O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 20 de Março de 2013

1. A Primavera está a chegar ao tempo. E há quem a veja florir na Igreja que peregrina no tempo.

Aliás, tornou-se comum, há uns anos, encarar as estações do ano como metáfora para descrever a situação do Cristianismo. Yves Congar, por exemplo, falou do «Outono da Igreja». Já Karl Ranher dissertou abundantemente sobre a «invernia da fé».

 

2. No Outono, a natureza parece que se retrai. No Inverno, como que se esconde.

E o certo é que a informação religiosa é atravessada por uma sensação de decadência crescente, a prenunciar um eclipse irreversível.

As notícias da Igreja aparentam ser (apenas) notícias da crise.

 

3. São muitos, entretanto, os que, como João Paulo II, vaticinam uma nova «Primavera na Igreja».

Recorde-se que a Primavera traz um pouco do frio do Inverno e alguma coisa do calor do Verão. A Primavera é um tempo de nuvens e de sol, de clareiras e de brilho, de sombras e de luz.

 

4. Na Primavera, há um misto de esperança e desânimo. Na Primavera, as pessoas são habitadas por um certo optimismo, que, não obstante, convive com alguma apreensão.

Na Primavera, estamos à espera de tudo, mas não temos ainda a garantia de nada. A Primavera é o amanhecer depois da noite, mas sem a certeza do que virá pela tarde.

 

5. A Primavera é o novo começo, o tempo da sementeira, o início da viagem. A Primavera é o tempo em que se lavam as roupas encardidas e em que se exibe um ar mais refrescante.

A Primavera é a altura em que se sentem alguns vendavais, mas em que sopram também algumas brisas.

 

6. A Primavera é quando já não nos fechamos totalmente em casa. É a altura em que as portas já não estão sempre fechadas e em que as janelas se vão abrindo. É o tempo em que se aspira o aroma das flores e vai desaparecendo o cheiro a mofo.

Algumas tempestades estarão para vir. Algum frio irá continuar. Mas o primeiro calor também se fará sentir. O sol irá apertar e poderá até queimar.

 

7. A Primavera na Igreja não é isenta de temporais nem de eventuais lesões provocadas por queimaduras solares.

Na Igreja, a santidade coexiste com o pecado. A força anda de mãos dadas com a fragilidade. Não temos de nos envergonhar do nosso passado. Há que seguir em frente, em direcção ao futuro.

 

8. Hoje, como sempre (mas talvez mais do que nunca), a Igreja tem de ser a casa da esperança, o repouso dos que se sentem tingidos pela desesperança.

Por isso é que os pobres e os sofredores deste mundo têm de encontrar, nela, um porto de abrigo e uma retaguarda de alento.

 

9. A Igreja deve acender um sorriso no rosto, ainda que se veja dilacerada por torrentes de pranto.

Este já não é o tempo de nos arrastarmos, pesarosos, pela tarde, lamentando as ocorrências de uma jornada com muitas canseiras e desilusões. Este é o tempo de nos levantarmos, decididos, como em manhãs ridentes de sol.

 

10. A Igreja não é o sol. Mas é chamada a aquecer os que a vida faz arrefecer com o desamparo e a injustiça.

Eu vejo a Primavera a despontar na Casa de Deus!

publicado por Theosfera às 18:47

Não faria mal que alguns governantes meditassem neste pensamento de Chamfort: «Apenas a inutilidade do primeiro dilúvio impede Deus de nos mandar um segundo».

O problema é que os homens do poder insistem nos dilúvios que já provaram ser inúteis.

Ao temporal da dívida acrescentam o vendaval da austeridade.

Inutilidade atrai inutilidade?

publicado por Theosfera às 10:39

Optimismo e pessimismo? É tudo uma questão de perspectiva e predisposição.

James Cabell assim o notou: «O optimista diz que vivemos no melhor de todos os mundos possíveis. O pessimista teme que isso seja verdade».

Há quem só conte com nuvens que até fica preocupado quando começa a entrever o sol!

publicado por Theosfera às 10:10

Cuidado com a presunção. E atenção às exibições.

Até os mais fortes caem. Até os mais astutos são devorados.

Maquiavel, recorrendo a uma metáfora, percebeu: «Precisando um príncipe, de saber utilizar bem o animal, deve tomar como exemplo a raposa e o leão: pois o leão não é capaz de se defender das armadilhas, assim como a raposa não sabe defender-se dos lobos»!

publicado por Theosfera às 10:05

«Sentimos a dor mas não a sua ausência».

Schopenhauer terá a sua razão.

Será que a dor, afinal, nunca se ausenta?

publicado por Theosfera às 10:02

Ao contrário do que sucede na natureza, no homem a primavera não se repete. Apenas se recorda.

O inverno, para o ser humano, é a última estação. Talvez seja a melhor. A que nos conduz à eternidade!

Quando os anos passam e a vida se prolonga significa que já se escapou à morte muitas vezes; que já se venceu a morte muitas vezes; que, no fundo, já se morreu muitas vezes.

Só falta morrer a última vez. Só falta dar o último passo!

publicado por Theosfera às 09:59

Hoje, 20 de Março, é dia de Sta. Eufémia, S. Remígio de Estrasburgo, S. Francisco de Palau e Quer e Sta. Maria Josefina do Coração de Jesus.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:08

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