«Esta pessoa é boa», ouve-se. «Esta pessoa é má», escuta-se.
O curioso é que, muitas vezes, coisas tão díspares são ditas acerca da mesma pessoa. Como é possível tamanha discrepância?
Nem os outros nem nós somos objectos; por isso não conseguimos ser totalmente objectivos.
Os outros e nós mesmos somos sujeitos; nessa medida, seremos sempre subjectivos.
É neste sentido que, no fundo, começamos a ver os outros não como eles são, mas como nós somos.
Habitualmente, é muito tarde quando em nós se imprime o que os outros efectivamente são.
A sensação dominante é a decepção.
Geralmente, leva muito tempo a que o lado escondido se revele.
Há quem encene muito bem. Só que a vida não é um palco contínuo.
E acaba por chegar o momento em que aquilo que está dentro salta cá para fora!