Atenção, muita atenção, às coisas pequenas.
As coisas pequenas não são insignificantes. Muito pelo contrário.
Já dizia Júlio Verne que «os grandes efeitos têm, por vezes, causas pequenas»!
Atenção, muita atenção, às coisas pequenas.
As coisas pequenas não são insignificantes. Muito pelo contrário.
Já dizia Júlio Verne que «os grandes efeitos têm, por vezes, causas pequenas»!
Muito se tem falado da idade do futuro Papa.
Pode ser um indicador. Não creio que se trate de um critério decisivo.
No século XII, por exemplo, o Papa Celestino III foi eleito com quase 90 anos e ainda teve um pontificado de sete anos.
Mas o mais sintomático é que, à data da eleição, não era bispo nem sequer padre. Teve de receber a ordenação sacerdotal e a consagração episcopal.
Antes, porém, já estava ao serviço da Igreja tendo vindo à Península Ibéria solucionar a questão entre Braga e Toledo, que querelavam pela disputa do título de cidade primaz das Espanhas!
Tudo parece ter sido atribulado no (curto) pontificado do único Papa português.
Desde logo, o nome que escolheu. Optou por João XXI, mas deveria ter sido João XX, uma vez que, antes dele, o último com o mesmo nome tinha sido João XIX (1024-1032).
No ano em que Pedro Hispano foi eleito (1276), houve quatro papas.
Antes dele, há que mencionar Gregório X (que tinha sido eleito em 1271 e que o criou cardeal), Inocênco V e Adriano V, que morreu menos de um mês após a eleição.
João XXI foi eleito por unanimidade, mas há que referir que o conclave era composto por apenas nove cardeais.
Em 1277, morreu na sequência da queda de um tecto da sua residência.
Um dos males que vai gangrenando a vida dos povos é constituído pelos atropelos a quem ousa.
Em vez de questionarmos a mensagem, optamos por destruir o mensageiro. E nem sequer se olha a meios.
Sophia de Mello Breyner denunciou: «Nunca choraremos bastante quando vemos que ousa é destruído. Por troças, por insídias e por venenos, e por outras coisas que sabemos, tão sábias, tão subtis e tão peritas, que não podem sequer ser bem descritas»!
Há 12 anos, neste dia 4 de Março, uma ponte caiu, muita gente morreu.
E a dor pela partida nunca prescreve, nunca deixa de doer.
Paz para quem partiu. Paz para quem chora a partida!
Tempos novos, estes. Tempos agrestes para muitos, tempos cinzentos para quase todos.
Estes são tempos em que só vêem nuvens e antecipam tempestades.
Estão a falhar os governos. Estão a falhar as alternativas aos governos.
O que se passou na Grécia e o que se passa na Itália dá que pensar.
As pessoas não gostam dos governos que não elegeram. Mas também não parecem ter gostado dos governos que escolheram.
Há que estar atento aos sinais. À rua, por exemplo.
Foi na rua que muitos combateram pela democracia. É na rua que muitos estão a combater em democracia. Não pelo fim da democracia, esperamos. Mas pela refundação da democracia.
Se os governantes não escutam os povos, arriscam-se a ser desalojados pelos povos.
Mas não desperdicemos o precioso capital que é a serenidade. E não nos coloquemos uns contra os outros!
Há quem pense (Madeleine Scudéry, por exemplo) que «a desconfiança é a mãe da segurança».
Talvez porque leva a prestar atenção aos sinais de perigo.
Mas a desconfiança retira toda a capacidade de ousar, de recriar.
A desconfiança só vê muros e adversidades.
Só na confiança se cresce.
É claro que confiar é um risco. Mas é um risco que temos de correr. É um risco que vale a pena correr!
Sempre acutilante, o Padre António Vieira asseverou: «Os textos são da justiça, as interpretações podem ser da lisonja».
É claro que nem todos os textos serão justiça. E nem todas as interpretações serão lisonja.
Mas, não raramente, o que um texto assinala como urgente acaba por ser desfeiteado por uma interpretação que amortece o que foi dito.
Eis o que acontece com leis, constituições ou doutrinas.
Há interpretações que não mostram o sentido. Procuram, tão-somente, eliminá-lo!
Thornton Wilder afirmou: «Os grandes momentos da vida vêm por si mesmos. Não faz sentido esperá-los».
Tudo tem seu tempo e sua hora.
A surpresa é uma constante. E costuma vir quando menos se espera!
Virgílio propunha: «Sê indulgente com os que se submetem e subjuga os soberbos».
Eu não propugnaria tanto.
Não se deve subjugar ninguém. Mas é fundamental tomar as devidas cautelas com alguns.
E, de facto, diante da soberba todo o cuidado é pouco.
Quando perceberão alguns que só a humildade nos torna autenticamente grandes?
Hoje, 04 de Março, é dia de S. Lúcio I, S. Casimiro e Sto. Humberto III de Sabóia.
Um santo e abençoado dia para todos!