O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 12 de Junho de 2013

1. A história chega-nos carregada de factos e sobrecarregada de interpretações.

E se acerca do que é público já são muitas as conjecturas, então sobre aquilo que é suposto ser privado, as especulações parecem tocar o infinito. E atingir o delírio.

 

2. Como vimos, o cardeal Giuseppe Siri esteve envolvido em muitos factos e foi envolvido por muitas especulações.

Há quem assegure que ele esteve à beira da eleição papal. E não falta sequer quem vá mais longe, garantindo que, em 1958, foi ele o escolhido. Siri terá sido quase Papa ou não terá sido mesmo Papa?

 

3. Esta última tese, que tem feito fortuna em alguns sectores, foi difundida por um antigo consultor do FBI: Paul Williams.

Em 2003, publicou um livro com o título «O Vaticano exposto: dinheiro, assassinato e a máfia». Nele, procura conjugar sinais e agrafar indícios.

 

4. No terceiro escrutínio do Conclave de 1958, o cardeal Siri terá sido eleito e escolhido o nome de Gregório XVII.

 O fumo branco terá saído da chaminé. Ao fim da tarde, porém, a Rádio Vaticano informou que os resultados eram incertos. Que se terá passado?

 

5. Alguns cardeais terão objectado que Siri (visto como anticomunista) provocaria tumultos e até assassinatos de bispos nos países de leste.

Como alternativa, teriam optado por eleger o cardeal Frederico Tedeschini. Só que este estava muito doente. Foi então que se voltaram para Ângelo Roncalli que se tornou no Papa João XXIII.

 

6. Não é crível, porém, que as coisas tenham sido assim. Primeiro, porque não há documentos disponíveis. E, em segundo lugar, porque o Código de Direito Canónico torna completamente inválida uma decisão destas.

De facto, segundo as leis canónicas, ninguém pode anular uma eleição papal que tenha sido aceite.

 

7. Algo parecido terá sucedido, aliás, no Conclave de 1903. Aqui, também houve um veto, mas por antecipação. A oposição do imperador austro-húngaro ao cardeal Mariano Rampolla terá ocorrido antes da eleição se consumar.

Tal veto fez-se ouvir ao fim das primeiras votações quando o referido cardeal era o mais votado, mas sem ter alcançado a maioria. E registe-se que, mesmo depois, a votação em Rampolla continuou a ser alta, apesar de o eleito ter sido outro: Giuseppe Sarto, o Papa Pio X.

 

8. Teria havido o Concílio Vaticano II se Siri tivesse sido Papa? É provável que não.

E se Rampolla tivesse sido o escolhido? É possível que o mesmo Concílio tivesse começado (muito) antes.

 

9. Mas isso é o que poderia ter acontecido. E o que poderia ter acontecido não faz parte da história. Pertence à especulação.

O que não aconteceu não é realidade. É efabulação!

publicado por Theosfera às 19:54

Quando tudo perdermos, não percamos a esperança.

A realidade até nos pode esmagar. Mas, ao menos, esmaga-nos na companhia da esperança.

Pouco antes de ser detida, Anne Frank tinha consciência de que «o mundo estava a ser transformado num deserto».

E, no entanto, «tinha a sensação de que tudo vai mudar para melhor, de que a crueldade acabará, de que a paz e a tranquilidade regressarão». Nada (ou quase nada) tendo, agarrava-se «aos seus ideais. Talvez chegue o dia em que possa realizá-los».

Sabemos que esse dia não chegou. Mas os ideais de Anne Frank não morreram com ela. Sobreviveram para além dela. E ela sobrevivive com eles.

Os ideais perpetuam quem neles acredita. Quem neles vive. E quem por eles é capaz (até) de morrer!

publicado por Theosfera às 11:33

Habitualmente, são os mais velhos que se pronunciam sobre o comportamento dos mais novos.

Interessante será, pois, perceber como é que os mais novos avaliam a conduta dos mais velhos.

Do alto dos seus 13 anos, Anne Frank «achava estranho que os adultos discutam tantas vezes, e tão facilmente, por questões tão mesquinhas. Até agora, sempre pensei que as birras eram algo que as crianças faziam e que acabava por passar com a idade».

Mas a vida mostra que, em vez de passar, as birras alargam-se, alastram-se e agravam-se.

É bem provável que sejamos maiores quando somos mais pequenos.

E é bem possível que, em muita coisa, comecemos a decair quando pensamos que (já) somos grandes!

publicado por Theosfera às 11:11

Cada dia transporta muitos outros dias dentro de si.

Em cada dia nos são oferecidos muitos outros dias.

Quem já não leu o famoso «Diário» de Anne Frank?

Acontece que tal diário começou a ser escrito, neste dia, há 71 anos. E a sua autora também nasceu, neste dia, há 84 anos.

A última entrada é de 1 de Agosto de 1944. Dias depois, era conduzida para um campo de concentração onde, alguns meses mais tarde, viria a morrer.

O livro oscila entre o trivial (o que se compreende) e o profundo (o que se admira).

Aos 15 anos, em Maio de 1944, verte o seu espanto, a sua grande perplexidade, ao anotar este enorme contraste: «O mundo está virado do avesso. As pessoas mais decentes estão a ser enviadas para campos de concentração, prisões e celas, enquanto os piores governam sobre jovens e velhos, ricos e pobres».

69 anos depois, Anne Frank continua bem actual. O «avesso» mantém-se!

publicado por Theosfera às 11:01

A sabedoria raramente chega ao poder. O poder raramente mostra sabedoria.

A experiência até mostra que, se chega ao poder, a sabedoria rapidamente se perde.

Será esta uma aliança impossível?

Einstein, que foi sábio sem poder, assegurou: «O esforço para unir a sabedoria e o poder raramente dá certo e somente por muito pouco tempo»!

publicado por Theosfera às 10:00

O que nos dizem a nós acaba por ser o reflexo do que dirão de nós.

O que nos fazem a nós acaba por ser o espelho do que farão de nós.

Que não haja ilusões.

Theodore Roosevelt assinalou: «Um homem que rouba por mim fatalmente roubará de mim».

Muita atenção!

publicado por Theosfera às 09:56

Há muitas (embora nem sempre advertidas) semelhanças entre a moral e a arte.

Ambas pertencem sobretudo ao terreno do agir.

Não é a retórica que credibliza a moral ou embeleza a arte.

Ernest Renan tem razão: «Em moral e em arte, dizer é nada, fazer é tudo».

Em moral e em arte, fazer é tudo. Até falar.

Em moral e em arte, fala-se com a alma, com a vida!

publicado por Theosfera às 09:49

A sabedoria judaica percebeu, na madrugada dos tempos, uma ferida muito grande: «A calúnia é pior do que as armas de guerra; estas ferem de perto; aquela, de muito longe»!

publicado por Theosfera às 06:16

Em tempos a dúvida era esta: trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?

Actualmente, a questão parece ser: consumimos para viver ou vivemos para consumir?

publicado por Theosfera às 06:15

Hoje, 12 de Junho, é dia de Nossa Senhora do Sameiro, S. João de Sahagún, Sto. Onofre, Sta. Jobenta, Sta. Mercedes de Jesus Molina e S. Lourenço Salvi.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:13

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