Houve uma altura em que pensava que Mourinho não era um treinador, mas um vencedor.
Desse por onde desse, jogasse bem ou jogasse mal, equipa de Mourinho era equipa que ganhava jogos e coleccionava títulos.
O Chelsea não era campeão há décadas: foi bicampeão com Mourinho. O Inter não era campeão europeu há quase meio século: voltou a sê-lo com Mourinho...apesar do Barcelona e do Bayern.
Foi, curiosamente, ao chegar ao topo que o ciclo começou a dar sinais de se inverter.
Três épocas no Real Madrid, um título de campeão constitui um bom saldo, mas fica aquém das expectativas.
Noutros tempos, aquelas três primeiras oportunidades desta noite teriam sido outros tantos golos. Similarmente, a copiosa derrota de há uma semana teria sido improvável noutras épocas.
No final do jogo de hoje, perpassou algum desalento e um certo ar de despedida.
Para qualquer outra equipa, um percurso até às meias-finais da Champions seria positivo. Mas o Real é o Real. Só Mourinho já não parece ser tão Mourinho.
Mas, atenção, Mourinho continua a ser muito bom. Sucede que, afinal, também é humano.
Isto se dúvidas tivesse havido...