Há muita gente a escrever, hoje. Haverá muitos escritores, hoje?
Nem sempre a qualidade acompanha a qualidade.
É temerário fazer avaliações, mas é impossível não sentir percepções.
Roland Barthes estabeleceu uma distinção (e cavou quase um fosso intransponível) entre escritores e escreventes.
Para ele, o escritor tem o seu espaço e encontra o seu sentido na instituição literária. Não vive a vertigem do momento, nem se mostra um mendigo do êxito.
Já o escrevente faz do texto uma actividade produzida à sombra de outras instituições que, muitas vezes, pouco ou nada têm que ver com a literatura.
Move-se noutro circuito, nomeadamente o mercantil. O objectivo é o êxito rápido e o lucro fácil.
Vive da espuma dos dias e do ar do tempo.
Deixa nome. Mas conseguirá deixar rasto?