O Papa Francisco proferiu hoje a sua primeira homilia na missa que assinalou o final do Conclave, na Capela Sistina, com todos os cardeais que participaram na eleição que decorreu entre terça e quarta-feira.
«Caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo crucificado» foi a ideia central do primeiro Papa do continente americano na história da Igreja Católica, que convidou os presentes a «caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com irrepreensibilidade».
O sucessor de Bento XVI e os seus eleitores celebraram a chamada missa pro Ecclesia (pela Igreja), durante a qual foi ouvida a primeira homilia do pontificado.
Para o novo Papa, a Igreja é mais do que uma «ONG piedosa» e exige que os seus membros construam «sobre a rocha» e não «castelos de areia», sem consistência.
«Quando não se professa Jesus Cristo, professa-se a mundanidade do diabo, do demónio», alertou.
A celebração, vista como o primeiro momento em que o Papa apresenta o seu «programa», contou em 2005 com uma homilia em latim de Bento XVI, mas Francisco optou por falar em italiano, sem qualquer texto, durante seis minutos.
«Esta vida é um caminho e quando paramos, as coisas não correm bem», observou o Papa, de 76 anos, eleito após um Conclave que teve cinco escrutínios em pouco mais de 24 horas de votações à porta fechada.
Francisco admitiu que existem forças que impedem a caminhada e puxam «para trás» e que alguns querem seguir Jesus «sem a cruz».
«Quando professamos um Cristo sem cruz não somos discípulos do Senhor, somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, Papas, mas não discípulos do Senhor», observou.
Em conclusão, o Papa argentino convidou a «edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, derramado na cruz, e confessar a única glória, Cristo crucificado: assim a Igreja avançará».
A celebração, transmitida pelo Centro Televisivo do Vaticano, incluiu uma oração por «sua santidade Bento XVI», para que «sirva a Igreja no escondimento, com uma vida dedicada à oração e à meditação».