O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 03 de Setembro de 2013

1. O tamanho não é decisivo e a simplicidade não constitui um entrave.

Afinal, um livro não precisa de ser grande para ser um grande livro. E uma história (aparentemente) infantil pode encerrar uma enorme profundidade.

 

2. Antoine de Saint-Exupéry dedica «O Principezinho» ao seu melhor amigo. Ou, como tem o cuidado de ressalvar, «à criança que ele já foi».

Não espanta, por isso, que — sete décadas depois — este continue a ser um livro que não envelhece. Aos 70 anos, continua a ser «O Principezinho». Ele passa pelo tempo. Mas o tempo parece não passar por ele.

 

3. «O Principezinho» é, sem dúvida, um dos livros mais conhecidos. Não estou, porém, seguro de que seja um livro muito lido.  

Tratando-se de um livro popular, está longe de ser um livro vulgar. E é muito mais do que uma vulgata de citações que, habitualmente, acoplamos a toda a espécie de discursos.

 

4. Trata-se, no fundo, de uma denúncia subtil dos nossos julgamentos, das nossas avaliações.

Hoje, os nossos olhos alcançam praticamente tudo. Os nossos olhos esticaram-se.

 

5. Temos os óculos, temos a tv, temos a net. Só que, como avisa Saint-Exupéry, «os nossos olhos são cegos». Detectam as pegadas. Advertem as pisadelas, Notificam os estrondos.

Mas isso não é o essencial. «O essencial é invisível aos olhos». Como ver, então? «Só se vê bem com o coração».

 

6. O coração tem uma lógica que vai além de toda a lógica. Ele é o único a descobrir atalhos quando os olhos já não enxergam caminhos.

Sucede que os mais crescidos têm muita dificuldade em ver assim. Os mais crescidos são «muito esquisitos».

 

7. Os nossos olhos levam-nos até à realidade.

Mas isso não significa que nos permitam entrar dentro dela. Nem, muito menos, que nos tragam a realidade até nós.

 

8. Os mais crescidos «precisam sempre de explicações». Nunca «entendem nada sozinhos». Mesmo (ou sobretudo) quando presumem que tudo percebem.

As crianças «acabam por se cansar de lhes estar sempre a explicar tudo». De facto, «as crianças têm de ter muita paciência com os adultos».

 

9. Os mais pequenos ainda não têm tantas vendas no seu coração.

Por isso vêem melhor. Com mais nitidez. Com mais pureza e claridade!

 

10. Comunicar é muito mais do que emitir sons. Muitas vezes, «a linguagem é uma fonte de mal-entendidos». Essencial é saber cativar, ou seja, «criar laços».

É isso o que falta. É isso o que urge!

publicado por Theosfera às 18:34

Os amigos das horas difíceis não são os melhores.

São os únicos!

publicado por Theosfera às 12:19

Esperar não é parar. É acreditar enquanto se caminha. É sentir que se vai encontrar o que se procura.

Carlo Goldoni achava que «quem vive esperando, morre penando».

Pelo contrário, Agostinho da Silva recomendava que não fizéssemos planos para a vida para não estragarmos os planos que a vida tem para nós.

Esperar não é ficar; é tender. Em latim, esperar diz-se «adtendere», ou seja, «tender para».

É a esperança que nos transporta pelas estradas do tempo. As estradas são íngremes, muitas vezes intransitáveis. Mas a esperança é uma condutora persistente.

É por isso que, enquanto há esperança, nunca deixará de haver vida!

publicado por Theosfera às 09:51

Uma obra interminada será uma obra?

Henri Amiel não tinha dúvidas: «Obra inacabada não é obra».

Mas, nesse caso, haverá alguma obra à nossa frente, atrás de nós ou dentro de nós?

Só no fim, seremos. Seremos?

publicado por Theosfera às 09:45

A vida, no seu decurso e nas suas irrefutáveis lições, vai-nos habituando a quase tudo.

Há uma coisa, porém, que nunca consegui entender e que me custa sobremameira a suportar: a falsidade.

Coelho Neto anotou: «A mentira é um manto esfarrapado e curto, que não consegue jamais esconder a verdade. A mentira é como uma baforada de fumo que logo se desmancha no ar».

A mentira depressa se manifesta, apesar das tentativas de a esconder. A verdade rapidamente se impõe, não obstante os esforços de a ocultar.

Pessoas falsas andam certamente à nossa volta. Mas as pessoas verdadeiras acabam por morar dentro de nós.

São elas que nos iluminam!

publicado por Theosfera às 09:39

Todo o excesso é perigoso.

O excesso é capaz de neutralizar o efeito da melhor acção ou de perverter o desígnio do melhor propósito.

Foi talvez por isso que Sólon proclamou: «Nada em excesso».

Pietro Aretino achava, concretamente, que «o excesso de estudo provoca erro, confusão, melancolia, cólera e fastio».

Acontece que, hoje em dia, poucos são os que estão à beira deste excesso. O que avulta, na hora que passa, não é excesso de estudo; é carência de estudo.

Padecemos, hoje, de carência de estudo e de escuta. Estuda-se pouco e escuta-se muito pouco.

Estudar é sobretudo escutar. Escutar é também estudar!

publicado por Theosfera às 09:25

Reconheciam os antigos que os extremos tocam-se.

O mais distante acaba por ser também o mais próximo.

Se pensarmos bem, as fronteiras entre a loucura e a sabedoria são bem ténues.

Pietro Aretino assinalou: «As únicas falsas loucuras que ainda existem são aquelas que uma vez por outra os sábios cometem».

Os sábios também cometem actos de loucura. E os loucos também praticam actos de sabedoria.

Afinal, alguém terá o exclusivo da sabedoria ou a propriedade da loucura?

publicado por Theosfera às 09:14

Hoje, 03 de Setembro, é dia de S. Gregório Magno e S. Remáculo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:05

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