Hoje, 23 de Abril, é dia de Sto. Adalberto, Sto. Egídio de Assis, Sta. Helena de Údine, S. Jorge, Sta. Teresa Maria da Cruz e Sta. Maria Gabriela Sagheddu.
Um santo e abençoado dia para todos!
Hoje, 23 de Abril, é dia de Sto. Adalberto, Sto. Egídio de Assis, Sta. Helena de Údine, S. Jorge, Sta. Teresa Maria da Cruz e Sta. Maria Gabriela Sagheddu.
Um santo e abençoado dia para todos!
Mons. Eduardo António Russo foi um homem de dedicação extrema e generosidade ilimitada.
Quanto aos problemas, a sua grande preocupação era: evitá-los, enfrentá-los e resolvê-los.
Procurou sempre amortecer ânimos mais exaltados.
Apesar da idade, nunca regateou esforços, trabalhando até ao último dia e entregando-se até ao derradeiro instante.
No trato com os sacerdotes era afável, recto e verdadeiro. Teve como objectivo prioritário ajudá-los na sua acção pastoral e auxiliá-los nas mais diversas questões que lhes surgiam.
Devoto de Nossa Senhora dos Remédios, foi d’Ela um fiel servidor. O serviço como Juiz da Irmandade entusiasmava-o e mobilizava-o por dentro e por fora.
Morreu há seis anos.
Mantinha um bom relacionamento com toda a gente. Era de Soutelo por nascimento, tornou-se lamecense por adopção.
Sentiremos muito a sua falta. Sentiremos sempre a sua intercessão.
A dor pode roubar-nos a saúde. Mas que, pelo menos, não nos tire a alegria.
Já dizia Grahan Greene que «a dor faz parte da alegria». Ajuda a fortalecê-la, a que não vacile tanto.
Só no céu é que «não há chefes, nem leis injustas, nem impostos e também não há fome».
É por isso que muitos acharão que o céu não é aqui, nem agora. É por isso que muitos acharão que o céu é só depois.
Cabe-nos a nós que o céu comece aqui, que o céu (re)comece agora. Não será fácil.
Mas não é impossível!
Coelho Neto asseverava: «As esperanças são como as estrelas: brilham, mas não trazem luz; lindas, mas ninguém as alcança».
Mas é por isso que nunca devemos desistir de as procurar.
E talvez aí percebamos que na procura já existe encontro!
Quem é o amigo? Perguntava Zenão. E o mesmo Zenão respondia: «Um outro eu».
Não quer dizer que seja um igual. Pelo contrário, é um eu que nos confronta e que, por isso, nos faz reencontrar.
É que, sem este eu, tornamo-nos desconhecidos. Para todos. Para nós!
«Os verdadeiros amigos são os solitários juntos».
É provável que Bonnard tenha razão.
Alguém sobrevive sem (mais) ninguém?
A solidão clama por encontro. Sem Deus, sentir-nos-emos radicalmente sós, abandonados!
Hoje, 22 de Abril, é dia de Sta. Senhorinha, S. Sotero, S. Caio, S. Leónidas, Sto. Hugo de Grenoble e Nossa Senhora, Mãe da Companhia de Jesus.
Um santo e abençoado dia para todos!
Bom Pastor és Tu, Jesus,
que dás a vida pela ovelhas,
por cada um de nós.
Como é possível que, sendo Pastor,
não dês ordens, mas dês a vida?
Tu, Jesus, és diferente,
incomparável, único.
Tu conheces as ovelhas,
conheces cada ser humano,
tens um olhar singular para cada pessoa.
E pensas não só nas ovelhas que já estão no rebanho,
mas também em todas que estão dispersas.
Tu, Jesus, não dizes só para vir,
Tu és o primeiro a ir,
a ir ao encontro de todos.
Por isso, Jesus, és bom Pastor,
bom e belo Pastor,
porque nada há mais belo do que dar a vida.
Dá-nos, Jesus, pastores assim,
pastores como Tu,
capazes de dar a vida,
próximos das pessoas,
sensíveis aos problemas e ás dificuldades.
O amor que nos mostras,
o amor do Pai,
é admirável.
Por esse amor somos filhos do mesmo Pai.
Que todos escutem a Tua voz.
Que todos façam a Tua vontade.
Que todos sigam o Teu exemplo.
Que haja um só rebanho.
Que haja um só Pastor.
Que aumente a unidade
e cresça a comunhão
em ti, JESUS!
Não estamos sós.
A própria solidão certifica-nos de uma presença que nos acompanha, de um amor que nos invade, de uma paz que nos transforma.
Jesus é o Bom (e Belo) Pastor.
Ele cuida de todos. De si também!
Um santo e feliz Domingo pascal!
A História não é só o acontecimento. É também a interpretação que lhe é dada. E é sobretudo a consciência que dele emerge.
Schiller assinalou que «a história do mundo é o julgamento do mundo».
Primeiro, faz-se história. Depois, avalia-se a história.
O problema é que a avaliação não costuma ser favorável.
Seria bom que se antecipasse a avaliação. Às vezes, os acontecimentos deixam marcas irreparáveis!
Emerson achava que «toda a revolução foi primeiro uma ideia na mente de uma pessoa».
Tudo o que é grande começou por ser pequeno.
Tudo o que é de muitos começou por emergir na vida de um só.
E, não raramente, o que é vitoriado por todos chegou a ser torturado quando era proposto por um único.
A semente, como dizia o Mestre dos mestres, tem de ser à terra e de ser pisada, para dar fruto!
«O ódio dos fracos não é tão perigoso como a sua amizade».
Eis um alerta de Vauvenargues. De facto, é muito misterioso o ser humano.
Às vezes, o ódio pode vir dissimulado sob a forma de amizade. Mas nunca se consegue enganar completamente.
Eis uma dívida que não se deve pagar. Nunca devolvamos ódio a quem incendeia ódios!
Hoje, 21 de Abril (IV Domingo da Páscoa e do Bom Pastor), é dia de Sto. Anselmo de Aosta, S. Conrado de Parzham e S. Maximiano de Constantinopla.
Um santo e abençoado dia para todos!
Há quem diga que a religião se tornou um comércio. Mas também não falta quem alegue que o mercado se converteu numa religião.
E, se pensarmos no que disse Giorgio Agamben, os sintomas são eloquentes: «O capitalismo é, realmente, uma religião. Celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objecto é o dinheiro. Deus não morreu; tornou-se dinheiro [isto, confesso que me arrepia!]. O banco assumiu o lugar da igreja os funcionários tornaram-se os seus sacerdotes».
Como sublinha Tolentino de Mendonça, «não basta perguntar sobre o que temos feito do nosso dinheiro». É preciso interrogarmo-nos também sobre «o que é que o nosso dinheiro fez de nós»!
Parece elementar, mas, às vezes, temos dificuldade em aceitar.
A noite faz parte do dia. A obscuridade acompanha-nos. O mistério preenche-nos.
A claridade não surge a toda a hora. É preciso esperá-la, atendê-la.
Junot Díaz, um dos escritores mais renomados da nova geração, assume que «não perceber faz parte da literatura. Se quisermos que tudo seja sempre claro, é porque estamos a fazê-lo mal».
Se a literatura só tivesse lugar para aquilo que se apreende de imediato, que lugar haveria para Pessoa ou para Kafka?
O ar do tempo consegue fazer os que as forças policiais fazem e com menos esforço: aprisionam-nos e nem sequer damos conta.
Quando nos apercebemos, notamos que pensamos como (quase) toda a gente. Em vez de pensamento próprio, passamos a seguir o senso comum.
As grandes referências são substituídas por influências difusas, vaporosas, sem grandes raízes nem horizontes!
Para qualquer serviço, até para o mais modesto, exigem-se qualificações académicas.
É sinal de que a formação aumentou.
Espantará, por isso, que, para as funções políticas, nenhuma qualificação académica seja requerida.
Já, no século XIX, Stevenson notou: «A política é, talvez, a única profissão para a qual se pensa que não é precisa nenhuma preparação».
De facto, este é o ponto. A ausência de qualificações não é o mesmo que falta de preparação.
O mundo está cheio de pessoas com poucas qualificações, mas com enorme preparação.
O problema é mesmo a falta de preparação. Que afecta até muitos que ostentam altas qualificações.
A política não se casa com o improviso. Nem com a presunção!
No fundo, andamos todos mais irmanados do que as nossas querelas sugerem.
Basta pensar no que disse o grande Padre António Vieira: «Todos imos embarcados na mesma nau, que é a vida, e todos navegamos com o mesmo vento, que é o tempo»!
A morte é fim? Sim.
A morte também é princípio? Também.
Como dizia Clément Marot, «a morte é fim e princípio da vida»!
«Quem nunca procurou a verdade com certeza nunca errou».
Eis o alerta de Saltykov-Stcherdrine. Mas, se calhar, quem nunca procura é quem sempre acaba por errar.
Não há pior erro do que desistir de procurar!
«Com licença». «Faça favor». «Muito obrigado».
São expressões pequenas que mostram sentimentos grandes.
São palavras simples que revelam valores profundos.
São palavras e expressões que definem quem as diz e desvanecem quem as ouve.
São palavras e expressões que deveríamos usar cada vez mais. Mas que escutamos cada vez menos!
Muito se fala de consenso. Ou, melhor, da ausência de consenso.
Para nosso mal, o consenso estabelece-se mais pela negativa do que pela positiva.
Há mais consenso quando não há compromissos, nem decisões, nem acções.
Será mesmo impossível combinar pensamento próprio e actuação comum?
Hoje, 20 de Abril, é dia de Sta. Inês de Montepulciano, S. Marcelino de Embrun e Sta. Oda.
Um santo e abençoado dia para todos!
Perante uma acusação infundada, a palavra é, sem dúvida, um direito. Mas será a melhor defesa?
Palavra de defesa pode gerar nova palavra de acusação, numa espiral sem fim.
A reputação vê-se defenestrada e a tranquilidade adiada.
Eu sei que é difícil aceitar, mas o Papa Francisco é de opinião que «responder a todas as acusações é entrar no jogo». É alimentar a fogueira.
O silêncio ajuda a esvaziar o tumulto e a regressar a paz!
«Quero crer em Deus Pai, que me ama como filho, e em Jesus, o Senhor, que me infundiu o Seu Espírito na minha vida, para me fazer sorrir e levar-me assim ao reino eterno da vida.
Creio na minha história que foi trespassada pelo olhar amoroso de Deus e, num dia de Primavera, saiu ao meu encontro para me convidar a segui-Lo.
Creio na minha dor, infecunda pelo egoísmo, onde me refugio.
Creio na mesquinhez da minha alma, que procura engolir sem dar…sem dar.
Creio que os outros são bons, e que devo amá-los sem temor, e sem traí-los nunca à procura de segurança para mim.
Creio na vida religiosa.
Creio que quero amar muito.
Creio na morte quotidiana, ardente, de que fujo, mas que me sorri convidando-me a aceitá-la.
Creio na paciência de Deus, acolhedora, boa como uma noite de Verão.
Creio que o meu pai está no Céu junto do Senhor.
Creio em Maria, a minha mãe, que me ama e nunca me deixará só.
E espero a surpresa de cada dia na qual se manifestará o amor, a força, a traição e o pecado, que me acompanharão até ao encontro definitivo com esse rosto maravilhoso que não sei como é, de que me desvio continuamente, mas que quero conhecer e amar.
Ámen».
Importante será apontar o erro. Mais difícil é reconhecer a falha. É por isso que os cristãos se confessam pecadores.
Dizia o Papa Francisco que, quando tinha um problema, procurava imitar os antigos monges egípcios.
Acusavam-se a si mesmos para procurar uma via de solução. E, mais, punham-se a eles mesmos no banco dos réus para apurar que coisas não funcionavam dentro deles.
O erro não é selectivo; é universal. Percorre todas as vidas, inclusive a vida daqueles que não reconhecem os erros e a daqueles que apontam os erros.
É por isso que o sacramento-tipo da Nova Evangelização é o sacramento da Confissão.
Nele, não apontamos culpados, mas reconhecemo-nos pecadores. E, nessa medida, procuramos mudar.
A Confissão é o sacramento do inconformismo, da pacificante inquietação!
Há muita gente a escrever, hoje. Haverá muitos escritores, hoje?
Nem sempre a qualidade acompanha a qualidade.
É temerário fazer avaliações, mas é impossível não sentir percepções.
Roland Barthes estabeleceu uma distinção (e cavou quase um fosso intransponível) entre escritores e escreventes.
Para ele, o escritor tem o seu espaço e encontra o seu sentido na instituição literária. Não vive a vertigem do momento, nem se mostra um mendigo do êxito.
Já o escrevente faz do texto uma actividade produzida à sombra de outras instituições que, muitas vezes, pouco ou nada têm que ver com a literatura.
Move-se noutro circuito, nomeadamente o mercantil. O objectivo é o êxito rápido e o lucro fácil.
Vive da espuma dos dias e do ar do tempo.
Deixa nome. Mas conseguirá deixar rasto?
Vivemos, hoje, entre a nostalgia do silêncio e a turbulência das palavras.
Precisamos das palavras para comunicar. Mas necessitamos também do silêncio para viver.
A palavra e o silêncio não estão em contradição. Requerem-se.
Clarice Lispector confessava, há mais de quatro décadas, que «estilhaçar o silêncio em palavras é um dos meus modos desajeitados de amar o silêncio. E é quebrando o silêncio que, muitas vezes, tenho matado o que compreendo. Se bem que - glória a Deus - sei mais silêncio que palavras»!
É duro ser atacado, pisado, vilipendiado. Pior ainda é quando o ataque é desferido pelas costas, pela sombra, na ausência.
Já dizia Montaigne que «a cobardia é a mãe da crueldade».
A ciência diz que quem está obcecado com a vida dos outros é porque transporta um défice de identidade na sua própria vida.
O Papa Francisco previne-nos acerca da desinformação, da difamação e da calúnia.
A desinformação «consiste em nunca dar a informação completa sobre uma pessoa ou um episódio, entrando rapidamente no mexerico».
É óbvio que «a difamação e a calúnia são moralmente mais graves», mas estribam na desinformação e chafurdam na cultura do mexerico.
Há quem dê crédito ao mexerico. Mas o mexerico não merece credibilidade.
É preciso estar atento à realidade.
Só a realidade é verdadeira. Só a verdade é real!
Dizia Molière que «as pessoas de qualidade sabem tudo sem nunca terem aprendido nada».
Será?
Eu creio que as pessoas de qualidade são as que nunca desistem de aprender!
Muitas leis ofuscam as leis importantes, as leis necessárias.
Montesquieu foi mesmo mais longe: «As leis inúteis debilitam as necessárias»!
«Imita o sábio que, mesmo na opulência, permanece modesto».
Grande e precioso conselho de Muslah-Al-Din Saadi.
O maior certificado da sabedoria está (precisamente) na modéstia.
Se o sábio for imitado na modéstia, conseguirá fazer passar a sua sabedoria.
A sabedoria habita aí: na modéstia!
Hoje, 19 de Abril (oitavo aniversário da eleição do Papa Bento XVI), é dia de S. Leão IX, S. Vicente Colibre, Sta. Ema, Sto. Hermógenes, S. Caio e Sto. Expedito.
Um santo e abençoado dia para todos!
Bento XVI foi eleito Papa há oito anos.
Ele foi o timoneiro visível de uma barca que, como diziam os antigos, vacila mas não cai.
Porquê? Porque, repetiam os mesmos escritores de antanho, o seu piloto é Cristo e o seu mastro é a Cruz.
Bento XVI continua connosco. Obrigado pelo seu testemunho, Santo Padre!
A lei ou a persuasão? Haverá alternativa à lei?
Poderá haver alguma coisa que torne mais eficaz a lei? Que será melhor: obrigar ou persuadir?
A experiência mostra que, quanto mais repressiva é a lei, tanto maior é a tendência para lhe fugir.
Basta pensar na legislação fiscal. Estamos afogados em leis e, pelo que dizem, a receita tende a diminuir.
O problema não é só nosso, mas há países que vão mais à frente na procura de alternativas.
No Reino Unido, David Halpern está a implementar a política do nudging, que, numa tradução livre, equivalerá a um empurrãozinho.
Não se trata de um convite à cunha, mas de um estímulo à persuasão.
O ponto de partida é simples: «Se queremos que alguém faça algo, temos de tornar isso tão fácil quanto possível».
Seguem-se três regras elementares: «tornar as coisas mais atractivas e seguras; incitar ao processo de repetição, já que as pessoas tendem a fazer com mais facilidade o que vêem os outros fazer; e aproveitar os "timings" certos».
Resulta? Para David Halpern, a sitaução é promissora.
Uma coisa é certa: os métodos habituais já provaram não resultar!
Da sabedoria budista: «Os desejos humanos são infindáveis. São como a sede de um homem que bebe água salgada, não se satisfaz e a sua sede apenas aumenta».
Só Deus é a água infindável que sacia a infindável sede!
Bem verdade o que disse Stendhal: «A velhice, essa época em que se julga a vida e em que os prazeres do orgulho se revelam em toda a sua miséria».
Geralmente, é muito tarde que notamos que o orgulho está muito perto da miséria.
É por isso que a velhice é um despertador, um despertador tardio!
É provável que Robert Browning esteja certo quando diz: «O que enobrece o homem não é o seu acto mas o seu desejo».
Tudo começa pelo desejo. Desde logo, pelo desejo de Deus («desiderium Dei»).
É ele que nos leva a agir, a nunca desistir de agir, a recomeçar mesmo depois de falhar!
«A criação de riqueza não tem mal; o que tem é o amor do dinheiro pelo dinheiro».
Margaret Thatcher terá razão. O amor do dinheiro pelo dinheiro acaba por bloquear o próprio dinheiro, impedindo-o de circular.
Algum dinheiro nas mãos de todos resolve problemas.
Todo o dinheiro nas mãos de alguns gera problemas. Enormes problemas!
Hoje, 18 de Abril, é dia de S. Perfeito, Sta. Maria da Encarnação, S. Tiago de Oldo e Sta. Sabina Petrilli.
Um santo e abençoado dia para todos!
Há quem prospere desconfiando de todos.
Há quem siga, talvez, uma das máximas do pensamento cínico: «Confiar é bom, não confiar é melhor».
Mas tal «prosperidade» é feita apenas de atropelos.
Há quem veja a vida como um mero jogo em que cada interveniente controla os passos dos outros.
Há também quem encare a existência como uma guerra em que os outros são adversários para abater.
É pena que seja assim. Não vale a pena ser assim.
O que mais dói não é os culpados terem culpa.
É também os culpados fazer-se de vítimas.
É preciso topete, mas é verdade.
Alain percebeu a situação: «A força dos maus é eles considerarem-se bons e vítimas dos caprichos alheios»!
«Se a filosofia deve ser útil aos homens, deve fazer do homem o seu fulcro».
Herder percebeu o essencial. O pensamento humano, na sua multímoda configuração, tem uma dupla incidência: o mundo e o homem.
A Filosofia acaba por ser uma Cosmologia e uma Antropologia.
Por isso, tem sempre uma dimensão teológica. Deus é a raiz do mundo e o futuro do homem!
1. O primeiro Francisco começou por ser João: João Pedro. O actual Francisco começou por ser Jorge: Jorge Mário.
O primeiro Francisco nasceu na Itália. O actual Francisco tem as suas raízes na Itália, mas iria nascer na Argentina.
O seu pai também era Mário e (premonitoriamente?) tinha «Francesco» como apelido (Mário Giuseppe Francesco). Pertencia a uma família de 24 irmãos que, nos anos vinte do século XX, aportaram em Buenos Aires.
2. Nas memórias do futuro Pontífice encontram-se alojados os jogos da escola, as tardes de sábado a ouvir música com a mãe e as idas ao estádio do San Lorenzo, o clube de que se tornou adepto.
Por volta dos 13 anos, começa a ajudar o pai numa fábrica de têxteis. Entretanto, inscreveu-se no instituto técnico-industrial de química da alimentação.
3. Frequenta a paróquia de S. José de Flores, onde participa na Missa todos os domingos. Aos 17 anos, a 21 de Setembro de 1953 (data que nunca esqueceu), entrou na igreja para se confessar.
Ficou tão impressionado com a espiritualidade do Padre Duarte que decidiu tornar-se sacerdote. Sentiu que aquele momento foi «um encontro com alguém que estava à espera dele»!
4. Começou pelo Seminário diocesano de Buenos Aires, mas, volvidos alguns meses, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. A ordenação sacerdotal ocorreu a 13 de Dezembro de 1969.
Como padre, mostrou aquilo que continua a revelar como papa. Em toda a parte, diz Angel Rossi, «deixou uma marca de simplicidade e de humildade». Destacou-se, já nessa altura, como «um homem de profunda pobreza, de muitíssima oração, culturalmente preparado e com uma inteligência intuitiva».
5. A 13 de Maio de 1992, quando se comemoravam os 75 anos da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, o Núncio Apostólico disse-lhe que iria ser Bispo Auxiliar de Buenos Aires!
Quando, em 1998, se tornou arcebispo, não se transferiu para o paço arquiepiscopal. Ficou num apartamento com dois quartos e ele mesmo preparava as refeições. Deslocava-se de autocarro e metropolitano.
6. Ao «La Stampa», afirmara que «a Igreja deve sair de si mesma e ir para a periferia».
É por isso que ele andava pelas favelas, convivia com os mais pobres, promovia refeições populares e centros de acolhimento para os sem-abrigo.
7. Jorge fez tudo para não deixar de ser Jorge. Dizem algumas inconfidências que, já em 2005, tivera muitos votos.
Nessa altura, houve quem notasse o seu olhar sofredor e quem escutasse o seu pedido para que escolhessem outro.
8. Desta vez, o pedido não foi atendido e Jorge tornou-se Francisco. Há muita surpresa em muitos quando olham para Francisco. Mas não há qualquer surpresa para quem já conhecia Jorge.
Afinal, Jorge procurou desde sempre ser Francisco, ser como Francisco!
Hoje, 17 de Abril, é dia de Sto. Aniceto, Sta. Maria Ana de Jesus, Sta. Catarina Tekakwitha e S. Benjamim Mantuano.
Um santo e abençoado dia para todos!
Há muitas coisas que o pensamento não descobre e a acção não resolve.
Rapidamente notamos que em nós se formam muitos nós. E só por nós não é possível desatar esses nós.
A esposa de Zubiri, quando o via abatido, costumava ouvir como resposta: «Estou a tentar desatar uns "nós" que trago comigo».
Dizem que o Papa Francisco é muito devoto de «Nossa Senhora Desatadora dos Nós». (Bem dizia S. Bernardo que a Maria todos os títulos ficam bem).
Trata-se de uma invocação que o então Padre Jorge Mário Bergoglio descobriu na Igreja de St. Peter am Perlach, em Augsburgo, na Alemanha: Maria «Knotenloserin».
De facto, Maria, ajuda-nos a desatar o nó que mais nos ata e, por isso, inibe: o nó do egoísmo!
É bom brincar com coisas lúdicas. Mas é perigoso brincar com coisas sérias.
Sem nos apercebermos muito, por estes dias, uma das Coreias parece andar a brincar com o mundo. E talvez o mundo também ande a brincar com uma das Coreias.
Há quem se ria muito com o que lá se passa.
A serenidade é importante. Mas a sobranceria pode dar mau resultado!
Dizem que hoje é o Dia Mundial da Voz.
Pensemos não apenas nos que a usam. Pensemos também nos que não a podem usar, nos que são impedidos de a usar.
E habituemo-nos a ouvir não só os que falam. Habituemo-nos a ouvir também os que, calando, falam de outras formas.
Há murmúrios de vidas que nos passam ao lado. Há silêncios que gritam e que reclamam uma oportunidade. A começar pelo próprio Deus.
Muito nos magoa o silêncio de Deus. Mas, como perguntava Sertillanges, «é Deus que está em silêncio ou somos nós que estamos surdos»?
A verdade é bela. A beleza é verdadeira.
Separar a beleza da verdade e a verdade da beleza é um atentado contra as duas.
A verdade sem beleza não cativa; apenas obriga. A beleza sem verdade não convence; apenas ilude.
Muito bem esteve, pois, John Keats ao poetar: «Beleza é verdade, verdade é beleza. Isto é tudo o que conheceis sobre a Terra, e é tudo o que precisais conhecer»!
Sempre me acompanhou, na vida, a máxima vertida por François René de Chateaubriand: «A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco». Mesmo que o fraco não tenha razão.
O mais forte perde a razão que possa ter tido quando ameaça o mais fraco!
Josh Billings achava que «o conhecimento é como o dinheiro: quanto mais temos, mais queremos ter».
Há uma diferença, porém, quanto ao conhecimento.
Às vezes, quanto menos se tem, mais se pensa ter.
E essa é a porta para a presunção, a arrogância e tudo o que se lhe segue!
Jean de la Bruyère: «Os homens desejam ser escravos em qualquer parte e colher aí a força para dominar noutro sítio».
Será? Muito mistério navega nas águas tumultuosas da humanidade!
É costume prestar atenção à linguagem dos lábios. É mister estar atento à linguagem da vida.
Os lábios podem mostrar eloquência. Mas é a vida que certifica o carácter.
Menandro já tinha dado conta: «O que é persuasivo é o carácter de quem fala e não a sua linguagem»!
Um teólogo não é um futurólogo.
Mas há 48 anos, já o teólogo Joseph Ratzinger vaticinava que a Igreja do século XXI iria ser uma «Igreja pobre e uma Igreja dos pequeninos».
Enfim, a Igreja que o Papa Francisco está a urgir!
«Oxalá a tua vida não dê testemunho contra a tua palavra».
Um conselho precioso do grande Santo Agostinho.
Para este dia. Para esta vida!
Hoje, 16 de Abril (86º aniversário do Papa Bento XVI), é dia de S. Bento José Labre, Sta. Engrácia de Saragoça e S. Magno da Escócia.
Um santo e abençoado dia para todos!
Era sábado santo, aquele 16 de Abril de 1927.
Às quatro e quinze da madrugada nasce um menino a quem puseram o nome de José.
Passadas quatro horas, já estava santificado pelas águas do Baptismo acabadas de benzer.
Tudo foi santo: o sábado santo, o baptismo santo, o padre santo e o santo padre.
José foi para o seminário. Foi ordenado presbítero em 1951 e bispo em 1977.
Em 1981 foi chamado para Roma a fim de colaborar com o Sumo Pontífice.
Quando pensava que a missão estava cumprida, viu que ela se tornou mais...comprida.
Faz, neste dia, 86 anos que nasceu o Papa Emérito.
Ontem José, hoje Bento.
Obrigado por tudo. Parabéns por hoje.
Saúde e felicidades para sempre!
Unidos na acção, convictos no pensamento.
Já Marco Aurélio proclamava: «Puxar em comum, mas não pensar em comum».
Devemos trabalhar com todos. Mas é fundamental que cada um pense por si.
A comunidade não pode abafar a pessoa.
A pessoa, cada pessoa, é a alma da comunidade!
Hoje, 15 de Abril, é dia de S. Crescente, Sta. Basilissa e Sta. Anastácia, S. César de Bus e S. Damião de Molokai.
Um santo e abençoado dia para todos!