O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 28 de Abril de 2013

Na eleição do Papa, não há campanha, não há programa, não há candidatos. O que avulta é, portanto, a personalidade do eleito.

E não há dúvida de que a maneira de ser do Papa Francisco tem cativado a Igreja e até a humanidade.

O mais curioso é que o Papa se tem destacado não tanto nas grandes acções, mas sobretudo nos pequenos gestos.

Ele consegue tornar grande o pequeno, enchendo de significado o que aparenta ser insignificante.

Às vezes, até parece algo do género do «ovo de Colombo»: como é que ainda ninguém se tinha lembrado de coisas tão simples e, ao mesmo tempo, tão profundas?

Mas, a bem dizer, Francisco está na senda de Jorge. Enquanto padre, bispo e cardeal, sempre foi assim: próximo, humilde, simples.

Hoje mesmo, crismou mais de quarenta pessoas. O ritual não prevê nenhum gesto especial além da colocação do óleo e das fórmulas.

Uma tradição de séculos leva a que o bispo dê uma pequena «bofetada» no crismado. Trata-se de uma saudação que assinala a maturidade oferecida pelo sacramento e, concretamente, a disponibilidade para testemunhar a fé até às últimas consequências.

Pois o Papa Francisco foi mais longe: deu um beijo na face de cada crismado.

São gestos que dispensam comentários. Têm uma densidade que sobrepuja toda e qualquer palavra. É uma linguagem que está para lá do discurso. É uma verdadeira meta-linguagem.

O importante é que as pessoas percebem. Porque sentem!

publicado por Theosfera às 21:39

Não a «craciofilia» (amor do poder), mas a «filocracia» (poder do amor).

Eis a mensagem do Evangelho deste Domingo. Eis o legado de Jesus. Eis a proposta que anela por resposta e que bem merece a nossa aposta.

Deus, como bem notou Paul Ricoeur, é sobretudo o «Todo-Amoroso». O seu poder é o poder do amor.

É neste sentido que a Igreja, não sendo obviamente uma democracia (como não é uma monarquia, uma ditadura ou uma anarquia), não pode ser menos que uma democracia.

Nela, há-de vigorar sempre a «filocracia», o poder do amor.

É por este poder que as pessoas notarão que seguimos Jesus.

O amor do poder tem esganado a vida de muita gente.

O poder do amor devolverá a vida a toda a gente!

publicado por Theosfera às 14:14

O deslumbramento na prosperidade não ajudou.

O clima depressivo na austeridade está a sufocar.

Precisamos de moderação. Buda, há muitos séculos, percebeu que a chave da felicidade não está nos extremos: a via do meio é a melhor, a mais sábia, a única que resulta.

Esta é uma opção para as instituições e tem de ser um imperativo para as pessoas. Já Sto. Agostinho reconhecia que mais vale precisar de pouco do que possuir muito.

É por isso que, numa altura em que tanto se fala de consenso, bom seria começar pelo mais elementar. Isto é, por senso.

Muito bem faria ter um pouco mais de senso!

publicado por Theosfera às 08:58

Prometer não custa. Mas é pelas promessas que costumamos avaliar pessoas e projectos.

Habitualmente, temos de decidir antes aquilo que só iremos comprovar depois.

Daí o sentimento de decepção.

Mariano da Fonseca, já no século XIX, alertava: «É tão fácil prometer e tão difícil cumprir que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas».

Mas ainda as há. Poucas talvez. Importante é conhecê-las e apostar nelas!

publicado por Theosfera às 08:50

A inveja não tem sentido. O ódio não tem explicação.

É por isso que, mesmo sem sentido e explicação, a inveja dura e o ódio persiste.

Demóstenes, na antiguidade, achava que tudo isto só termina com o fim: «Sabe-se que enquanto vivemos estamos mais ou menos expostos à inveja, mas depois da nossa morte os nossos inimigos deixam de nos odiar».

É pena que se tenha de esperar pela morte para que se faça justiça e para que se possa encontrar a paz.

Não seria possível antecipar?

publicado por Theosfera às 08:47

Vivemos cercados de ruído.

Acresce que algum (muito) desse ruído aparece sob a forma de comunicação. Estranho erro e perigoso engano.

O silêncio é raro e, ainda por cima, incompreendido. O silêncio não goza de boa imprensa, nem desfruta de grande popularidade.

Já o sábio Esopo alertava para o óbvio. O homem tem uma boca e dois ouvidos para ouvir mais e falar menos.

Dir-se-ia que «modus in rebus», cada coisa na medida certa.

O discernimento é fundamental, o sentido de oportunidade mostrar-se-á decisivo.

Luminoso pode ser, pois, o conselho de Beethoven: «Nunca quebres o silêncio se não for para o melhorar».

Só quando a palavra for melhor que o silêncio é que deverá ser usada. Caso contrário, deixemos que o silêncio fale.

Escutemos a sua voz. Ele costuma ser eloquente. Pode é não encontrar o merecido auditório!

publicado por Theosfera às 08:42

Grande mistério transporta o tempo.

Já o sábio de Hipona assumia que o conhecia quando dele não falava. Mas o desconhecimento surgia quando sobre ele tinha de se pronunciar.

O tempo é um grande mestre, sem dúvida. O problema é que aprendemos mais as suas lições quando estamos perto de o deixar.

Hector Berlioz percebeu esta estranha sensação: «O tempo é um grande mestre; tem porém o defeito de matar os seus discípulos».

O que nos vale é que o tempo tem uma porta aberta: para o tempo sem fim!

publicado por Theosfera às 08:33

Hoje, 28 de Abril (V Domingo da Páscoa), é dia de Sta. Teodora, S. Dídimo, S. Pedro Maria Chanel, S. Luís Maria Grignion de Monfort, S. Pusquésio e Sta. Maria Luísa Trichet.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:06

O Evangelho deste Domingo fala-nos do legado de Jesus: um só mandamento, que Ele denominou Mandamento Novo e que consiste no amor ao próximo.

No fundo, trata-se do amor a todos, porque todos, em Cristo, são próximos.

Este é um enorme avanço no sentido da precisão. A Lei Antiga era prolixa. Tinha o Decálogo e continha muitos preceitos.

O estudioso judeu Jacob Neusner, no livro «Um rabino fala com Jesus», insere uma exposição de Silemai acerca da «Torah».

Tal exposição alicerça basicamente a seguinte tese: à medida que a história avança, diminui o número de preceitos aumentando a precisão e a exigência.

«613 preceitos foram dados a Moisés, 365 negativos, que correspondem ao número dos dias do ano solar e 248 positivos, que correspondem às partes do corpo humano. Veio David e reduziu-os a onze. Veio Isaías e reduziu-os a seis. Depois, o mesmo Isaías reduziu-os a dois. Veio Habacuc resumiu-os num só: "O justo viverá pela sua fé"(Hab 2, 4)».

Segundo Neusner, Jesus «não veio exactamente para isto, mas quase». O que é que acrescentou então? «A Si mesmo».

A perfeição, urgida no Sermão da Montanha e já referida pela «Torah» (Lev 19, 2), consiste, portanto, em seguir Jesus (cf. Mt 19, 21).

A Lei não é um preceito; é o seguimento de uma pessoa.

A Lei é Jesus. E Jesus é a corporização, em tons de urgência, do amor total!

 

publicado por Theosfera às 06:07

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