Às vezes, muitas vezes, propendemos a achar que o grande mora longe.
Será que a proximidade empequenece?
Mas, no fundo, pequenos são os olhos que não conseguem ver o grande que está à nossa beira.
Manuel Gonçalves da Costa faria, em Agosto, 103 anos.
Ele, que trouxe tantos factos e tanta gente à lembrança, vai sendo atirado para o esquecimento.
A justiça nem sempre é feita aos melhores.
Foi das pessoas mais brilhantes que conheci.
Um mestre. E um grande amigo.
Serei suspeito, mas sou sincero.
Tudo o que sabe à terra onde nasci sabe bem.
Esta manhã, os meus olhos tropeçaram com um texto de Miguel Esteves Cardoso, que encomiava (justamente, aliás) a cereja de Resende: «Dizem que as cerejas não gostam de chuva, mas até agora ainda não comemos uma única cereja de Resende que não fosse de fazer fechar os olhos e estalar os lábios».
Bela descrição para tão belo produto!
A realidade é a totalidade. A começar, desde logo, pela sua interioridade.
O problema é que, hoje em dia, andamos pouco por dentro e muito por fora.
Olhamos, quase só, para a realidade exterior e para o exterior da realidade.
A páginas tantas, já nem reparamos que a realidade não é só isso.
A páginas tantas, julgamos que a realidade é apenas isso!
«Um problema sem solução é um problema mal colocado».
Emerson tem razão. Um problema sem solução é um problema para o qual não se viu solução.
Não quer dizer que ela não exista.
Viver é procurar soluções para os problemas. Mas, às vezes, é colocar problemas em certas soluções!
Em tudo existe uma beleza escondida. No bem, sem dúvida. Mas, quem sabe, também no mal.
Charles Chaplin apercebeu-se: «A beleza existe em tudo - tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e os poetas sabem encontrá-la»!
Ninguém se deve julgar superior a alguém.
Montesquieu assinalou: «Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos».
Nas nossas diferenças, somos mais parecidos do que pensamos!
A infância é linda. Mas a velhice não deixa de ser bela.
O fulcro da beleza está na profundidade.
John Donne achava até que «nenhuma beleza primaveril ou estival tem a graça que vi num rosto outonal».
No fundo e como dizia Aristófanes, «os velhos são duas vezes crianças»!
Hoje, 01 de Junho, é dia de S. Justino e Sto. Aníbal Maria di Francia.
Um santo e abençoado dia para todos!
Neste dia mundial da criança, é importante que se pense no que urge fazer para com as crianças em cada dia.
É o futuro da sociedade que está em jogo.
Elas precisam de coisas. Mas necessitam, antes de mais, de presença, de acompanhamento, de afecto.
Dostoiésvky, ao achar que «o amor é mestre», apelava: «Amai sobretudo as crianças porque, como os anjos, estão isentas de pecado e vivem para a purificação dos nossos corações e como que são um guia para nós. Desgraçado de quem ofenda uma criança».
As crianças são mestres. Ensinam muito. Mostram, particularmente, que há muito de puro que não deveria desaparecer.
Jesus verberava quem escandalizasse uma criança.
Os maus exemplos ficam alojados no seu íntimo. As condutas exemplares ficarão também depositadas no seu coração.
As crianças merecem o melhor. Porque, como dizia o poeta, elas são o melhor. O melhor do mundo. O melhor de nós.
Só é verdadeiramente adulto quem nunca deixar de ser totalmente criança!