhor amigo. Ou, como tem o cuidado de ressalvar, «à criança que ele já foi».
Não espanta, por isso, que — sete décadas depois — este continue a ser um livro que não envelhece. Aos 70 anos, continua a ser «O Principezinho». Ele passa pelo tempo. Mas o tempo parece não passar por ele.
3. «O Principezinho» é, sem dúvida, um dos livros mais conhecidos. Não estou, porém, seguro de que seja um livro muito lido.
Tratando-se de um livro popular, está longe de ser um livro vulgar. E é muito mais do que uma vulgata de citações que, habitualmente, acoplamos a toda a espécie de discursos.
4. Trata-se, no fundo, de uma denúncia subtil dos nossos julgamentos, das nossas avaliações.
Hoje, os nossos olhos alcançam praticamente tudo. Os nossos olhos esticaram-se.
5. Temos os óculos, temos a tv, temos a net. Só que, como avisa Saint-Exupéry, «os nossos olhos são cegos». Detectam as pegadas. Advertem as pisadelas, Notificam os estrondos.
Mas isso não é o essencial. «O essencial é invisível aos olhos». Como ver, então? «Só se vê bem com o coração».
6. O coração tem uma lógica que vai além de toda a lógica. Ele é o único a descobrir atalhos quando os olhos já não enxergam caminhos.
Sucede que os mais crescidos têm muita dificuldade em ver assim. Os mais crescidos são «muito esquisitos».
7. Os nossos olhos levam-nos até à realidade.
Mas isso não significa que nos permitam entrar dentro dela. Nem, muito menos, que nos tragam a realidade até nós.
8. Os mais crescidos «precisam sempre de explicações». Nunca «entendem nada sozinhos». Mesmo (ou sobretudo) quando presumem que tudo percebem.
As crianças «acabam por se cansar de lhes estar sempre a explicar tudo». De facto, «as crianças têm de ter muita paciência com os adultos».
9. Os mais pequenos ainda não têm tantas vendas no seu coração.
Por isso vêem melhor. Com mais nitidez. Com mais pureza e claridade!
10. Comunicar é muito mais do que emitir sons. Muitas vezes, «a linguagem é uma fonte de mal-entendidos». Essencial é saber cativar, ou seja, «criar laços».
É isso o que falta. É isso o que urge!
Os amigos das horas difíceis não são os melhores.
São os únicos!
Esperar não é parar. É acreditar enquanto se caminha. É sentir que se vai encontrar o que se procura.
Carlo Goldoni achava que «quem vive esperando, morre penando».
Pelo contrário, Agostinho da Silva recomendava que não fizéssemos planos para a vida para não estragarmos os planos que a vida tem para nós.
Esperar não é ficar; é tender. Em latim, esperar diz-se «adtendere», ou seja, «tender para».
É a esperança que nos transporta pelas estradas do tempo. As estradas são íngremes, muitas vezes intransitáveis. Mas a esperança é uma condutora persistente.
É por isso que, enquanto há esperança, nunca deixará de haver vida!
Uma obra interminada será uma obra?
Henri Amiel não tinha dúvidas: «Obra inacabada não é obra».
Mas, nesse caso, haverá alguma obra à nossa frente, atrás de nós ou dentro de nós?
Só no fim, seremos. Seremos?
A vida, no seu decurso e nas suas irrefutáveis lições, vai-nos habituando a quase tudo.
Há uma coisa, porém, que nunca consegui entender e que me custa sobremameira a suportar: a falsidade.
Coelho Neto anotou: «A mentira é um manto esfarrapado e curto, que não consegue jamais esconder a verdade. A mentira é como uma baforada de fumo que logo se desmancha no ar».
A mentira depressa se manifesta, apesar das tentativas de a esconder. A verdade rapidamente se impõe, não obstante os esforços de a ocultar.
Pessoas falsas andam certamente à nossa volta. Mas as pessoas verdadeiras acabam por morar dentro de nós.
São elas que nos iluminam!
Todo o excesso é perigoso.
O excesso é capaz de neutralizar o efeito da melhor acção ou de perverter o desígnio do melhor propósito.
Foi talvez por isso que Sólon proclamou: «Nada em excesso».
Pietro Aretino achava, concretamente, que «o excesso de estudo provoca erro, confusão, melancolia, cólera e fastio».
Acontece que, hoje em dia, poucos são os que estão à beira deste excesso. O que avulta, na hora que passa, não é excesso de estudo; é carência de estudo.
Padecemos, hoje, de carência de estudo e de escuta. Estuda-se pouco e escuta-se muito pouco.
Estudar é sobretudo escutar. Escutar é também estudar!
Reconheciam os antigos que os extremos tocam-se.
O mais distante acaba por ser também o mais próximo.
Se pensarmos bem, as fronteiras entre a loucura e a sabedoria são bem ténues.
Pietro Aretino assinalou: «As únicas falsas loucuras que ainda existem são aquelas que uma vez por outra os sábios cometem».
Os sábios também cometem actos de loucura. E os loucos também praticam actos de sabedoria.
Afinal, alguém terá o exclusivo da sabedoria ou a propriedade da loucura?
Hoje, 03 de Setembro, é dia de S. Gregório Magno e S. Remáculo.
Um santo e abençoado dia para todos!
Enquanto o nosso cérebro procura razões que expliquem os problemas de ontem, eis que o nosso Deus nos oferece uma oportunidade para os resolver: o dia de hoje!
Siga, pois, a sugestão de Deus.
Nós queremos explicações. Deus dá-nos horizontes!
A vida é uma sucessão de começos. Tente depositar os problemas no seu devido lugar: no passado.
Não deixe que o seu passado obstrua o seu presente.
Verá que o seu presente será uma surpresa com futuro!
O talento caracteriza-se por uma grande subtileza. A pessoa talentosa age, mas não se exibe.
O talento não é ostensivo, nem ofensivo. Há sempre um certo resguardo, um certo recato.
Quintiliano observa: «Quando não se tem talento, diz-se tudo. O homem de talento escolhe e contém-se».
O talento fala sobretudo através dos actos, através da vida. O talento como que se encolhe e recolhe.
A pessoa verdadeiramente talentosa faz sentir a sua influência sobretudo quando falta.
O talento é o que faz ser, é o que faz com que se faça.
Muito exibicionismo e demasiada estridência nunca me convenceram.
O talento é discreto. Reclama a nossa atenção. E merece o nosso seguimento!