Outrora, era habitual dar a palavra.
Hoje, tornou-se frequente (apenas) dar palavras.
Em tempos, havia a palavra de honra.
Subsistirá, hoje em dia, honra nas palavras?
Outrora, era habitual dar a palavra.
Hoje, tornou-se frequente (apenas) dar palavras.
Em tempos, havia a palavra de honra.
Subsistirá, hoje em dia, honra nas palavras?
Começámos a ser um país de imigrantes. E voltámos a ser um povo de emigrantes.
Se a imigração é um fenómeno relativamente novo, a emigração é um facto que julgaríamos ultrapassado. Mas, pelo que dizem, nos últimos anos, a vaga das pessoas que saem está a igualar as cifras das décadas de 60 e 70.
Só nos últimos dois anos, terão deixado Portugal cerca de 200.000 cidadãos. Se nos reportarmos ao início da crise (2008), esse número ascenderá a meio milhão.
Acresce que a percepção que tenho é que a maior parte destas pessoas não tenciona voltar.
A vida não está fácil lá fora. Mas está a tornar-se cada vez mais difícil cá dentro.
Se um país não consegue fixar os seus nativos, terá de repensar a sua existência.
É fundamental ser solidário com quem sofre. E é prioritário não ser fonte de sofrimento para ninguém!
A vontade é um poderoso dínamo.
Não conseguirá tudo, mas leva a acreditar sempre.
Paul Valéry reconhece: «Os espíritos valem conforme aquilo que exigem. Eu valho aquilo que quero».
De facto, querer é poder. E não querer também poder é.
Importa estimular a (nossa) vontade!
«Aquele que não pode guardar os seus pensamentos dentro de si mesmo nunca fará grandes coisas».
Thomas Carlyle verte um conselho precioso.
Há coisas que têm de vir cá para fora. Mas há coisas que devem ser guardadas dentro.
Há coisas que só fazem sentido dentro, na intimidade, no aconchego do espírito.
Maria sabia guardar as coisas no Seu coração.
Hoje, vivemos muito «extro-vertidos», muito vertidos para o exterior.
E nem sempre a nossa estadia no exterior serve para ajudar. Muitas vezes, estamos no exterior só para exibir.
A convivência corre o risco de ser um desfile de «egos».
Aliás, a melhor maneira de conviver é pela profundidade. É quando se procura chegar ao fundo do outro!
Muito se fala hoje do direito de falar. É um direito sagrado, sem dúvida.
Mas deve ser usado com recato, com respeito, com moderação.
Ainda ontem, alguém proclamava: «Comigo não há segredos».
Só que o direito de falar convive com o direito de calar. É importante que não abdiquemos dele.
Porque, com tanto ruído, com toda a gente a falar, ninguém ouve.
A palavra, entremeada com silêncio, torna-se mais madura, mais apetecível.
Falar e calar são dois condimentos (igualmente importantes) da comunicação.
A vida não é uma estrada com um único sentido. É preciso, em cada momento, optar pelo melhor.
Nem sempre a calar. Nem sempre a falar!
La Fayette: «É tão perigoso esconder qualquer coisa dos amigos como nada lhes ocultar».
A confiança talvez nunca possa ser total. A desconfiança nunca deve ser plena.
Há coisas que só são garantidamente nossas quando estão em nós.
Confiar é arriscar.
Mas, atenção, ainda há excepções. Ainda há quem saiba honrar o significado da palavra amigo. E, em conexão, ainda há quem mostre saber o significado da palavra fidelidade!