O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 14 de Março de 2013

O novo Papa é conhecido por ser um homem íntegro: íntegro na fé, íntegro na doutrina, íntegro na conduta, íntegro na coerência.

É dialogante, mas também convicto. Acolhe, mas não vacila. É humilde, mas também determinado.

Não olha de cima para baixo. Caminha para cima (sobretudo) com os que estão em baixo!

publicado por Theosfera às 10:32

E eis que, oito séculos depois, Francisco volta a Roma.

Desta vez, não vai pedir aprovação ao Papa. Desta vez, reentra como Papa. De novo para responder ao apelo de Jesus: «Vai reconstruir a Minha Igreja»!

publicado por Theosfera às 10:28

Nesta altura, o importante é agradecer o dom e esperar pelas iniciativas.

Mas eu creio que a escolha do Papa Francisco I é prenunciadora de mudanças. E as mudanças estão insinuadas, desde já, na trajectória do Cardeal Jorge Bergoglio.

O actual Papa foi sempre um homem firme na doutrina e profundamente envolvido nas questões sociais.

Não são, por isso, de esperar mudanças na doutrina. A doutrina nem sequer é do Papa; é de Cristo. Mas, como é normal, são de aguardar mudanças na forma de agir. E alguns sinais já estão dados.

Desde logo, é impossível não reparar na escolha do nome.

S. Francisco foi o grande reformador da Igreja na linha da simplicidade e da pobreza. Há dois pormenores na primeira intervenção do Santo Padre que são sugestivos.

Se repararmos, ele apresentou-se só com batina, sem a mantelete. E, depois, inclinou-se diante do povo para receber a sua oração.

A força dos sinais é muito importante.

A humildade é tão (ou mais) necessária como a autoridade.

A Primavera está a chegar (também) à Igreja!
publicado por Theosfera às 10:23

«O meu pai sempre me ensinou que quando uma pessoa está a subir deve ir cumprimentando toda a gente porque são os mesmos que há-de encontrar quando começar a descer».

Eis um precioso conselho do Papa Francisco quando foi nomeado cardeal, em 2001!

publicado por Theosfera às 10:19

O pedido de Jesus a S. Francisco de Assis - «Vai, Francisco, e restaura a Minha Igreja em ruínas» - fez-se ouvir, de novo, ontem, em Roma.

 

S. Francisco foi chamado a restaurar aquela igrejinha, mas o estado de ruínas daquele edifício é um símbolo da situação dramática e preocupante da própria Igreja naquele tempo, com uma fé superficial que não forma e não transforma a vida, com um clero pouco zeloso, com o arrefecimento do amor; de uma destruição interior da igreja, que envolve também uma decomposição da unidade, com o surgimento de movimentos heréticos.

 

Todavia, no centro daquela igreja em ruínas está o Crucifixo quee fala, convidando à renovação. Convida, de facto, Francisco ao trabalho manual para restaurar concretamente a igrejinha de S. Damião, símbolo do apelo mais profundo a renovar a própria Igreja de Cristo, com a sua radicalidade de fé e com o seu entusiasmo do seu amor por Cristo.

 

Este acontecimento, ocorrido provavelmente em 1205, traz à mente um outro incidente semelhante ocorrido em 1207: o sonho do Papa Inocêncio III.

 

Ele vê em sonhos que a Basílica de São João de Latrão, a igreja mãe de todas as igrejas, está a desmoronar-se e um pequeno e insignificante religioso sustenta em seus ombros a igreja para que não caia.

 

É interessante notar, por um lado, que não é o Papa que dá o auxílio para que a igreja não desabe, mas um pequeno e insignificante religioso, que o Papa reconhece ser Francisco que o visita.

 

Inocêncio III foi um Papa vigoroso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político.

 

No entanto, não é ele que renova a Igreja, mas o pequeno e insignificante religioso: é S. Francisco, chamado por Deus.

 

Por outro lado, é importante notar que S. Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas só em comunhão com ele.

 

Os dois realmente caminham juntos: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos Apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria naquele momento para renovar a Igreja. Ao mesmo tempo cresce a verdadeira renovação.

 

O Pobrezinho de Assis havia compreendido que cada carisma é dado pelo Espírito Santo a serviço do Corpo de Cristo, que é a Igreja; por isso agiu sempre em plena comunhão com a autoridade eclesiástica.

 

Na vida dos santos não há contradição entre o carisma profético e o carisma de governo e, se alguma tensão ocorre, eles sabem esperar com paciência o tempo do Espírito Santo.

 

Importa, entretanto, notar que é a um pobre que Cristo pede a restauração da Sua Igreja. Só pela pobreza e pela simplicidade acontece a renovação e a fidelidade.

 

Que estamos a fazer da pobreza e da opção preferencial pelos mais pobres?

publicado por Theosfera às 10:08

Quando o jovem disse ao abastado pai que queria fazer parte de uma ordem mendicante, a reacção não podia ser pior.

 

- «Pai, desejo ser frade».

 

- «O quê? Um frade descalço e esfarrapado?»

 

- «Sim, Pai».

 

- «E fazer voto de pobreza? E desistir da tua carreira? E andar faminto a esmolar pelas almas? Impossível!»

 

- «Foi possível a Francisco de Assis».

 

- «Era um louco», bradou o Pai.

 

- «Era um santo», corrige o Filho.

publicado por Theosfera às 10:06

«O Homem mais amável do Mundo». Foi assim que Bertrand Russell se referiu a S. Francisco de Assis.

 

 

Como Francisco, é urgente cultivar a pobreza, a humildade e a simplicidade. É fundamental criar uma cultura de reconciliação com a natureza, com as pessoas.

 

Hoje mesmo, vamos pugnar pela instauração de uma fraternidade universal, de uma filadélfia cósmica.

 

Num mundo de altos e baixos, de exploradores e explorados, de senhores e escravos, Francisco de Assis ensina-nos o melhor trato entre os seres humanos: irmão.

 

Ser homem é ser irmão. De todos os outros homens! Há muitos séculos, S. Francisco de Assis percebeu genialmente qual o caminho a percorrer no encontro entre cristãos e muçulmanos.

 

Este caminho nunca está totalmente percorrido. Eis o que diz S. Francisco ao sentir o chamamento: «Quando Deus me enviou para o meio deles, convivia com eles como com irmãos e amigos».

 

José Mattoso fez, recentemente, uma referência a S. Francisco de Assis e à sua pureza que consiste em viver «o Evangelho sem glosa». Trata-se do «Evangelho despojado das derivas que foram acontecendo ao longo dos tempos». Trata-se, enfim, de uma procura da «autenticidade inicial».

publicado por Theosfera às 10:04

Nesta altura, fará sentido aproximarmo-nos da visão de S. Francisco de Assis acerca da Igreja.
 
Ao longo dos séculos, houve muitas tentativas de reconduzir o Cristianismo a Cristo, à sua originalidade.

Isso foi feito através da acção e através da contemplação. Trata-se de movimentos que tinham uma organização mínima.

Só que o poder eclesiástico acabou sempre por intervir. Para aprovar, exercia a sua influência, acentuando o aspecto organizativo e, desse modo, desfigurando a vontade reformadora.

A este propósito, Ignacio Larrañaga imagina um diálogo entre S. Francisco de Assis e o cardeal Hugolino, que tentava convencê-lo a dar uma organização mais firme à Ordem Fransciscana.

Diz Francisco: «Essa é a linguagem dos quartéis. Poder! Conquista! A realidade é esta: ninguém quer ser pequeno nem nos tronos nem na Igreja. Todos somos, por instinto, inimigos da cruz e do presépio, a começar pelos homens da Igreja».

Mas se pensarmos bem, daremos conta de que não foi o poder que cativou as pessoas para a Cristo. Foi o testemunho que muitos deram (e dão) d'Ele, de Jesus.

Na humildade. Na simplicidade. No despojamento!
publicado por Theosfera às 09:59

Nesta altura, é prematuro antecipar o que vai fazer o novo Papa. O mais sensato, por agora, será meditar no que vai fazendo o Papa novo.

Seria interessante, por exemplo, prestar a devida atenção à escolha do nome. Francisco é mais que um nome. Trata-se de um verdadeiro programa, quase diria de um abalo.

Francisco Xavier foi alguém que quis levar o Evangelho para fora. Francisco de Assis foi alguém que pretendeu trazer o Evangelho para dentro.

S. Francisco foi um crente fervoroso, mas nada convencional. A sua preocupação passou por viver o Evangelho sem glosas. Para ele, os gestos eram fundamentais. Para ele, todos eram irmãos.

O Papa Francisco insistiu muito na fraternidade e mostrou muita humildade. Com ele, o aparato vai ser mínimo.

Pressinto que luminosas surpresas se preparam!

publicado por Theosfera às 09:51

Hoje, 14 de Março, é dia de Sta. Matilde, Sta. Florentina e S. Giácommo Cusmáno.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:08

Quarta-feira, 13 de Março de 2013

Do novo Papa li, em tempos, que não vivia num palácio, optando por residir num apartamento.

Também era conhecido por andar de transportes públicos.

Pelos sinais, parece ser um homem de pontes: vem da periferia para o centro. É um jesuíta (o primeiro Papa jesuíta da história) de inspiração franciscana.

Dois santos devem estar felizes no Céu: S. Francisco e Sto. Inácio. Todos temos motivos para andarmos felizes na terra!

publicado por Theosfera às 20:09

publicado por Theosfera às 19:53

Não sabemos o nome.

Mas já sabemos que há Papa.

Deus seja louvado!

publicado por Theosfera às 18:41

Existem as leis, existem as normas, existem os princípios e, a despeito de tudo isso, existe a realidade.

O problema é que nem sempre se verifica o encontro devido e a sintonia esperada. De facto, o mais das vezes avulta um desencontro acentuado e uma dessintonia marcante entre as leis e a vida, entre as normas e as pessoas, entre os princípios e a realidade.

Como proceder? Diluir os valores, dissolvendo-os na realidade? Ou adequar a realidade, adaptando-a aos valores?

Em tempo de pensamento débil, é sabido que a tendência é para a banalidade. É para pensar como se vive e não tanto para viver como se pensa.

É claro que, além das leis, temos de contar com a sensatez. Mas baixar a fasquia da exigência não será o melhor serviço que se presta.

Ou será que queremos ser meros gestores da decadência?

publicado por Theosfera às 10:30

Para Fernando Pessoa, «querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder; porque se perde em querer».

O excesso de desejo pode bloquear a sua concretização? «Modus in rebus». Tudo na medida certa!

publicado por Theosfera às 10:15

A comunicação é para os outros, mas ela acaba por dizer mais sobre nós.

Pensamos que é comunicando que nos entendemos. Mas acabamos, não raramente, por concluir que é a comunicar que nos desentendemos.

Será que Marcel Proust tinha razão quando escreveu que «as pessoas dizem sempre aquilo que precisam de dizer, o que não será entendido pelos outros; falar é uma coisa destinada a si mesmo»?

Comunicar é uma construção sempre interminada!

publicado por Theosfera às 10:12

À força de tanta insistência, «o supérfluo, com o tempo, torna-se numa coisa muito necessária».

O aviso de George Buffon é pertinente. Quando damos demasiado tempo ao supérfluo, começamos achar que o supérfluo é o prioritário.

Eis, de facto, o perigo: quando o supérfluo é tido como essencial, o essencial acaba por ser tido como supérfluo!

publicado por Theosfera às 10:06

Há quem diga que o trabalho cura. Mas o pensamento também é uma óptima terapia.

Eugène Delactroix sustentou: «O segredo para não ter tédio, pelo menos para mim, é ter ideias»!

publicado por Theosfera às 09:59

Uma vez mais, todos os caminhos vão dar a Roma.

Os olhos da humanidade estão voltados para uma chaminé.

Saberemos que há Papa por sinais de fumo.

Mas o que avulta, nas imagens que estão a passar, é a oração de muitos peregrinos!

publicado por Theosfera às 09:56

Hoje, 13 de Março, é dia de S. Rodrigo, S. Salomão, Sta. Eufrásia e S. Nicéforo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Terça-feira, 12 de Março de 2013

Numa interessante mensagem enviada aos cristãos da sua Diocese em 2005, D. José Policarpo afirmou que Deus já escolheu o futuro Papa.

É uma afirmação feliz que mostra à saciedade que o Conclave não é um evento político mas um profundo acto de fé. O que Deus quer, —continuava o Patriarca de Lisboa, — é que «a Sua escolha se reflicta na nossa».

publicado por Theosfera às 07:05

Hoje, 12 de Março (início do Conclave para a eleição de Sua Santidade o Papa), é dia de S. Luís Oriene, Sta. Josefina, Sto. Inocêncio I e Sta. Ângela Salawa.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:03

«Aproxima-se o momento do início do Conclave.

O processo de escolha do novo Papa está prestes a iniciar-se.

O clima é de expectativa e o ambiente é de oração.

É claro que há quem não veja as coisas por esta óptica.

Há quem olhe para a eleição do Santo Padre como se de uma escolha partidária se tratasse.

Temos de nos habituar a este género de abordagens. Mas não podemos perder de vista o essencial.

E o essencial é o acolhimento do Espírito de Deus.

Por isso é que, neste dia, celebramos a Missa «pro eligendo Romano Pontifice».

Foi espantosa a homilia da Eucaristia desta manhã, proferida pelo cardeal Joseph Ratzinger.

Vale a pena ler, meditar e guardar.

Se for ele o escolhido, a Igreja ficará muito bem servida».

(18 de Abril de 2005, cf. aqui).

publicado por Theosfera às 06:28

Segunda-feira, 11 de Março de 2013

A esta hora, intensificam-se as conjecturas acerca do futuro Papa.

Apontam-se perfis e avançam-se nomes.

Tem sido sempre assim. É prematuro adiantar seja o que for.

Mas, segundo uma fonte não citada, há uma linha de reflexão que tem sido valorizada. Trata-se de prestar a devida atenção ao significado da renúncia de Bento XVI.

Há quem diga que este será o padrão dominante do pensamento dos eleitores.

Como é óbvio, não está em equação alguém que faça o que Bento XVI fez (cada Papa é irrepetível), mas alguém que possa prosseguir o que ele não sentiu forças para concluir.

Acima de tudo, creio que esta é uma hora providencial. Deus costuma surpreender.

Estou certo de que teremos um Papa que fará «escola», um Papa verdadeiramente «cristófero», um Papa que transporte Cristo.

E por aqui me fico!

publicado por Theosfera às 19:43

A História, com a sua sabedoria assente na experiência, testifica que o crescimento de uns acaba por ser conseguido à custa de outros.

Há sempre quem tenha de perder para alguém poder ganhar.

É pena, mas é verdade: é difícil ganhar com os outros, o normal é ganhar sobre os outros.

A riqueza, habitualmente, é obtida à custa do empobrecimento de alguém.

Durante séculos, a Europa cresceu à custa dos outros continentes.

Agora, é a China que cresce. Agora, é a Europa que empobrece. Até quando?

Não adianta alimentar nostalgias de tempos idos. Importante é saber lidar com a situação presente!

publicado por Theosfera às 11:25

Servir é fundamental para viver, para haver saúde na vida.

Quem não serve servirá para alguma coisa?

Voltaire assinalou que «servir só para si é não servir para nada».

Só pelo serviço ganha sentido a vida!

publicado por Theosfera às 10:45

Nunca sabemos tudo. Mas o que nunca compreenderemos mesmo é a razão do sofrimento do inocente.

Mais grave ainda é sentir que são os inocentes que mais sofrem.

Percebo, pois, o desabafo de Albert Camus: «Não é o sofrimento das crianças que se torna revoltante em si mesmo, mas sim que nada justifica tal sofrimento»!

publicado por Theosfera às 10:42

O mal não está no erro. Só há mal na persistência no erro.

Alexandre Herculano entreviu o essencial: «Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender».

Quem quer aprender acaba por reconhecer que nunca sabe o suficiente!

publicado por Theosfera às 10:40

Numa incursão pelos domínios da Teologia, Camilo asseverou: «Depois do Céu, quem mais pasmosos milagres faz é o Amor».

É verdade. O Amor é o Céu. O Céu é o lugar do Amor.

Só o Amor abre caminhos para o Céu. Deus é amor. Só quem está no amor está em Deus. E o Céu é Deus!

publicado por Theosfera às 10:37

É preciso estar no tempo. Mas até para estar no tempo é fundamental aspirar a eternidade.

Estamos no tempo pela palavra. Aspiramos a eternidade pelo silêncio.

Maurice Maeterlink sintetizou: «A palavra é tempo, o silêncio é eternidade».

O silêncio é a respiração antes da comunicação.

Precisamos de um pouco de silêncio.

Hoje por hoje, estamos a reduzir a comunicação ao ruído. É pouco!

publicado por Theosfera às 10:32

Hoje, 11 de Março, é dia de Sto. Eulógio, S. Vicente Abade, S. Ramiro, S. Trófimo e S. Tales.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:08

Domingo, 10 de Março de 2013

Uma semana palpitante se inicia neste Domingo.

Durante ela, iremos conhecer o novo Papa.

Na terça? Muito dificilmente. Na quarta, talvez. Na quinta, quase de certeza.

Percebe-se que se multipliquem conjecturas.

Depois de dois Papas não italianos, iremos ter um Papa não europeu? Ou voltaremos a ter um Papa italiano?

Serão questões legítimas e, para o frenesim mediático, exaltantes. Mas, quanto à substância, trata-se de especulações laterais.

O importante é que o Papa chegue. O fundamental é que seja um homem de Deus. Que abrace o mundo à maneira de Deus!

publicado por Theosfera às 22:35

O que singulariza o Cristianismo no universo religioso?

Acima de tudo, uma questão de iniciativa. Foi Hans Urs von Balthasar quem o notou.

A religião é o mundo que toma a direcção de Deus. O Cristianismo é Deus que toma a direcção do mundo.

A religião é o homem que vai ao encontro de Deus. O Cristianismo é Deus que vem ao encontro do homem.

Mas esta singularidade contrai uma presença universal. É Deus que toma sempre a iniciativa de vir ao nosso encontro mesmo quando sentimos que somos nós a ir ao encontro de Deus.

É por isso que há um Cristianismo implícito e um Cristianismo emergente em todas as religiões!

publicado por Theosfera às 19:45

Grande paradoxo nos atravessa.

As pessoas vivem até cada vez mais tarde, mas parece que se esgotam cada vez mais cedo.

Vejam o drama de quem se vê desempregado aos 40 ou 50 anos.

O mais natural é que aqueles que estão nesta faixa etária sejam apontados, inclementemente, como «velhos».

Numa rápida viagem pelas televisões, quantos apresentadores aparecem com mais de 50 anos? Muito poucos.

Não admira, pois, que se aposte, cada vez mais, em operações plásticas. Há quem queira, a todo o custo, remover os sinais da velhice. O que importa, hoje em dia, é parecer novo.

Não são os mais novos que querem imitar os mais velhos. Muitas vezes, são os mais velhos que pretendem imitar os mais novos.

É pena que se subalternize o valor da idade. Há tanta sabedoria nos caminhos percorridos!

publicado por Theosfera às 19:05

Não é tanto a morte que custa. Quando a morte chega, nós já não estamos.

O que custa é saber a morte, é saber que a morte vem e que o possível passa a impossível.

Fernando Gil era assim que pensava: «Não é a morte enquanto tal que é irrepresentável, mas a morte enquanto anulação do possível».

Sim, essa é a morte que dói. Só que Deus matou a própria morte...na morte de Seu Filho.

A fé afiança que a morte de Jesus é uma morte morticida.

O possível recomeça (mesmo) quando parece que tudo termina!

publicado por Theosfera às 18:53

O carácter grande vê-se nos actos pequenos.

Oscar Wilde percebeu: «Os pequenos actos de cada dia fazem ou desfazem o carácter»!

publicado por Theosfera às 18:43

A liberdade é um bem e um bem precioso. Mas, retorcida e desfigurada, pode rebentar com ela mesma.

O abuso da liberdade pode pôr em risco o seu uso.

Fialho de Almeida alertou: «A liberdade só é dom precioso quando estejam os povos feitos para ela. Dar a um semibárbaro instintivo as regalias de um ser culto e consciente, é pôr a civilização na contingência de um regresso brutal à barbárie».

As palavras são fortes. Mas são também deveras pertinentes!

publicado por Theosfera às 18:40

O tempo está triste. E o ambiente não parece alegre.

Mas hoje é mesmo o Domingo da Alegria.

Será possível estar alegre nesta altura?

Note-se que a alegria não é só o riso. A alegria até pode vir pelo pranto.

O Evangelho deste Domingo fala-nos de uma festa.

Mas é muito provável que esta festa tenha sido regada com abundantes lágrimas. Foram as lágrimas do reencontro depois do desencontro entre o pai e o filho que se afastara.

Não estamos longe da alegria quando estamos perto da verdade, da autenticidade, do amor.

A alegria é mesmo uma coisa muito séria neste mundo. E não será a seriedade a coisa mais alegre desta vida?

publicado por Theosfera às 18:33

Uma desafiadora afirmação de León Tolstoi: «O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo».

Vencer o medo é a vitória maior. Vencer o medo da morte é o triunfo supremo!

publicado por Theosfera às 18:25

Hoje, 10 de Março (IV Domingo da Quaresma, o «Domingo Laetare»), é dia dos Santos Mártires de Sebaste, S. Macário de Jerusalém e Sta. Maria Eugénia Milleret.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:06

A Bíblia pode ser vista como uma longa palavra com 73 sílabas.

 

46 são soletradas no Antigo Testamento e 27 são entoadas no Novo Testamento.

 

Em relação à imagem de Deus, muitas dessas sílabas são completamente átonas. Quase O desfiguram. Basta pensar no Terror de Isaac, assim Deus é apresentado numa passagem genesíaca.

 

Entre desfiguramentos e aproximações, vamos gaguejando, sílaba a sílaba, até chegar a Lucas.

 

Aqui encontramos a sílaba tónica.

 

Deus não castiga. Deus não condena. Deus abraça. Deus festeja.

 

Deus não é um polícia a escrutinar os nossos erros. Deus é o Pai que Se alegra com o nosso bem.

 

Deus é misericórdia.

 

A maior festa não é quando se dá o encontro. É quando ocorre o reencontro após o desencontro.

 

Porque é tão difícil, então, pronunciar devidamente a sílaba tónica?

 

Porque é que, ainda hoje, continua a prevalecer a linguagem do castigo sobre a cultura da bondade, da compaixão e do amor?

publicado por Theosfera às 06:12

Sábado, 09 de Março de 2013

E, de repente, parece que os papéis se inverteram.

Quem olha para as televisões, fica com a sensação de que os factos políticos são apresentados como religiosos e os factos religiosos são apresentados como políticos.

Os funerais de Hugo Chávez exibem um forte pendor religioso, sendo o finado rodeado de uma espécie de aura que espevita o culto popular.

Já as imagens que chegam de Roma parecem insinuar a existência de jogos de poder na eleição do Papa.

As televisões são um espelho. É suposto que mostrem o que acontece. Mas isso raramente sucede.

As televisões não mostram apenas as coisas como ocorrem; mostram-nas também (e bastante) como são vistas.

Ou seja, as televisões fornecem não somente factos, mas sobretudo interpretações.

O problema é que as interpretações (incluindo as distorcidas) prevalecem sobre os factos.

Em Roma, creio haver, acima de tudo, oração e meditação.

Deus já fez a Sua escolha. Há quem esteja a escutá-Lo para, dentro de dia, poder decidir!

publicado por Theosfera às 11:44

Não diga que é infeliz. Mesmo que a vida lhe pareça adversa, ela não tem poder para o tornar infeliz.

Já dizia Séneca que «desventurado é aquele que por tal se julga».

Não se julgue aquilo que lhe querem impor. Seja sempre feliz!

publicado por Theosfera às 11:28

A palavra é para revelar. Mas, não raramente, serve para esconder.

Stendhal confessava: «A palavra foi dada ao homem para esconder o seu pensamento».

Quero crer que a única função que nobilita a palavra é a transparência, nunca a opacidade!

publicado por Theosfera às 11:24

Hoje, 09 de Março, é dia de S. Domingos Sávio, Sta. Francisca Romana e S. Gregório de Nissa.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:09

Sexta-feira, 08 de Março de 2013

Estamos em plena era da comunicação. Mas, às vezes, fico na dúvida se não estaremos sobretudo na época do ruído.

Tudo se assinala com sessões solenes, com discursos solenes.

Até parece que ninguém gosta de guardar a palavra.

Palavra que chega ao pensamento é palavra imediatamente despejada pelos lábios.

Esquecemos que a palavra também é importante quando não é dita. Esquecemos que a palavra também tem valor quando é sugerida, alvitrada, intuída.

Que tal começar a ouvir também aqueles que não falam?

publicado por Theosfera às 10:56

O que é o povo, afinal?

A multidão? Seguramente.

Mas também não será povo a pessoa que está longe da multidão?

Como se escuta o povo? Ouvindo o grito dos que clamam? Indiscutivelmente.

Mas não será também necessário perscrutar o ruído silencioso dos que calam?

Muita coisa é o povo.

Há povo na rua. Mas há povo que já nem consegue sair à rua.

Há muito povo calado, há muito povo sofrido, há muito povo doído.

Há muito povo em casa. Há muito povo em brasa.

Há muito povo torturado. Há muito povo que só espera uma coisa: que não o impeçam de viver.

Mau já é cortar quase todos os apoios. Que, ao menos, não aponham mais bloqueios.

Dizem que o povo aguenta e, não satisfeitos, há até os que (se) repetem afirmando que o povo «aguenta, aguenta».

Há muito povo que já se esgotou.

Há muito povo que já tem aguentado tudo. Há muito povo que não aguenta mais!

publicado por Theosfera às 10:39

Não há motivos para a vaidade. Só há motivos para a humildade.

Nas nossas diferenças, somos mais parecidos uns com os outros do que aquilo que pensamos. Montesquiou notou: «Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos»!

publicado por Theosfera às 10:06

Eurípedes: «A felicidade é igual, quer se encontre numa pessoa rica quer numa de condição humilde».

Eu diria que a felicidade é maior no mais humilde.

Porquê? Porque consegue ser mais possuindo muito menos!

publicado por Theosfera às 10:02

Uma homenagem especial a uma mulher especial: a minha Mãe, a minha querida Mãe!

publicado por Theosfera às 07:08

Sabia que hoje, 8 de Março, dia de S. João de Deus, é o Dia Mundial do... Rim?

publicado por Theosfera às 07:07

Hoje, 08 de Março (dia de abstinência), é dia de S. João de Deus, padroeiro dos doentes e moribundos e protector dos enfermeiros católicos e respectivas associações.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Quinta-feira, 07 de Março de 2013

O prazer pode dar um contentamento imediato. Mas só o dever oferece a satisfação permanente.

Daí a sapiente máxima de Confúcio: «Aprende a viver como deves, e saberás morrer bem».

E só morre bem quem procurou bem viver!

publicado por Theosfera às 10:00

Parece o mesmo, mas haverá diferenças.

Liderar é uma tarefa que se faz por fora. Guiar é um desígnio que se realiza sobretudo por dentro.

Com enorme subtileza, Franklin Roosevelt notou: «As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia»!

publicado por Theosfera às 09:55

Hoje, 07 de Março, é dia de Sta. Perpétua, Sta. Felicidade e S. Paulo, o Simples.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Quarta-feira, 06 de Março de 2013

A amizade pode ser celebrada em qualquer momento. Mas a amizade só se prova nos momentos difíceis.

É aí, nas horas difíceis, que o amigo mostra que o é.

Já diz a Bíblia, no Livro dos Provérbios (17, 7) que «um amigo é um irmão na adversidade».

Amigo não é tanto o que está quando todos aparecem. Amigo é sobretudo o que fica quando todos se afastam.

É por isso que, às vezes, amigo é uma palavra que não tem plural. Cada amigo é singular.

A adversidade é o seleccionador da amizade. É um seleccionador muito exigente.

 Tem muito por onde escolher. Mas, às vezes, só consegue eliminar.

Não é a adversidade que exclui. São os amigos que não surgem!

publicado por Theosfera às 10:43

Somos uns seres estranhos, nós.

Diria mesmo que transportamos um permanente mistério.

Tanto se luta para conseguir algo, mas parece a espera desse algo nos conforta mais que a sua eventual posse.

Vergílio Ferreira assinalou: «O que se consegue no que se obtém é quase sempre a decepção. Não é que falte muitas vezes seja o que for nisso que se consegue. Mas falta a esperança ou o desejo de o conseguir».

Seremos apenas seres de véspera?

publicado por Theosfera às 10:20

Não é agradável a solidão. É por isso que enfrentá-la acaba por ser uma prova de força.

Ibsen pode parecer provocador, mas não deixa de ser pertinente: «O homem mais forte do mundo é o mais solitário».

E o certo é que, como documenta a história, muitas das pessoas mais importantes para o mundo ficaram sós.

Sofreram a solidão. Foram torturadas pela solidão.

Só muito tarde (quase sempre, «post mortem») é que lhes deram razão!

publicado por Theosfera às 10:14

Hoje, 06 de Março, é dia de S. Cónon, o Jardineiro, e Sto. Olegário.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Terça-feira, 05 de Março de 2013

Faz hoje, 5 de Março, 109 anos que nasceu um dos maiores teólogos do século XX: Karl Rahner.

Aliás, Março acaba por ser um mês rahneriano já que o genial teólogo faleceu a 30 deste mês, em 1984.

publicado por Theosfera às 16:30

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