O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 31 de Agosto de 2013

Não é a ameaça que faz temer. Como notou Miguel Cervantes, «enquanto se ameaça, descansa o ameaçado».

Temível é a agressão após a ameaça. Ou o ataque sem qualquer ameaça.

Mas, em todo o caso, o importante é ter a consciência de que se fez o que se devia fazer.

E, como alertava S. João de Brito, «quando a culpa é virtude, o padecer é glória». Mesmo que não se procure a glória. Mesmo que não se ambicione qualquer recompensa.

O bem compensa em si mesmo. Dispensa anexos compensatórios!

publicado por Theosfera às 09:19

Afinal, que levaremos connosco quando partirmos?

O que conquistámos? O que acumulámos? O que amealhámos?

Saadi Muslah-Al-Din tinha uma certeza: «Quando morreres, só levarás aquilo que tiveres dado».

A nossa dádiva será o nosso rasto, o nosso lastro.

O que tivermos dado na vida de alguém ajudará que a nossa marca se prolongue.

Só quem vive para dar, dará motivos para viver. E para nunca deixar de sobreviver!

publicado por Theosfera às 09:12

Não se julgue que a coragem vem da força física. Napoleão tinha a certeza: «A bravura provém do sangue, a coragem provém do pensamento».

É de dentro que vem a capacidade para ir mais além do possível, para ousar o impossível.

É de dentro que vem a força. É de Alguém que nos habita por dentro!

publicado por Theosfera às 09:04

Hoje, 31 de Agosto, é dia de S. Raimundo Nonnato e Sto. Aristides.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 04:27

Sexta-feira, 30 de Agosto de 2013

Os idosos não são velhos. São jovens há mais tempo.
Têm muito a ensinar-nos. Temos imenso a aprender com eles!

publicado por Theosfera às 17:10

É no rosto que estão os olhos e os ouvidos.

Mas não é com estes olhos que melhor se vê nem com estes ouvidos que melhor se ouve.

Os melhores olhos e os melhores ouvidos não estão no exterior. Estão no interior.

Saint-Exupéry reconhecia que «só se vê bem com o coração». O coração consegue ir mais longe que o próprio entendimento.

Os olhos que vêem e os ouvidos que escutam estão alojados no coração.

Já no Antigo Testamento aparece Salomão a pedir um coração que escute (cf. 1Rs 3, 9): «lev shome'a».

O rei sábio não falhou.

O coração é o que vê mais. O coração é o que ouve melhor!

publicado por Theosfera às 16:32

Coisa estranha é este mundo. Coisa estranha é este tempo. Coisa estranha é o comportamento humano neste mundo e neste tempo.

Andamos cada vez mais depressa e chegamos cada vez mais atrasados.

Causa? Queremos fazer tudo. Queremos fazer tudo ao mesmo tempo.

Falta-nos um pouco de pausa, um pouco de lentidão.

Há muito saber, mas pouco sabor.

Falta uma certa capacidade para olhar para dentro, para entrar neste santuário que somos nós mesmos.

Lá no fundo desse mar imenso que se chama vida, há uma miríade de surpresas. À espera de serem encontradas!

publicado por Theosfera às 14:42

O trabalho não pode ser um pesadelo e a falta de trabalho tem de deixar de constituir uma ameaça.

O trabalho tem a sua lei. Mas não há-de ser o mercado a impô-la.

Victor Hugo resumiu tudo: «O trabalho não pode ser uma lei sem que seja um direito»!

Para todos. Para sempre!

publicado por Theosfera às 09:22

A felicidade pode ser encontrada fora de nós?

Raoul Follereau dizia que «ninguém pode ser feliz sozinho».

Epitecto, num registo aparentemente oposto, proclamava: «Não busqueis a felicidade fora, mas sim dentro de vós, caso contrário nunca a encontrareis».

A felicidade só existe (ou desiste) na relação com os outros.

Mas essa relação com o exterior só nos afecta quando se consolida no nosso interior.

Não há dicotomia entre o interior e o exterior.

Felizes somos quando nos abrimos aos outros. Felizes seremos quando essa abertura nos transformar por dentro.

A partir do fundo!

publicado por Theosfera às 09:16

Somos amigos quando nos conhecemos bem? Ou a amizade cai quando conhecemos demasiado bem os outros?

Bertrand Russell tinha uma opinião talvez pouco ortodoxa: «Se a todos fosse dado o poder mágico de ler nos pensamentos dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de toda a amizade».

Em muitos casos, admito que sim. Mas, graças a Deus, há quem consolide a amizade com o conhecimento.

Há quem (apenas) se pretenda mostrar amigo. Mas ainda há quem, mesmo que o não mostre, seja amigo. Em toda a parte. E sempre.

Sobretudo nas horas de adversidade!

publicado por Theosfera às 09:08

O maior conhecimento não é o que se exibe; é o que se vive.

A vivência é o grande certificado da espessura do conhecimento.

Thomas Fuller já assinalava: «A acção é o verdadeiro fruto do conhecimento».

Sem acção, o conhecimento arrisca-se a ser mero exercício diletante.

Conhecer é, sobretudo, agir. Transformar!

publicado por Theosfera às 09:00

Ocorre hoje, 30 de Agosto, a memória da Bem-Aventurada Joana Jugan, Fundadora das Irmãzinhas dos Pobres.

 

Viveu nos séculos XVIII e XIX. Era uma pessoa de humildade extrema. Na escola do Mestre, dispôs-se a imitá-Lo até às útlimas consequências.

 

Fazia questão de mendigar para os pobres, em vez dos próprios pobres. A Cruz acompanhou-a sempre.

 

Aliás, na própria obra que fundou, só esteve quatro anos à sua frente. Uma campanha de intrigas e intromissões fizeram com que fosse destituída.

 

Iniciou, então, uma vida de reclusão, um grande retiro de 27 anos. O conselho de S. João Eudes, seu mestre espiritual, acompanhava-a sempre: «A verdadeira medida da santidade é a humildade».

 

Por isso, ela dizia às suas companheiras: «Sede pequenas, pequeníssimas. Conservai o espírito de humildade, de simplicidade».

 

João Paulo II, na homilia da beatificação, ressaltou: «Na nossa época, o orgulho, a busca da eficácia e a tentação dos meios poderosos dominam o mundo e, por vezes, infelizmente, a Igreja».

 

Os santos nunca tiveram vida fácil. Para seguirem a Cristo, passaram por uma via estreita, difícil e, não raramente, dificultada.

 

E os maiores atropelos não vieram de fora. Emergiram a partir de dentro.

publicado por Theosfera às 05:38

Hoje, 30 de Agosto, é dia de Sta. Joana Jugan e S. João Juvenal Ancina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 04:38

Quinta-feira, 29 de Agosto de 2013

Quem ganhou as últimas guerras? Quem ganhará as próximas guerras?

Eleanor Roosevelt não tinha dúvidas: «Ninguém ganhou a última guerra, nem ninguém ganhará a próxima».

Esse é o equívoco em que persistimos desde os primórdios.

Na guerra, todos perdemos. Ganhar só na paz!

publicado por Theosfera às 10:32

A fé é um misto de infância e maturidade.

A fé faz-nos crescer sem que, alguma vez, tenhamos a pretensão de já termos crescido.

A fé torna-nos adultos sem nos impedir de continuarmos a ser crianças.

Agustina Bessa-Luís verbalizou: «O homem de Deus é menino pela confiança e é adulto pelo reconhecimento da paz do coração»!

publicado por Theosfera às 10:25

A escravidão não vem só da escravatura. A ambição também escraviza.

Jean de la Bruyère reconhecia que «o escravo apenas tem um senhor, o ambicioso tem tantos quantos lhe puderem ser úteis para vencer».

Muito cuidado, pois!

publicado por Theosfera às 10:20

A fé é um dom. E acaba por constituir uma terapia.

A fé acautela muitas enfermidades e cura uma grande quantidade de doenças: o orgulho, por exemplo.

Lamennais confessava: «A fé começa onde o orgulho acaba. Tirai a fé, e tudo perecerá: ela é a alma da sociedade e a própria substância da vida humana. A fé dirige e precede necessariamente todas as nossas acções; está na natureza humana e é a primeira condição da sua existência»!

publicado por Theosfera às 10:16

Se o silêncio o visitar, acolha-o. Se o silêncio lhe falar, escute-o.

Eu sei que não é suposto o silêncio falar. Mas é verdade.

O silêncio tem a linguagem mais eloquente de todas: a linguagem da profundidade, da subtileza, da surpresa.

Depois, sim. Deixe que a sua voz seja eco do que ouviu.

A palavra é bela quando nasce nas fontes luminosas do silêncio!

publicado por Theosfera às 06:31

Hoje é dia do martírio de S. João Baptista.

 

Pagou com a vida a sua coragem, a sua coerência, a sua frontalidade.

 

E repare-se em dois aspectos de monta que relevam da sua conduta:

 

1) João Baptista não foi corajoso com os pequenos, foi corajoso com os grandes;

 

2) João Baptista não andou a falar de ninguém na sua ausência; falou pela frente.

 

Isso valeu-lhe a vida, é certo, mas fez dele um homem de excepção.

 

O seu exemplo é imprescritível. Será que o seu testemunho é imitável?

publicado por Theosfera às 05:28

Hoje, 29 de Agosto, é dia do Martírio de S. João Baptista e Sta. Sabina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 04:32

Quarta-feira, 28 de Agosto de 2013

Faz hoje, 28 de Agosto, 50 anos que foi pronunciado um dos discursos mais célebres do século XX.

Foi proferido por Martin Luther King.

É conhecido pela máxima, várias vezes repetida: «I have a dream» (eu tenho um sonho).

É um sonho que não morreu. É um sonho pelo qual, cinco anos mais tarde (1968), ele mesmo deu a vida.

Já não existe racismo nos Estados Unidos. Mas continua a subsistir a injustiça em todo o mundo. O que não parece persistir é o nível de coragem patenteado por pessoas como Luther King.

O medo sempre existiu. O que parece é que ele está a alastrar, ameaçando vencer-nos.

É possível que, a esta hora, o medo esteja a bater à porta de muitos corações. Mas não lhe ceda, não se submeta a ele.

Luther King é luminoso a este respeito: «O medo bateu à porta. A fé foi abrir. Não havia ninguém».

Ou seja, a fé faz desaparecer o medo.

Vençamos o medo com a fé. E com o testemunho da vida!

publicado por Theosfera às 10:34

O problema do erro não é só o facto do erro. O maior problema do erro é que só damos conta dele depois de o termos cometido.

Rudyard Kipling reconhecia: «Nunca cometi um erro na minha vida, pelo menos um que eu próprio, mais tarde, não pudesse explicar».

É difícil ser preventivo no que toca aos erros. Muitas vezes, é quando erramos que nos apercebemos de que existimos.

«Si fallor, sum», confessava Agostinho de Hipona.

Mas antes pecar por erro do que por omissão. Pelo menos, quem reconhece que erra tem consciência de que pode fazer diferente, de que pode (tentar) fazer melhor!

publicado por Theosfera às 10:24

O conhecimento é importante. Mas só é decisivo quando se transforma em vida.

Anton Tchecov era peremptório: «O conhecimento não serve de nada, a não ser que se ponha em prática»!

publicado por Theosfera às 10:18

A justiça oferece o que é merecido. A bondade é capaz de ir mais longe, de oferecer até o que é imerecido.

Joseph Joubert assinalou: «A bondade consiste em estimar e amar os outros para além do que eles merecem».

A bondade é heróica. Até porque é tida como ingénua.

Mas enquanto a bondade não for norma, nem sequer a justiça conseguirá ser lei!

publicado por Theosfera às 10:12

Hoje, 28 de Agosto, é dia de Sto. Agostinho, Padroeiro secundário da Diocese de Lamego, e S. Junípero Serra.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 04:54

Terça-feira, 27 de Agosto de 2013

Quem mais fala não é, necessariamente, quem mais sabe.

Quem mais sabe é, muitas vezes, quem menos fala.

Quem muito sabe não nos fala de cima. Caminha ao nosso lado.

Não será muito estridente, mas mostra-se mais convincente.

A sua eloquência tem o nome de coerência.

O seu saber é-nos oferecido na mais preciosa moldura: na humildade.

Eis, em síntese, uma das mais poderosas lições que a vida me tem oferecido.

É por isso que importa, talvez, ouvir menos quem muito fala. E acompanhar mais quem muito sabe, embora pouco fale.

É que, falando com a vida, quem muito sabe só poderá ser escutado com os ouvidos da alma, com os auscultadores do coração.

publicado por Theosfera às 15:19

A programação nunca foi o nosso forte. O improviso sempre foi a nossa arma.

Muitas vezes, corre bem. Mas, outras vezes, acaba por correr mal.

A prevenção evitaria muitos incêndios. A prevenção pouparia dinheiro e, mais, pouparia vidas.

Só no Domingo ocorreram 362 incêndios em Portugal!

São dados que fazem reflectir e que nos deviam levar a inflectir.

Temo, porém, que nada de substancial aconteça.

É muito difícil alterar a natureza. E a endémica atracção pelo improviso está na nossa natureza. Corre nas nossas veias. E está alojada nas nossas (lusas) entranhas.

Somos assim. Alguma vez seremos diferentes?

publicado por Theosfera às 09:38

O trabalho já foi visto como tortura. Trabalho, afinal, vem do latim «tripalium», que designa instrumento de tortura.

Depois, foi-se impondo como factor de realização.

Agora começa a ser encarado com medo. Com duplo medo, aliás.

Muitos são os que têm medo de não encontrar trabalho. E tantos são os que têm medo de perder o trabalho que (ainda) têm.

Numa sociedade de atropelos e bloqueios, porque é que não deixam trabalhar quem quer trabalhar?

publicado por Theosfera às 09:29

O divino não é o que se sobrepõe ao humano. Tudo sabe a Deus nesta vida.

Ele está na superfície mais subtil. E encontra-Se na profundidade mais funda.

Como dizia Voltaire, «se Deus não existisse, seria preciso inventá-Lo».

Mas não é necessário. Foi Deus que nos inventou.

Nós somos o eco da Sua presença. Porque não havemos de ser, a cada instante, a imagem do Seu amor e a ressonância da Sua paz?

publicado por Theosfera às 09:24

Muitas são as vezes em que nos queixamos da vida.

Mas será que a vida, se falasse, também não teria motivos para se queixar de nós?

Artur Rubistein observa: «Quem ama a vida é amado por ela».

Pode levar tempo. Mas a vida não costuma desapontar os que não desistem.

E no chão da vida fermenta o eco da presença palpitante de Deus. A vida dos homens é um sopro do eterno abraço de Deus!

publicado por Theosfera às 09:17

«Se a juventude soubesse, se a velhice pudesse».

Henri Estienne condensou, nesta frase, o dilema da existência.

Há uma cisão entre o poder e o saber.

O poder parece que vem cedo. O saber parece que chega tarde.

Parece que quando se pode, não se sabe. E parece que quando (finalmente) se sabe, já não se pode.

O problema é que o poder presume que sabe.

Quando se chega a saber é que se dá conta de que, afinal, não se sabia. Mas, aí, dificilmente se pode.

A solução é aqueles que podem habituar-se a escutar aqueles que sabem!

publicado por Theosfera às 09:00

Hoje, 27 de Agosto, é dia de Sta. Mónica e S. Gabriel Maria.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Segunda-feira, 26 de Agosto de 2013

Faz hoje, 26 de Agosto, 103 anos que nasceu Madre Teresa de Calcutá.

Isto é o que diz o registo.

Porque o que ela sempre afirmou era que o dia do seu nascimento foi quando encontrou um leproso em fase terminal numa rua.

Este, nos seus braços, desabafou: «Vivi como um cão, mas hoje posso dizer que morro como um anjo»!

publicado por Theosfera às 23:36

Um livrinho pode ser um grande livro.

E um principezinho (e um principezinho de ficção) pode ser mais importante que muitos imperadores reais. Podem até fazer melhor.

Basta que inspirem melhores sentimentos e alimentem belos sonhos. E isso conseguiu-o «O Principezinho» de Saint-Exupéry.

Conhecido por algumas frases soltas, acopladas a discursos à guisa de ornamento, esta é uma obra que nos transporta para a pátria de um belo que merecia não ser apenas irreal.

Eis uma lição pertinente acerca dos comportamentos humanos.

Comunicar é muito mais do que emitir sons. Muitas vezes, «a linguagem é uma fonte de mal-entendidos».

Essencial é saber cativar, ou seja, «criar laços».

É isso o que falta. É isso o que urge!

publicado por Theosfera às 23:27

A vitória não consiste apenas (nem principalmente) na conquista.

A vitória começa na determinação, continua na procura e é alimentada pela persistência.

Já dizia Nietzsche que «nenhum vencedor acredita no acaso»!

publicado por Theosfera às 22:49

Hoje, 26 de Agosto, é dia de Sta. Micaela, S. Domingos de Nossa Senhora, S. Liberato, Sta. Maria de Jesus Crucificado e Sta. Teresa Jornet.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 22:43

Domingo, 25 de Agosto de 2013

Os nossos olhos levam-nos até à realidade. Mas isso não significa que nos permitam entrar dentro dela. Nem, muito menos, que nos tragam a realidade até nós.

A criança desenhou uma jiboia a comer uma fera. Os mais crescidos viam um chapéu.

Os mais crescidos, observa Saint-Exupery, «precisam sempre de explicações». Nunca «entendem nada sozinhos», mesmo (ou sobretudo) quando presumem que tudo percebem.

As crianças «acabam por se cansar de lhes estar sempre a explicar tudo». De facto, «as crianças têm de ter muita paciência com os adultos».

Quando desperdiçamos o olhar interior, o exterior fica sempre obscurecido. Mesmo que nos pareça clarificado pela lógica, pela racionalidade.

Porque a razão também hesita, também se engana, também vacila, também cai.

Os mais pequenos ainda não têm tantas vendas no seu coração.

Por isso vêm melhor. Com mais nitidez. Com mais pureza e claridade!

publicado por Theosfera às 16:19

Tirando a Bíblia, o livro dos livros, será difícil catalogar as obras literárias.

Qual será o livro mais importante? O livro mais célebre? E o livro mais belo?

Quanto a este último, confesso que não tenho grandes hesitações. «O principezinho» é muito mais que a sequência de citações que aprendemos a decorar.

É toda uma história de iluminação, de saudável inversão dos padrões de maturidade que incorporámos.

É uma exaltação do ser criança que sabe mais a profundidade do que muitos dos livros tidos por mais doutos.

Foi escrito há precisamente 70 anos, em 1943.

Trata-se de um aviso muito subtil. Hoje, os nossos olhos alcançam praticamente tudo. Os nossos olhos esticaram-se.

Temos os óculos, temos a tv, temos a net. Só que, como avisa Saint-Exupéry, «os nossos olhos são cegos».

Detectam as pegadas. Advertem as pisadelas, Notificam os estrondos.

Mas isso não é o essencial. «O essencial é invisível aos olhos».

Como ver, então? «Só se vê bem com o coração».

O coração é o único capaz de apagar feridas, de descobrir atalhos quando os olhos não enxergam caminhos.

Os mais crescidos têm muita dificuldade. Os mais crescidos são «muito esquisitos».

É por isso que o livro é dedicado à criança que os mais crescidos já foram. Mesmo que muitos não se lembrem disso!

publicado por Theosfera às 16:01

Haverá problemas que têm solução. Mas há soluções que têm problemas.

Olhemos para a Grécia. Para o Médio Oriente. Para o mundo. Para a vida. Para nós.

A existência parece um contínuo balanceamento entre problemas e soluções.

Os problemas anelam por soluções. Mas as soluções acabam sempre por introduzir novos problemas.

Há que não fugir deles. Há que não ter a pretensão de os resolver de uma só vez.

Há que saber conviver com eles. Pacificamente. Duradouramente.

Talvez esteja aí a solução: saber conviver com os problemas!

publicado por Theosfera às 08:58

Muito saber acaba por ser também muito sofrer.

Goethe anotou: «Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco. À medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida».

A preocupação de confrontar saberes e a necessidade de concatenar os saberes com a realidade fazem aumentar a inquietação.

É por isso que os muito doutos parecem mais hesitantes na hora da acção.

Mas faz parte do saber não ficar apenas pelo conhecimento.

O grande saber é o que sai de si mesmo. É o que inunda a vida com novos horizontes!

publicado por Theosfera às 08:50

«Quanto melhor se enche a vida, menos se tem medo de perdê-la».

Alain percebeu o essencial.

É quando perdemos a vida que melhor a enchemos.

Dar, afinal, é sinónimo de receber. Quanto mais se dá, tanto mais se recebe.

A lógica do Evangelho não falha. Pode parecer subversiva, mas é estupendamente real.

Experimente Jesus!

publicado por Theosfera às 08:45

A felicidade pode não ser uma conquista. Mas tem de ser sempre uma tentativa.

Jacques Prévert aconselhava: «É preciso tentar ser feliz, nem que seja apenas para dar o exemplo».

Procurar ser feliz não será a verdadeira felicidade?

E nunca se esqueça da máxima de Raoul Follereau: «Ninguém é feliz sozinho».

A felicidade não está na posse. Está na dádiva.

Só somos felizes quando ajudamos a semear felicidade!

publicado por Theosfera às 08:41

A porta da salvação é estreita (cf. Mt 7, 13), mas não é intransponível.

A porta é estreita, mas não está fechada. A porta da salvação, a porta da fé está sempre aberta (cf. Act 14, 27).

É uma porta que nunca se fecha.

Não se entra nessa porta aos empurrões nem aos encontrões. É por essa porta que se dá o encontro entre todos. Essa porta é Jesus (cf. Jo 10, 9).

Não existe auto-salvação. A porta é também o porteiro. Só Jesus salva.

Mas Ele quer que todos nos salvemos. Por isso Ele vem. Por isso Ele nunca deixa de vir.

Atenção, pois. A porta está aberta.

Também hoje. Também para si!

publicado por Theosfera às 08:32

Hoje, 25 de Agosto, XXI Domingo do Tempo Comum, é dia de S. Luís, Rei de França, S. José de Calazans e S. Miguel de Carvalho.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:58

Sábado, 24 de Agosto de 2013

Os nossos olhos estão voltados para a frente. Mas, de vez em quando, é bom que se voltem um pouco para trás.

O passado ajuda a perceber o presente e a fermentar o futuro. Até para transformarmos o curso da história, é mister conhecê-lo minimamente.

Nietzsche não tinha dúvidas: «É preciso voltar ao passado para nos libertarmos dele».

Sem passar pelo passado, dificilmente ultrapassamos o passado.

publicado por Theosfera às 12:27

Hoje, talvez mais do que nunca, somos mendigos da felicidade.

Hoje, talvez mais do que nunca, confessamos que somos infelizes.

Somos infelizes mesmo quando proclamamos que somos felizes.

Parece que a felicidade dura pouco. É por isso que multiplicamos os eventos de diversão.

Só que a felicidade parece terminar quando tais eventos chegam ao fim.

As pessoas estão eufóricas, mas, ao mesmo tempo, insatisfeitas.

Habituámo-nos a correr. Desabituámo-nos de ficar.

Pascal tinha uma explicação (no mínimo) curiosa. Para ele, «toda a infelicidade nasce de uma única coisa: não saber ficar em descanso, num quarto».

Não iria tão longe, como é óbvio. Mas que, hoje em dia, faz muita falta repousar é algo que ninguém ousará questionar.

Urge fazer descansar o corpo e, ainda mais, a alma.

Quanto mais se cuida do corpo, tanto mais se faz notar a fadiga da alma.

Faz falta parar. Ler. Olhar. Orar. Meditar. Estar. Ser!

publicado por Theosfera às 12:01

A verdade anseia pela revelação. Mas, muitas vezes, surge-nos entorpecida pela obscuridade.

A verdade é o que todos dizem mostrar. Mas a experiência mostra que, muitas vezes, a verdade é também o que muitos querem esconder.

Oscar Wilde assegurava que, «se alguém diz a verdade, é certo que, mais cedo ou mais tarde, será descoberta». Mesmo que, durante muito tempo, pareça amordaçada.

Mas há sempre um momento em que a verdade irrompe. Ainda que não a digam, ainda que a neguem, a verdade acaba por romper todas as amarras que tentam aprisioná-la!

publicado por Theosfera às 11:36

Cuidado com a «verdade oficial».

A «verdade oficial» é, naturalmente, parcial.

Acontece que, como ensinam os antigos, a verdade está na totalidade.

A «verdade oficial» é, habitualmente, o que prevalece. Mas, raramente, corresponde ao que acontece.

Eis o que a vida nos mostra. E a vida costuma ser teimosa, saudavelmente teimosa.

Aprendamos com ela. Não olhemos só para cima. Habituemo-nos a olhar também para os que estão em baixo.

A verdade também habita nos simples e nos pobres.

Não nos fiquemos pela «verdade oficial».

A «verdade oficial» (passe a redundância) dificilmente é verdadeira!

publicado por Theosfera às 10:29

Um convite à prudência de La Rochefoucauld: «Alguma desconfiança que tenhamos da sinceridade de quem nos fala, não impede que julguemos sempre que são mais sinceros connosco que com os outros».

Entrar no nosso interior já não é fácil.

Como não há-de ser difícil penetrar no interior dos outros?

publicado por Theosfera às 07:41

Sinceramente, fico na dúvida.

Muitas vezes, não sei se estamos na era da comunicação ou se nos encontramos (apenas) no tempo do ruído.

Muito se fala. Muito se grita. Será que muito se pensa?

Mark Twain observou, há já muitas décadas: «Como a abelha trabalha na escuridão, o pensamento trabalha no silêncio e a virtude no segredo».

A falta de silêncio e uma certa ausência de recato não são propriamente o melhor sintoma de saúde cívica.

Numa altura em que o exterior está praticamente conhecido, subsiste um lugar inexplorado, para muitos quase inacessível: o interior.

O interior de cada um não merecerá uma visita?

publicado por Theosfera às 07:36

De modo sibilino e com muita empáfia, Baudelaire assegurou: «Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa existir».

Precisar não precisa, de facto. Mas Ele existe. Até quando d'Ele se diz que não existe.

E não há dúvida de que, como notou Lutero, quanto mais Se esconde mais Se revela.

Deus existe no Amor. E no Amor reina.

Como só Ele sabe. Como só Ele consegue!

publicado por Theosfera às 07:30

Hoje, 24 de Agosto, é dia de S. Bartolomeu e Mártires da Massa Cândida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:01

Sexta-feira, 23 de Agosto de 2013

Antoine de Saint-Exupéry exarou uma enorme e bela verdade: «O que nos salva é dar um passo. E outro ainda».

De facto, viver é caminhar. Às vezes, é cair. Outras vezes, é levantar. E tem de ser sempre ultrapassar, transcender, superar.

Só indo ao encontro nos (re)encontramos. Para isso, é preciso sair, dar: dar passos, dar o tempo, dar o ser, dar a vida!

publicado por Theosfera às 11:26

A vida também tem uma porta. É a porta do sentido.

Muitas vezes, parece fechada.

É por isso que nos distraímos. É por isso que deixamos de olhar para ela.

Acontece que há sempre um momento em que a porta se abre. Não por muito tempo, é certo.

Daí que seja fundamental estar atento.

Porque só entra pela porta quem observa a porta quando se abre.

A chave que a abre tem um nome: persistência!

publicado por Theosfera às 10:43

Dir-se-ia que as chamas estão a deslocar-se (perigosamente) do interior para o exterior.

O interior permanece frio. O exterior começa a estar insuportavelmente cálido.

Enquanto o coração languidesce, a floresta arde.

Era bom importar algum deste calor para a alma.

Há incêndios a devastar paisagens. Há gelos a demolir vidas.

Um pouco de equilíbrio é necessário.

O exterior precisa de ficar um pouco mais fresco. O interior precisa de ficar um pouco mais quente!

publicado por Theosfera às 10:33

Até certa idade, vemos as coisas e as pessoas com os nossos olhos.

Tudo parece idílico, paradisíaco, transparente, luminoso.

A partir de certa idade e até porque os nossos olhos enfraquecem, começamos a ver as coisas e as pessoas com o seu próprio olhar.

As coisas e as acções das pessoas inscrevem-se em nós. A paisagem, por vezes, altera-se. As nuvens adensam-se. Tudo parece mais obscuro, mais opaco.

A certa altura, começamos a questionar: como foi possível que estivéssemos enganados sobre esta e aquela pessoa?

Mas, afinal, não estávamos enganados. Estávamos a aprender.

E a aprendizagem da vida não tem hora marcada para terminar. Está sempre a acontecer.

Quem pensa que tudo conhece arrisca-se a coleccionar decepções.

Há que estar atento. E, acima de tudo, há que não sair do caminho.

Há que ser o que somos. Mesmo que outros deixem de ser o que eram. Ou o que nos parecia que fossem!

publicado por Theosfera às 10:24

Gosto da unidade. Mas, às vezes, apavora-me o consenso.

Não raramente, o consenso é autoritário, impositivo. Acaba por ser a imposição de uma parte sobre todos.

Não é em vão que as votações mais «consensuais» (a rondar os 90 e até os 100 por cento) acontecem em regimes de ditadura.

A fraude e o medo surtem os seus efeitos.

Deixemos as pessoas respirar. Deixemos que as pessoas sejam o que são.

E não degolemos as diferenças!

publicado por Theosfera às 10:10

A nossa preocupação pelo presente não deve levar-nos a ignorar o passado.

Aliás, se queremos inovar, é importante conhecer.

Só conhecendo o que aconteceu, estaremos em condições de não repetir.

Como advertia Mark Twain, «a história não se repete, mas rima».

A atenção é o grande alimento da sabedoria. E o maior combustível da acção!

publicado por Theosfera às 10:04

O dinheiro compra. O dinheiro paga. O dinheiro vende. O dinheiro dá?

Ralph Waldo Emerson achava que «o dinheiro tem, muitas vezes, um preço demasiado alto».

Sem darmos conta, o dinheiro não é instrumento ao nosso serviço. Nós é que, não raramente, nos tornamos instrumentos ao serviço do dinheiro. Ou de quem manda no dinheiro.

Seremos capazes de, alguma vez, acordarmos deste torpor, deste pesadelo?

publicado por Theosfera às 09:59

Da ciência esperamos sobretudo respostas. Mas, se repararmos, a ciência obsequia-nos especialmente com perguntas.

Heidegger dizia que a pergunta é a oração do pensamento. E Balzac notou que «a chave de todas as ciências é inegavelmente o ponto de interrogação».

Nunca deixe de perguntar. Mesmo depois de achar que encontrou as respostas que procurava.

A interrogação é a bússola do caminhante, o bastão do peregrino!

publicado por Theosfera às 09:52

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