O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 01 de Março de 2013

Neste primeiro dia de «sede vacante», será interessante recordar que, a 1 de Março de 1939 (faz, portanto, hoje, 74 anos), teve início um conclave.

Foi na sequência da morte de Pio XI. À terceira votação seria eleito Eugénio Pacelli, que desempenhara as funções de Secretário de Estado e que iria adoptar o nome de Pio XII.

Como se sabe, vivia-se na antevéspera da segunda guerra mundial.

A tristemente famosa «Kristallnacht» (noite de cristal) já tinha ocorrido em 1938. Já nessa altura, o que viria a ser Papa deu instruções para que se salvassem o maior número possível de judeus.

A concordata firmada com a Alemanha salvaguardava a situação dos judeus conversos, mas a Igreja salvou também muitos judeus que se mantiveram no judaísmo.

A situação que se vivia levou a que os jornais quisessem entrevistar os cardeais. Pacelli foi sempre muito contido. Abriu apenas uma excepção para o «New York Times».

Foi eleito à terceira votação e escolheu o cardeal Maglione (o segundo mais votado) para Secretário de Estado.

publicado por Theosfera às 23:13

Quem influencia mais? O homem sobre as circunstâncias? Ou as circunstâncias sobre o homem?

Heródoto não tinha dúvidas a este respeito: «São as circunstâncias que governam os homens, não são os homens que governam as circunstâncias».

No entanto, manda o bom senso perceber que existe uma interacção constante.

As circunstâncias transformam as pessoas. E há pessoas que transformam as circunstâncias.

A época faz as pessoas. Mas há pessoas que fazem uma época.

O tempo deixa rasto nas pessoas. Mas há pessoas que deixam rasto pelo tempo!

publicado por Theosfera às 10:16

Há pessoas a quem o êxito sobe à cabeça. Tornam-se um perigo.

Mas, como alerta Wilson Mizner, também há pessoas a quem o fracasso sobe à cabeça. Podem converter-se numa ameaça.

Resignar perante o fracasso pode levar à desconstrução, à revolta, à desestruturação total. O melhor é evitar os extremos.

Há que ser humilde no êxito. Há que ser determinado no fracasso.

O fracasso pode suceder ao êxito. E - quem sabe? - o êxito pode suceder ao fracasso.

Há que ser cauteloso e nunca dar a história por concluída!

publicado por Theosfera às 10:10

É possível ganhar quando se está disposto a tudo perder. Mas não é impossível perder quando tudo se quer ganhar.

Já La Fontaine advertia: «Arriscamo-nos a perder quando queremos ganhar demais».

O problema é que não é fácil encontrar a medida certa.

Muita timidez pode tolher. Mas o excesso de ambição é capaz de cegar.

É por isso que a própria inteligência tem de ser mesclada com muita lucidez e enorme humildade.

Ainda ontem, um cartaz proclamava à passagem de Bento XVI: «A tua humildade tornou-te ainda maior»!

Mas quando perceberemos que só os humildes são verdadeiramente grandes?

publicado por Theosfera às 10:00

Nos tempos que correm, não faltam meios. O que parece faltar é a inspiração para bem usar os meios.

Platão avisou: «São muitos os que usam a régua, mas poucos os inspirados».

Até o discurso sobre a novidade parece gasto e desgastado. Já nem a novidade parece nova.

Muito se excelsa a novidade. Só falta mesmo trazer a novidade para a vida!

publicado por Theosfera às 09:47

Vivemos dias de nostalgia, que se somam a prolongados tempos de insatisfação.

Quem vive não parece contente. Quem, além de viver, verbaliza o que pensa sobre a vida dá sinais de estar triste.

Nesta altura, dá a impressão de que tudo se extingue. Paulo Varela Gomes denuncia: «O enorme decréscimo da taxa de natalidade no mundo ocidental é o reflexo de um organismo que não tem nenhum horizonte a não ser a sua progressiva extinção. Podemos ver o mesmo na extinção de categorias do pensamento, da política, da economia, como se fossem velas de um bolo a apagar-se. E sem que vejamos nenhuma vela a acender-se».

Apesar da penumbra, eu entrevejo uma vela que jamais se apaga: a vela da esperança.

Quero crer que amanhã será melhor. Quero acreditar que é quase impossível que amanhã possa ser pior!

publicado por Theosfera às 09:41

Hoje, 01 de Março (abstinência), é dia de S. Rosendo, Sto. Albino e Sta. Eudóxia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:06

1. Pouco falta para conhecer o próximo Papa. A esta hora, abundam apostas e multiplicam-se nomes.

Tenho, para mim, que, nesta altura, quem estará com maiores dúvidas serão os cardeais eleitores. Não porque não conheçam a realidade, mas precisamente porque a conhecem em profundidade. E o conhecimento, quando é profundo, atrai a complexidade.

 

2. Há oito anos — entre a morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI — houve duas intervenções marcantes do Cardeal Joseph Ratzinger.

Enquanto decano do Colégio dos Cardeais, coube-lhe presidir à Missa exequial e à Missa de abertura do Conclave. As suas palavras funcionaram como uma espécie de guião para perceber o estado da Igreja e as prioridades para aquele tempo.

Por estes dias, há uma situação semelhante e com igual protagonista. O que  Bento XVI disse entre o dia 11 e o dia 28 de Fevereiro será tomado em boa conta. Não se trata de uma condicionante, mas de uma iluminação clarificadora.

 

3. Diria que o próximo Papa prosseguir a continuidade da mudança. Mas, dadas as características individuantes de cada pessoa, é natural que introduza alguma mudança na própria continuidade.

Nenhum pontificado é a mera continuidade do pontificado anterior. E, não obstante, é a mesma Igreja que se reflecte em todos eles.

 

4. Pelo que tem vindo a público, há questões urgentes e há desafios importantes. Dizem ser urgente reformar algumas estruturas. E é importante manter a centralidade no anúncio do Evangelho.

É por isso que, mais administrador ou mais reformador, o próximo Papa acabará por ser o que tem de ser: um Evangelizador!

 

5. A Igreja é para todos, mas não é para tudo. Ela tem de estar aberta a todas as pessoas, mas não pode ser conivente com todas as situações. Ela tem de saber acolher. Mas também tem de ser capaz de discernir.

Ela não pode desistir das pessoas. Mas também não pode abandonar a mensagem. Ela está no mundo não para receber aplausos, mas para prestar um serviço.

Ainda recentemente, Bento XVI denunciou «a busca do aplauso». O aplauso pode ser reconfortante, mas não é um bom sintoma. Um medicamento raramente é agradável. Mas é ele que nos cura.

 

6. O Conclave não é um mero acto eleitoral; é um verdadeiro acto de fé. Antes de cada cardeal consultar a sua consciência, procurará consultar o próprio Deus.

Para a eleição do novo Papa, a inspiração do Espírito Santo é determinante. Mas, como é óbvio, esta inspiração não é mecânica; é espiritual.

 

7. Já Sto. Inácio de Antioquia notava que o Espírito Santo é o «bispo invisível».

Acreditamos que é Ele que actua por meio dos bispos visíveis e, maxime, através do Papa visível.

 

8. É por isso que, acima de tudo, este é um tempo de oração.

Agora, cada um tentará escrutinar o que «parece bem ao Espírito Santo»(Act 15, 28). Dentro de dias, alguns procurarão apurar o que, a partir dessa escuta orante, será melhor para o Povo de Deus!

 

publicado por Theosfera às 00:06

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