Cheguei a Lisboa há 24 anos, completaram-se hoje.
Na paróquia de S. João de Brito, fiz uma aprendizagem, em chave existencial, do que é ser padre.
Encontrei sacerdotes totalmente devotados à sua missão e uma comunidade transbordando uma generosidade sem limites.
Respirava-se um ambiente de família entre todos.
O que mais me impressionou sempre foi o sentido do «outro», que transpirava nos mais pequenos gestos.
Impossível esquecer, já no último ano em que lá estive, o que os jovens fizeram para apoiar um grupo de pessoas que, de um dia para o outro, ficaram desalojadas em Camarate.
Mobilizaram toda a comunidade (crentes e não crentes) e, durante dias, ali estiveram junto de desconhecidos que depressa passaram a ser tratados como irmãos.
Tanta coisa poderia dizer. O importante é a gratidão que fica e a imagem que permanece.
Só queria agradecer a tantos que, durante do dia de ontem, me contactaram de várias formas. Mesmo que já tivesse esquecido, teria sempre quem me reavivasse a memória.
Foram apenas quatro anos. Em 1993, regressei às origens. Mas o que aprendi ficou gravado no mais fundo do meu ser de uma forma sentida, reconhecida, agradecida.
A Paróquia de S. João de Brito acompanhar-me-á sempre. Até ao fim!