Meu Pai,
de olhos embaciados,
voz soluçante
e mãos trémulas,
aqui venho,
aqui estou,
junto de ti.
Há dezasseis anos
(completam-se às cinco e meia da manhã deste dia 7),
olhava para teus olhos
e registava o teu último suspiro.
Parece que foi ontem,
parece que foi há instantes.
Não nego que me custou esse momento
e que ainda me dói essa imagem:
teu rosto cansado
exalava uma derradeira respiração.
Mas sabes muito bem
que tudo foi como quiseste,
tudo foi como pediste.
Estavas em casa,
e eu estava a teu lado.
Nunca te senti longe.
Mas, humano como sou,
sinto a tua falta,
o teu apoio,
os teus conselhos e recomendações,
a tua energia indomável.
Sei que estás bem,
em Deus.
Tenho feito o que me pediste.
Em nenhuma Eucarista te esqueço.
Lembro-te sempre ao Senhor.
Tu tens-me amparado sempre.
Eu recordo-te não como um morto,
mas como vivo e muito próximo.
Obrigado, meu Pai.
Tu partiste,
mas nunca me deixaste.
Eu sinto a tua presença,
treze anos depois.
Um dia nos encontraremos aí,
onde tu estás,
nessa pátria maravilhosa
de felicidade e paz.
Aí nos abraçaremos
e abraçados permaneceremos para sempre
em Deus!