O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 18 de Junho de 2013

Admiro o Brasil.Espanto-me com o Brasil. E, neste momento, preocupo-me com o Brasil.

Afinal, o progresso não é o fim dos problemas. O progresso até pode constituir o agravamento de muitos problemas.

É que o progresso, por vezes, retira a lucidez e leva a desguarnecer a justiça e o sentido das prioridades.

Se há dinheiro para construir estádios, porque é que não há dinheiro para baixar (ou, pelo menos, manter) o preço dos transportes?

É possível jogar futebol nos estádios antigos. Mas pode não ser possível a muitos usar os transportes a preços mais elevados.

Muita atenção ao Brasil.

O problema da Europa tem uma génese semelhante.

Não soubemos usar os recursos na hora da prosperidade. Penamos, agora, no momento da adversidade!

publicado por Theosfera às 16:12

A maior ignorância não é a de quem assume que não sabe. É a de quem pensa que sabe.

Já na Antiguidade, Epicteto percebeu o logro: «É impossível um homem aprender aquilo que ele acha que sabe».

Pode ser tarde quando descobre que, afinal, não sabe!

publicado por Theosfera às 10:14

Um desígnio para a vida, um propósito para este dia: «Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma».

Que se cumpra o desejo de Fernando Pessoa!

publicado por Theosfera às 10:09

A arte do génio é dar vida ao que parece não ter vida. É uma atitude que o aproxima do Criador.

Clarice Lispector assinalou que «manifestar o inexpressivo é criar».

E é assim que do (aparente) vazio se faz o esplendor da criação!

publicado por Theosfera às 10:06

Senhor Jesus, ajuda-me no meu trabalho.

Sê o meu Mestre e a minha Luz.

 

Eu dou o meu esforço,

dá-me a Tua inspiração.

Ajuda-me a estar atento e a ser concentrado.

 

Não Te peço para ser o melhor,

só Te peço que me ajudes a dar o meu melhor,

a trabalhar todos os dias.

 

Que eu não queira competir com ninguém

e que esteja disponível para ajudar os que mais precisam.

 

 

Que eu seja humilde, que nunca me envaideça,

que nunca me deslumbre no êxito,

nem me deixe abater na adversidade.

 

Que eu nunca desista.

Que eu acredite sempre.

 

Que eu aprenda a ciência e a técnica,

mas que não esqueça que o mais importante é a bondade, a solidariedade e o amor.

Que eu seja sempre uma pessoa de bem.

 

Ilumina, Senhor, o meu entendimento

e transforma o meu coração.

 

Dá-me um entendimento para compreender o mundo

e um coração capaz de amar os que nele vivem!

publicado por Theosfera às 10:02

A competência do mestre é fundamental. Mas a vontade do discípulo é decisiva.

O mestre pode ser muito competente a ensinar, mas se o aluno não tiver vontade de aprender, qual o efeito?

Às vezes, até pode haver vontade de aprender, mas nem sempre existe disponibilidade para ser ensinado. Já Churchill reparara: «Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem».

Grandes mestres são os acontecimentos. Mas parece que nem sempre gostamos de receber as suas lições.

Na noite de ontem, todos surgiram a reclamar vitória e ninguém foi capaz de assumir a derrota.

Estranho.

Como é possível que todos cantem vitória quando é notório que ninguém ganhou?

Não ganharam, obviamente, os alunos: alguns porque não conseguiram realizar o exame, todos pela instabilidade criada.

Não ganhou o poder porque não mostrou subtileza em lidar com esta situação e não tem revelado sensibilidade em lidar com muitos problemas.

E os professores perceberam desde há muito que estão a perder.

Não estão a perder apenas no salário. Estão a perder sobretudo em condições de trabalho, cada vez mais reduzidas e cada vez mais menorizadas.

O dia de ontem foi um mais um alerta para aquilo que tem vindo a ser perdido e desperdiçado.

É tão difícil compreender que a melhor forma de qualificar os alunos é não (continuar a) desqualificar a missão dos professores?

publicado por Theosfera às 09:57

É interessante a visão que o Papa Francisco tem da missão do pastor.

Para ele, o pastor não é só o que está à frente. O pastor é o que está à frente, no meio e atrás do povo.

O pastor está à frente para conduzir, no meio para acompanhar e atrás para proteger.

Não foi assim Jesus?

publicado por Theosfera às 09:27

Dizem que quando Deus criou o homem branco, deu-lhe um relógio. E quando criou o homem negro, deu-lhe tempo.

Nós, ocidentais, temos tudo excepto o essencial.

Que é preferível: o relógio sem tempo ou o tempo sem relógio?

publicado por Theosfera às 09:18

«Tem inimigos? Isso é bom. Quer dizer que, alguma vez na vida, se empenhou em defesa de qualquer coisa».

Assim escreveu (notável e magnificamente) Winston Churchill.

publicado por Theosfera às 09:07

Hoje, 18 de Junho, é dia de S. Gregório Barbarigo e Sta. Osana. Refira-se que S. Gregório Barbarigo foi alvo de «canonização equipolente». Ou seja, o povo já o venerava como santo e o Papa acabou por reconhecer esse culto.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:04

1. Não se pense que Deus só está presente na vida daqueles que O confessam. Ele está também — e bastante — no coração dos que O negam.

 

Entre a fé e o ateísmo, há uma simetria na experiência e, ao mesmo tempo, uma assimetria na direcção que ela acaba por tomar.

 

É por isso que Miguel Torga bem pode servir de fonte de inspiração para sintetizar a trajectória (a)teologal de José Saramago: «Deus. O pesadelo dos meus dias. Tive sempre a coragem de O negar, mas nunca a força de O esquecer».

 

Saramago nunca esqueceu Deus. Mesmo (sobretudo?) quando se assumiu como ateu.

 

E o certo é que foi dos escritores que, nos últimos tempos, mais concorreram para a permanência da questão de Deus como questão central na literatura e, mais vastamente, na vida pública.

 

Acerca de Deus, como alertou Xavier Zubiri, o mais difícil não é descobri-Lo; é encobri-Lo.

 

Se quisesse encobrir Deus, o ateu — sublinha Karl Rahner — «não só teria de esperar que essa palavra desaparecesse por completo, mas também deveria contribuir para esse desaparecimento, guardando completo silêncio, abstendo-se inclusive de se declarar ateu».

 

 

2. No fundo, José Saramago não deixava de ser crente. Acreditava que Deus não existe. Poderá alguém garantir mais do que isto?

 

A crença não é um exclusivo da atitude teísta. Ela abrange também (e bastante) a posição ateísta.

 

André Comte-Sponville, que se considera ateu, assegura que o ateu só pode dizer que acredita que Deus não existe.

 

É que, como nota Hans Küng, «se todas as objecções dos ateus tornam questionável a existência de Deus, não chegam, contudo, a tornar inquestionável a Sua não-existência».

 

Xavier Zubiri assinalava que a relação com Deus pode fazer-se pela via da afirmação, pela via da negação e até pela via da indiferença.

 

Nesta diversidade, os pontos de contacto não escasseiam. Miguel de Unamuno percebeu isto muito bem quando rubricou a célebre frase: «Nada nos une tanto como as nossas discordâncias».

 

A indiferença não foi, seguramente, a via seguida por José Saramago.

 

Deus nunca lhe foi indiferente. Pelo contrário, manteve com Ele uma relação intensa, embora tumultuosa.

 

 

3. Para Saramago, o Homem relativamente a Deus é como o murmúrio de uma ausência: «Deus é o silêncio do universo e o ser humano o grito que dá sentido a esse silêncio».

 

Nos Cadernos de Lanzarote, chegou a escrever que «a existência do Homem é o que prova a inexistência de Deus».

 

Mas não há tantos que fazem exactamente a prova do contrário? Não são tantos os que encontram no Homem a maior epifania de Deus?

 

No passado, Gregório de Nissa falava do Homem como «pequeno Deus» e, mais perto de nós, Xavier Zubiri, apontava o ser humano como «maneira finita de ser Deus».

 

Aqui, prova funciona não como evidência, mas como percepção.

 

A discussão jamais estará concluída. Como refere Philippe van den Bosch, «não há qualquer prova racional da inexistência de Deus. Não há senão convicções individuais e pressupostos».

 

 

4. O que há a destacar é a persistência da procura e a insatisfação do encontro que, por sua vez, desencadeia uma nova procura.

 

Nesta inquietação não laboram apenas os que negam. É conhecido o convite de Santo Agostinho: «Procuremos como quem há-de encontrar e encontremos como quem há-de voltar a procurar».

 

O ateu é alguém que não descansa na procura. É inquieto e inquietante. As suas interpelações não anulam a fé. Espevitam-na e ajudam ao seu aprofundamento.

 

Até o ateu mostra que Deus é uma questão humana. Deve ser também uma questão humanizante, fraternizante.

 

Nem sempre é o isso o que se vê. Deus é vítima de tantas imagens desfocadas e de tantos discursos distorcidos.

 

Em qualquer caso, Ele está em todos. Nos que dizem acreditar. E nos que, não dizendo, acabam por não estar longe d’Ele!

publicado por Theosfera às 06:02

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