Há quem diga que a religião se tornou um comércio. Mas também não falta quem alegue que o mercado se converteu numa religião.
E, se pensarmos no que disse Giorgio Agamben, os sintomas são eloquentes: «O capitalismo é, realmente, uma religião. Celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objecto é o dinheiro. Deus não morreu; tornou-se dinheiro [isto, confesso que me arrepia!]. O banco assumiu o lugar da igreja os funcionários tornaram-se os seus sacerdotes».
Como sublinha Tolentino de Mendonça, «não basta perguntar sobre o que temos feito do nosso dinheiro». É preciso interrogarmo-nos também sobre «o que é que o nosso dinheiro fez de nós»!